sexta-feira, 18 de junho de 2010

Apoiar Plínio é um sacrifício diz... Heloísa Helena

"Ao defender a candidatura da senadora Marina Silva (AC) à Presidência da República pelo PV, a presidente do PSOL, Heloísa Helena (AL), causou constrangimento ao partido, que tem como candidato Plínio de Arruda Sampaio.
Heloísa Helena foi lançada hoje candidata ao Senado pelo PSOL em Alagoas. "Todos sabem, porque não sou hipócrita nem dissimulada, que o meu partido tem um candidato", disse a dirigente do PSOL a repórteres que acompanharam o evento. "Mas eu não vou negar a importância que Marina tem, não apenas pessoalmente, no meu coração, mas por ser a grande chance que o Brasil tem de promover um debate sério sobre o desenvolvimento econômico sustentável com responsabilidade social", ponderou.
No Twitter, o candidato a presidente Plínio de Arruda Sampaio disse que, se tiver declarado apoio a outro candidato, Heloísa não pode continuar à frente do PSOL. "A direção nacional se reunirá para discutir as declarações atribuídas a Heloísa Helena, que se especializa em criar constrangimentos ao PSOL", publicou o candidato, numa primeira mensagem. "Se Heloísa tiver declarado apoiar outra candidatura, não pode seguir na presidência do PSOL por não defender a política do partido", disse em outro comentário.
Ao comentar as declarações de ambos, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) disse que Heloísa Helena precisa ser cobrada a manifestar apoio "de corpo e alma" ao candidato do partido, mas negou que houvesse espaço dentro da legenda para um possível movimento para tirá-la da presidência.
"A Heloísa é a Heloísa. É uma pessoa muito sentimental, visceral, e às vezes isso é prejudicial", disse Alencar. "Heloísa tem uma personalidade absolutamente peculiar, por isso não devemos perder energia com isso. Ela foi eleita presidente por unanimidade, porque é a figura política mais forte do partido", completou.
O PSOL tentou negociar apoio à candidatura de Marina Silva à Presidência, mas as negociações foram interrompidas após Fernando Gabeira (PV), candidato ao governo do Rio de Janeiro, ter fechado aliança com o PSDB e o DEM. Quando o PSOL decidiu lançar candidato próprio, Heloísa Helena apresentou Martiniano Cavalcante como pré-candidato, mas o partido acabou aprovando o nome de Plínio de Arruda Sampaio para disputar a corrida presidencial" 
Agora quem escreve sou eu: Um partido cujo cérebro é Heloísa Helena viverá sempre grandes dificuldades.

A mão do Estado sempre ajudando

A Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou isenção de impostos municipais para a Copa. Já comentei sobre isso. É a velha mania que as instituições privadas têm de falarem em parceira e pedirem que o poder público pague a parte mais cara.
Como sou realista, sei que o Estado (sempre maldito) acaba pagando de alguma forma. Mas no caso de Porto Alegre a Câmara extrapolou. A isenção era para o Internacional (em cujo estádio serão realizados jogos da Copa) e outras pessoas jurídicas diretamente relacionadas à Copa, acabou sendo extendida a construção da Arena do Grêmio. Ou seja, a OAS, que será a verdadeira dona do estádio do Grêmio ganhou um presentão da Câmara Municipal, às nossas custas. E a gentileza não ficou nisso. As obras compensatórias e mitigatórias também estão abrangidas  pelas isenções.
É bom que se diga que, nesse caso, não há questões clubísticas envolvidas. os Vereadores Todeschini e Sofia Cavedon (ambos do PT), são gremistas, mas foram contra.

