sábado, 19 de outubro de 2013

Vinícius de Moraes - São Francisco

Justiça mexicana proíbe milho trangênico

Mexico Bans GMO Corn, Effective Immediately

Just when you think there’s no winning against the biotech industry, news out of Mexico City shows that all is not lost. After years of deliberation, a Mexico judge has placed an indefinite ban on genetically-engineered corn. Effective immediately, companies like Monsanto and DuPont/Pioneer will no longer be allowed to plant or sell their corn within the country’s borders.
The decision comes nearly two years after Care2 reported that the Mexican government had put Monsanto’s GE corn on hold, citing the need for more tests.
Corn is a staple food crop in Mexico, intricately intertwined with the country’s cuisine, history, and culture. Authorities are concerned that Monsanto’s genetically modified corn will contaminate native species, and could cause both health and environmental issues,” Care2 reported at the time.
Now, it appears that Mexican authorities have finally made their decision. According to Environmental Food and Justice, Judge Jaime Eduardo Verdugo J. of the Twelfth Federal District Court for Civil Matters of Mexico City ruled that the genetically-engineered corn posed ”the risk of imminent harm to the environment.” He also ordered Mexico’s Secretary of Agriculture and SEMARNAT (Secretaría de Medio Ambiente y Recursos Naturales), equivalent to the U.S. EPA, to immediately “suspend all activities involving the planting of transgenic corn in the country and end the granting of permission for experimental and pilot commercial plantings.”
The ruling means that Monsanto and other biotech companies will be required to halt all activities in the country, giving collective action lawsuits initiated by citizens, farmers, scientists and other concerned parties a chance to work their way through the judicial system.
According to a local press release, Acción Colectiva [Collective Action] aims to achieve absolute federal declaration of the suspension of the introduction of transgenic maize in all its various forms, including experimental and pilot commercial plantings, in Mexico, “which is the birthplace of corn in the world.”
This is a huge victory for the Mexican people, and provides at least temporary protection for the 20,000 varieties of corn grown in Mexico and Central America. The decision comes just days after thousands of people in over 50 countries participated in the global March Against Monsanto.



Filhote de beagle ou criança escrava: quem foi mais longe na sua timeline?

