sexta-feira, 27 de abril de 2012

Desinteresse dos jovens por carros preocupa montadora


Novas pesquisas revelam: geração entre 18 e 24 anos já não se encanta com mercadoria-símbolo do capitalismo — e valoriza, em contrapartida, justiça social, ambiente, compartilhamento e comunicação horizontal
Por Maria Fernanda Cavalcanti, no Mobilize 
Um recente artigo do The New York Times, da jornalista Amy Chozick, é mais uma prova de que os jovens mudaram. A geração entre 18 e 24 anos está se importando mais com os outros e com o mundo em que vivem, superando antigos valores e necessidades de consumo que já não os convencem e, muito menos, os satisfazem. Uma dessas mudanças importantes está no modo com que os jovens se relacionam com a mobilidade.
Há poucas décadas, o carro representava o ideal de liberdade para muitas gerações. Hoje, com ruas congestionadas, doenças respiratórias e falta de espaço para as pessoas nas cidades, os jovens se deram conta de que isso não tem nada a ver com ser livre, e passaram a valorizar meios de transporte mais limpos e acessíveis, como bicicleta, ônibus e trajetos a pé. Além do mais, “hoje Facebook, Twitter e mensagens de texto permitem que os adolescentes e jovens de 20 e poucos anos se conectem sem rodas. O preço alto da gasolina e as preocupações ambientais não ajudam em nada”, diz o artigo.
Para entender esse movimento, o texto conta que a GM, uma das principais montadoras de automóvel do mundo, pediu ajuda à MTV Scratch, braço de pesquisa e relacionamento com jovens da emissora norte-americana. A ideia é desenvolver estratégias adaptadas à realidade dos carros e focadas no público jovem para reconquistar prestígio com o pessoal de 20 e poucos anos – público que tem poder de compra calculado em 170 bilhões de dólares, segundo a empresa de pesquisa de mercado comScore.
Porém, a situação não parece ser reversível. “Em uma pesquisa realizada com 3 mil consumidores nascidos entre 1981 e 2000 – geração chamada de millennials – a Scratch perguntou quais eram as suas 31 marcas preferidas. Nenhuma marca de carro ficou entre as top 10, ficando bem abaixo de empresas como Google e Nike”, diz o artigo. Além disso, 46% dos motoristas de 18 a 24 anos declararam que preferem acesso a Internet a ter um carro, segundo dados da agência Gartner, também citados no texto do NY Times.
O que parece é que os interesses e as preocupações mudaram e as agência de publicidade estão correndo para entendê-los e moldá-los, mais uma vez. Só que, agora, com o poder da informação na ponta dos dedos e o movimento da mudança nos próprios pés fica bem mais difícil acreditar que a nossa liberdade dependa de uma caixa metálica que desagrega e polui a nossa cidade.

Jovens brasileiros preferem transporte público de qualidade

Essa tendência de não-valorização do carro já foi apontada também pelos nossos jovens aqui no Brasil. A pesquisa O Sonho Brasileiro, produzida pela agência de pesquisa Box1824, questionou milhares de millenials sobre sua relação com o país e o que esperavam para o futuro. As respostas, que podem ser acessadas na íntegra no site, mostram entusiasmo e vontade de transformação, especialmente, frente aos desafios sociais e urbanos como falta de educação e integração.
A problemática do transporte público se repete nos comentários dos internautas no site da pesquisa, que mantém o espaço virtual aberto para todos que quiserem deixar sua contribuição de desejo de mudança para o local em que vivem. A maioria das pessoas que opina enxerga o carro como um vilão que polui e tira espaço da cidade e acredita que a solução está em investimento em transporte público de qualidade. Esse é o desejo dos jovens brasileiros que também já mudaram e agora estão sonhando, mas de olhos bem abertos para cuidar do mundo em que vivem.

