sábado, 6 de abril de 2013

Coreia do Norte e Albânia

Enver Hoxha
Kim Il Sun
Eu assumo: há muitos anos atrás, acreditei em algo chamado Albânia Socialista. Naquele país, funcionaria o modelo socialista preconizado por Marx, Engels e Lênin (e Stálin, vejam só). O bloco soviético (Cuba incluída), era formado por países subordinados ao social-imperialista da antiga URSS; a China liderava outro bloco de traidores do socialismo. Enfim, era um mundo muito particular, dividido em três blocos: o social-imperialista soviético; o revisionista chinês e o capitalista. Diferente de tudo isso, a Albânia era  um exemplar único de socialismo forte e vigoroso, sustentando-se com suas próprias forças e com um povo heróico e com avançada consciência socialista (que chegou a impressionar o sábio Florestan Fernandes), conduzido pela luz de seu grande líder Enver Hoxha.
No fim das contas, quando a Albânia caiu, a consciência socialista mostrou-se uma máscara. Imediatamente o povo foi às ruas comemorar e carregar bandeiras do Estados Unidos.  Após isso, a pobre Albânia tranformou-se em uma das bases do crime organizado na Europa. O que sempre é um argumento para mostrar como "antes era melhor".
Disso tudo, retirei, entre outras lições, que imagens de povo na rua saudando líderes carismáticos não são suficientes para convencer sobre a correção ou não de qualquer regime político. Uma das tragédias da humanidade é, precisamente, a de ter, ao longo da história, tantos facínoras idolatrados pelas massas.
Enver Hoxha era o Kim-Il-Sung albanês. A sacralização de líderes políticos é o caminho para o enterro dos ideais que, um dia, eles representaram. Ouço a defender a Coreia do Norte alguns que sustentavam a solidez do regime criado por Enver Hoxha, que repudiaram os "vândalos" que se revoltaram contra ele e, depois, assistiram estarrecidos a derrocada do sistema albanês. É incrível, algumas pessoas não aprendem com a sua própria história, tampouco com a história da humanidade. Eu aprendo, todos os dias.

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