Leonardo Sakamoto
Uma amiga fez um comentário no Facebook, reclamando que a libertação de cachorrinhos gera uma comoção pública muito maior que a de pessoas em situação análoga à de escravo. Ela se importa com os animais, claro, mas entende que houve um descompasso na divulgação do caso dos beagles resgatados em São Roque (SP) que diz muito sobre a gente.Vamos por partes, até porque este é um daqueles posts em que as pessoas não lêem, tiram conclusões a partir do que não leram e saem xingando o blogueiro em cima do que ele não escreveu. Na internet, aliás, esse é comportamento padrão.
Particularmente, sempre me irritei com testes em animais para o desenvolvimento de cosméticos, produtos de beleza em geral. Ou encontra-se outra forma de verificar a eficácia e os efeitos colaterais ou que se use menos. Afinal, há marcas que conseguem desenvolver produtos sem esses testes.
Com relação ao desenvolvimento de medicamentos, precisamos substituir o que for possível por softwares de simulação, reduzir o uso de cobaias, refinar os experimentos e educar pesquisadores e estudantes da área para tornar a participação de animais cada vez menos necessária. E os testes não podem ser feitos sem a devida justificava junto a um comitê de ética médica, sendo acompanhados para garantir a integridade do animal e o mínimo de desconforto possível. Falei com alguns pesquisadores que disseram que a meta é zerar os testes mas, no momento atual da medicina, isso é impossível. Importante, contudo, é construir um caminho para que testes em animais sejam desnecessários e proibidos.
Mas o tema do post não é esse. Não estou discutindo se ações em defesa dos animais são válidas ou não, pois elas são. Também não estou sugerindo que o sentimento sincero de dedicação a uma causa vale mais que a outra (não sei porque estou fazendo esse “porém”, tem gente que vai ignorar que ele foi escrito mesmo…) E, sim, o comportamento da sociedade diante de tudo isso.
Choca ver imagens de animais bonitinhos que eram cobaias em experimentos, até porque a sociedade não sabe e não quer saber quais processos ocorrem para manter o seu nível de conforto e qualidade de vida? Sim, as pessoas ficam chocadas. Animais com pelos raspados, sem olhos, dopados, mortos e congelados foram sendo reproduzidos pela rede de forma viral. Muitos eram filhotes.
Ações como a retirada de animais em São Roque são coisa rara de se ver, é claro. Portanto, há o fator novidade, enquanto desgraça envolvendo seres humanos, você tem todo o dia. Já cansei de participar de operações de resgate de escravos em que foram encontrados pessoas sem partes do corpo, perdidas no serviço com a motosserra, gravemente doentes, desnutridas e desorientadas. Reportagens de TV já mostraram até corpos de pessoas assassinadas tentando fugir que foram exumados pela polícia. Não atingiram a mesma comoção.
Filhotes são indefesos e adultos podem cuidar de si mesmos, alguém pode justificar. Mas mesmo nos resgates de crianças escravas, eu não vejo o mesmo impacto da divulgação ou o mesmo nível de indignação. A história da crianç que perdeu um olho trabalhando na colheita de cacau na Amazônia. Ou das meninas de 12 anos que eram exploradas sexualmente em bordeis sujos em beira de estrada. Ou ainda os adolescentes que morreram soterrados ao trabalhar em mineração no interior do Nordeste. Todas o casos foram trazidos a público e nenhum ganhou a mesma empatia. Pelo contrário: pela internet, após a veiculação das reportagens na TV, jornais e sites, lia-se coisas do tipo “ah, mas é melhor que elas estivessem trabalhando do que roubando”.
Temos afinidade com aquilo que nos é mais próximo ou que desperta determinados sentimentos. Entendo que libertação de 150 escravos que sangravam na Amazônia para produzir boi que muitos nem sabem como vira bife choca menos que o resgate de dez costureiros que produziam a roupa que eu visto todo o dia. Mas todos sabem o que é uma criança. É duro, portanto, imaginar que ela não desperte sentimentos nos que absorvem a informação. Talvez por banalização dessa violência. Talvez por um ato de fuga consciente ou inconsciente diante da crença na incapacidade de fazer qualquer coisa para resolver o problema.
Mas a possibilidade de reação existe, tanto que minha timeline ferveu de fotos de beagle.
Talvez a resposta resida no fato de que uma criança nua, exausta e com olhar perdido numa cama na beira de estrada depois de uma hora de sexo forçado não é uma coisa fofa como um bichinho com olhar do Gato de Botas, do Shrek. Pelo contrário, para muitos é tão repugnante a ponto de transferirem a culpa pelo ocorrido para a própria vítima que “se deixou ficar naquela situação deplorável”.
Somos programados para que coisas fofas despertem sentimentos de proteção, de cuidado, o que ajuda muito para manter a integridade de seres humanos recém-nascidos. Bebês e animais fofos despertam a vontade de estar perto deles. Aliás, a única estratégia de defesa diante do mundo que eles têm é serem fofos.
Repito, este texto não é sobre experiências com beagles, exploração de escravos ou as crianças sem infância. Mas como reagimos a tudo isso.
Meu desejo não é que as pessoas deixem de se indignar diante do que considerem ser qualquer injustiça. Pelo contrário, que consigamos fugir de nossas programações mais básicas e acordemos de nossa acomodação e percebamos que há injustiças que passam diante de nossos olhos e não as vemos como um problema. A indignação por uma causa não exclui a outra e jogar para baixo do tapete os incômodos que também dizem respeito a todos nós, não fazem eles desaparecerem. Manifestar-se pode, ao contrário, significar a mudança da situação ou a manutenção de tudo como está.
Sei que não é fácil criar as condições para que algo desperte compaixão e, de lá, ação. Mas se não puder ser pela emoção, que nos dediquemos ao outro pelo  lógica e a razão.

OAB ingressará com nova ação no Supremo para rever Lei da Anistia

LUCAS FERRAZ DE SÃO PAULO SEVERINO MOTTA DE BRASÍLIA, Folha
Com o apoio das Comissões da Verdade existentes no país e entidades de direitos humanos, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) vai protocolar no Supremo Tribunal Federal uma nova ação questionando a Lei da Anistia.


O objetivo é utilizar uma nova argumentação para tentar anular a legislação em vigor, que impede a responsabilização de agentes do Estado e militares acusados de crimes de lesa humanidade, como os de tortura, ocorridos durante a ditadura (1964-85).
"A ação será formalizada em reunião do conselho federal da entidade no próximo dia 11", afirmou à Folha Marcos Vinícius Furtado Coelho, presidente da OAB.
Desde que o Supremo julgou em abril de 2010 uma outra ação da OAB que questionava a Lei da Anistia, pelo menos três novos fatos surgiram e serão usados como argumentos favoráveis ao reexame do tema. O último deles, na semana passada.
Em decisão inédita, o Ministério Público Federal se manifestou num pedido de extradição referente a um policial argentino, buscado em seu país por crimes de lesa humanidade, argumentando que "a pretensão punitiva não está prescrita nem na Argentina nem no Brasil".
O parecer, inédito, foi assinado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e mudou entendimento de seus dois antecessores, Roberto Gurgel e Antonio Fernando de Souza.
Há ainda a condenação do Brasil na Corte Interamericana de Direitos Humanos, em dezembro de 2010, pela execução de 70 guerrilheiros do Araguaia, entre 1972 e 74.
A sentença pede ainda que o Brasil identifique e puna os responsáveis pelas mortes e ressalta que a Lei da Anistia não pode ser usada para impedir a investigação de crimes do período.
Houve nesses anos, também, mudança na composição do STF, que ainda não concluiu o julgamento da Anistia: faltam ser analisados os embargos de declaração.
Três dos sete ministros da corte que decidiram pela manutenção da legislação, por considerá-la "bilateral" e fruto de um acordo político (feito sob ditadura, em 79) resultado de um "amplo debate" no país, já deixaram a Corte.
Um dos novatos, Luís Roberto Barroso, comentou durante sua sabatina ao cargo, em junho, que o julgamento da Lei da Anistia poderia ser revisto. Meses antes, Joaquim Barbosa, presidente do STF, disse o mesmo, argumento que a composição do tribunal passara por alterações.
Editoria de Arte/Folhapress


