sábado, 11 de agosto de 2012

Fuga do Campo 14 - Marcos Rolim

Há alguns lugares especialmente aterradores no mundo, mas nenhum que se compare à Coreia do Norte.
Quem ler o recém lançado  “Fuga do campo 14”, de Blaine Harden (Intrínseca, 230 pg.) chegarará a esta conclusão.  O livro conta a história do jovem Shin Dong-hyuk que é, tanto quanto se sabe, o único prisioneiro do campo de concentração nº 14 que obteve sucesso em uma fuga. Há dezenas de milhares de nortecoreanos que fugiram e alguns que conseguiram escapar dos campos, mas só Shin conseguiu fugir do campo 14, o pior de todos os campos.  Ali são instalados os inimigos políticos do regime. Nâo apenas os adversários, mas também seus familiares.  E ali ficam, também, as crianças nascidas no campo, para que as penas – definidas sem julgamento ou acusação formalizada - se prolonguem em obediência à lei de 1972, de Kim Il Sun: “Inimigos de classe devem ter sua semente eliminada por três gerações”.

As crianças nascidas no campo 14 são encaminhadas a um internato. São, então, ensinadas a delatar os familiares, origem de todo o mal que sofrem. Nos internatos, perguntas não são permitidas e as crianças apanham bastante. Algumas vezes são mortas ou aleijadas pelas surras que recebem dos bandidos que se apresentam como “professores”.  Os internos nos campos lutam por grãos de milho e ficam felizes quando encontram um rato para assar (gatos e cães praticamente não existem mais em muitas regiões da Coreia do Norte, porque foram comidos). Shin delatou sua mãe e seu irmão quando ouviu uma conversa deles sobre fuga.  Assistiu, então, ao enforcamento da mãe e ao fuzilamento do irmão. Era uma criança na época e se sentiu orgulhoso de ter cumprido com seu dever. O mundo para Shin era o campo. Para ele, não havia o sentido da perda da liberdade; nem mesmo a ideia de perda. Nunca lhe pareceu degradante lamber um resto de sopa no chão ou delatar um amigo por uma porção maior de repolho.  Shin queria apenas sobreviver. Quem ler o livro, saberá como e porque Shin mudou e passou a sonhar com a fuga.

A Coréia  do Norte é a primeira dinastia comunista da história. O “grande líder” – sempre há um “guia infalível” no comunismo – foi Kim Il Sung. Seguido por seu filho Kim Jong Il  e, agora, pelo neto  Kin Jong-Eun.  O grande líder dividiu o País em três classes: a classe superior, a classe hesitante e a classe hostil. O pertencimento se dá por linhagens, de forma que o regime é comunista, monárquico e feudal. O resultado deste manicômio é uma tragédia infinita. A Coreia do Norte tem renda per capita inferior ao Sudão, ao Congo e ao Laos. A fome é uma constante, o País vive na Idade Média e a elite de burocratas tem uma cidade só para ela – a capital, Pyongyang.  Os ditadores moram em palácios, vivem cercados por todo o luxo do mundo ocidental e manejam um arsenal nuclear.

É preciso denunciar a dinastia Kim como um regime de assassinos. O Brasil tem a obrigação de assumir uma posição clara nos fóruns  internacionais sobre as violações aos direitos humanos em todos os lugares do mundo, acomeçar pela Coreia do Norte. E os brasileiros não podem esquecer que o
PCdoB apoia o regime da Coreia do Norte.

OBS. Se vcocê curte a Coreia Popular, visite a página do amigos da RPD da Coréia e faça o seu próprio julgamento

O Brasil espera depoimento da Veja

  De: ComTexto Livre 

CartaCapital: O triste fim de Policarpo (e da Veja?)

A relação do diretor da sucursal de Veja com a quadrilha do bicheiro Carlos Cachoeira era bem mais profunda do que se pensava, revelam gravações da PF.

