sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Muhammad Ali

Não gosto de lutas, mas Muhamad Ali é um caso à parte.

Maria do Rosário: Comissão da Verdade será definida até junho

Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Rachel Duarte, em Sul21

A ministra brasileira dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, informou nesta sexta-feira (20) que a Comissão Nacional da Verdade será instalada até junho. “É complexa a escolha dos integrantes, mas vamos montar o núcleo de trabalho e definir os nomes ainda no primeiro semestre”, afirmou, em entrevista à rádio da rádio estatal EBC. A ministra revelou que ao longo de 2011 observatórios foram instituídos nas universidades e comitês autônomos foram criados com incentivo do governo. “Todos irão repassar informações para a Comissão da Verdade”, explicou.
Sobre as críticas a lei brasileira que irá resgatar a memória do período da ditadura militar, Maria do Rosário respondeu dizendo que comparar o Brasil à Argentina ou outros países que já tem Comissão da Verdade é reduzir a complexidade do tema. “O tempo e a memória são diferentes nos países. No Brasil, temos um problema crônico e amplo no que se refere à memória. Por exemplo, qual a memória do período escravista que temos hoje? Fomos o último país a abolir a escravatura e o racismo ainda é muito presente”, defendeu.
A ministra disse que os movimentos de direitos humanos e familiares de vítimas da ditadura exercem o direito de reivindicar por justiça de forma livre no governo Dilma. “O governo não se dirige aos movimentos ou familiares pedindo que eles revejam sua posição de se manifestar”, falou.

FST 2012
A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário estará na programação do Fórum Social Temático 2012, de 24 a 29 de janeiro. Ela participará do debate com Emir Sader e Boaventura de Souza sobre Direitos humanos, justiça, lutas, memórias , no dia 27 de janeiro, no auditório da Reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). “Vamos posicionar a agenda dos Direitos Humanos no evento. O tema tem que estar relacionado ao debate sobre a economia mundial. Quem paga a conta do desenvolvimento? O Brasil e alguns países da América Latina fizeram mudanças no cenário internacional neste sentido. Recuperamos o papel do estado e investimos em políticas públicas para inclusão social para desenvolver o país”, explica.
Maria do Rosário também estará presente no Conexões Globais 2.0, onde participa direto da Casa de Cultura Mário Quintana, no Centro de Porto Alegre, da webconferência sobre A internet como Direito Humano, com o juiz Javier de La Cueva, que estará em Madri (Espanha). “Preciamos tratar da violação dos direitos humanos que também ocorrem na rede. Queremos debater como conjugar a liberdade de comunicação e informação das ferramentas livres com responsabilidade de não sermos liberais à violação. Muitas vezes entramos em choque com a legislação de outros países, que estabelecem contradições ou sobrepõem nossas leis. Precisamos encontrar mecanismos de regulação para isso”, defendeu.

Guilherme Fiúza fará filme sobre a vida de Narcisa Tamborindeguy!!!

Poe Leonardo Torres, em Pipocamoderna

A socialite carioca Narcisa Tamborindeguy, estrela do reality show “Mulheres Ricas”, que estreou nesta segunda (2/1) na Band, está preparando um filme sobre sua própria vida. Intitulado “Meu Nome Não É Narcisa”, o projeto deve sair do papel neste ano.
A trama contará a história da polêmica Narcisa, que nasceu em berço de ouro e foi criada nos corredores do hotel Copacabana Palace. O roteiro será escrito pelo namorado Guilherme Fiúza, autor de “Meu Nome Não é Johnny”, com quem ela pretende se casar ainda em 2012.
Em entrevista ao site da revista Veja, a socialite adiantou que sua cinebiografia trará também um pouco de ficção. “Vim ao mundo para mostrar que a vida é bela, que as pessoa precisam ter fé e esperança. Dinheiro é importante, mas não é tudo, é apenas um meio para realizar os seus sonhos”, ela declarou.