“Denunciante” da Folha diz que vai acionar jornal por danos morais



Folha desinforma e presta desserviço à população
para macular imagem do “Minha Casa Minha Vida”
por Renato Luz, de Vitória da Conquista, publicado no blog do Paulo Nunes e sugerido pelo Vagner Santos
Foi vinculado nesta semana no Jornal Folha de São Paulo e reproduzido no Blog conquistense da Resenha Geral uma reportagem com o título “Dilma multiplica viagens e entrega casas sem água e luz”.
Na matéria, a funcionária pública Fabiana Oliveira Lira é citada na abordagem da ausência da ligação de energia elétrica nas unidades habitacionais entregues pela presidente Dilma na última terça-feira, 15, em Vitória da Conquista-Ba.
Segundo conta Fabiana em entrevista ao programa “Conquista Meio Dia”, da rádio Brasil Fm, ela sequer sabia que se tratava de uma reportagem e o repórter usou de má fé e expôs sua imagem sem o seu consentimento na referida matéria.
“Quando eu recebi a chave da casa no dia 09, eu em seguida dei entrada no pedido da luz e da água, eles me disseram que eu tinha o prazo de cinco dias úteis pra efetivar a ligação. Quando o entrevistador apareceu na minha casa, a luz não estava ligada, mas ainda estava no prazo, e ele (o entrevistador) usou isso de má fé nessa informação”, disse.
De acordo com informações da Coelba, concessionária do serviço de energia elétrica na Bahia, a solicitação deve ser feita pelo próprio morador da unidade residencial.
A Coelba já registrou 1.070 solicitações de ligação deste empreendimento em Vitória da Conquista (BA). Destas, 562 unidades foram ligadas e as demais o serão até sábado (19).
Uma agência móvel está no local para facilitar o atendimento e realizar cadastros na tarifa social de energia.
Fabiana, nova moradora do empreendimento Jequitibá, disse que pretende acionar ao jornal Folha de São Paulo por danos morais devido ao uso de sua imagem.
“Eu não sabia que era um repórter, que era uma reportagem, fiquei sabendo quando fui à Coelba ontem, pois agora todos me conhecem como ‘a denunciante’, (…) pretendo acionar a Folha por danos morais sim, porque isso esta me gerando grandes transtornos, eu morava de aluguel, era para ser um momento de alegria, porque pela casa eu só tenho a comemorar, agora por essas palavras erradas deles (a Folha de SP), fui prejudicada dessa forma”, declarou.
A moradora diz ainda que também vai pedir direito de resposta e que não autorizou a exposição de sua imagem.
”Eu disse que na minha casa tinha água, e eu disse a ele que a luz ainda estava no prazo de ligar, eu cheguei a falar bem da casa, mas os elogios não foram publicados, então eu me sinto lesada, me sinto prejudicada, eu não sabia que era uma reportagem, que era um repórter, não sabia de nada, então eu quero sim o direito de resposta, porque o que esta escrito ali não foi nada do que eu falei”, e conclui.
“Eu sou pessoa anônima, não sou pessoa pública pra minha imagem ta sendo usada dessa forma”, finaliza.
Bem, todos sabem que é de responsabilidade do próprio usuário de pedir a ligação da luz e da água para a concessionária do serviço quando muda para uma casa nova.
Menos a Folha, é claro. Ela está mais preocupada em macular a imagem do maior programa de habitação popular que o Brasil já viu.

A ciência no pântano

Um artifício criativo orquestrado por editores de revistas científicas brasileiras expõe mais uma faceta obscura da academia