Leandro Fortes
 
Na quarta-feira, dia 14, o deputado Dr. Rosinha (PT/PR) irá ao plenário da CPI do Cachoeira para fazer o que ninguém teve coragem até agora: enfrentar a mídia. Com base em um documento preparado a partir de todo material enviado à comissão pela Polícia Federal, o parlamentar vai apresentar um requerimento de convocação do jornalista Policarpo Jr., diretor da revista Veja em Brasília Não será um pedido qualquer. O parlamentar tem em mãos um quadro completo das ligações escusas do jornalista e da semanal da Editora Abril com a quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Um relicário de quase uma centena de interceptações telefônicas feitas pela PF nas operações Vegas (2009) e Monte Carlo, realizada em 29 de fevereiro deste ano. A conclusão é devastadora. Da encomenda de um grampo ilegal contra um deputado federal à subordinação da sucursal de Veja ao esquema criminoso de Cachoeira, as informações repassadas à CPI revelam uma ligação pessoal ostensiva entre o repórter e o bicheiro. A avaliação de mais de 100 páginas preparada para o deputado, à qual CartaCapital teve acesso, demonstra como Cachoeira fornecia fotos, vídeos, grampos e informações privilegiadas do mundo político e empresarial ao jornalista. O bicheiro usava, sem nenhum escrúpulo, a relação íntima que mantinha com Policarpo Jr. para plantar notícias contra inimigos. Em contrapartida, a revista protegia políticos ligados a ele e deixava, simplesmente, de publicar denúncias que poderiam prejudicar os interesses da quadrilha.
As interceptações da PF provam o que a revista nega desde o primeiro momento em que teve seu nome ligado ao bicheiro. Não se trata simplesmente do ecumênico trabalho jornalístico em busca da notícia que obriga repórteres a se relacionarem com anjos e bandidos, gregos e troianos. É algo muito mais profundo, uma ligação na qual os interesses “comerciais” do contraventor estavam umbilicalmente ligados aos interesses políticos da revista, a ponto de estimular uma cobertura seletiva e levar a publicação a promover ostensivamente um político, o senador Demóstenes Torres, que colocou seu mandato a serviço da bandidagem.
Cachoeira costumava escalar a dupla de arapongas Jairo Martins e Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, para levantar informações e negociá-las com a Veja. O jornalista, por sua vez, mantinha encontros periódicos com o bicheiro e alguns de seus capangas, a fim de confirmar, encomendar e reunir informações para reportagens da revista. As informações da PF com histórico de textos publicados pelo semanário demonstram que Policarpo Jr. tinha conhecimento do funcionamento da quadrilha e usufruía dos métodos ilegais de captação de informações.
O objetivo básico dessa relação para a revista contra alvos específicos. Em troca, Policarpo Jr. informava o grupo de Cachoeira sobre o que seria publicado, uma sinergia viciante iniciada em 2004 e, ao longo dos últimos oito anos, transformada numa relação de dependência mútua sem a qual esse inédito esquema de crime organizado não teria se concretizado. Nem Cachoeira teria o poder que chegou a ter nem Veja teria as informações, quase nunca embasadas em provas reais, para produzir escândalos.
Há um momento crucial em que a participação de Policarpo Jr. no esquema criminoso tornou-se inquestionável, impossível de ser interpretada como mera relação entre um jornalista e sua fonte. Em 26 de julho de 2011, uma terça-feira, uma interceptação telefônica flagrou uma conversa entre o repórter e o bicheiro. Sem mais delongas, o jornalista pede ao contraventor para grampear um parlamentar da base governista.
Policarpo – É o seguinte, não, eu queria te pedir uma dica, você pode falar?
Carlinhos – Pode falar.
Policarpo – Como é que eu levanto aí uma ligações do Jovair Arantes, deputado?
Carlinhos – Vamos ver, uai. Pra quando, que dia?
Policarpo – De imediato, com a turma da Conab.
Carlinhos – O Neguinho.
Policarpo – Hã?
Carlinhos – Deixa eu ver com ele, o Neguinho, vou falar para ele te procurar aí.
Em suma, o diretor da sucursal da Veja queria saber com quem o deputado Jovair Arantes (PTB/GO) andava conversando ao telefone entre os dirigentes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ligada ao Ministério da Agricultura. Para tal missão, segundo a íntegra do áudio, Cachoeira avisou que iria destacar “Neguinho”, apelido do delegado da Polícia Federal Deuselino Valadares, informante da quadrilha preso durante a Operação Monte Carlo. Ou seja, Policarpo Jr. não apenas sabia das atividades de arapongagem clandestina do bicheiro com fazia encomendas específicas para alimentar o noticiário da Veja.
Três dias depois, em 29 de julho de 2011, outro grampo detectou uma conversa entre um certo “Paulo Abreu” e Jairo Martins. Como jamais apareceu outra interceptação, “Paulo” deve ser Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta Construções no Centro-Oeste. No áudio, o araponga avisa a Abreu que, naquela semana, a revista da Abril iria sair com uma reportagem da Conab. Diz ainda que Veja iria “bater” em seis diretores do órgão. Informação realmente de primeira: no mesmo dia, a revista estampou uma entrevista com Oscar Jucá Neto, o Jucazinho, irmão do senador Romero Jucá (PMDB/RR), então líder do governo no Senado.
Ex-diretor-financeiro da Conab, Jucá Neto havia sido demitido na semana anterior por supostamente ter autorizado o pagamento de R$8 milhões a uma empresa fantasma, segundo denúncia veiculada pela própria Veja. Na nova edição da revista, Jucazinho destilou seu fel contra a Conab e acusou o então ministro da Agricultura, Wagner Rossi, do PMDB, de comandar um esquema de corrupção na pasta. Rossi seria demitido um mês depois.
Só no meio da reportagem é possível compreender o interesse de Policarpo Jr. no deputado Jovair Arantes, então líder do PTB na Câmara. O parlamentar aparece como beneficiário do dinheiro de campanha doado pela Caramuru, de Goiás, uma das maiores empresas de armazenagem de grãos do País. A companhia estaria negociando o recebimento irregular de uma dívida de R$20 milhões por parte da Conab, em troca de distribuir R$5 milhões em propinas entre os diretores do órgão, segundo Jucazinho.
A reportagem da revista não trouxe, porém, uma única prova para sustentar as declarações do ex-diretor da Conab, muito menos para incluir Arantes como das supostas negociações de propina com a Caramuru. Ao que parece, ou a encomenda de Policarpo Jr. não foi entregue a tempo ou o delegado Deuselino Valadares não fez o dever de casa. O deputado do PTB goiano acabou envolvido na Operação Monte Carlo por outro caminho. Arantes foi flagrado em grampos da PF quando negociava dinheiro de campanha com Cachoeira em troca de apoio ao projeto de legalização do jogo no Brasil.
O marco inicial da relação do bicheiro e o jornalista, a quem Cachoeira e alguns capangas chamavam eventualmente de “Poli”, “PJ” ou “Júnior”, pode ser determinado em 22 de fevereiro de 2005. Naquela data, Policarpo Jr. foi depor de forma voluntária ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados e defendeu Cachoeira. O depoimento serviu para vitimizar e inocentar o bicheiro de suas ligações espúrias com o Congresso Nacional. À época, o contraventor alegou ter sido chantageado pelo ex-deputado André Luiz (PMDB/RJ). O parlamentar teria exigido propina para não incluí-lo no relatório final da CPI da Loterj, a conturbada estatal de loterias do Rio de Janeiro.
Segundo Cachoeira, André Luiz havia pedido R$4 milhões, mas queria um adiantamento de R$200 mil para pagar dívidas de campanha de um filho. O bicheiro gravou a conversa, pegou um laudo do perito paulista Ricardo Molina e deu para Policarpo Jr. produzir uma reportagem. A reportagem de Veja, intitulada “Vende-se uma CPI”, foi publicada em 27 de outubro de 2004.
No depoimento que deu á Comissão de Ética da Câmara, Policarpo Jr. afirmou ter sido procurado por Cachoeira porque este, segundo ele, tinha interesse em conversar com um veículo “independente” e um jornalista de “boas referências”.
 