Relatório expõe fraudes no ECAD

CPI sobre órgão que deveria distribuir direitos autorais encerra trabalhos, constata série de irregularidades e pede criação de órgão público para proteger criadores
Por Beatriz Mendes, na Carta Capital
Foi apresentado na terça-feira (24/3) o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito que investigava desde junho do ano passado a atuação do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), entidade responsável por gerenciar os rendimentos provenientes de execuções públicas de composições nacionais e estrangeiras no Brasil.
No texto, relatado pelo senador Lindbergh Farias (PT-RJ, na foto ao microfone), foram legitimadas as suspeitas que já haviam sido levantadas em público anteriormente pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), presidente da comissão de inquérito. Além de sugerir a criação de um órgão público que fiscalize o Ecad, a CPI determina que a cúpula da instituição e os dirigentes das associações que a compõem sejam alvos de 21 indiciamentos.
Acusações: O foco das denúncias gira em torno de crimes de apropriação indébita de valores, fraude na realização de auditoria, falsidade ideológica, agiotagem, formação de cartel, e enriquecimento ilícito. O órgão também foi acusado de dificultar a integração de novas associações.
De acordo com os senadores, os documentos e depoimentos colhidos pela CPI “revelam, à exaustão, que a Assembleia Geral do Ecad transformou-se em uma confraria de lesa cultura, cujas decisões, tomadas sem critérios e sem transparência, eliminam o elemento negocial na fixação de preços pela utilização dos direitos autorais”.
José Antônio Perdomo Corrêa é o primeiro da lista de indiciados. Ele é superintendente da União Brasileira de Compositores (UBC), a maior associação vinculada ao Ecad. Junto com Roberto Corrêa Mello – o segundo da lista de denúncias e presidente da Abramus, outra associação vinculada ao Ecad -, forma o carro-chefe da entidade.
Além deles, o relatório de Lindbergh pede o indiciamento da superintendente do Ecad, Glória Braga, dos presidentes da Amar (Associação de Músicos, Arranjadores e regentes), Marco Venício Mororó de Andrade, Sbacem (Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música), Denis Lobo, Assim (Associação de Intérpretes e Músicos), Marcel Camargo de Godoy, e Sicam (Sociedade Independente de Compositores e Autores Musicais), Chrysóstomo Pinheiro de Faria, e do diretor administrativo e financeiro da Socinpro (Sociedade Brasileira de Administração e Proteção de Direitos Intelectuais), Jorge de Souza Costa.
Órgão controlador: O relatório deixa claro que o Ecad é um órgão importante para preservar os direitos dos artistas brasileiros. Contudo, a principal questão a ser enfrentada a respeito de sua atual administração é a necessidade de que seja fiscalizado e que adote uma postura de maior transparência. Os membros da comissão defendem a criação de uma Secretaria do Direito Autoral e de um Conselho Nacional dos Direitos Autorais dentro do Ministério da Justiça.
O projeto de lei propõe que todas as questões relacionadas à gestão dos direitos autorais no Brasil deixem de fazer parte do Ministério da Cultura e passem a integrar o Ministério da Justiça. De acordo com o relatório da CPI, a mudança é ideal porque a entidade controladora não deve ser economicamente menos expressiva do que o setor a ser fiscalizado – em 2011, o orçamento do Ecad foi aproximadamente 40 milhões de reais superior ao do MinC. Também acrescenta que é na Justiça que estão a Defesa do Consumidor, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e o combate à pirataria – portanto, julgam que a pasta apresenta a melhor estrutura para fiscalizar a arrecadação e distribuição.
Ainda, relata que a nova estrutura seria gerida de forma tripartida por representantes do poder público, titulares de direitos autorais e membros da sociedade civil, mediando conflitos e fiscalizando as entidades de gestão coletiva de direitos autorais.
Por fim, os senadores também propõem a criação de um portal de transparência, no qual seriam reunidas todas as informações referentes a receitas e despesas das entidades de direito autoral.
Posição do Ecad: No início de abril, Márcio do Val, gerente de Relações Institucionais do Ecad, procurou CartaCapital para dar esclarecimentos sobre as acusações que o órgão vinha sofrendo. Na ocasião, do Val afirmou que a entidade busca a maior transparência possível, mas suas atividades acabam se mostrando um tanto obscuras por conta da complexidade dos processos que as envolve. “As pessoas não entendem a estrutura do Ecad, por isso tendem a achar que não somos suficientemente claros”, afirmou.
O gerente disse que o Escritório de Arrecadação não dificulta a integração de novas associações, apenas cria requisitos que são essenciais  para a unidade dos grupos. “Antigamente pequenas agências por todo o Brasil faziam parte do Ecad, mas isso mais dificultava nosso trabalho do que ajudava. Isso porque essas pessoas que queriam nos representar nem sempre tinham estrutura para fiscalizar a determinada região do País proposta. Eles não conseguiam nos representar adequadamente e era nossa imagem a afetada”.
Quanto à formação de cartel, disse que é impossível permitir que as associações cobrem preços diferentes de direito autoral porque nem sempre a música é composta apenas por uma pessoa. “O compositor, o letrista, o arranjador e quem mais participou do processo de criação deve receber o mesmo valor por execução de determinada canção. Como nem sempre os envolvidos são filiados de uma mesma associação, as entidades precisam cobrar preços iguais”, argumentou.
Minc e Ecad: Márcio do Val também falou a respeito do suposto favorecimento do Ministério da Cultura ao Escritório de Arrecadação. Ele comentou a relação da Diretora de Direitos Intelectuais do Minc, Márcia Regina Barbosa, com o Ecad – ela foi indicada para o cargo por Hidelbrando Pontes, advogado da instituição. “O Ecad tem centenas de advogados, nós não temos contato direto com eles. Essa relação não é verdadeira.”
O relatório da CPI não trata do suposto favorecimento ao Ecad durante a gestão de Ana de Hollanda no Ministério da Cultura. “Quando as acusações foram feitas, a CPI já estava em sua fase final, por isso não investigamos as relações das entidades a fundo”, esclarece Randolfe Rodrigues em entrevista àCartaCapital.
Apesar disso, Ana de Hollanda já havia sido convidada pelo senador para prestar esclarecimentos quanto às acusações feitas à sua administração. Na manhã da terça-feira 24 a ministra falou à Comissão de Educação do Senado. Durante seu discurso, ela defendeu Márcia Regina. “Não há nada que se possa levantar de concreto contra suas atitudes, seus procedimentos. Ela trabalhou no Conselho Nacional do Direito Autoral, assim como o doutor Hildebrando. Se ele defende o Ecad é outra questão”, disse.
A ministra também fez uma apaixonada defesa dos direitos autorais. “Acompanhei as lutas dos anos 60 e 70 de toda a vanguarda cultural a favor do direito à dignidade do artista como profissional e ser humano. Fico assustada quando vejo essa campanha pelo retrocesso. O autor não vive de vento, vive de seu trabalho. Me acusam de ser uma pessoa presa ao passado. Não sou presa ao passado, sou presa aos direitos conquistados com muita dificuldade.”
Por fim, Ana de Hollanda rebateu as acusações feitas pelo blog Farofafá, de que teria favorecido o Ecad através de um parecer técnico enviado ao Ministério Público, depois de pedido do Conselho Administrativo de Defesa Econômica. O novo documento seria antagônico ao emitido por Gilberto Gil durante o governo Lula. “Nós simplesmente respondemos a uma obrigação perante o Ministério Público, que pediu nova manifestação ao MinC. Nosso texto está muito parecido com o anterior, da época do ministro Gil”, defendeu-se.
Para Randolfe Rodrigues, o depoimento da ministra não esclareceu as relações entre as duas organizações. “Ao invés de responder ao argumento e favorecimento ao Ecad, ela preferiu atacar o argumentador.”
O senador acrescentou que se o Minc continuar agindo com atividades opostas às recomendações dadas pela CPI será submetido a investigações. “Por enquanto, julgo que o relatório do senador Lindbergh já um grande avanço para os direitos autorais brasileiros”, concluiu.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