FGF começa a formar bancada da bola gaúcha

Em 2008, Haroldo de Souza e Brasinha defenderam
com unhas e dentes projetos que alteravam o Plano Diretor
 para beneficiar a Dupla Gre-Nal | Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA
Felipe Prestes, em Sul21
O termo “bancada da bola” ficou consagrado para apontar os deputados federais e senadores que receberam doações de campanha da CBF e defendem os interesses da entidade no Congresso. De 2008 para cá, a Federação Gaúcha de Futebol tem trazido ao Rio Grande do Sul a ideia de doação de dinheiro para campanhas eleitorais. Em 2008, os vereadores de Porto Alegre Haroldo de Souza (PMDB) e Alceu Brasinha (PTB) receberam R$ 15 mil cada. O candidato a vereador em Canoas, não eleito, Martin Ingo Ahlert (PMDB) recebeu R$ 1,5 mil. Em 2010, o candidato a deputado federal Matteo Chiarelli (DEM) recebeu R$ 10 mil e também não se elegeu.
O Sul21 não conseguiu apurar com que objetivos a FGF fez doações de campanha e que critérios seguiu para a escolha dos candidatos. Isto porque seu presidente, Francisco Novelletto, se negou a conversar sobre o tema. Por meio de sua assessoria, ele disse estar muito ocupado com o início do Campeonato Gaúcho e que talvez em cerca de duas semanas possa falar sobre o assunto.

Prescrição de crimes é garantia do cidadão contra lentidão da Justiça, diz secretário


Brasília – Apesar da grande quantidade de crimes que prescrevem na Justiça brasileira, a delimitação de prazos para a aplicação de punições é uma garantia do cidadão que deve ser mantida, disse o novo secretário de Reforma do Judiciário, Flávio Caetanto, que tomou posse nesta semana. Ele acredita que é a Justiça que deve se adaptar aos prazos prescricionais, respondendo aos processos com mais agilidade, e não o contrário.
“A prescrição é o reconhecimento da morosidade do processo, por isso ela não pode acabar. A pessoa não pode ficar com a espada na cabeça a vida toda esperando um julgamento. Podemos até discutir se aumentamos a prescrição, mas ela não pode acabar”, acrescentou o secretário em entrevista à Agência Brasil, ao comentar a possibilidade de prescrições em processos complicados que correm na Justiça, como o do mensalão.
A ação penal que apura se houve pagamento de propina do Executivo a parlamentares tramita há mais de quatro anos no Supremo Tribunal Federal (STF). Em tese, algumas penas menores, como a condenação mínima do crime de formação de quadrilha, já podem ter prescrito em agosto do ano passado.  
De acordo com Caetano, a agilidade na resposta da Justiça e a segurança jurídica das decisões são hoje a maior preocupação do Executivo em relação ao Judiciário. “O Brasil que quer ser a quinta economia do mundo, tem que ter uma Justiça que funcione à altura, com respostas rápidas ao cidadão e com segurança jurídica”, acrescentou.
A secretaria prepara uma análise detalhada dos modelos propostos no Brasil e das experiências internacionais no combate à morosidade na Justiça. Uma das ideias, do presidente do STF, Cezar Peluso, é a aprovação de uma emenda à Constituição para que as decisões dos tribunais locais sejam cumpridas independentemente dos recursos às cortes superiores.
Perguntado sobre a proposta de Peluso, Caetano sinalizou que não há unanimidade no Executivo. “A PEC [Proposta de Emenda à Constiuição] é boa como ideia, mas é preciso observar o devido processo legal, a presunção de inocência e o direito de defesa”. A PEC deveria ser o carro-chefe da terceira edição do Pacto Republicano, que estava sendo negociado entre os Três Poderes no ano passado mas que ainda não saiu do papel.