 A gratidão do bicheiro não tardaria a se manifestar. Em maio de 2005, por meio de um trabalho de arapongagem de Jairo Martins, viria à tona o vídeo onde Maurício Marinho, então diretor dos Correios indicado pelo PTB, recebia propina para facilitar licitações na estatal. A denúncia levaria o deputado Roberto Jefferson a denunciar a existência do chamado “mensalão”.
Em 22 de março deste ano, em entrevista à mídia, o ex-prefeito de Anápolis (GO) Ernani de Paula jogou um pouco de luz nessa trama. Segundo ele, em 2003, Demóstenes Torres, senador cassado recentemente, era cotado para assumir a Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça. Para tal, precisaria migrar do DEM para o PMDB, partido da base aliada. O movimento iria permitir ainda que a ex-mulher de Ernani de Paula, suplente de Demóstenes, ganhasse um mandato no Senado. O ex-prefeito diz ter convicção de que o flagrante a Marinho nos Correios foi armado por Cachoeira e Demóstenes para atingir o então ministro José Dirceu.
Hoje se sabe que os planos de Cachoeira dependiam da construção da imagem de Demóstenes, proposto da quadrilha no Senado, como paladino da moralidade pública. A partir desse personagem, falso como uma nota de R$3,00, o bicheiro conseguiu agregar apoio na mídia. A participação de Veja foi fundamental. “Não há dúvidas de que o mito de Demóstenes foi construído na Veja e replicado pelo resto da mídia”, avalia Dr. Rosinha.
Aos poucos, foi possível à PF mapear, desde 2009, por meio da Operação Vegas, como se construir a curiosa disputa entre Cachoeira e Demóstenes pela atenção e a amizade de Policarpo Jr. Estrategicamente, a revista cuidou de consolidar a relação com o bicheiro por meio de reportagens laudatórias sobre o senador do DEM.
A mais marcante foi publicada em 4 de julho de 2007. Intitulada “Os mosqueteiros da ética”, trazia uma série de parlamentares que supostamente representariam a defesa de valores republicanos e democráticos no Congresso contra as torpezas e a corrupção. Demóstenes era um dos destaques. O ex-senador ainda iria brilhar em uma entrevista nas páginas amarelas da revista, na qual foi vendido como o escolhido do povo brasileiro na luta contra a corrupção.
As informações passadas à CPI demonstram que Cachoeira e Demóstenes eram consultados antes de as notícias serem publicadas, não se sabe se com ou sem a autorização da redação de Veja em São Paulo. Também atuavam para impedir a publicação de notícias consideradas prejudiciais à quadrilha.
Em uma conversa gravada em 13 de maio de 2009, Demóstenes pede a Cachoeira para convencer Policarpo Jr. a entrevistar o delegado Aredes Correia Pires, então corregedor-geral de Segurança Pública de Goiás no governo de Marconi Perilo, do PSDB. Pires havia sido subordinado do ex-senador do DEM na Secretaria de Segurança Pública. “Ele [Policarpo] é de confiança, você sabe que ele nunca furou com a gente”, insiste Demóstenes. O bicheiro promete resolver o problema.
Em outro grampo, de 19 de maio de 2009, Demóstenes se desespera com a possibilidade de Policarpo Jr., por ter desprezado o delegado, se voltar contra a quadrilha. “Poli me ligou dizendo que vai estourar o diretor-geral aí [corregedor-geral Aredes Pires]”, choraminga o ex-senador a Cachoeira. Em seguida, pede para o bicheiro conseguir “umas fotos” para calar a boca do jornalista. “Mas pelo menos as fotos vê se consegue, senão [Policarpo] acaba arrancando a cabeça do Aredes e fica a pior situação do mundo.” A PF não identificou de quais fotos o ex-senador e o bicheiro falavam, mas a estratégia deu certo. Veja nunca publicou qualquer denúncia contra o delegado Pires, mas tarde apontado pela Monte Carlo como informante da quadrilha.
Entre os dias 9 e 16 de maio de 2011, a PF flagrou outro conjunto de conversas que revelam a articulação de Cachoeira e Cláudio Abreu para evitar a publicação de reportagem sobre a suposta ligação da Delta com o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, do PT. Obviamente, para preservar a empreiteira de Fernando Cavendish. Como pode ser verificado na interceptação de 9 de maio, Abreu conta a Cachoeira que Cavendish “já tem um discurso” para resolver a crise e revela que estão todos satisfeitos com a atuação de Demóstenes no Senado. O bicheiro avisa que vai encontrar o diretor de Veja em “20 minutinhos” no prédio da empreiteira para resolver a questão.
Em um grampo de 10 de maio de 2011, Cachoeira conversa com Abreu sobre um almoço que teve com Policarpo Jr. para tratar de um suposto encontro, em Itajubá (MG), de José Dirceu com Cavendish. O encontro teria sido intermediado pelo ex-governador do DF José Roberto Arruda, defenestrado do cargo por denúncias de corrupção.
Cachoeira diz a Abreu que a fonte é “furada” e garante que o assunto vai morrer na revista. “O Policarpo confia muito em mim”, diz o bicheiro. “Vou te mostrar a mensagem que ele passou pra mim antes, 10 horas da manhã, pra eu me encontrar com ele aqui em Brasília.” A confiança de Policarpo Jr., neste caso, mostrou-se mesmo inabalável. Nada saiu a respeito do suposto encontro.
Em conversa interceptada em 16 de maio de 2011, Demóstenes comemora aliviado o recuo de Policarpo Jr. em relação ao tem. “Morreu o assunto, né? Tranquilo. Então, beleza, isso aí resolveu, então, 100% resolvido”, diz Cachoeira. O bicheiro esclarece: “Foi a conversa que eu e o Cláudio [Abreu] tivemos lá com o Policarpo. Foi bom demais, valeu.”
Em outra conversa, ainda em 10 de maio de 2011, Cachoeira conta a Abreu, em linguagem chula, como fez para convencer o jornalista a não publicar nada contra a Delta. “Enfiei tudo no rabo do Pagot! Aquela hora, Policarpo estava na minha frente.”
Em seguida, dá a dica definitiva ao diretor da Delta de como se comportar nesses casos: “Você me fala, então, depois, porque por fora eu posso ajudar demais plantando em cima dele [Policarpo], igual plantei do Pagot naquela hora. Ele anotou tudo, viu? Uma beleza. Pagot tá fodido com ele.”
E estava mesmo. Luiz Antônio Pagot, ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, foi demitido dois meses depois da conversa entre o bicheiro e o repórter. Exatos 26 dias após o almoço, Veja denunciaria um suposto esquema de cobrança de propinas para beneficiar o Partido da República (PR) nos contratos do Dnit.
A partir da Monte Carlo e das revelações nos diálogos entre Cachoeira e Policarpo Jr. foi possível descobrir o que realmente ocorreu. Pagot pode não ser um beato, mas sua queda tem mais a ver com o fato de ele ter contrariado interesses da Delta e da quadrilha. O ex-diretor cometeu o erro de criar problemas para a construtora em licitações. Em uma delas, por exemplo, a Delta foi investigada pelo Dnit por ter subcontratado uma empresa para obras de recuperação de um trecho de 18 quilômetros da BR116, no Ceará, sem autorização pra tal. Em uma conversa captada pela PF em 20 de março de 2011, Cachoeira revela a Demóstenes que Policarpo Jr. teria censurado uma entrevista feita em setembro de 2010, véspera das eleições, por Diego Escosteguy, então repórter da sucursal de Brasília. Na entrevista, Arruda, ex-governador cassado por corrupção, envolvia figurões nacionais do DEM e do PSDB no esquema de propinas no Distrito Federal. A entrevista só seria publicada em 18 de março de 2011, mas pela concorrente Época, para onde Escosteguy se transferira (clique aqui).
Ainda assim, o diretor de Veja tentou dar uma rasteira no ex-subordinado. Na quinta-feira anterior à publicação da entrevista em Época, Policarpo Jr. vazou diversos trechos da entrevista para o site da semanal da Abril na internet. Uma tentativa pueril de atingir a concorrência e, principalmente, de tentar camuflar a censura anterior. “O Policarpo ajudou também, viu? Ia foder todo mundo. Mas você viu que ele ficou com medo e recuou. Tenho certeza que recuou por causa de seu nome”, revelou o bicheiro, para a satisfação do ex-senador do DEM.
Dono da situação, Cachoeira passou a pautar todo tipo de reportagem, a fim de favorecer os negócios da Delta. Em um grampo de 29 de junho de 2011, o bicheiro conversa sobre uma notícia encomendada a Veja por Abreu. Tratava-se de uma reunião de 70 construtoras da Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias (Aneor) para encaminhar a licitação de uma obra na BR280, em Santa Catarina. A reunião, marcada para acontecer em Curitiba, segundo Cachoeira, seria em 1º de julho de 2011.
O evento era um prato cheio. Naquela mesma semana, a sucursal de Brasília preparava uma reportagem sobre supostos esquemas de corrupção no Ministério dos Transportes. Os alvos eram o então titular da pasta, Alfredo Nascimento, presidente do PR, e Pagot. Em uma conversa captada pela PF, Cachoeira e Abreu combinam a infiltração de alguém da revista na reunião e a retirada estratégica dos representantes da Delta do evento. O bicheiro e o diretor da empreiteira mal conseguem se segurar de tanta excitação:
Carlinhos Cachoeira – Teve com Policarpo?
Cláudio Abreu – Cara, show de bola, achei que ele ia beijar minha boca.
Em seguida, traçam a estratégia de infiltração de um repórter, de preferência Policarpo Jr.
Cláudio Abreu – Já mandei o pessoal da Delta sair, né? Que nós não vamos participar da obra. Então falei para eles ir (sic) lá. Ele [Policarpo] vai lá. Falou: “Tem jeito de entrar?”. Falei:”Tem, cara, você infiltra lá e grava a conversa, o sorteio, vão sortear duas obras.” Ele tem de falar que é de uma empreiteira. Talvez, dar caução.
Carlinhos Cachoeira – Ele vai fazer o trem? Vai tá lá?
Cláudio Abreu – falou que ia mandar gente.
No dia seguinte, 30de junho, Cachoeira apressa-se em ligar para Demóstenes para contar sobre a reunião da Aneor, em Curitiba. “Passei um trem para o Policarpo aí hoje, que ele vai bamburrar, viu?”, conta o bicheiro ao ex-senador do DEM. “Só guarde para nós aí, que ele vai infiltrar lá.” Demóstenes não se contém: “Show de bola, show de bola! Aí vai ser de derruba.” Cachoeira dá os últimos detalhes e pede sigilo sobre a operação: “Não conta pra ninguém, ele vai com filmadora e tudo.”
A reportagem “O mensalão do PR” gerou uma crise imediata na cúpula do Ministério dos Transportes, mas não conseguiu derrubar o ministro Alfredo Nascimento. Um dia depois, em 2 de julho de 2011, Cachoeira voltou a conversar com Abreu para falar da repercussão.
Cláudio Abreu – Rapaz, o [Policarpo] Junior, o amigo nosso em Brasília, é mais forte que Aldrin 40 (agrotóxico inseticida). Você chegou a ler a matéria dele hoje, não é?
Carlinhos Cachoeira – Não. O que ele falou? Foi boa?
Cláudio Abreu – “Agora, às 15 horas e 12 minutos, a presidente Dilma Rousseff convoca o ministro dos Transportes e manda afastar todos os citados na reportagem da Veja.” Entra no site do UOL que você vai ver. A matéria ficou boa pra caralho, ele citou a reunião [da Aneor, em Curitiba], cara.
Carlinhos Cachoeira – Você é forte também, hein, Cláudio!
Cláudio Abreu – Você que é forte, amigo. Ainda bem que sou seu amigo. Eu já mandei uma mensagem pra ele [Policarpo], manda uma pra ele. Ele tem um Viber [aplicativo de mensagens para celular], manda um Viber pra ele. Eu botei assim: “Sua matéria já deu repercussão, você é mais forte que Aldrin 40.” Ele respondeu: “Já? Já teve repercussão?” Falei: “Veja o site do UOL.” Falou: “Vou ver, abraço.”
Um dia após a saída de Nascimento dos Transportes, em 7 de julho de 2011, Cachoeira falava como se fosse chefe de Policarpo Jr. Naquele dia, o bicheiro iniciou um forte lobby para promover um apadrinhamento político instalado no governo Perilo, o secretário estadual de Educação, Thiago Peixoto. Em mais uma conversa interceptada pela PF, Cachoeira diz para Abreu: “Você está com Policarpo Junior? Fala para ele fazer uma reportagem aí. O Thiago tá fazendo uma revolução na educação aqui. Manda ele designar um repórter pra cobrir.”
Havia um interesse comercial. Em uma conversa de 9 de junho de 2011, Cachoeira fala com um comparsa da quadrilha, Gleyb Ferreira da Cruz, sobre um projeto de construção de escolas de baixo custo em Goiás. “Comenta com ninguém não, mas o Thiago [Peixoto, secretário de Educação] passou o modelo pra nós, tá? Vai alugar várias escolas no estado, entendeu? E vamos construir, porque na hora que sair [a licitação], tá pronta, é só fornecer”, diz o bicheiro. Em dezembro do mesmo ano, a capa da Veja seria inspirada em um projeto de educação “de qualidade e baixo custo” na China.
Não foi surpresa nenhuma para a PF e para CPI, portanto, quando a 15 dias a mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, tentou chantagear o juiz federal Alderico Rocha Santos com um dossiê, segundo ela produzido por Veja. Andressa teria dito, contou o juiz: “O senhor conhece Policarpo Junior? O Carlos [Cachoeira] contratou o Policarpo para fazer um dossiê contra o senhor. Se o senhor soltar o Carlos, não vamos soltar o dossiê.”
O bicheiro continua preso e Andressa teve de pagar uma fiança de R$100 mil para não acabar no xadrez (clique aqui).
Nota do Blog Limpinho: O texto de Leandro Fortes foi digitado da revista CartaCapital, nº 710, de 15/8/2012, páginas 24 a 29. Este blog só retirou da matéria imprensa da revista as imagens das conversas do bicheiro com seus capangas. As demais que estão no post foram capturadas da internet.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Complexa formação do homo sapiens