TST concede habeas corpus, e Oscar pode voltar a atuar pelo Inter

De: Terra
Oscar pode retornar a atuar pelo Internacional normalmente. Foto: Edu Andrade/Gazeta Press
Oscar pode retornar a atuar pelo Internacional normalmente
Foto: Edu Andrade/Gazeta Press

O ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Guilherme Caputo Bastos, concedeu habeas corpus em favor do meia Oscar para que ele possa trabalhar onde bem entender. Com isso, o jogador não deve mais voltar ao São Paulo pode retomar suas atividades junto ao Internacional, clube que gostaria de seguir atuando.
"A obrigatoriedade da prestação de serviços a determinado empregador nos remete aos tempos de escravidão e servidão, épocas incompatíveis com a existência do Direito do Trabalho, nas quais não havia a subordinação jurídica daquele que trabalhava, mas sim a sua sujeição pessoal", diz trecho da publicação no site do TST.
Oscar, por determinação da Justiça do Trabalho de São Paulo, foi inscrito na Confederação Brasileira de Futebol como jogador do São Paulo - seu ex-clube de base -, apesar de defender o Inter há algum tempo entre os profissionais e ser, inclusive, titular da equipe principal.
O ministro também disse que, qualquer que seja a decisão na ação entre Oscar e o São Paulo, ela "jamais poderá impor ao trabalhador o dever de empregar sua mão de obra a empregador ou em local que não deseje, sob pena de grave ofensa aos princípios da liberdade e da dignidade da pessoa humana e da autonomia da vontade, em torno dos quais é construído todo o ordenamento jurídico pátrio".
Entenda o caso
Oscar entrou na Justiça contra o São Paulo no final de 2009, alegando atraso de vencimentos e que também teria sido coagido a emancipar-se e assinar um contrato aos 16 anos, quando ainda era menor de idade. Assim, a renovação do vínculo foi desfeita por decisão da juíza Eumara Nogueira Borges Lyra Pimenta, da 40ª Vara do Trabalho de São Paulo, em 14 de junho de 2010, e Oscar pôde transferir-se à equipe colorada.
A Justiça ainda negaria uma liminar do São Paulo no mês de setembro de 2010, mas o clube apelou. O clube paulista só conseguiu uma vitória contundente em 21 de março de 2012, quando decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), do juiz relator Nelson Bueno de Prado, determinou que o contrato do jogador com o clube paulista fosse restabelecido pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e pela Federação Paulista de Futebol (FPF).
No mesmo dia a Federação Gaúcha de Futebol (FGF) notificou o Internacional de que não poderia contar com Oscar tanto na disputa da Copa Libertadores quando no Campeonato Gaúcho. Ele segue sem atuar profissionalmente desde então. Apesar de a Justiça Trabalhista determinar que o meia voltasse ao São Paulo, Oscar seguiu treinando em Porto Alegre.
Em meio ao impasse, o Internacional buscou resolver o caso diretamente com o São Paulo. O clube gaúcho se reuniu com dirigentes paulistas e fez uma proposta pelo meia com valores pouco superiores a R$ 7 milhões, mas o clube do Morumbi recusou a oferta, avisando que aceita somente R$ 17 milhões e que pretende contar com o atleta.
Após dias de indefinição, o TST concedeu nesta quinta-feira (26) um habeas corpus em favor do meia para que ele possa trabalhar onde bem entender. Com isso, o jogador não deve mais voltar ao São Paulo e pode retomar normalmente suas atividades junto ao Internacional, clube pelo qual gostaria de seguir atuando.
Oscar, que pelo Internacional conquistou o título da Copa Libertadores da América de 2010 e a Recopa em 2011, está entre os 52 jogadores convocados por Mano Menezes para a disputa da Olimpíada de Londres com a Seleção Brasileira.