O website da revista Nature veiculou em agosto uma reportagem sobre a descoberta de um “esquema” criado por revistas científicas brasileiras para inflar artificialmente seus fatores de impacto, uma medida universal de relevância. As consequências para as próprias revistas e para os pesquisadores que nelas publicaram artigos foram dramáticas. A Thomson Reuters, organização que calcula e divulga o fator de impacto de revistas científicas, suspendeu os periódicos de seus rankings. A Capes, nossa Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, anulou a contagem da produção de 2010 a 2012 das revistas para efeito da avaliação trienal de programas de pós-graduação, com prejuízo para dezenas de pesquisadores. Os fatos ocorridos expõem o estado das coisas no mundo da ciência.
No imaginário popular, a ciência é mistério e descoberta. Os cientistas são admirados pela dedicação ao bem comum, como se fossem um tipo especial de ser humano: inteligentes e altruístas, sempre prontos a colocar a ciência e a verdade acima dos interesses pessoais. Uma visão romântica? É quase certo. Na prática, a ciência está se tornando uma máquina cara e ineficiente, comumente monitorada por uma burocracia autista. E os cientistas se transformam em operários de uma linha de montagem autocentrada, frequentemente insensível às necessidades da sociedade.
A regra da profissão é simples: se você trabalha na AmBev, a cada ano tem de empurrar alguns litros de álcool a mais ­goela abaixo dos consumidores de sua zona de atuação, e se você é um cientista, a cada ano tem de empurrar mais artigos científicos goela abaixo dos editores e avaliadores das revistas acadêmicas do seu campo de estudos. Conforme publica artigos, o operário da ciência acumula pontos, que conferem prestígio, aceleram a carreira e facilitam o acesso a recursos.
O espaço nas boas revistas científicas, contudo, é muito disputado e a maioria dos artigos é rejeitada. Que fazer? A própria comunidade acadêmica encontrou uma resposta: multiplicar o número de revistas. Tal medida é positiva, por abrir espaço para a disseminação do conhecimento. Entretanto, o processo para uma revista científica se tornar importante é árduo. É preciso atrair bons autores e trabalhos relevantes. A evolução é medida pelo fator de impacto, com a indicação de quantos artigos, em longa lista de periódicos científicos, citaram artigos de uma determinada revista.
O pequeno escândalo surgiu porque editores de quatro revistas científicas brasileiras da área médica utilizaram um esquema para gerar aumento rápido em seus respectivos fatores de impacto. Em 2011, publicaram artigos citando textos umas das outras. A peraltice não passou despercebida aos analistas da Thomson Reuters, ciosos da reputação de seu ranking. O fenômeno não é exclusivamente local. Diversas revistas científicas internacionais induzem autores interessados a citar artigos publicados por elas mesmas. Todos os anos, dezenas de periódicos são suspensos pela Thomson Reuters por usar artifícios para inflar seus fatores de impacto.

O triste evento é mais uma peça podre a emergir do pântano no qual a ciência está se transformando. Nas últimas décadas, o Brasil multiplicou seu número de cientistas. Há entre eles grandes cérebros, estrelas ascendentes e uma legião de abnegados. Muitos não honram, porém, o título. São pequenos burocratas, acomodados à lerdeza dos campi universitários. Vivem de verbas públicas. Realizam pesquisas de utilidade duvidosa para delas extrair a máxima vantagem.
O culto ao fator de impacto, uma métrica útil, porém descabidamente valorizada, gera distorções. Algumas instituições de ensino adotam como prática contratar pesquisadores para “envernizar” seus indicadores e conseguir melhores avaliações. No debate após a divulgação do esquema, o alvo oscilou entre os editores responsáveis pelas revistas e o “sistema”, considerado injusto e vicioso.
Terá sido o esquema uma solução criativa para enfrentar um sistema anacrônico? O tempo talvez traga a resposta. O pântano pode ser extenso e profundo. Novas surpresas poderão emergir a qualquer momento.

É melhor ser alegre que ser triste


sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Vinícius de Moraes e Amália Rodrigues

Tenha paciência ouvindo Vinícus de Moraes e depois desfrute de Amália 
Rodrigues cantando música pouquíssimo conhecida do poetinha

Arena vetou promoção de ingressos proposta pelo Grêmio para decisão com o Corinthians

Episódio evidencia as divergências entre clube e parceira às vésperas da assinatura do novo contrato

Arena vetou promoção de ingressos proposta pelo Grêmio para decisão com o Corinthians  Carlos Macedo/Agencia RBS
Torcida do Grêmio não terá promoção de ingressos para encarar o CorinthiansFoto: Carlos Macedo / Agencia RBS
A direção do Grêmio tentou baixar os preços dos ingressos para a partida contra o Corinthians, dia 23, pela Copa do Brasil, mas teve sua proposta rejeitada pela Arena Porto-Alegrense, administradora do estádio.

O episódio é reflexo das divergências que ainda existem entre o clube e a parceira, às vésperas da assinatura do novo contrato, que unirá as duas partes por 20 anos.

A ideia da redução dos preços partiu do presidente Fábio Koff. Disposto a criar na Arena um clima de caldeirão na partida que vale vaga na semifinal da Copa do Brasil, o dirigente viu na diminuição dos valores a forma mais segura de lotar o estádio, algo ainda não obtido este ano.

O gancho da promoção seria a pesquisa da Pluri Consultoria, que apontou a torcida do Grêmio como a mais fanática do Brasil, com percentual de 22,5%. Desse modo, sócios-torcedores Ouro e Diamante, que já adquirem ingresso com desconto, ainda receberiam mais 22,5% na hora da compra. 

A campanha seria extensiva também a torcedores comuns, que poderiam levar acompanhantes. Crianças até 12 anos não pagariam ingresso. Peças publicitárias para convocar o torcedor, com a participação do técnico Renato Portaluppi, dos atacantes Kleber e Barcos e do presidente Fábio Koff, seriam produzidas em tempo recorde e levadas ao ar pelos veículos de comunicação e internet.

Tudo, no entanto, esbarrou na direção da Arena Porto-Alegrense. Conforme o entendimento de executivos da empresa, o estádio ficará lotado mesmo sem qualquer promoção, dada a importância do jogo.

