sábado, 23 de abril de 2011
Dia Nacional do choro
Hoje, 23/04, é o Dia Nacional do Choro. O choro é um ritmo genuinamento brasileiro. O choro é tudo de bom. O vídeo, homenageando Pixinguinha, é uma forma de lembrar esse extraordinário músico brasileiro, que elevou o choro à categoria de grande arte musical. Não é por acaso que o Dia Nacional do Choro seja comemorado no dia do nascimento de Pixinguinha. Junto com a homenagema Pixinguinha, não custava colocar Paulinho da Viola e a divina Marisa Monte, cantando um dos choros mais conhecidos do Brasil e uma das músicas mais lembradas pelos brasileiros.
Atualmente, até o funk passou a ser considerado "movimento cultural". É possível que daqui a 50 anos (eu viverei até lá, com certeza) eu seja obrigado a reconhecer que o funk foi um grande momento de tranformação da música e uma fabulosa contribuição cultural. Até que esse dia chegue, continuopensando que há uma riqueza musical muito maior que essa e o choro é um exemplo disso.
Atualmente, até o funk passou a ser considerado "movimento cultural". É possível que daqui a 50 anos (eu viverei até lá, com certeza) eu seja obrigado a reconhecer que o funk foi um grande momento de tranformação da música e uma fabulosa contribuição cultural. Até que esse dia chegue, continuopensando que há uma riqueza musical muito maior que essa e o choro é um exemplo disso.
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Os garotos de Charles Dickens
Quão extraordinário e poderoso é o dia em que a infância se vai? O dia em que o menino dá boas-vindas ao homem? Para Charles Dickens esse dia foi tão determinante que o levou a criar grande parte de suas personagens como sendo verdadeiras personificações deste sentimento. E quase toda a sua obra faz referência a essa circunstância que se relaciona com todas as outras variadas conjunturas da juventude dramática do escritor.
Oliver Twist, David Copperfield, Nicholas Nickleby, Philip Pirrip – o que estes personagens de Charles Dickens têm em comum? São jovens que passam por adversidades, sendo obrigados a, precocemente, ir ao encontro dos encargos da difícil e impiedosa vida adulta. Eles são os alteregos de Dickens, uma expressão da personalidade do autor.
Dickens é considerado, ao mesmo tempo, realista e romântico. Realista porque tratava de fatos da época e da sociedade em que viveu, de maneira incisiva. Teve uma infância violada. Sua família era economicamente estável, o que lhe proporcionou um excelente nível de educação. Mas seu pai perdeu o controle das dívidas e foi preso, obrigando sua família a mudar-se para a periferia de Londres. Coube ao pequeno Charles sustentá-la aos dez anos, trabalhando em uma fábrica de graxa para sapatos. Precocemente, Charles Dickens viu sua infância se esvair como névoa para dar lugar às responsabilidades adultas.
Mas Dickens também é romântico, pois apesar de ressaltar tantas dificuldades, suas personagens sempre tinham um encontro feliz com o destino que os redimia das maneiras mais improváveis. Assim como na própria vida de Dickens aconteceu que, anos após a prisão de seu pai, sua família herdou uma herança – possibilitando o pagamento das dívidas – o que trouxe novamente uma vida financeiramente estável. Porém, a mãe de Charles Dickens recusou-se a tirá-lo do emprego na fábrica. Este fato amputou, definitivamente, a infância do escritor que, anos mais tarde, afirmaria jamais perdoar sua mãe.
Mas Dickens também é romântico, pois apesar de ressaltar tantas dificuldades, suas personagens sempre tinham um encontro feliz com o destino que os redimia das maneiras mais improváveis. Assim como na própria vida de Dickens aconteceu que, anos após a prisão de seu pai, sua família herdou uma herança – possibilitando o pagamento das dívidas – o que trouxe novamente uma vida financeiramente estável. Porém, a mãe de Charles Dickens recusou-se a tirá-lo do emprego na fábrica. Este fato amputou, definitivamente, a infância do escritor que, anos mais tarde, afirmaria jamais perdoar sua mãe.
Sendo obrigado a trabalhar, Dickens viu de perto uma sociedade inglesa sádica e corrupta, falha em todas as assistências ao trabalho operário. Juntou a isso o sofrimento de sua família, endividada, presa e humilhada por um sistema carcerário injusto. Dickens começa a escrever, criando personagens que passaram por tais situações - personagens jovens, fortes, que falariam em seu lugar.
Temas como a pobreza, um sistema educacional deficiente, um sistema jurídico corrompido, a falta de auxílio à orfandade de uma Londres arbitrária, com leis débeis, que fechavam os olhos à exploração infantil e às más condições de trabalho, fazem da obra de Dickens uma das mais ácidas em criticar a sociedade da era vitoriana, apoiando-se em sua própria realidade.
Suas personagens são formas e vozes dessas suas críticas. Dickens revelou-se um inconformista que conquistou o público burguês – o que conseguiu apenas porque foi inteligente e dominou seu ímpeto revolucionário. Sabia que não era função dele incitar um sentimento de frustração, e sim de suas personagens. Foi o caso de sua primeira obra crítica, The Pickwick Papers, e depois de Oliver Twist, Nicholas Nickleby, A Christmas Carol, David Copperfield, Black House ou Great Expectations, entre outros.
Charles Dickens, nascido em 1812, fica atrás apenas de Shakespeare em número de obras reproduzidas, seja para teatro, cinema ou televisão. É considerado por muitos o maior romancista da língua inglesa de todos os tempos. Suas novelas foram marcantes para uma época que não formou apenas opiniões, mas acrescentou à língua palavras e à sociedade formas de pensar o mundo. A delicadeza de sua pena romântica contrastou com a fúria de uma alma inconformada, resultando em uma das obras mais aclamadas da literatura mundial.