STF decide por unanimidade que sistema de cotas é constitucional

De: Folha.com
O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quinta-feira por unanimidade que o sistema de cotas raciais em universidades é constitucional. O presidente do STF, Carlos Ayres Britto, iniciou seu voto --o último dos ministros-- por volta das 19h30, antecipando que acompanha o voto do relator Ricardo Lewandowski.
O julgamento, que terminou por volta das 20h, tratou de uma ação proposta pelo DEM contra o sistema de cotas da UnB (Universidade de Brasília), que reserva 20% das vagas para autodeclarados negros e pardos.
Ayres Britto disse durante o voto que os erros de uma geração podem ser revistos pela geração seguinte e é isto que está sendo feito.
Em um voto de quase duas horas, o ministro Ricardo Lewandowski afirmou ontem (25) que o sistema de cotas em universidades cria um tratamento desigual com o objetivo de promover, no futuro, a igualdade.
Para ele, a UnB cumpre os requisitos, pois definiu, em 2004, quando o sistema foi implantado, que ele seria revisto em dez anos. "A política de ação afirmativa deve durar o tempo necessário para corrigir as distorções."
Luiz Fux foi o segundo voto a favor das cotas raciais. Segundo Fux, não se trata de discriminação reservar algumas vagas para determinado grupo de pessoas. "É uma classificação racial benigna, que não se compara com a discriminação, pois visa fins sociais louváveis", disse.
A ministra Rosa Weber também seguiu o voto do relator. Para ela, o sistema de cotas visa dar aos negros o acesso à universidade brasileira e, assim, equilibrar as oportunidades sociais.
O quarto voto favorável foi da Ministra Cármen Lúcia, que citou duas histórias pessoais sobre marcas deixadas pela desigualdade na infância.
Em seu voto, o ministro Joaquim Barbosa citou julgamento da Suprema Corte americana que validou o sistema de cotas para negros nos Estados Unidos, ao dizer que o principal argumento que levou àquela decisão foi o seguinte: "Os EUA eram e continuam a ser um país líder no mundo livre, mas seria insustentável manter-se como livre, mantendo uma situação interna como aquela".
Peluso criticou argumentos de que a reserva de vagas fere o princípio da meritocracia. "O mérito é sim um critério justo, mas é justo apenas em relação aos candidatos que tiveram oportunidades idênticas ou pelos menos assemelhadas", disse. "O que as pessoas são e o que elas fazem dependem das oportunidades e das experiências que ela teve para se constituir como pessoa."
O ministro Gilmar Mendes também votou pela constitucionalidade das cotas em universidades, mas fez críticas ao modelo adotado pela UnB. Ele argumentou que tal sistema, que reserva 20% das vagas para autodeclarados negros e pardos, pode gerar "distorções e perversões".
Celso de Mello disse, durante seu voto, que ações afirmativas estão em conformidade com Constituição e com Declarações Internacionais subscritas pelo Brasil.
Marco Aurélio Mello também seguiu o relator e votou pela constitucionalidade do sistema de cotas. Dias Toffoli não participou do julgamento por ter dado um parecer no processo quando era da Advocacia-Geral da União.

E o Oscar vai para...


A situação envolvendo o jogador de futebol Oscar equivale à conhecida prática da escravidão por dívida, legalizada no Brasil no período da imigração européia, quando se considerava crime o fato do imigrante deixar, ou, mais propriamente, fugir da fazenda antes de pagar a dívida que tinha com o dono da fazenda. O caso do Oscar é ainda mais grave porque mesmo que este proponha pagar a dívida, o seu “dono” não o quer libertar. Essa analogia é pertinente até para refletir sobre o fato de que as relações de trabalho no futebol ainda guardam muito da lógica escravagista. O artigo é de Jorge Luiz Souto Maior.