Buscou-se, então, uma solução intermediária. Nessa proposta, o desconto seria somente para sócios. E quem comprasse ingresso para Grêmio e Corinthians receberia desconto no jogo contra o Bahia, dia 3 de novembro. Novamente, não houve acordo, sob a alegação de que 1,8 mil ingressos já haviam sido comercializados para o jogo do dia 23.

O executivo de marketing do Grêmio, Carlos Alberto Carvalho, considerou “perda de tempo” comparecer a duas reuniões na Arena, em que expôs o plano, e ter suas ideias desconsideradas.

Conselheiros do Grêmio entendem que Koff não deverá assinar o novo contrato sem obter a garantia de que o clube terá maior poder de decisão no momento da fixação dos preços dos ingressos.

Podem ficar tranquilos, Alexandre Frota autorizou sua biografia

Aos 50 anos, Frota fala sobre drogas, pornôs e biografia polêmica


Em entrevista exclusiva ao Terra, o ator e diretor diz que passaram cem mulheres em suas mãos só nos filmes pornográficos

Capa da biografia Identidade Frota: A Estrela e a Escuridão 5.0, lançado recentemente Foto: Divulgação
Capa da biografia Identidade Frota: A Estrela e a Escuridão 5.0, lançado recentemente
Foto: Divulgação
  • Mariana Lanza

    "Estou pronto para a Segunda Guerra, a primeira eu venci". É assim que Alexandre Frota encara sua chegada aos 50 anos, completados nesta segunda-feira (14). Para marcar o "divisor de águas" em sua vida, ele lançou recentemente a biografia Identidade Frota: A Estrela e a Escuridão 5.0. "Encontrei respostas para perguntas que até pouco me assombravam", afirmou o ator e diretor, em entrevista exclusiva ao Terra.

Inicialmente contatado por e-mail, o artista mostrou-se brincalhão, sem papas na língua e pronto para criar polêmicas. No entanto, após pedido para que falássemos por telefone, um Frota mais reservado respondeu a algumas questões menos "apimentadas": "não gosto (de falar ao telefone), mas vou abrir essa para você", disse por e-mail. Realmente, é nítido que o artista se sente mais à vontade para escrever o que pensa do que para conversar ao telefone. 

Tanto que expôs diversas intimidades em sua biografia. Nela, o ator conta bastidores do relacionamento com a atriz Cláudia Raia, afirma que já saiu com Marília Gabriela e que teve um caso com Adriana Bombom. Por falar em sexo, Frota diz que sempre tinha relações sob o efeito de cocaína. Tal costume, segundo ele, não faz mais parte de sua realidade. "Sou um cara totalmente limpo. Desafio...vou agora no Delboni (laboratório de medicina diagnóstica) e faço o exame toxicológico. Vai dar negativo, mas posso escolher aleatoriamente dez artistas de cada emissora, incluindo apresentadores e apresentadoras. Muita gente vai cair no exame", garante.

Os altos e baixos fizeram parte da trajetória do artista. Ele ficou nacionalmente conhecido como galã de novelas globais, como Roque Santeiro (1985) e Sassaricando (1987). Também atuou em minisséries e seriados, até que em 2004 assinou contrato com a produtora de filmes pornográficos Brasileirinhas. Ao todo, foram 19 filmes pornôs como ator, nos quais relembrou que cem mulheres passaram em suas mãos. Em um deles, contracenou com a travesti Bianca Soares. "Fui ativo total, foi bom. Ela é bonita, conheço muita gente que pegaria de graça", afirmou Frota, que posou nu quatro vezes para a revista G Magazine.

Atualmente, Alexandre Frota apresenta e dirige o Programa do Frota, na Rede Brasil, e está no elenco do humorístico A Praça É Nossa, do SBT. Além disso, faz parte do time de futebol americano do Corinthians desde 2010, mas já tem data para se aposentar. "Esse ano eu encerro, vou me aposentar no campeonato brasileiro. Estou com 50 anos de idade, jogo com um monte de garotos de 20, então, tenho que saber que tudo tem um limite".

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Como a desigualdade social explica o videogame de R$ 4 mil