Fósseis de hominídeos encontrados no Quênia indicam que o diagrama acima pode ser uma simplificação grosseira demais
Os diagramas tradicionais sobre a evolução humana, que sugerem um caminho linear dos símios aos hominídeos e ao atual homo sapiens, podem ser pobres demais. Ao menos é o que indica a descoberta, no Quênia, de três fósseis de nossos ancestrais, em bom estado de preservação. Anunciado nesta quinta-feira, após anos de estudos de laboratório, o achado dos ossos deu-se graças a uma equipe científica liderada pelas peleo-antropólogas Meave e Louise Leakey. Ele revela que, muito provavelmente, diferentes espécies de seres do gênero homo habitaram simultaneamente o leste da África, cerca de 2 milhões de anos atrás.
Um dos três espécimes encontrados (nomeado KNM-ER 62000, ou apenas 62000) apresenta grande caixa craniana e rosto longo e achatado. São características que se assemelham ao crânio conhecido como 1470, encontrado na mesma área em 1972. Desde a descoberta, o crânio 1470 foi centro de debate sobre linhagens múltiplas.
O crânio 62000 pode demonstrar que as feições encontradas no 1470 não são peculiaridades de um único indivíduo pertencente à espécie homo habilis — mas de outra espécie do gênero. Além disso, os outros dois indivíduos parecem apresentar uma peça que estava faltando: o espécime 1470, encntrado há quarenta anos, não tinha a mandíbula inferior. Já o fóssil nomeado 60000, um dos três mais recentes, inclui a mandíbula inferior quase completa (considerada a mandíbula mais completa de um Homo primitivo já encontrada), além de parte de uma mandíbula do espécime 62000.
Os paleo-antropólogos Meave Leakey e Fred Spoor, no local das descobertas

O grupo de cientistas que fez a descoberta é cauteloso. Ele preferiu não rotular os fósseis como o membros de nenhuma das espécie de hominídeos conhecidos até o momento. Aguarda novas análises para fazê-lo. Porém, Fred Spoor, o paleo-antropólogo que dirigiu os primeiros exames laboratoriais do material encontrado no Quênia, sentiu-se seguro para antecipar: “a evolução humana não é a linha reta que pensávamos que fosse”; além disso, o leste africano era, à época em que viveram os seres agora encontrados “um lugar bem povoado, com espécies [de hominídeos] diferentes”, presumivelmente até com hábitos alimentares diferentes.
Outro pesquisador envolvido na descoberta, Ian Tattersall, do American Museum of Natural History, afirma: “[os novos fósseis] apoiam a visão de que o começo da história do gênero Homo envolveu experimentação do potencial biológico e comportamental, e não um lento processo de refinamento da linhagem central”.