A conhecida frase acima virou tradição no maior evento do cinema. O Oscar, de fato, é uma estatueta, uma coisa, que simboliza a premiação do trabalho realizado em nome da arte cinematográfica.
O que estamos presenciando no debate entre o São Paulo e o Internacional, no entanto, é uma inversão plena de valores. De fato, o homem, o Oscar, foi transformado, ele próprio, na coisa, na estatueta, que será entregue a um dos dois clubes não como reconhecimento de um trabalho realizado, mas para satisfação de um interesse econômico, fixado em um contrato.
Imaginemos a cena: o representante de um dos clubes fazendo o gesto de levantar, orgulhoso, a estatueta, o Oscar, e agradecendo, na seqüência, aos advogados e juízes, que souberam decifrar as cláusulas do contrato.
Sem entrar nos meandros dos termos contratuais, sem me posicionar, portanto, quanto a quem tem, ou não, razão nesta contenda, o que me parece inegável é que, de modo algum, essa discussão jurídico-formal pode conduzir ao efeito que ora se verifica de uma pessoa ser tratada como posse de alguém, e, pior, como uma coisa, um troféu que se possa erguer e, com isso, ser impedida de exercer um direito fundamental, que é o direito ao trabalho.
Em concreto, juridicamente falando, visualizando o Direito na perspectiva da proteção da condição humana, uma questão patrimonial, fixada em um contrato, não pode se constituir como fundamento para impedir o pleno exercício de um direito fundamental, que está ligado, inclusive, à noção básica da liberdade.
A consideração jurídica de que o Oscar “pertence” ao São Paulo, ou ao Internacional, é, portanto, totalmente ineficaz no aspecto da limitação do direito ao trabalho. Não é possível, por exemplo, que um Oficial de Justiça, por ordem judicial, pegue o Oscar e o conduza, à força, até um local determinado e o obrigue a treinar e a jogar. Do mesmo modo, não é possível que o efeito contratual, patrimonial, mesmo sem o necessário adimplemento, impeça alguém de exercer a sua liberdade.
Sem exagero, a situação equivale à conhecida prática da escravidão por dívida, que fora, até, legalizada no Brasil no período da imigração européia, quando se considerava crime o fato do imigrante deixar, ou, mais propriamente, fugir da fazenda antes de pagar a dívida que tinha com o dono da fazenda, sendo que a dívida em questão advinha do custeio da própria imigração e, depois, do valor devido pelo alojamento e pela alimentação concedidos na fazenda, sendo que o valor pago pelo trabalho era sempre menor que o montante da dívida que crescia diariamente.
O caso do Oscar é ainda mais grave porque mesmo que este proponha pagar a dívida, o seu “dono” não o quer libertar...
Essa analogia é pertinente até para refletir sobre o fato de que as relações de trabalho no futebol ainda guardam muito da lógica escravagista, na qual o trabalhador (o jogador) é dito como um patrimônio de seu dono (o clube), o qual se vê, inclusive, legitimado para exigir condutas, modos de agir e até de pensar por parte do jogador, chegando a interferir no seu direito de manifestação, atingindo, quase que por completo, a sua vida privada.
Os negócios no futebol, porque envolvem muito dinheiro, cegam as pessoas, gerando deturpações valorativas muito graves, a ponto do jogador ser entendido como o objeto do contrato que se realiza por terceiros interessados (os clubes) e não como sujeito.
Não é possível, repito, impedir alguém de exercer um direito fundamental sob o argumento de que há um direito patrimonial pendente.
No caso concreto, a solução só pode ser pensada a partir da vontade do jogador, conferindo-lhe a necessária liberdade para exercer seu direito fundamental de trabalhar, de praticar seu ofício, de se conceber, enfim, como um autêntico ser humano, o que não representa negligenciar as eventuais repercussões patrimoniais (que não me proponho a analisar neste texto) que possam advir de seu ato, mas que, mesmo sem solução, repito, não constituem empecilho à efetividade dos Direitos Humanos.
Em suma: o Oscar, a estatueta, vai para quem a Academia considerar que o mereça. O Oscar, o cidadão, vai para onde ele quiser!

(*) Graduação em Direito pela Faculdade de Direito Sul de Minas (1986), Mestrado (1995) e Doutorado (1997) em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Pesquisa, em nível de pós-doutorado, realizada na França em 2001, financiada pela CAPES, sob orientação do Prof. Jean-Claude Javillier, professor da Universidade de Paris-II. Atualmente é professor livre docente da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito do Trabalho, atuando principalmente nos seguintes temas: Direito do Trabalho, Teoria Geral do Direito do Trabalho, História do Direito do Trabalho, Direitos Humanos, Processo do Trabalho e Justiça do Trabalho.