por Léo Rossatto



Playstation 4 (Fonte: http://blog.br.playstation.com/)
Um texto de uma frase no blog do Playstation no Brasil desencadeou uma reação em cadeia nas redes sociais: como é possível que um videogame de 400 dólares nos EUA custe R$ 4 mil no Brasil? Nem mesmo a justificativa padrão dos empresários, de que “os impostos são muito altos no Brasil”, é capaz de justificar um preço que é quase o dobro do preço do concorrente direto.
Para começar, é conveniente fazer um cálculo direto, considerando que o valor do console nos EUA já tem embutido em si uma margem razoável de lucro. São 400 dólares no videogame. Normalmente, o governo cobra uma alíquota de 60% na importação sobre o preço original, elevando o valor do produto para US$ 400 + (60% x US$ 400) = US$ 640. Além disso, podemos inserir, sendo muito generosos, um custo de 10% do valor total do produto, já com impostos para serviços de logística: US$ 640 + (10% x US$ 640) = US$ 704.
Atualizando esse número com uma cotação GENEROSA do dólar, que segue instável no Brasil, temos que o custo final de um Playstation 4 no país deveria ser:
US$ 704 x R$ 2,40 = R$ 1689,60.
Vamos arredondar para R$ 1700,00, com custo de transporte e com os impostos cobrados. E daí constatamos que os R$ 2.300,00 adicionais que a Sony vai cobrar no console são APENAS lucro adicional.
Mas por que isso acontece no Brasil? E por que acontece não apenas com vídeo games, mas com eletrônicos em geral, com carros, com casas, com taxas bancárias, com produtos de supermercado e de todas as demais coisas que o brasileiro consome?
É simples: embora as multinacionais tentem justificar seus preços abusivos com a falácia do Custo Brasil (sim, ele realmente atrapalha, mas não é tão determinante assim), a questão é que no Brasil a maioria das empresas internacionais cobra preços abusivos por seus produtos, mesmo que eles tenham sido fabricados aqui. E essa tentativa de maximização de lucros dá certo por um único motivo: há um público específico que compra esses produtos, mesmo que eles custem preços abusivos.
Quem é esse público específico? A parcela dos mais ricos, em um país com extenso históricos de desigualdades sociais. No Brasil, a parcela de 1% dos mais ricos tem 87 vezes a renda da parcela dos 10% mais pobres. O que, a rigor, significa que eles consomem 87 vezes mais. Ou até mais, se considerarmos que nosso sistema tributário, baseado mais na tributação do consumo do que na tributação da renda, tem efeito impulsionador na desigualdade social no país.
Ainda há um agravante: no Brasil, a diferenciação se dá através do consumo. Culturalmente a ideia de ascensão social no Brasil não se baseia na criação de uma poupança interna ou na qualidade de vida das famílias, mas na noção de consumo. O próprio governo federal se aproveitou disso em seus três mandatos, promovendo um modelo de desenvolvimento baseado no incentivo ao consumo.
As empresas sabem disso, e fazem produtos voltados a esse público que quer diferenciação. É o videogame de R$ 4 mil, o carro de R$ 100 mil, e é a eclosão de estabelecimentos “gourmet”, que oferecem produtos bem mais caros apenas porque o público que vai comprar não quer apenas o produto, e sim o status diferenciado que o consumo daquele produto confere. Karl Marx já falava disso há 150 anos atrás, com o nome de “fetiche da mercadoria”.
A questão é que a desigualdade social potencializa isso no Brasil. A diferença entre ricos e pobres ainda é imensa no país e a venda de um produto desejado por alguns que vão comprá-lo por qualquer preço, como um videogame, por conta do fanatismo e do status social, incentiva as empresas a cobrarem preços absurdos em nome do lucro fácil. Façamos uma conta tosca aqui:
Suponhamos que 25% dos potenciais compradores de um PS4 compraria ele por qualquer preço, pelos fatores já elencados. E suponhamos que o custo para a Sony de um PS4 no Brasil seja de R$ 1500,00, já incluindo impostos, custo de transporte e pós-venda.
Se a Sony colocar o preço do PS4 a R$ 2000,00, por exemplo, quantos consoles ela precisaria vender para lucrar R$ 1 milhão?
A resposta é simples: R$ 1 milhão / R$ 500 de lucro por console = 2000 consoles.
Colocando o preço do PS4 a R$ 4000,00, a Sony precisaria vender quantos consoles para lucrar R$ 1 milhão?
Resposta: R$ 1 milhão / R$ 2500 de lucro por console = 400 consoles.
Se você dividir 400 por 2000, vai perceber que a Sony, quando pratica um preço abusivo, precisa vender APENAS 20% dos videogames para ter o mesmo lucro que teria se vendesse o console a um preço justo. E se a empresa sabe que 25% dos potenciais consumidores são fãs, tem dinheiro e vão comprar o Playstation 4 de qualquer jeito, ela prefere praticar o preço abusivo, porque isso vai resultar na maximização dos lucros da empresa, apesar da corrosão da sua imagem.
Ou seja: a desigualdade social e a existência desse grupo privilegiado faz com que seja justificável, para a Sony, praticar preços abusivos no Brasil. Assim como é justificável para a Apple, para as montadoras ou para as incorporadoras imobiliárias. Nos EUA e na Europa, em que a massa de consumidores médios é maior e tem mais noção do custo e da margem de lucro embutida nos produtos, a tentativa de maximização dos lucros pelo aumento dos preços, minimizando a massa consumidora, é um enorme tiro no pé.

No Brasil, por ainda existir uma elite bastante representativa em relação ao universo de potenciais consumidores desse tipo de produto, as empresas praticam preços abusivos. É lógico que outros fatores também contribuem negativamente, como a infraestrutura de transportes do país, predominantemente rodoviária, e a alta carga de impostos. Mas nem de longe explicam a viabilidade de empresas como a Sony praticarem preços abusivos no Brasil e ainda assim lucrarem. O que explica isso, além do fetiche da mercadoria, é a desigualdade social.