O secretário informou que o Ministério da Justiça acompanha de perto as reformas dos códigos de Processo Penal e Civil para tentar diminuir o número de incidentes que atrasam o processo. “A reforma do Judiciário de 2004 deu alguns resultados, teve a súmula vinculante, teve a repercussão geral, mas isso lá nos tribunais superiores. Agora é hora de pensar no juiz de primeira instância”.
Edição: Graça Adjuto

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Rafinha condenado


Rafinha condenado
Foto: DIVULGAÇÃO


Humorista terá que indenizar Wanessa Camargo e seu filho por danos morais por ter dito que “comeria ela e o bebê”; leia em 247 reportagem exclusiva de Claudio Julio Tognolli

Claudio Julio Tognolli _247 -
Lance jurídico final: a pendenga entre o apresentador Rafinha Bastos e o casal Wanessa Camargo e Marcus Buaiz chegou ao fim. Rafinha foi condenado a pagar indenização por dano moral à cantora Wanessa Camargo. O juiz Luiz Beethoven Giffoni Ferreira, da 18ª Vara Cível de São Paulo, julgou procedente a ação proposta pelo empresário Marcus Buaiz, marido da cantora. Rafinha pode recorrer.
O advogado Manuel Alceu Affonso Ferreira, em seu pedido ao juiz, o alegou que a liberdade de expressão artística não abriga o humor lesivo ao patrimônio moral de terceiros, conforme a Constituição.
A situação de Rafinha Bastos se agravou, segundo os advogados do casal, porque ele não se retratou. Segundo a petição, era esperado que ele refletisse sobre o caso e considerasse a repercussão negativa que suas declarações tiveram para pedir desculpa, "ou, no mínimo, buscando suavizar a aleivosia assacada, anunciasse a ausência de intuito ofensivo naquilo que dissera".
O juiz Luiz Ferreira esatabeleceu que “com essas considerações, que hei por bastantes e suficientes, atento ao mais dos autos, JULGO PROCEDENTE a ação para CONDENAR a Requerida a pagar ao A. a importância suso fixada, a título de reparação pelo dano moral sofrido, com juros da data do fato e correção monetária a contar desta data, até o efetivo pagamento, pagando ainda as custas e a honorária de 15% sobre o débito final”.
O Ministério Público do Estado de São Paulo chegou a dizer que o feto do casal, atacado pelo comediante, constitui-se, sim, em pessoa capaz de ser juridicamente ofendida – e, portanto, defendida. A postura da Promotoria foi diametralmente oposta à da juíza do caso, o que gera fagulhas impensadas pela defesa de Rafinha. A indenização fixada para o feto é de R$ 2.028,13.
A cantora Wanessa Camargo e seu marido, Marcus Buaiz, ajuizaram duas ações -- uma cível e outra criminal -- por se sentirem ofendidos por comentário de Rafinha Bastos durante programa CQC, em setembro. Na ocasião, quando o apresentador Marcelo Tas mencionou que Wanessa Camargo estava uma gracinha grávida Rafinha Bastos replicou: "Eu comeria ela e o bebê".
A piada, imprecisamente acima do tom, levou ao desligamento de Rafinha do CQC. O casal querelante é defendido por um dos maiores advogados do país, Manuel Alceu Affonso Ferreira. Tido e havido como o maior especialista em mídia do Brasil, Affonso Ferreira é o decano advogado do matutino O Estado de S. Paulo.
Em 4 de novembro passado, a Justiça paulista excluiu o filho de Wanessa Camargo, que deverá nascer no final do ano, da queixa crime apresentada pela cantora e seu marido contra o apresentador Rafinha Bastos. A decisão foi da juíza Juliana Guelfi, da 14ª Vara Criminal da Capital que se deu por incompetente para apreciar o caso.
Segundo a juíza, o objeto da proteção no crime de injúria é a honra subjetiva, isto é, a pretensão de respeito à dignidade humana, representada pelo sentimento ou concepção que temos a nosso respeito.
“O nascituro não pode ser sujeito passivo de injúria, analisando-se que, no caso, não tem a mínima capacidade psicológica de entender os termos e o grau da ofensa à sua dignidade e decoro", escreveu a juíza. Com a exclusão da criança que vai nascer, e sendo tipo penal de menor potencial ofensivo, a magistrada entendeu que era incompetente para julgar o caso e o remetendo ao Juizado Especial Criminal (JECRIM). A defesa de Rafinha vinha defendendo a mesma tese: de que feto não constitui personalidade jurídica.
Mas agora o caso tem uma reviravolta. Uma manifestação do Ministério Público, de seis páginas, obtida com exclusividade pelo Brasil247, e assinada pela promotora Rita Assumpção, contradiz a visão da juíza. “O Ministério Público intervém no feito em razão da presença do nascituro no pólo ativo da ação... Com efeito, ainda que não seja detentor de personalidade jurídica, os direitos do nascituro foram assegurados no atual Código Civil...vale dizer que devem-lhe ser assegurados o respeito e a observância aos seus direitos da personalidade, eis que se trata de pessoa em formação. Daí porque, considerando ofendida a sua honra por terceiros, podem os genitores ingressar em juízo, a ele representando, visando à obtenção da reparação por danos morais", relata a Promotoria.
A promotora do caso também chamou para depor os comediantes Marcelo Tas e e Marco Luque.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O que Fortunati aprendeu com o PT