Mapa da Violência 2012: Homicídio de Mulheres no Brasil

Entre os anos 2000 e 2010, 43.654 mulheres foram assassinadas no Brasil. Se for considerado o período de 1980 em diante, esse número sobe para 92.100. Os dados constam da atualização do Mapa da Violência 2012: Homicídio de Mulheres no Brasil, realizado por Julio Jacobo Waiselfisz com apoio da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais e do Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos.
Divulgado na semana em que se celebra o sexto aniversário da Lei Maria da Penha, o estudo tem como fonte básica o Sistema de Informações de Mortalidade, da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde.
O objetivo do Mapa é fornecer subsídios para instituições e grupos sociais que trabalham com o enfrentamento da violência contra a mulher.
Leia aqui a íntegra do estudo.

Assessoria de Comunicação Social, Secretaria de Dreitos Humanos

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Advogados do ex-juiz denunciado deixam defesa


Um novo desdobramento da ação penal que tramita na comarca de São Lourenço do Sul (RS), em que estão denunciados um ex-juiz de direito, o pai dele, um servidor judicial e dois advogados.

Os advogados José Antonio Paganella Boschi, Marcus Vinicius Boschi e Raquel da Luz Boschi que atuavam na defesa do ex-magistrado Diego Magoga Conde formalizaram, nos autos, sua renúncia aos poderes recebidos. A petição está entranhada na fl. 4.273 do processo.
 
Imediatamente o juiz Max Akira Senda de Brito, da 2ª Vara Judicial despachou, determinando a intimação do réu para, em dez dias, nomear novo procurador, sob pena de ser-lhe nomeado defensor dativo, às suas expensas.

Paganella Boschi - desembargador aposentado do TJRS - é especialista em Direito Penal. Nomeado ao TJ gaúcho pelo quinto constitucional (vaga do  Ministério Público) começou a ganhar notoriedade, no início de sua carreira,  como promotor do tristemente famoso "caso Alex Thomas".
 
O despacho do juiz sobre a renúncia observa que "ficarão os procuradores constituídos pelo réu obrigados a patrociná-lo na presente demanda, pelo prazo de dez dias, contados da sua intimação, salvo se substituídos antes do término desse prazo".
 
O processo segue tramitando em segredo de justiça, que foi determinado pelo Órgão Especial do TJRS, no nascedouro da ação,  em 30 de maio de 2011. Na ocasião - antes de exonerar-se da magistratura - o então juiz Conde tinha direito ao foro privilegiado. Até hoje a imprensa não tem acesso ao conteúdo dos autos.
 
A regra geral é a publicidade dos atos processuais. Mas há exceções.(Proc. nº 21200005022).

O assassinato que chocou a sociedade
 
O "caso Alex Thomas" - em que atuou o então promotor Paganella Boschi - refere-se ao assassinato do adolescente Alex Thomas, ocorrido em 26 de fevereiro de 1986, na praia de Atlântida, na época pertencente ao Município de Capão da Canoa (e atualmente a Xangri-lá). O fato causou grande repercussão na imprensa e na opinião pública gaúcha.

Na madrugada em questão, o jovem, então com 17 anos incompletos, caminhava pelas ruas de Capão da Canoa quando foi atacado e espancado por jovens integrantes de uma gangue porto-alegrense conhecida como "matrizeiros" ou "Gangue da Praça da Matriz", composta por membros de famílias influentes da alta sociedade gaúcha. Alex morreu pouco depois.
 
Todos os réus foram condenados. Paganella Boschi atuou na acusação.

Atletas árabes retratadas sem estereótipos são tema de exposição em Londres




Cerca de 140 mulheres árabes estão competindo nos Jogos Olímpicos de Londres, representando mais de dez países.
Pela primeira vez na história das Olimpíadas, todos os países participantes enviaram competidoras mulheres - algo até então inédito para três nações árabes: Brunei, Catar e Arábia Saudita.
Fotos fogem do estereótipo associado à mulher árabe

Imagens e histórias dessas atletas estão reunidas em uma exposição na casa de leilões Sotheby's, em Londres.
Marian Lacombe, representante da Sotheby's, conta que as atletas vêm de países bem distintos entre si, como Marrocos e Kuwait. Cada uma contou os desafios que enfrenta para competir e o que o esporte representa para ela, e suas imagens fogem do estereótipo comumente associado à mulher árabe.
A atleta Reem Al-Sharshany lembra que, antigamente, as mulheres não podiam sair de casa ou praticar esportes. Agora, a presença de atletas femininas nos Jogos Olímpicos é um estímulo às demais.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Damião: feliz de quem está vendo esse cara jogar

Damião faz 2, vira artilheiro e fica próximo de igualar Romário e Bebeto

Leandro Damião tem grandes chances de ser o artilheiro da Olimpíada. Foto: Ricardo Matsukawa/Terra
Leandro Damião tem grandes chances de ser o artilheiro da Olimpíada
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra


Fábio de Mello Castanho. Direto de Manchester para Terra
Antes contestado pela falta de gols, o atacante Leandro Damião tem se transformado no principal nome da Seleção Brasileira no torneio masculino de futebol dos Jogos Olímpicos de Londres. Nesta terça, o camisa nove marcou dois na vitória por 3 a 0 na semifinal contra a Coreia do Sul e virou artilheiro da competição com seis marcados, superando o senegalês Moussa Konate.
Caso confirme a condição de artilheiro, Damião pode igualar se igualar a Romário e Bebeto, os outros dois únicos brasileiros que terminaram o torneio olímpico como artilheiros. Em 1988, na campanha de prata em Seul, Romário fez sete e terminou isolado na liderança. Oito anos depois, Bebeto, com seis, ficou empatado com Hernán Crespo.
As chances de Damião virar artilheiro são muito boas devido à distância em relação aos concorrentes que ainda têm partidas a disputar nesta Olimpíada. O japonês Yuki Otsu, o brasileiro Neymar e o mexicano Giovanni dos Santos, todos com três, são as principais ameaças. Os jogadores terão de fazer quatro gols e Damião, nenhum na última partida para reverter a situação.
Na partida desta terça, Damião mostrou oportunismo no segundo tempo depois de um início devagar. Marcou o segundo brasileiros aos 11min, ao receber um cruzamento de Neymar e chutar rasteiro, sem chances para o goleiro sul-coreano. Sete minutos depois, pegou uma sobra na entrada da área e chutou forte.