Professores japoneses não precisam se curvar diante do Imperador? Mais um mito espalhado pela Internet


Texto que circula pelas redes sociais afirma que o professor é o único profissional no Japão que não precisa se curvar para o imperador. Será verdade isso?
O assunto não é novo. Apareceu na web em 2010, mas voltou a ser compartilhado no Facebook em outubro de 2013, em decorrência da comemoração do Dia do Professor (dia 15 desse mês).
De acordo com o texto, esse profissional do ensino seria o único que não precisa se curvar perante o soberano do Japão, pois “em uma terra onde não há professores, não pode haver imperadores!”.
Será que isso é verdade?
Texto afirma que o professor não precisa se curvar diante do imperador no Japão! Será verdade?
Verdadeiro ou falso?
O texto é bem bacana, mas é falso! O professor, assim como qualquer outro profissional lá no Japão, se sente na obrigação de reverenciar (como um sinal de respeito) seu imperador.
No blog Meu Olhar Pelo Caminho, a psicóloga brasileira Fabiana (que mora há anos em Nagoya – Japão) conta que essa história não passa de um dos muitos boatos da web.
Fabiana conta em seu blog que conversou com algumas japonesas (em 2012) e “elas disseram que realmente o respeito do imperador com o professor é muito grande, porém, todas as pessoas se curvam para o imperador, independente da profissão. O imperador é o soberano, não teria como alguém chegar perto dele sem se curvar, principalmente o professor (os outros morreriam de vergonha)”.
A psicóloga também explica que, por respeito do imperador com o professor, pode ser que ele também faça uma leve reverência, “o que seria uma grande honra”, diz ela.
O assunto também é desmistificado por uma série de sites e blogs especializados na cultura japonesa. O blog Japão25 reforça que essa história de professores não se curvarem para imperadores é farsa!
Segundo o artigo do Japão25, o professor é, sim, um cargo de muito respeito no Japão e os japoneses dão bastante valor à educação, mas a veneração que eles têm pelo imperador é tanta que fica evidente que ninguém que more lá possa se dar ao luxo (ou ao desrespeito) de não cumprimentar o soberano , por mais importante que seja o professor – diz o artigo -, pois – na cultura daquele povo – nada é mais importante que o imperador.
Obrigação em público
O povo não é obrigado a se curvar diante do imperador (quando esse está há metros de distância, em um discurso, por exemplo). E são poucas as chances de um professor ficar próximo do soberano (possivelmente, se for condecorado com alguma medalha ou for receber algum prêmio do governo). Se isso ocorrer, a reverência é espontânea e mostra, como já dissemos mais acima, um sinal de respeito.
blog Tofugu esclarece (em inglês) que há mais de um tipo de Ojigi (forma de cumprimento) entre o povo japonês. Cada um para um tipo de reverência:
Formas de cumprimentos! (reprodução)

Podemos dividi-la em 3 maneiras:
§  Eshaku: Forma bastante utilizada para demonstrar cordialidade. A inclinação é feita em 15º.
§  Keirei: Forma padrão utilizada para saudar amigos e familiares. A inclinação é feita em 45º.
§  Saikeirei: Forma utilizada para demonstrar respeito perante pessoas socialmente superiores, tipo o Imperador. A inclinação é feita à 75º
Caso você fique em dúvida sobre qual cumprimento usar em determinada situação, o Tofugu sugere o arco de 30°. Esse não falha e serve pra tudo!
Conclusão
No Japão, os professores também se curvam perante o imperador e não veem nada de errado nisso!
Publicado em e-farsas

Justiça acata liminar contra RBS, Lasier Martins e PDT por propaganda eleitoral antecipada

Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
O pedido de liminar foi feito após ação do Levante Popular da Juventude. Em julho, o Levante protestou em frente à RBS pela democratização da mídia | Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
Da Redação Sul 21 
A desembargadora Federal Maria de Fátima Freitas Labarrère concluiu que a RBS TV, o jornalista Lasier Martins e o PDT realizaram propaganda eleitoral antecipada, deferindo o pedido de liminar do Ministério Público Eleitoral, feito após ação movida pelo Levante Popular da Juventude. A decisão divulgada nesta quinta-feira (17) determina que seja retirada a propaganda em qualquer mídia de responsabilidade da RBS, da Rede Globo e do Google. A ação trata do anúncio de desligamento de Lasier da empresa, durante o qual ele passou mais de seis minutos falando de seus planos políticos e de sua recente filiação ao PDT durante o programa Jornal do Almoço.
Concluiu-se que houve, no dia 7 de outubro, a realização “de propaganda extemporânea pelos representados” A decisão explica: “Lasier Costa Martins, sob o argumento de noticiar a sua retirada da carreira de comunicador social, teria feito alusão expressa ao pleito vindouro, mencionando o cargo que pretende disputar, identificando a legenda partidária pela qual pretende concorrer e se beneficiando conscientemente do espaço que dispunha no programa televisivo ‘Jornal do Almoço’ , tudo em desobediência da legislação eleitoral, pois teria agido de forma a desequilibrar as chances na disputa”.
A desembargadora cita que foi descumprido o artigo 36 da Lei das Eleições, que permite a propaganda eleitoral somente após o dia 5 de julho do ano eleitoral. Os representados têm 48 horas para recorrer da decisão. A liminar determina que os representados retirem a propaganda dos endereços de internet e de qualquer mídia sob sua responsabilidade.
O site Jornalismo B entrou em contato com o advogado do PDT, Lieverson Perin, que afirmou que seu partido não realizou propaganda antecipada. De acordo com o site, ele disse que Lasier não teria pedido votos nem mencionado o número de sua candidatura, e que o partido “não tem ingerência nenhuma sobre a despedida dele na RBS”.
Também em resposta ao Jornalismo B, a RBS enviou uma nota na qual afirma que não apoia candidatos ou partidos políticos em nenhum pleito eleitoral. Confira abaixo a íntegra da nota emitida pelo Grupo RBS:
“Até as 20h desta quinta-feira (17), o Grupo RBS não havia sido notificado pela Justiça eleitoral sobre a representação eleitoral e aguardava a notificação para apresentar sua defesa. A empresa reitera que não tem nem apoia candidatos ou partidos. A RBS respeita a opção de seus colaboradores que decidem concorrer em eleições, mas não aceita qualquer vínculo ou compromisso com candidaturas eleitorais. Por isso, exige o afastamento de colaboradores que se proponham a disputar cargos eletivos ou que aceitem participar de propaganda partidária ou campanha eleitoral, conforme orientação registrada em seu Guia de Ética e Autorregulamentação Jornalística, páginas 32 e 33, disponível para download aqui.”

Com informações do TRE e do Jornalismo B.

Homicídios reduzem expectativa de vida dos negros

 

Dados sobre racismo e violência foram apresentados nesta quinta-feira, 17, no lançamento do Boletim de Análise Político-Institucional

No lançamento da 4ª edição do Boletim de Análise Político-Institucional (Bapi), o diretor do Ipea, Daniel Cerqueira, apresentou dados que mostram que, no Brasil, a probabilidade do negro ser vítima de homicídio é oito pontos percentuais maior, mesmo quando se compara indivíduos com escolaridade e características socioeconômicas semelhantes.

Para Almir de Oliveira Júnior e Verônica Couto de Araújo Lima, respectivamente pesquisador do Instituto e acadêmica da área de Direitos Humanos da UnB, se no Brasil a exposição da população como um todo à possibilidade de morte violenta já é grande, ser negro corresponde a pertencer a um grupo de risco, pois a cada três assassinatos, dois são de negros. Somando-se a população residente nos 226 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes, calcula-se que a possibilidade de um adolescente negro ser vítima de homicídio é 3,7 vezes maior em comparação com os brancos.

Os dados são do artigo que escrevem em parceria, Segurança Pública e Racismo Institucional, que compõe a quarta edição do Bapi, lançada nesta quinta-feira, 17, simultaneamente no Rio de Janeiro e em Brasília. Analisando o racismo institucional dentro das polícias, os autores conceituam o termo como sendo o fracasso coletivo das instituições em promover um serviço profissional e adequado às pessoas por causa da sua cor.

A pesquisa aponta que negros são maiores vítimas de agressão por parte de policiais que brancos. A Pesquisa Nacional de Vitimização mostra que 6,5% dos negros que sofreram uma agressão no ano anterior à coleta dos dados pelo IBGE, em 2010, tiveram como agressores policiais ou seguranças privados (que muitas vezes são policiais trabalhando nos horários de folga), contra 3,7% dos brancos.

Lançamento
A coordenadora da publicação, Joana Alencar, e o diretor da Diest abriram a coletiva de lançamento do Boletim. Logo em seguida, Roberto Messenberg, que também coordena a publicação, comentou o conteúdo geral dos sete artigos da publicação. A apresentação contou ainda com a participação da pesquisadora do Instituto Maria Bernadete Sarmiento Gutierrez, que demostrou dados de seu artigo, Desenvolvimento Sustentável: a necessidade de um marco de governança adequado.

Os outros textos que compõem o Bapi são: As manifestações de junho e os desafios à participação, de Wagner Romão; A pacificação das favelas do Rio de Janeiro e as organizações da sociedade civil, de Rute Imanishi e Eugênia Motta; Participação e desenvolvimento regional: uma conexão ainda frágil, de Clóvis Henrique de Souza, Paula Fiuza Lima e Joana Alencar; Audiências públicas: fatores que influenciam seu potencial de efetividade, de Igor Fonseca, Raimer Rezende, Marília de Oliveira e Ana Karine Pereira; e, por fim, Pronatec: múltiplos arranjos e ações para ampliar o acesso à educação profissional, de Maria Martha Cassiolato e Ronaldo Garcia.

Este volume da publicação tem como foco aspectos estruturais de algumas das instituições políticas brasileiras e a relação entre o desenvolvimento e os mecanismos de democracia representativa e participativa.