Vice-Prefeito por duas vezes e, agora, alçado à Prefeito com a renúncia de Fogaça, José Fortunati é candidato à prefeitura de Porto Alegre. Dessa vez quer ser eleito por pessoas que sabem que ele é candidato.
Faz tempo que Fortunati espera essa oportunidade. No PT não teve jeito, no PDT ele esperou, mas, finalmente, chegou a sua vez. Na minha sempre modesta opinião, é o candidato mais forte entre as três candidaturas viáveis à Prefeitura Municipal (Villaverde e Manuela são as outras).
Os vinte anos em que Fortunati esteve no PT ensinaram bastante ao ex-líder sindical. Observo três coisas que Fortunati aprendeu no PT: defende-se atacando; politiza os debates mais singelos e faz o contato direto com a população. No episódio da ciclovia sob a rede da CEEE, criticada por Beto Albuquerque, respondeu com rispidez; diante da interdição da Usina do Gasômetro e do Sambódromo por falta de plano contra incêndio, Fortunati exibiu uma lista com prédios públicos que não possuem o tal plano e continuam funcionando sem que o Ministério Público os interdite, o que caracterizaria uma perseguição contra sua gestão. Ao constatar o incêndio dos containers de lixo orgânico, Fortunati não aceitou a explicação de que fosse mais um ato de vandalismo. Para o Prefeito, tratava-se de uma reação de quem se sentou prejudicado pela mudança no modelo. Na greve dos profissionais da área de saúde, Fortunati denunciou a tentativa de boicote ao atendimento da população e não cumprimento de horário, que se tornaria obrigatório com a instalação do ponto eletrônico. Por fim, diferente da omissão continuada de Fogaça, Fortunati está sempre presente nas ações de governo. O prefeito busca o máximo de exposição vinculando-se, obviamente, a obras e pontos positivos de sai gestão (sempre há pontos positivos em qualquer gestão). Essas características tornam Fortunati um candidato forte, como costumam ser os candidatos governistas. Fortunati aprendeu com o PT. O PT saberá enfrentar Fortunati?