Prá não dizer que não falei de Copa

Meus fiéis leitores sabem, que evito falar sobre futebol. É emoção demais e razão de menos. Ia comentar uma das bobagens ditas pelo Sócrates, mas encontrei o texto do Jorge Furtado, que fala melhor do que eu e pode ser lido clicando aqui. 
Antes de se encantarem com o Jorge Furtado, saibam que, na minha singela opinião, A seleção de 90, por exemplo, não enganou ninguém. Todos sabiam que ela irira perder, mas a seleção de 82 (da qual Sócrates era capitão) frustrou o Brasil inteiro. 
Futebol é futebol; política é política. Sócrates e muitos outros colegas da Blogosfera deveriam saber separar isso. Quando os assuntos se misturam, sempre se perde.
Sócrates foi um craque. Hoje, é um comentarista mediano, ressentido pela derrota de 82.
A seleção de Dunga não engana ninguém e, de lambuja, pode até ganhar o título.

"Tempestade no Cerrado".O cerco continua

Lembram da operação "Tempestade no Cerrado" de cerco midiático? Essa insistência em produzir manchetes sobre o tal dossiê contra o Serra é um exemplo de que a operaçaõ não parou. Qualquer osso vira churrasco na mesa do PIG.

Saramago se foi

Do site português esquerda.net
“Filho e neto de camponeses, José Saramago nasceu na aldeia de Azinhaga, província do Ribatejo, no dia 16 de Novembro de 1922, se bem que o registo oficial mencione como data de nascimento o dia 18”, assim começa a sua biografia inscrita no site da Fundação que tem o seu nome. Os pais do futuro Prémio Nobel emigraram para Lisboa antes que ele fizesse dois anos.
Fez estudos secundários (liceais e técnicos) que, por dificuldades económicas, não pôde prosseguir. Publicou o seu primeiro livro, um romance, “Terra do Pecado”, em 1947. Trabalhou durante doze anos numa editora, onde exerceu funções de direcção literária e de produção. Colaborou como crítico literário na revista Seara Nova. Em 1972 e 1973 fez parte da redacção do jornal Diário de Lisboa, onde foi comentador político, tendo também coordenado, durante cerca de um ano, o suplemento cultural daquele vespertino.
Entre Abril e Novembro de 1975 foi director-adjunto do jornal Diário de Notícias. A partir de 1976 passou a viver exclusivamente do seu trabalho literário, primeiro como tradutor, depois como autor. Em Fevereiro de 1993 decidiu repartir o seu tempo entre a sua residência habitual em Lisboa e a ilha de Lanzarote, no arquipélago das Canárias (Espanha).
Três décadas depois de publicado Terra do Pecado, Saramago regressou ao mundo da prosa ficcional com “Manual de Pintura e Caligrafia”. Publicaria depois “Levantado do Chão” (1980), no qual retrata a vida de privações da população pobre do Alentejo.
Dois anos depois surgiu “Memorial do Convento”, livro que conquistou definitivamente a atenção de leitores e críticos.
De 1980 a 1991, o autor publicou mais quatro romances “O Ano da Morte de Ricardo Reis” (1984), “A Jangada de Pedra” (1986), “História do Cerco de Lisboa” (1989), e “O Evangelho Segundo Jesus Cristo” (1991).
Nos anos seguintes, publicou mais seis romances: “Ensaio Sobre a Cegueira” (1995); “Todos os Nomes” (1997); “A Caverna” (2001); “O Homem Duplicado” (2002); “Ensaio Sobre a Lucidez” (2004); e “As Intermitências da Morte” (2005).
Os últimos romances publicados foram “A Viagem do Elefante”, 2008, “Caim”, 2009
Foi galardoado com o Nobel de Literatura de 1998. Também ganhou o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa. Era casado com Pilar del Río.
 