Estudo relaciona abusos na infância e esquizofrenia

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por Enio Rodrigo, do O que eu tenho
Uma pesquisa publicada recentemente no periódico Schizophrenia Bulletin aponta que abusos sexuais, físicos e emocionais, assim como o bullying sofrido na escola e a negligência por parte dos pais durante a fase de desenvolvimento infantil aumentam em até três vezes o risco do desenvolvimento da esquizofrenia e eventos psicóticos na idade adulta.
O estudo, noticiado pelo jornal The Guardian, chegou a essa conclusão após analisar os dados de mais de 80 mil pessoas no Reino Unido e compará-los com os resultados de testes feitos com indivíduos que não sofreram qualquer tipo de abuso físico ou psicológico na infância.
De acordo com o jornal inglês, os resultados se somam aos de diversas outras pesquisas que relacionam maus tratos e abusos na infância com o aparecimento ou o aumento do risco para diversos transtornos mentais, incluindo depressão, transtornos de personalidade e ansiedade.
O responsável pelo estudo, Richard Bentall, pesquisador da Universidade de Liverpool, demonstrou que, no caso do desenvolvimento de psicose, esses riscos – quando comparados a crianças com uma infância saudável – são até 50% maiores. No caso da esquizofrenia (transtorno que atinge entre 1% e 3% da população mundial) estes riscos são até três vezes maior.
Metanálise de mais de 30 anos de estudos
Os resultados da equipe de Bentall vieram de uma metanálise – revisão de diversos outros estudos anteriores – de 36 pesquisas sobre maus tratos infantis (incluindo abusos sexuais, físicos, emocionais, impacto da morte dos pais, bullying e negligência por parte dos pais) realizados nos últimos 30 anos.
Crianças que sofreram mais de um tipo de abuso tinham o risco aumentado ainda mais. De acordo com o pesquisador, pessoas que tiveram traumas intensos e de diversos tipos durante suas vidas, apontaram os estudos, tiveram os riscos aumentados em até 50 vezes para psicose na idade adulta.
“Não há fatores genéticos que possam ser tão devastadores, em termos de efeitos na saúde mental, quanto esses que obervamos e os efeitos foram observados em diversos estudos diferentes, então é um problema bastante claro”, afirma Bentall.
Os mecanismos por trás da relação entre maus tratos infantis e esquizofrenia, entretanto, ainda não são claros. Uma hipótese, apontada por pesquisadores da Universidade de Harvard, indica mudanças na estrutura cerebral.
“É possível que essas mudanças no cérebro observada nos pacientes possa ser resultado de suas experiências de vida”, indica Bentall. “Mas ainda não sabemos se esse é o caso.”
“Estas conclusões trágicas podem nos ajudar a desenvolver novas soluções [para esses transtornos mentais]. Se entendermos como estas adversidades enfrentadas na infância influenciam o risco para trantornos psicóticos, nós renovaremos as esperanças para o desenvolvimento de intervenções visando a prevenção e o tratamento destes transtornos mentais”, aponta Andrea Danese, pesquisadora do Instituto de Psicologia da Universidade de Liverpool, o mesmo de Bentall.
* Publicado originalmente no site O que eu tenho.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Morreu o Dicró!





Dicró era politicamente incorreto, mas era muito engraçado. Fazia samba de verdade, com temáticas do dia-a-dia da população das classes C e D. Era uma espécie de Bezerra da Silva carioca.  
Saiba mais sobre Carlos Roberto de Oliveira, o Dicró, no Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira

25 de abril: Revolução dos Cravos comemora 40 anos

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terça-feira, 24 de abril de 2012

O que é possível esperar dos socialistas franceses?


As propostas de François Hollande são modestas e precisas. Não há um enunciado revolucionário nem de ruptura total. O que há, ao invés disso, é um bom senso regulador. A esquerda mais ardente achará que é muito pouco, que os estragos do liberalismo merece outra resposta. Outros dirão que o próprio fato de poder falar e a existência de medidas detalhadas em um programa é um grande passo. Até onde pode ir o socialismo francês? O artigo é de Eduardo Febbro.

Paris - Socialdemocracia e mercado...uma dupla que já foi antagônica, tornou-se depois aliada e agora está à beira de um divórcio anunciado. Mito, manipulação ou verdade ? A perspectiva anunciada pelas pesquisas de opinião de uma vitória do candidato socialista François Hollande nas eleições presidenciais francesas coloca a interrogação sobre a relação entre socialdemocratas e mercados após dez anos ininterruptos de governos liberal conservadores.

No ato de lançamento de sua candidatura, François Hollande pronunciou uma frase que ninguém esperava, uma espécie de machadinha de guerra cravada no coração do do liberalismo predador : « meu adversário, meu verdadeiro adversário, não tem nome, rosto ou partido. Nunca apresentará sua candidatura e, por conseguinte, não sairá eleito. No entanto, esse adversário governa. Esse adversário é o mundo das finanças.

Há muitos anos que o socialismo europeu não recorria ao seu fundo de valores históricos. Em resposta a isso, a direita francesa, com seu candidato à frente, Nicolas Sarkozy, saiu a contar a história do lobo : se os socialistas ganharem, haverá « caos », os mercados se lançarão contra o país com « ataques especulativos » e a França terminará « de joelhos’. Com esses anúncios escatológicos, os liberais procuraram ressuscitar os medos que se apoderaram dos mercados no dia seguinte à vitória do falecido presidente socialista François Miterrand, em maio de 1981. Afuguentados pelo famoso « programa comum » da esquerda, os capitais correram apavorados e a bolsa de Paris perdeu em quatro dias 17,1% de seu valor.