Membros da Comissão da Verdade são designados

Os membros que compõem a Comissão da Verdade foram anunciados nesta segunda-feira, 6 de agosto, pelo governador Tarso Genro no Palácio Piratini. Na oportunidade foram assinados o Ato de Designação dos Membros da Comissão da Verdade e o Decreto de Criação do Regimento Interno da Comissão.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Jânio de Freitas desanca a mídia brasileira

Ministros demonstram cansaço durante julgamento do mensalão

De: O Globo

Os ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa, durante o terceiro dia de julgametno do mensalão no STF Foto: Montagem sobre fotos de André Coelho / O Globo
Os ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa, durante o terceiro dia de julgametno do mensalão no STF Montagem sobre fotos de André Coelho / O Globo
 RIO - No terceiro dia de julgamento do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), os ministros da Corte já começam a dar sinais do cansaço que as longas argumentações estão provocando. Durante o pronunciamento de Arnaldo Malheiros Filho, advogado de defesa do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, o ministro relator, Joaquim Barbosa, foi flagrado pela reportagem do GLOBO demonstrando que a maratona de debates está tirando a atenção dos magistrados. Já Gilmar Mendes demostrou cansaço quando o advogado Marcelo Leonardo, que defende Marcos Valério, argumentava a favor de seu cliente no plenário do Supremo

domingo, 5 de agosto de 2012

Chavela Vargas, morreu aos 93 anos. Que grande perda!



Fallece la señora de los sueños rotos, Chavela Vargas, a los 93 años

La cantante de música popular permanecía hospitalizada desde el 19 de julio por diversas afecciones.
La Jornada en Línea y Rubicela Morelos, corresponsal
Publicado: 05/08/2012 13:19
Cuernavaca, Mor. La cantante Chavela Vargas, una de las voces más reconocidas de la música popular en México y en el extranjero, falleció este domingo, a la edad de 93 años, luego de permanecer hosptilizada  desde el 29 de julio debido a afecciones cardiacas,  pulmonares y renales.
En su cuenta de Twitter apareció publicado alrededor de las 13 horas el siguiente mensaje: "SILENCIO, SILENCIO: A PARTIR DE HOY LAS AMARGURAS VOLVERÁN A SER AMARGAS… SE HA IDO LA GRAN DAMA CHAVELA VARGAS".
Según la coautora del libro Las verdades de Chavela, María Cortina, la cantante se fue en paz y con un semblante tranquilo, sin dolor y sin agonía; como ella lo deseó el miércoles pasado en una plática que sostuvo con su médico José Manuel Núñez García.
En entrevista con los medios de comunicación después del deceso de Chavela, Cortina anunció que en las próximas horas su cuerpo será preparado para ser trasladado en una carroza a la ciudad de México y recibir varios homenajes.
Mañana lunes, Disco CoraSon tiene programado uno de ellos en la Plaza Garibaldi, donde actuarán varios artistas, entre ellos Eugenia León.
El martes 7, el homenaje oficial se realizará en Bellas Artes a las 12 horas.
Apenas dos días antes de ingresar al hospital,  Vargas había regresado de España donde presentó su disco La Luna grande.
Previo a dicho viaje, la también llamada “Chamana”, se presentó el 15 de abril en el Palacio de Bellas Artes, donde hubo poesía, canto, música y charla con los que la cantante realizó un homenaje a Federico García Lorca.
Durante sus últimos días, el estado de salud de la intérprete de 93 años había sido reportado como reservado, más tarde se dio a conocer como grave para, finalmente, fallecer este domingo, tras complicarse su cuadro médico.
Isabel Vargas Lizano, su verdadero nombre, destacó en la música ranchera a pesar de que en su época se consideraba un género reservado para los varones.
Chavela no sólo se caracterizó por su estilo vocal, sino también por hablar frontalmente sobre su sexualidad. En su momento señaló que entre sus amores estuvo la pintora Frida Kahlo.
La intérprete nació en Costa Rica el 17 de abril de 1919, sin embargo siendo adolescente se trasladó a México, país que finalmente adoptó como propio y del cual se nacionalizó.
En los datos biográficos que aparecen en su página oficial de internet, se lee que de "niña nunca jugó con muñecas, se levantaba de noche a buscar serenatas, montar a caballo en pelo y mirar el río."
También, de propia mano, expuso que no tuvo una infancia feliz: "A mis abuelos no los conocí y a mis padres más de lo que hubiese querido. Tuve cuatro hermanos y puesto que he de decirlo casi todo, lo diré: mis padres no me querían (..) Cuando mis padres se divorciaron me fui con mis tíos que Dios los tenga en el infierno".
Ya en México, trabajó de criada, vendedora de ropa "hasta convertirse en ‘la Vargas’".
Se sabe que durante muchos años cantó en las calles, pero después de cumplir 30 años, se hizo cantante profesional, conjuntamente con José Alfredo Jiménez, compositor de quien interpretó muchos de sus éxitos musicales.
En su discografía destaca El corrido hablado, Piensa en mí, Sentimiento de México, volumen 1 y 2, De México y del mundo, Le canta a México, Volver, volver, Macorina, Con la Rondalla de Saltillo, Para perder la cabeza.
También Las 15 grandes de Chavela Vargas, La dama del poncho rojo, Grandes éxitos, Para toda la vida, Antología, Somos, Chavela Vargas, En Carnegie Hall, La Llorona, Cupaima, ¡Por mi culpa! y Luna grande.
Colaboró con el director de cine español Pedro Almodóvar, lo que contribuyó a su arraigo popular aquel país. Apareció en el rodaje de Julie Taymor, Frida, cantando sus clásicos La Llorona y Paloma negra. También apareció en Babel, del mexicano Alejandro González Iñarritu.
En 2009, el gobierno de la Ciudad de México, le rindió un homenaje por su 90 aniversario nombrándola “Ciudadana distinguida”, en el que estuvo acompañada de personalidades del ámbito cultural, artístico y periodístico como Eugenia León, Carlos Monsiváis, Carmen Aristegui, Joaquín Sabina y Pedro Almodóvar, entre otros.
En 2010, a los 91 años de edad, presentó el disco Por mi culpa, en el que se incluyen duetos con Eugenia León, Lila Downs, La Negra Chagra, Mario Ávila y Joaquín Sabina.
Otros de los reconocimientos que recibió la intérprete, es la Gran Cruz de Isabel La Católica en el 2000; el Grammy Latino en 2007; la Medalla de Oro en la Universidad Complutense de Madrid; fue nombrada Huésped de Honor de Buenos Aires, Argentina; y Ciudadana Distinguida en la Ciudad de México en 2009, entre otros galardones .
A finales de este año podría estar listo el documental sobre Chavela, con fragmentos en 2D, el cual no es de corte biográfico sino “un poema audiovisual”, que tiene imágenes filmadas en España y México.
Este domingo, luego de darse a conocer su deceso, en @ChavelaVargas se abrió un espacio para expresar las condolencias.
(Con información de Notimex)