Charles Dickens
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Minha pátria é minha língua
Rosane mordeu a língua |
Conheço o Raul Carrion, diferente do que disse a Rosane Oliveira, ele não fez isso para obter quinze minutos de fama. Fez por que é um nacionalista e tem suas convicções. Aliás, a Rosane e o boletim no qual trabalha dão suas resvaladas no idioma, sem nenhuma observação posterior (veja aqui).
Podem discordar da proposta. Nem sei se uma lei resolverá o problema sério de descaracterização de nosso idioma. Podem dizer que a proposta é inconstitucional, inconveniente, inócua ou inoportuna. Porém, achincalhar o autor do projeto não é o caminho.
Decididamente, o ódio não constrói. Tampouco a mentira.terça-feira, 19 de abril de 2011
A perigosa epidemia de bullying
Tão preocupante quanto os dados de uma pesquisa do Instituto Informa sobre bullying nas escolas do Rio - que evidenciam uma realidade na qual a banalização de diversos tipos de agressão física e psicológica entre crianças e adolescentes tem perfil epidêmico - é a constatação de que não há uma política oficial consistente para combater o problema. O fenômeno, que não é novo, se manifesta com intensidade pouco variável nas redes pública e privada, e já foi objeto de uma lei estadual, aprovada em setembro do ano passado pela Assembleia Legislativa. O levantamento feito nas salas de aula tem indicadores que precisam ser analisados seriamente nas altas instâncias educacionais do estado. Entre os alunos entrevistados, 40% já foram vítimas de bullying e outros 44% conhecem alguém que sofreu algum tipo de agressão física ou psicológica, presume-se que não poucas vezes de forma sistemática. Previsivelmente, em razão de uma realidade em que se acumulam outras demandas, a maior incidência de casos está registrada nas unidades municipais de ensino - onde 90% dos jovens consultados afirmaram que já tiveram alguma relação, pessoal ou no círculo de amigos, com práticas de bullying, contra 82% na rede privada e 72,7% nos colégios estaduais. Como agravante de um quadro que, por si só, merece atenção especial das autoridades pedagógicas, em média 93% dos alunos que foram alvo de algum tipo de discriminação não receberam qualquer tipo de assistência psicológica.
Eis, portanto, um terreno em que, não obstante as graves implicações psicológicas e sociais sobre crianças e jovens na crítica fase de formação da personalidade, o poder público mal se tem manifestado. Mesmo a lei antibullying é antídoto pouco eficaz. Em primeiro lugar, porque, pelo menos até agora, tem sido letra morta no manual de condutas, como O GLOBO revelou domingo: apesar de o texto determinar que as instituições de ensino públicas e privadas notifiquem os casos desse tipo de segregação à polícia e aos conselhos tutelares, a desobediência à norma é praticamente total. Em segundo lugar porque o procedimento alcança apenas casos já ocorridos, logo é inócuo como medida preventiva. Por fim, tendo sido editada uma lei, advém a conhecida tendência de se achar que a norma, por si, é capaz de dar as respostas adequadas ao problema.
Obviamente, não é. A raiz do problema não está nos meios de punir o bullying. Eles são apenas parte de uma política mais ampla de atacar a questão, que passa, principalmente, por ações educativas visando a comprometer toda a comunidade escolar com o repúdio a tais práticas. Isso pressupõe, entre outras providências, intensificar campanhas de esclarecimento voltadas para os professores (como agir com os alunos, vítimas e agressores, diante de casos de discriminação), para os estudantes e os pais. É fundamental também buscar uma relação estreita das famílias com a escola. Enfim, trata-se de mudar, com programas de prevenção, um quadro crítico, de modo a reduzir riscos de, diante de personalidades mentalmente desequilibradas, o bullying ajudar a formar outros Wellingtons.
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É um equivoco achar que uma lei, por si só, resolverá o problema
Publicado em 19 de abril de 2011 em O Globo Opinião, de Jorge Werthein
A Líbia e o mundo do petróleo
O mundo do petróleo oferece um guia útil para entender as reações ocidentais diante dos notáveis levantamentos pró-democráticos no mundo árabe. O ditador rico em petróleo, que é um cliente confiável, é tratado com rédea solta.
Por Noam Chomsky , em Esquerda.net
“Argumenta-se que o petróleo não pode ser um motivo para a intervenção porque o Ocidente já tem acesso ao mesmo sob o regime de Kadhafi. Isso é certo, mas irrelevante.” No mês passado, no tribunal internacional sobre crimes durante a guerra civil na Serra Leoa, o julgamento do ex-presidente liberiano Charles Taylor chegou ao fim. O promotor geral, o professor de Direito norte-americano David Crane, informou ao jornal The Times, de Londres, que o caso estava incompleto: os promotores queriam processar Muammar Kadafi, que, disse Crane, era, em última instância, o responsável pela mutilação e/ou assassinato de 1,2 milhões de pessoas.
Mas isso não aconteceria, esclareceu. Os Estados Unidos, o Reino Unido e outros países interviram para bloquear essa decisão. Ao ser perguntado sobre o porquê disso, respondeu: Bem vindo ao mundo do petróleo!
Outra vítima recente de Kadhafi foi sir Howard Davies, director da Escola de Economia de Londres, que renunciou depois de revelações sobre os laços da escola com o ditador líbio.
Em Cambridge, Massachusetts, o Monitor Group, uma empresa de consultoria fundada por professores de Harvard, foi bem paga por serviços tais como um livro para levar as palavras imortais de Kadhafi ao público em conversão com famosos especialistas internacionais, junto com outros esforços para melhorar a imagem internacional da Líbia (de Kadhafi).
O mundo do petróleo raramente está longe quando se trata de assuntos que envolvem esta região.
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