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Por trás de Yoani Sánchez

Suspeitas em torno da movimentação da blogueira cubana às vésperas da ida de Dilma a Havana

Hélio Doyle, em Rio 247

Com a aproximação da viagem da presidente Dilma Rousseff a Havana, volta à cena a blogueira Yoani Sánchez, hoje a mais conhecida opositora da revolução vitoriosa em 1959 e do sistema socialista que vigora em Cuba desde 1961. Yoani, ao contrário de outros opositores residentes em Cuba, não lidera um grupo político, mas dispõe de um blog que é traduzido em 18 línguas. Ela gravou um vídeo pedindo à presidente Dilma que interceda para que o governo cubano lhe dê autorização para vir ao Brasil. E o senador petista Eduardo Suplicy tem feito gestões públicas para a blogueira possa vir à Bahia para o lançamento de um documentário em que é personagem.
No Itamaraty, não oficialmente, há a suspeita de que a movimentação em torno da vinda de Yoani está sendo feita por setores interessados em prejudicar a visita de Dilma a Raúl Castro, colocando-se na pauta da mídia um tema político que possa constranger os cubanos e reduzir o impacto dos pontos econômicos e comerciais da viagem. E Suplicy faz seu papel porque quer aparecer na mídia. É possível, pois qualquer um que conhece o jeito cubano de enfrentar situações adversas sabe que esse tipo de pressão é o mais contraproducente possível caso o objetivo fosse realmente trazer Yoani à Bahia.
Para o governo cubano, Yoani, jovem, bonita e fluente, é sustentada financeiramente pelos Estados Unidos para ser a mais influente opositora do regime, utilizando-se das redes sociais para disseminar pelo mundo posições contrárias ao regime – embora, em Cuba, sua repercussão seja quase nula. Uma das maneiras de remunerá-la, segundo os cubanos, é a concessão de prêmios patrocinados por instituições contrárias a Cuba. O embaixador de Cuba em Brasília, Carlos Zamora, assegura que oficialmente não foi apresentado ao consulado o documento básico para iniciar os trâmites para a viagem: uma carta-convite formal a Yoani.
O presidente cubano Raúl Castro já anunciou, em diversas ocasiões, que haverá mudanças na legislação que regula as viagens de cubanos ao exterior, abrandando-se as exigências. O tema, porém, está associado a outra questão delicada: a política dos Estados Unidos em relação à imigração de cubanos para aquele país. Cuba acusa os Estados Unidos de negarem vistos de entrada a cubanos, ao mesmo tempo em que os incentivam a sair ilegalmente do país.
Em 2010, Yoani deu uma entrevista ao jornalista francês Salim Lamnarium, que conhece bem a história e a situação de Cuba. É na verdade um diálogo dele com a blogueira, em que ela se vê contestada e acaba caindo em contradições e demonstrando desconhecimento sobre questões simples. Reproduzo o longo texto, já que a web permite, para que cada um faça seu juízo. A propósito, as fotos sobre o alegado sequestro de Yoani nunca foram mostradas.
A entrevista:

Sofre por amor? Ouça esta música.

Salário maior e mais empregos formais reduzem jornada de trabalho no País

O brasileiro passa cada vez menos tempo no trabalho. Dados do Censo 2010 revelam que o porcentual das pessoas que trabalham mais de 45 horas por semana caiu quase pela metade em uma década. Em 2000, 44% dos trabalhadores do País passavam mais tempo que isso no serviço, número que baixou para 28% em 2010. Isso significa que, em números absolutos, 5 milhões de pessoas deixaram de trabalhar mais de 9 horas por dia.
A reportagem é de Luiz Guilherme Gerbelli e Rodrigo Burgarelli e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 16-01-2012.
 