Santo Sudário - A Mortalha da Credulidade

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De: Sociedade Racionalista
Em 1898, o fotógrafo italiano Secundo Pia teve uma surpresa ao fotografar a mais famosa e importante relíquia católica, o Sudário de Turim: no negativo da fotografia se formava nítida a imagem de uma figura que, para ele, só poderia ser Jesus Cristo. De lá para cá, o fascínio pela peça cresceu, e vários testes de autenticidade já foram realizados. Até a NASA já esteve envolvida em pesquisas com o que parece ser a mais enigmática relíquia cristã. Em 1978 se deu o primeiro teste, com a equipe STURP, que consistiu em análises microscópicas. Em 1988, o teste do carbono 14 foi realizado por três equipes distintas: a do Instituto Politécnico de Zurique, na Suíça; a da Universidade Oxford, na Inglaterra; e a da Universidade do Arizona. Os testes concluíram que a peça data entre os séculos 13 e 14 da Era Comum.
Seria o Sudário de Turim o autêntico pano mortuário de Jesus ou apenas uma genial farsa da Idade Média? Haveria um gênio na época com os conhecimentos necessários para forjá-la? Provar que o tecido é do século I EC também provará que é autêntico?
Depois da restauração realizada no sudário em 2002, muitos dos possíveis testes ficaram obsoletos. A questão do sudário esfriou, e a Igreja se recusa a emitir opinião a respeito. Por ora, o sudário pende entre um tecido mortuário do século I EC e uma grande piada medieval. De todo modo, a relação dele com Jesus Cristo persiste praticamente impossível de ser provada.
AS PROVAS E CONTRAPROVAS
1. A imagem é fiel nos mínimos detalhes. As chagas das mãos estão na altura dos pulsos, num ponto bem específico entre oito ossos: um detalhe anatômico aparentemente desconhecido no século XIII. As marcas das 39 chicotadas podem ser vistas nas costas, e os olhos estão cobertos com moedas romanas.
Nada que não pudesse ter sido forjado. Além do mais, as distorções na imagem jamais foram refutadas à luz da Antropologia Forense. A figura deveria ter os braços anomalicamente compridos para conseguir encostar os cotovelos ao lado de corpo e, ao mesmo tempo, cobrir os genitais tão perfeitamente – e rigor mortis não explica isso. O rosto tem aparência plana, junto aos cabelos, pés e panturrilhas, coisa impossível para uma imagem formada por envolvimento com tecido. A figura tem aspecto gótico, o que é típico do século 14, e a história das moedas é inconsistente: é preciso forçar para vê-las, e faziam parte de um costume greco-romano que não seria aplicado a um judeu, por estar ligado à mitologia clássica. Por fim, as distorções na imagem talvez configurem o maior desafio à comprovação de sua suposta autenticidade.
2. O químico americano Dr. Alan David Adler, especialista em porfirinas e química sanguínea que trabalhou no STURP, provou que o tecido contém moléculas que o organismo despeja depois de passar por um grande estresse, além de líquido pleural e substâncias secretadas nos coágulos dos ferimentos que só vieram a ser descobertas no século XX. Foi encontrado no tecido, ainda, sangue AB+, um tipo raro, aparecendo justamente nos locais esperados para uma figura autêntica do Gólgota: pulsos, testa, costas etc.
A possível presença de líquidos orgânicos nada tem de assombrosa, dado que a farsa poderia ter sido produzida com o uso de um corpo humano autêntico, ainda que não o do Gólgota. Além do mais, o que dizem ser sangue no tecido não o pode ser, porque sangue coagulado toma coloração marrom, e os pigmentos no tecido são vividamente vermelhos. Walter McCrone, um dos maiores peritos em microscopia do mundo (o único cientista agnóstico da equipe avaliadora), descobriu, com aumentos microscópicos de 400X a 2.500X – bastante superiores aos aumentos de 20X a 50X, usados pelo resto da equipe – que a pigmentação vermelha vem de ocre e cinábrio, não sangue. Além disso, o sangue tenderia a empapar o tecido, por sua capilaridade, o que não ocorre: as manchas são nitidamente artificiais. As porfirinas, interpretadas como sangue, estão presentes em vários materiais de origem animal, e até mesmo na clorofila de todas as plantas verdes.
3. O legista suíço Max Frei achou o pólen de 56 plantas no linho, sendo 47 delas típicas da Palestina, o que comprova que o pano adviria do Oriente Médio, tendo sido usado em um funeral da região.
Max Frei foi um falsificador que morreu em 1983 com a reputação destruída após autenticar os famosos – e falsos – “Diários de Hitler”. O pólen pode muito bem ter sido introduzido no pano por ele, como tentativa de criar falsa prova. Além do mais, a presença de pólen nada prova, já que esse tecido viajou bastante no século XVI (Chambéry – Turim – Vercelli – Milano – Nice – Vercelli – Turim).
4. Nenhuma técnica da Idade Média poderia gerar tal tipo de imagem. O autor teria de ter conhecimentos anatômicos incomuns à época. Além do mais, a imagem só tem uma camada: um artista medieval não teria meios para produzi-la.
Não existe sequer uma menção evangélica a um pano mortuário miraculosamente estampado com a figura do Cristo Jesus, coisa que seria exaltada como evidência da divindade do ungido messias.
Existiram muitos sudários na Idade Média, junto com uma série de outras falsas relíquias, como lascas da cruz, palha da manjedoura, etc. Não existe nenhuma prova documental da existência desse tecido anterior a 1350 (o que bate com os testes de carbono 14). Henrique de Poitiers, arcebispo de Troyes, apoiado por Carlos VI da França, proibiu a veneração do sudário, por saber que era falso, em 1355; e, em uma carta de 1389, o bispo francês Pierre d’Arcis disse ao papa de Avignon, Clemente VII, ter conhecido o artista que produziu a imagem e saber como foi feito (“As pessoas insistem que se trata do sudário. Mas sei que o linho foi pintado a pena”). Clemente VII não deu atenção ao bispo d’Arcis, e persistiu concedendo indulgências aos peregrinos que veneravam o sudário.
Curiosamente, a relíquia parece ter sumido por 50 anos, depois que, em 1453, o duque Ludovico Savoia comprou de Margarita de Charny o tal sudário. Quando o sudário reapareceu, em 1502, estava muito mais convincente. A família Savoia certamente teve tempo de forjar uma réplica mais convincente.
A intrigante superficialidade da imagem, aliás, pode resultar da têmpera usada para fixar os pigmentos ou mesmo de um método fotográfico primitivo, baseado em sulfato de prata – material fácil de achar na Itália renascentista.
5. Os testes com carbono 14 não poderiam dar certo, pois o tecido fora exposto a fogo e água num incêndio em 1532. Além do mais, uma invisível crosta formada por micróbios poderia atrapalhar o teste, e o pano de fundo, sabidamente medieval, também confundiria os resultados. O carbono 14, decididamente, não pode conceber dados confiáveis sobre a idade da peça.
Água e fogo não poderiam alterar os testes, e bactéria nenhuma poderia confundir os resultados em 13 séculos, dado que a carga carbônica teria que ser vertiginosamente aumentada, fazendo o tecido ganhar uma camada com o dobro de sua espessura – sem falar que as amostras foram limpas antes do teste. Esses elementos, portanto, não poderiam fazer retiradas nem introduções de isótopos em tal escala. Ademais, o pano de fundo foi separado do linho original quando fora realizado o teste, e a parte retirada estava afastada de remendos e queimaduras.
6. A imagem tem natureza negativa, verificando-se o positivo na fotografia.
Na verdade, ou a imagem é positiva ou não é autêntica (o mais provável). Um negativo apresentaria as manchas de sangue em coloração escura, o que não acontece. Ademais, cabelo e barba deveriam aparecer negros, mas se veem brancos. Era Jesus um idoso quando morreu?
7. O dedão aparece contraído, o que se esperaria de quem sofreu o encravamento dos pregos nos pulsos, tendo o nervo mediano afetado.
Na verdade o dedão não existe. Essa foi uma desculpa inventada para solapar o fato de que uma das mãos só tem quatro dedos. Aliás, o braço direito da figura é mais comprido que o esquerdo.
8. A falta do sangue empapando o tecido dá-se pelo fato de que o corpo fora anteriormente limpo e embalsamado, banhado em óleos e unguentos.
Segundo a história evangélica, as mulheres só foram embalsamar e limpar o corpo quando Jesus Cristo já havia ressuscitado, sendo que não o encontraram no túmulo. Aloés e mirra, que teriam untado o corpo do Cristo, aliás, nunca foram encontrados minimamente na peça.