quarta-feira, 16 de junho de 2010

O que a torcida basileira mais deseja

Agronegócio "ferve" ao largo da dignidade do trabalhador

Barreiras (BA) - Urubus espreitam pessoas que se revezam à procura de material reciclável no lixão. Infelizmente, a cena não seria tão incomum em qualquer grande centro urbano brasileiro. Mas o que motiva homens e mulheres a trabalhar neste ambiente numa cidade em "ebulição econômica" como Barreiras, no Oeste da Bahia?
Enquanto o agronegócio - com destaque para as monoculturas da soja e algodão - comemora índices de forte crescimento, a dignidade dos trabalhadores ainda parece ser um mero "detalhe" na região.
Caminhonetes cabine-dupla e carrões multiplicam-se em núcleos como Barreiras, Luís Eduardo Magalhães, São Desidério e Formosa do Rio Preto: as placas dos automóveis das Regiões Sul e Centro-Oeste do país rivalizam com aquelas das localidades baianas. Condomínios de luxo e redes de fast food passam a integrar a paisagem, em quantidade ainda inferior à das empresas internacionais do agronegócio que se instalam na região.
No campo, a outra face da geração de riqueza é bem menos explícita. Os trabalhadores rurais ainda enfrentam desrespeitos os mais diversos ao seus direitos, seja pela falta de carteira de trabalho assinada, pelo uso intensivo de agrotóxicos e tímido dos equipamentos de proteção, seja devido a transporte, alojamento e alimentação inadequados, ou, ainda, pelo não pagamento de horas-extras, do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e outras obrigações devidas. Cada item uma história, cada desrespeito um episódio, cada problema um componente a mais de um todo que revela a superexploração de trabalhadores em várias situações.
Leia mais, clicando aqui.

Quem é José Fogaça e o que ele pensa de Porto Alegre

Segundo a página na Rosane Oliveira no sábado, Pilatos se considera “mero ex-prefeito de uma cidade do extremo sul do Brasil, sem representatividade no diretório nacional”.
Essa conversa mole me cansa, mas já ganhou a prefeitura por duas vezes. Agora, Pilatos "tucanou" o  muro. Estar no muro, para Pilatos é "imparcialidade ativa".
Essa conversa completamente insossa já ganhou duas eleições em Porto Alegre. O resultado? Um governo invisível, mas que, com larga margem de apoio na Câmara e a docilidade da mídia, não encontra oposição visível a olho nu. As pessoas reclamam do que acontece na cidade, mas a prefeitura é deixada de fora. Isso, no "estado mais politizado do Brasil". Quando negava ser candidato ao governo, Pilatos dizia que sua maior honra era ser prefeito de Porto Alegre. Agora, é um mero prefeito de uma cidade no extremo sul do Brasil. Para cada ocasião, um discurso. Suas entrevistas são um espetáculo de cinismo. Ninguém consegue dizer tão pouco em tanto espaço.
Estou com o Padre Vieira que, há mais de trezentos anos, dizia: "A peste do governo é a irresolução. Está parado o que havia de correr, está suspenso o que havia de voar; porque não atamos, nem desatamos"
Olha aí, pode ser um slogan: "Fogaça: não ata nem desata".