O número impressiona ainda mais quando se leva em conta que mais de 20 milhões de brasileiros - o equivalente a toda população da Grande São Paulo - ingressaram no mercado de trabalho nos últimos dez anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ao mesmo tempo, cresceu a proporção de pessoas que trabalham menos de 14 horas por semana - o salto foi de 3% para 8,3% do total da população economicamente ativa, um ganho de 5 milhões de trabalhadores. A maior parcela da população tem uma jornada semanal que varia entre 40 horas e 44 horas.
A redução da jornada de trabalho nos últimos anos está diretamente ligada ao aumento real no salário do brasileiro - hoje, ganha-se mais por hora trabalhada que em 2000 - e também à formalização do mercado de trabalho. A porcentagem de trabalhadores com carteira assinada pulou de 36% para 44% entre 2000 e 2010 - na contramão, os funcionários sem carteira de trabalho caíram de 24% para 18%. "A formalização do trabalho regula a jornada de trabalho e a hora extra. A empresa ou o empregador vão evitar de pagar hora extra, portanto, vão reduzir a jornada para o que é oficial", diz Arnaldo Mazzei Nogueira, professor doutor da FEA-USP e PUC-SP.

Pizza
Isso aconteceu, por exemplo, com grande parte dos entregadores da pizzaria Dídio, da Lapa. A profissão era bastante informal no início da década, mas pouco a pouco mais vagas com carteira assinada foram surgindo. Hoje, na Dídio, todos os entregadores trabalham em horário definido, com direito a férias e 13.º. "Dá uma tranquilidade que eu não tinha alguns anos atrás, quando trabalhava em outra pizzaria, não tinha hora para sair e ainda ganhava menos que aqui", conta Eduardo Evangelista Nunes, de 50 anos.
No Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Distrito Federal, os trabalhadores com carteira assinada já são maioria da população. Mas alguns Estados ainda mantém um baixo contingente de profissionais com carteira de trabalho. Um exemplo é o Maranhão, onde apenas 20,8% são registrados. "Ainda há um grande contingente de trabalhadores sem regulação e que pode estar trabalhando jornadas insuportáveis", lembra Nogueira.

Mulheres
O mercado de trabalho mais feminino, tendência da última década, também colaborou para reduzir a jornada. A diferença da participação entre homens e mulheres em postos de trabalho caiu de 20 pontos porcentuais para apenas seis em dez anos. "As mulheres costumam trabalhar menos horas do que os homens e a inclusão delas deve ter reduzido a média de horas semanais", afirmou Regina Madalozzo, professora do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper).
No Piauí, Paraíba e Ceará, a mão de obra feminina já supera a masculina. Os outros Estados do Nordeste também lideram a porcentagem de mulheres no mercado. "Isso ocorreu por causa da melhora econômica da região, urbanização e expansão dos serviços e comércio", analisa Nogueira. O professor lembra que essa redução da diferença entre gêneros não reflete uma igualdade salarial. Levantamento de maio do ano passado, também do IBGE, mostrou que o salário médio da mulher é 20% menor que o do homem.

Qualificação
Para o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, outro fator que pode ter influenciado a redução da jornada de trabalho foi o aumento da quantidade de pessoas que divide o dia entre trabalho e estudos, de olho numa melhor qualificação. "Pode ser que essas pessoas tenham diminuído um pouco a carga de trabalho para poder ter mais tempo de estudo."
A formalização e o aumento da idade média dos trabalhadores deverá se acentuar nas próximas décadas. A perspectiva do País de se tornar a quinta maior economia do mundo até 2015 deverá exigir, sobretudo, um aumento da capacitação dos trabalhadores. "A palavra mais importante nos próximos anos será capacitação. O País vai precisar de pessoas capacitadas e qualificadas", afirma Regina.