Oswaldo Cruz, ciência e política na vida de um grande brasileiro

Oswaldo Cruz
Neste 5 de agosto, completam-se 140 anos do nascimento de Oswaldo Cruz. A atuação deste grande brasileiro expressa, até hoje, dilemas fundamentais na gestão pública. Oswaldo Cruz era um homem de ciência. Foi trazido à esfera política por iniciativa de um projeto autoritário e higienista dos primeiros anos da República. Sendo um cientista, os debates e condicionantes políticos não o sensibilizavam. Seu desejo era aplicar seu conhecimento e as descobertas da medicina em favor da população. Sua obstinação científica, aliada ao elitismo dos políticos que lhe davam suporte e à demagogia de seus opositores, deu origem a uma das mais significativas revoltas urbanas do Brasil, a chamada "Revolta da Vacina".
A campanha de vacinação em charge da época
Hoje, ninguém questiona a figura de Oswaldo Cruz. Porém, os dilemas presente na sua atuação permanecem. Vou a eles: 1) Até mesmo um governo conservador pode introduzir políticas públicas relevantes e duradouras; 2) A tensão entre política e ciência em questões de saúde pública, precisa ser mediada não só pelo bom senso, mas pela participação das pessoas e pelo enfrentamento sério dos problemas, sem preconceitos; 3) Um grande cientista pode ser um mau gestor público, pois tratam-se de esferas diferentes de ação que exigem competências diferenciadas; 4) Grandes iniciativas nem sempre são corretamente dimensionadas no momento em que acontecem, precisam de tempo para serem entendidas; 5) O povo, na sua revolta, nem sempre está certo, o que não significa que não deva ser respeitado, mas o apelo ao senso comum costuma ser péssimo conselheiro.
Na atualidade, o debate sobre a política de drogas (para ficar só nesse tema) parece estar vivendo uma situação semelhante. O julgamento de uma proposta de tratamento à questão feita com base no censo comum, preconceitos, sem embasamento científico e especulando com a demagogia tão cara aos nossos políticos é um desserviço ao Brasil.
De qualquer modo, é exigir demais aos agentes públicos do país que aprendam algo com a "Revolta da Vacina", afinal ela aconteceu há pouco mais de cem anos.
Ser brasileiro exige paciência.

Abril, de Civita, é condenada a pagar R$ 200 mil ao governador de Sergipe

De: 247
Abril, de Civita, é condenada a pagar R$ 200 mil ao governador de Sergipe Foto: Montagem/247

Denúncias contra Marcelo Déda, do PT, não foram comprovadas; reportagem se chamava “micareta picareta” e, segundo a revista, não tinha a intenção de ofender, apenas de informar

04 de Agosto de 2012 às 15:32
Por Elton Bezerra, do Conjur  - A Editora Abril foi condenada pelo Tribunal de Justiça de Sergipe a pagar R$ 200 mil em indenização por danos morais ao governador do estado, Marcelo Déda (PT), devido ao conteúdo de uma reportagem publicada pela revista Veja em 2006 que o acusava de desvio de recursos públicos. O advogado Alexandre Fidalgo, do escritório Espallargas, Gonzalez, Sampaio, Fidalgo Associados, que defende a Abril, disse que vai recorrer da decisão.
Segundo o processo, na edição 1955 da revista, a reportagem intitulada “Micareta Picareta” afirmava que “Marcelo Deda, do PT, desviou dinheiro público para animar sua campanha a governador”.
Na decisão, a 1ª Câmara Cível do TJ-SE deu provimento parcial ao recurso apresentado pela Abril, que buscava afastar a condenação de primeiro grau. De acordo com sentença da 7ª Vara Cível de Aracaju, a editora foi condenada a pagar R$ 80 mil em danos morais, e os honorários advocatícios foram fixados em 20% da condenação. Já a decisão do TJ-SE aumentou o valor da indenização para R$ 200 mil e diminuiu os honorários de sucumbência para 15%.
Em defesa da revista, os advogados da editora disseram, durante o processo, que a publicação não teve a intenção de ofender, mas apenas de informar a sociedade sobre as investigações promovidas pelo Tribunal de Contas do Estado de Sergipe.  A Abril sustentou, segundo o processo, que a sentença de primeiro grau baseou-se apenas no título e no subtítulo da reportagem, que, na avaliação da editora, têm função de apenas chamar a atenção dos leitores.
A relatora, desembargadora Suzana Maria Carvalho Oliveira, entretanto, discordou. “Diferentemente do que afirma a editora apelante, o título da reportagem e o subtítulo, não foram usados apenas com a intenção de chamar a atenção do leitor para a matéria que se seguia, e de fazer o papel da imprensa de informar a população sobre fatos e investigações de natureza grave, mas sim de criar a imagem de político corrupto e sem escrúpulos, com base em suspeitas que não foram confirmadas, mas tão somente investigadas pelo Tribunal de Contas de Sergipe.”
A Abril negou que tenha cometido calúnia, injúria ou difamação, uma vez que se limitou a noticiar suspeitas graves, amparadas por denúncia do Ministério Público Especial do Tribunal de Contas.
Para José Rollemberg Leite Neto, do escritório Eduardo Antônio Lucho Ferrão Advogados Associados, que defendeu Deda, a repercussão do caso na época e os reflexos no processo eleitoral foram decisivos para a fixação da pena. “A acusação de crime infamante, sem provas e sem qualquer tipo de oportunidade de esclarecimentos, acrescida de texto que tentou ridicularizar e desmoralizar o homem público, foi determinante para a condenação”, afirmou.
Clique aqui para ler a decisão.