MP quer retirar 1.500 outdoors instalados irregularmente nas ruas de Porto Alegre

Lucas Azevedo  Do UOL, em Porto Alegre
O Ministério Público do Rio Grande do Sul está dando andamento a um inquérito que investiga a colocação irregular de 1.500 outdoors em Porto Alegre. A promotoria está colhendo provas e laudos técnicos para encaminhar uma ação que obrigue o cumprimento de uma lei municipal de 1999.
Conforme a promotora de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre, Ana Marchesan, o objetivo é que todos os painéis com licença provisória ou sem licença sejam retirados. “O foco da ação, que deve sair em um mês, não é o risco de desabamento dessas estruturas, mas a poluição visual na cidade. A presença por si só de um outdoor já é uma poluição. Mas há situações graves de contrariedade com a legislação.”
Em Porto Alegre existem painéis, em frente a matas e bosques, que interferem no visual da arquitetura de prédios. Outros chegam a atrapalhar o trânsito. “Temos o exemplo de um outdoor iluminado, instalado em um dos principais cruzamentos da cidade, que causa risco a pedestres e motoristas”, disse Ana.
Conforme a promotora, o MP busca a retirada dos ilegais, mas que sejam conservados os que estão de acordo com a legislação e com licença dos órgãos ambientais emitidas de acordo com a lei. Exemplos de legislação que controla os outdoors é a Lei Cidade Limpa, de 2007, em São Paulo.

Crise incentiva tráfico de tesouro arqueológicos gregos


Por provável encomenda de colecionadores milionários, crescem roubos de peças históricas. “Quando Estado e suas estruturas desmoronam, traficantes exploram a situação com rapidez”, explica jornalista 
Por Apostoli Fotiadis, na Envolverde/IPS

As vitrines quebradas do Museu Arqueológico da cidade grega de Olímpia, onde há milhares de anos aconteceram os primeiros Jogos Olímpicos, deixaram atônito o pessoal do Serviço Arqueológico, que vem registrando o desaparecimento de várias relíquias. Segundo a presidente da Associação de Arqueólogos Gregos, Despina Koutsoumpa, já despareceram do museu tesouros dos períodos Clássico, Helênico e Bizantino, incluído “um anel de ouro gravado, esculturas de cobre do Século 7 antes de Cristo, moedas e vasilhas de argila”.
Os furtos de fevereiro na Galeria Nacional e na Municipal, bem como o roubo à mão armada no Museu de Olímpia no dia 5 de março revelam a escassa proteção do patrimônio cultural neste país, que piorou com a aplicação das medidas de austeridade que reduziram todos os orçamentos dos serviços públicos nacionais.
Para piorar, o Ministério da Cultura cortou em 20% os fundos para a segurança dos museus. E, segundo uma nova lei, o governo reduzirá o pessoal da própria pasta entre 30% e 50%. Além disso, a lei prevê integrar várias repartições dos serviços arqueológicos em uma só para “reduzir gastos”, o que deixa descoberto setores que precisam de proteção específica, devido ao drástico ajuste orçamentário que prejudica todos os setores da sociedade.
A Associação de Arqueólogos se mobilizou contra as medidas e expôs estes problemas em uma entrevista coletiva em março que atraiu grande atenção internacional. De fato, a entidade ainda recebe mensagens de solidariedade de todas as partes do mundo. Na verdade, o serviço arqueológico nunca contou com um orçamento adequado, disse Koutsoumpa. “O ministério nunca recebeu mais do que um por cento do orçamento nacional e sempre sofreu com falta de pessoal. Mais de 60% do dinheiro, viesse do orçamento ou de fundos europeus, eram destinados aos salários”, afirmou à IPS.
Atualmente, 66 departamentos de antiguidades do país administram o trabalho e a proteção do patrimônio grego, incluídas autorizações para usar terrenos onde se acredita haver tesourosantiquíssimos enterrados; organização e gestão dos sítios e museus arqueológicos; escavações e prospecções, bem como outras pesquisas científicas.
O Ministério de Cultura e Turismo conta com sete mil funcionários, entre eles 950 arqueólogos e dois mil vigias diurnos e noturnos. Todos os anos ingressam 3.500 pessoas com contrato por tempo determinado. Mas em novembro de 2011, 10% do pessoal da pasta, os de maior trajetória e co mais de 33 anos de experiência, tiveram que se aposentar dentro de um plano para reduzir a quantidade de funcionários públicos. As novas reduções deixarão o ministério sem capacidade para cumprir nem mesmo suas funções básicas.
Há décadas os empregados do Serviço Arqueológico têm baixos salários. O salário líquido de um profissional oscilava, em 2009, entre o equivalente a US$ 1.150, para os recém-contratados, e US$ 2.027 para quem tinham mais de 35 anos de experiência. Este ano, um arqueólogo que entra recebe US$ 876, sem contar impostos e contribuições sociais, o que representa “uma queda de 35%”, detalhou Koutsoumpa. No ano passado, o orçamento do Serviço Arqueológico foi de 12 milhões de euros (cerca de US$ 15 milhões), 35% menos do que em 2010, e ainda pode sofrer cortes mais severos este ano.
Além de oferecer proteção, este serviço é responsável por 210 museus com coleções pré-históricas, antiguidades clássicas e bizantinas; 250 sítios arqueológicos organizados e 19 mil monumentos históricos. Também gerencia 366 projetos com fundos da União Europeia com orçamento equivalente a US$ 651 milhões. Na medida em que diminui a capacidade do ministério para cumprir seu mandato de proteger os sítios arqueológicos antigos, também o faz o futuro de vários projetos de conservação.
O jornalista Nikolas Zirganos, conhecido por suas pesquisas em matéria de comércio ilegal de antiguidades, explicou à IPS que a queda do gasto público prepara o caminho para o florescimento do tráfico. Suas investigações permitiram repatriar uma coroa de ouro da Macedônia que chegara ao Museu J. Paul Getty, de Los Angeles, na Califórnia (Estados Unidos).
“Os mecanismos do crime organizado são sensíveis e reagem mais rápido do que as autoridades. Quando um Estado e suas estruturas desmoronam, como ocorreu no Iraque, Afeganistão, na hoje extinta União Soviética, os traficantes exploram a situação com rapidez. Em momentos de crises sociais e políticas, esses países sofreram graves perdas do patrimônio cultural”, destacou Zirganos.
O Ministério da Cultura tentou minimizar os roubos, caracterizando-os como episódios isolados, mas para Zirganos não é assim. “Duvido que uma pessoa roube um museu, leve antiguidades famosas que estão registradas e tende vendê-las no mercado ilegal”, afirmou. Essas ações “costumam ter origem em ordens de certos colecionadores ricos da Europa ocidental e dos Estados Unidos”, acrescentou o jornalista.
Também houve aumento nas escavações ilegais nos últimos anos, mas a quantidade de policiais destinados a combater o tráfico de antiguidades é limitada, ponderou Zirganos. “O departamento de polícia responsável pelo comércio ilegal de antiguidades está comprometido com sua tarefa, mas é uma piada pensar que 40 pessoas podem deter uma onda de tráfico organizado”, ressaltou.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Alegria, hoje é o "Dia do Choro"