O que explica a queda da desigualdade de renda no Brasil

terça-feira, 15 de junho de 2010

20 paradoxos de Oscar Wilde

Do Blog Mundo de K.
Podemos definir o paradoxo como um ponto de vista contrário a uma opinião normalmente aceita como senso comum pela maioria, uma espécie de casamento da ironia com a inteligência. Em toda a história da literatura Oscar Wilde (1854 - 1900) foi provavelmente o autor mais criativo nesta matéria, tendo deixado uma coleção invejável de paradoxos, situados no espaço ambivalente da sociedade vitoriana inglesa do século XIX, mas ainda completamente atuais.
O crítico Arthur Symons, no Speaker de 4 de julho de 1891, descreveu Wilde como "brilhante demais para acreditarmos nele" (O melhor de Oscar Wilde, organização de Karl Beckson, editora Garamond, 2000, tradução de Dau Bastos), pode ser que sim, tirem a prova vocês mesmos na seleção extraída da obra de Wilde abaixo:
(01) "As pessoas deveriam estar sempre apaixonadas. É por isso que nunca deveriam se casar." - Lorde Illingworth na peça Uma mulher sem importância (1893);
(02) "A função do artista é inventar, não reproduzir a realidade." - Trecho de carta endereçada ao editor da St. James Gazette, em 26 de junho de 1890, em defesa ao romance Dorian Gray;
(03) "É sempre com as melhores intenções que se faz o pior." - Gilbert em O Crítico como Artista (1891);
(04) "Sempre passo adiante os bons conselhos. É a única coisa a ser feita. Eles nunca servem para nós mesmos." - Lorde Goring na peça Um marido ideal (1895);
(05) "A conversa deve passar por tudo e não se concentrar em nada." - Gilbert em O Crítico como Artista (1891);
(06) "Toda vez que alguém faz algo realmente estúpido, é sempre pelos motivos mais nobres." - Lorde Henry em O retrato de Dorian Gray (1890);
(07) "Experiência é simplesmente o nome que os homens dão aos seus erros." - Príncipe Maralofiski na peça Vera ou os niilistas (1880);
(08) "A felicidade de um homem casado depende das pessoas com quem não se casou." - Lorde Illingworth na peça Uma mulher sem importância (1893);
(09) "A fidelidade é para a vida emocional o mesmo que a coerência para a vida intelectual: mera admissão de fracasso." - Lorde Henry em O retrato de Dorian Gray (1890);
(10) "Só existe uma coisa no mundo pior do que falarem de nós: é não falarem." - Lorde Henry em O retrato de Dorian Gray (1890);
(11) "Só os fracos resistem à tentação." - Citado em Small, I: 1993;
(12) "Só os fúteis se conhecem a si mesmos." - Frases e Filosofias para Uso dos Jovens (1894);
(13) "Os homens se casam por cansaço. As mulheres por curiosidade. E todo mundo se desaponta." - Lorde Henry em O retrato de Dorian Gray (1890);
(14) "Nada mais glorioso do que a devoção de uma mulher casada - algo que o homem casado desconhece completamente." - Cecil Graham na peça O leque de lady Windermere (1892);
(15) "Atualmente temos tudo em comum com a América, exceto, é claro, a língua." - O fantasma de Canterville (1887);
(16) "Não tenho medo da morte. O que me aterroriza é a aproximação dela." - Lorde Henry em O retrato de Dorian Gray (1890);
(17) "A opinião pública se impõe apenas onde não há ideias." - Algumas Máximas (1894);
(18) "A poesia, como o cristal, deveria tornar a vida mais bonita e menos real." - trecho de carta endereçada ao escritor W. Graham Robertson, no início de 1888;
(19) "Prazer é o que recebemos dos outros. Obrigação, o que esperamos dos outros. E gênio, o que negamos nos outros." - citado em Small, I: 1993;
(20) "Posso resistir a tudo, menos às tentações." - Lorde Darlington na peça O leque de lady Windermere (1892).

segunda-feira, 14 de junho de 2010

As palavras do Poder

Jorge Furtado no Blog do Jorge Furtado
Ótimo texto de Gilberto Dimenstein, hoje na Folha, com uma manchete que é exatamente o inverso do seu sentido, como virou hábito na antiga imprensa: a manchete, escrita pelo patrão, contradiz o texto, feito pelo jornalista. O patrão escreve as manchetes para quem perde seu tempo só lendo manchetes, que nada informam. O jornalista escreve o texto para quem investe seu tempo tentando aprender algo e, portanto, sabe que precisa ler as letras miúdas.
Dimenstein cita o discurso de Alckmin em ataque à Dilma - “Quem quer dirigir o Brasil não anda na garupa” – e então passa a criticá-lo fortemente, chama o argumento de “pobre”, lembrando que “Alckmin desceu da garupa de Mário Covas“. O jornalista termina seu texto dizendo que “os tucanos estão na garupa de um argumento que não ajuda a esclarecer o eleitor”.
  Pois é exatamente este argumento pobre, hipócrita e que não ajuda a esclarecer o eleitor, que o patrão transforma em manchete, na forma de uma pergunta: “Dilma na garupa de Lula?”