'Workaholics' se concentram no Centro-Oeste
São Paulo pode até levar a fama, mas os paulistas não são os mais "workaholics" do País. Quem passa mais horas por dia trabalhando são os moradores do Centro-Oeste. Em Goiás, que ocupa o primeiro lugar, 32,6% das pessoas ocupadas trabalham mais de 45 horas por semana, ante 28,4% em São Paulo. Em segundo e terceiro lugar, estão Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, respectivamente.
A explicação, segundo especialistas, é a alta concentração de pessoas trabalhando em zonas rurais e a falta de sindicatos fortes e estruturados, já que a formalização do mercado de trabalho nesses locais é mais recente.
As regiões Norte e Nordeste, por sua vez, são onde proporcionalmente há mais gente trabalhando menos de 14 horas por semana. O líder é o Maranhão, com 11,8% dos trabalhadores, seguido por Acre, Pará, Amazonas, Bahia e Pernambuco. Os motivos são o trabalho temporário em atividades extrativistas ou na agricultura de subsistência.
Outra prova da conexão entre formalização do mercado e jornada semanal média são os Estados que mais têm trabalhadores que passam de 40h a 44h semanais no serviço - a conexão entre os dois rankings é nítida. São Paulo e Santa Catarina, líderes na proporção de carteira assinada, ficam em 4º e 1º lugar na lista de Estados com mais gente trabalhando essa quantidade de horas por semana.

domingo, 15 de janeiro de 2012

O dia em que os EUA roubaram a música brasileira

Caçando Stokowski

Era uma vez uma gravadora americana que pôs suas mãos em algumas músicas raras e maravilhosas e as tornou ainda mais raras.
Esta é a história de minha busca por Native Brazilian Music.


Villa-Lobos (direita) apresenta Donga a Stokowski
(O Globo, 8 de agosto de 1940)

I. Allegro brillante: Rio de Janeiro, 1940

No verão de 1940, Hitler estava no comando da maior parte da Europa ocidental. A Alemanha tomou o poder na Noruega e Dinamarca em abril. Por volta de maio, a Wehrmacht havia devastado Holanda e Bélgica em uma campanha de Blitzkrieg e estava avançando em torno da Linha Maginot na França para capturar as tropas aliadas em Dunkirk. A França rendeu-se em 22 de junho de 1940, e Hitler marchou triunfalmente para Paris. Os ingleses foram forçados a se retirar da Europa Continental. Uma invasão nazista na Inglaterra era iminente.
Os Estados Unidos ainda não haviam entrado na guerra mas estavam profundamente inclinados a garantir que seus vizinhos do sul não se aliassem aos alemães. Esta era uma possibilidade bastante real, já que o presidente brasileiro Getúlio Vargas vinha flertando com o fascismo desde que estabelecera sua ditadura Estado Novo em 1937. Vargas até mandou um “presente” para Hitler: Olga Benário Prestes, revolucionária comunista e esposa do líder comunista brasileiro Luiz Carlos Prestes. Judia nascida na Alemanha e grávida de sete meses na época de sua deportação, Olga deu à luz em um campo de concentração, onde morreu em uma câmara de gás.

Fascistas católicos criam caravana Anti-Gay

Mais uma prova do amor e da paz promovido pelos homens de Deus…Acho lindo isso tudo!
O Instituto Plínio Corrêia de Oliveira – Uma unidade ultraconservadora da igreja católica – iniciou neste mês de janeiro uma cruzada contra os LGBTs por todo o Brasil (2012, mandou beijos!!).
Criado a 5 anos na cidade de São Paulo, o instituto tem como finalidade a corajosa, honrada e digna (só que ao contrário), tarefa de lutar contra tudo aquilo que vai contra o pensamento cristão. Em poucas palavras, mais do mesmo, só que com um toque a mais de ditadura. Por falar em ditadura, o lema deles é:
“Cruzada pela família, contra o aborto e contra a ditadura homossexual" HAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHA (Acho que a figura abaixo define…)
De qualquer forma é muito interessante que esses fascistas auto-intitulem o seu movimento de “Cruzada”, né? Pra quem conhece um ‘pouquinho’ de história já sacou que o Instituto Plínio Corrêa tá querendo fazer um flasmob do passado, só que uma coisa meio Cruzadas feat. Santa Inquisição, entendeu?
Ao que tudo indica a ‘caravana’ está agora em Goías. Então corre gente!! Por que as tochas com fogo são só pras 300 primeiras pessoas que chegarem!!
 

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