Dia do nascimento de Pixinguinha, 23/04 é o "Dia do Choro". Pixinguinha, junto com Villa Lobos, foi um gênio da música mundial nascido no Brasil.
Carinhoso, cuja melodia é de Pixinguinha, com letra colocada posteriormente por Braguinha, é uma das músicas mais conhecidas e cantadas pelos brasileiros, resiste ao tempo mostrando que uma obra arte pode ser simples e popular e de qualidade.
Saiba mais consultando o Dicionário Cravo Albin de Música Popular Brasileira.
E, para não perder o costume, segue "Carinhoso" na interpretação de Marisa Monte e Paulinho da Viola, dois gigantes contemporâneos da nossa música.


Lâmpada que dura 20 anos e custa US$ 60 chega às lojas nos EUA

De: BBC
Lâmpada LED da Philips
Lâmpada LED da Philips venceu concurso em busca de tecnologia mais eficiente
Uma lâmpada que dura 20 anos e custa US$ 60 (cerca de R$ 110) começou a ser vendida nos Estados Unidos nesta semana.
O produto é fabricado pela multinacional Philips, que substituiu os tradicionais filamentos por diodos emissores de luz (LED, em inglês).
A tecnologia LED aumenta a vida útil das lâmpadas, mas também encarece a mercadoria. A Philips está oferecendo descontos a algumas lojas, para tentar popularizar o produto.
Com descontos, a lâmpada especial pode custar até US$ 20 (cerca de R$ 35). Os fabricantes argumentam que apesar do alto custo, a lâmpada pode trazer economias no longo prazo, já que consome menos energia elétrica para funcionar.

Eficiência energética

O produto venceu a competição Bright Tomorrow ("Amanhã brilhante", em português), promovida pelo ministério de Energia do governo americano, voltado para busca de alternativas mais eficientes à lâmpada comum, de 60 watts, com menor consumo de energia.
A Philips foi a única empresa que participou da competição. O seu produto passou por 18 meses de teste, até ser considerada vencedora.
Uma versão um pouco mais barata, porém menos eficiente, da lâmpada de LED da Philips já é vendida nos Estados Unidos e na Europa.
A principal concorrente das lâmpadas LED são as fluorescentes, que são quase tão eficientes, mas custam bem menos.
Governos de diversos países estão tentando incentivar a compra de lâmpadas eficientes, e acabar com a produção das incandescentes, com filamentos e alto consumo de energia.
As lâmpadas de 100 watts não são mais produzidas nos Estados Unidos e na Europa. As de 60 watts não são mais vendidas na Europa, e estão sendo abandonadas nos Estados Unidos. Até 2014, o governo americano pretende proibir a produção de lâmpadas de 40 watts.