sábado, 31 de julho de 2010

Adoniram e Elis cantam Iracema

A Companhia - submundo da cia

A literatura de espiões sempre foi considerada subliteratura pois, além do clássico jeito de reviravoltas, com postulados seguidos a regras e resolvidos muitas vezes de maneira absurda, também sempre foi campeã de vendas, o que faz com que os críticos literários torçam o nariz. Neste cenário, John Le Carré talvez seja ainda o maior nome mas outros escritores trilham o caminho com brilhantismo.
Um deles é o norte-americano Robert Littell. Seu livro A Companhia, lançado no Brasil pela editora Record, faz juz. Em mais de setecentas páginas, o autor descreve o submundo da Agência Central de Inteligência do governo dos Estados Unidos, a famosa CIA. Desde a sua fundação aos mais recentes eventos que levaram a formação histórica do terrorismo islâmico fundamentalista, Littell cria uma saga de gerações no trabalho da espionagem.
Tudo começa com a Guerra Fria, evidentemente o grande foco do livro, já que a CIA foi fomentada justamente para combater o comunismo. No cenário de Berlim, Feiticeiro, uma lenda entre os espiões norte-americanos cuida de uma caso de exfiltração de um soviético. Porém, as coisas saem do controle e tudo dá errado. Cismado, o Feiticeiro resolve descobrir o que aconteceu, numa trama de traição que levará ao topo da cadeia de comando da agência. Paralelamente, outros personagens desenvolvem seus papéis que desembocam na desastrada ação de levante na Hungria e na suposta invasão da Baía dos Porcos, em Cuba.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Esquizofrenia no "jornalismo" econômico

De: Observatório da Imprensa
Por Luciano Martins Costa em 30/7/2010
Os jornais costumam oferecer espaços distintos para reportagens sobre a economia em geral e sobre negócios, em particular. No noticiário sobre negócios, o que se lê, há doze meses, é uma sucessão quase ininterrupta de conquistas, balanços positivos, recordes de produção e produtividade e anúncios de grandes investimentos. Um dos eixos dessa maré de crescimento é o setor siderúrgico, que produziu muitas páginas de notícias nos últimos meses.
Mais recentemente, as manchetes do noticiário sobre negócios giram em torno da disputa pelo controle da operadora de telefonia Vivo.A espanhola Telefónica vinha há meses fazendo gestões para comprar da Portugal Telecom sua parcela na Vivo. O governo português entrou na disputa, para impedir que uma empresa de seu país ficasse de fora do prodigioso mercado brasileiro.
Na última semana, os entendimentos se fizeram. A Telefónica fica com a Vivo e a Portugal Telecom segue no Brasil, agora a bordo da Oi.
Leitores curiosos Na edição de sexta-feira (30/7) da Folha de S.Paulo, a manchete do caderno "Mercado" anuncia: "Teles devem investir R$ 200 bilhões até 2018". Em três páginas, o jornal informa que o Brasil será o principal destino de investimentos estrangeiros em telecomunicações na próxima década e que o setor ainda está longe da consolidação.
O Estado de S.Paulo noticia, no mesmo dia, que o lucro da Vale subiu 344% no segundo trimestre deste ano e que a gigante dos minérios segue com fome de novos negócios e faz oferta para aquisição da Paranapanema, líder na fabricação de cobre refinado no Brasil.
Apesar de a febre das fusões e aquisições ter arrefecido um pouco após um ano de grandes negócios, os escritórios de advocacia especializada seguem trabalhando em ritmo alucinado. Por esse motivo, alguns leitores se dizem curiosos com a manchete do jornal Valor Econômico, publicada no dia 26 deste mês. "Estagnação da economia faz BC rever alta de juros", dizia o título na primeira página.
Entusiasmo contido Relendo os jornais de algumas semanas para cá, pode-se compreender a estranheza dos leitores. Como, na maioria dos casos, o noticiário dos negócios é motivado pelas próprias empresas, através de suas assessorias de imprensa, a média das reportagens é quase sempre positiva, porque é do interesse das empresas anunciar seus êxitos, seus investimentos e seus planos de futuro.
Existem, evidentemente, os muitos casos em que as informações sobre negócios são colhidas pelos repórteres por meio de suas fontes e a partir de sua própria argúcia na observação do mercado; mas, no geral, o noticiário tem sido positivo, mesmo porque a economia está crescendo em ritmo acelerado e os resultados das empresas tendem a ser favoráveis.
Já o noticiário sobre a economia em geral, que deve refletir a complexidade maior e envolver a política econômica do governo e o estado do mundo, exige maior atenção do leitor.
Quando reproduzem reportagens e análises das principais publicações estrangeiras, como a revista britânica The Economist e o diário americano The Wall Street Journal, sobre a economia do Brasil, os jornais brasileiros costumam dar repercussão ao entusiasmo geral com a situação econômica nacional, principalmente quando comparada à situação de alguns países europeus. Mas quando o noticiário é produzido aqui, o entusiasmo é menor.

Comício esvaziado? Conta outra PRBS

Novo padrão de manipulação jornalística


Nestes sete anos e meio de governo Lula eu já tinha visto todo tipo de manipulação da imprensa a favor dos tucanos e contra o governo petista, mas o jornal O Globo de hoje desce mais um degrau rumo ao fundo do poço da credibilidade jornalística: numa matéria sobre declarações de Aloizio Mercadante o jornal simplesmente usou a resposta a uma pergunta, feita por um jornalista sobre um determinado assunto, como resposta a outra pergunta, de outro jornalista, sobre outro assunto! Parece absurdo demais, mas é a verdade.
  Acho que conheço bastante bem o episódio dos “aloprados”, um dos mais vergonhosos momentos da história da imprensa brasileira, uma tentativa de golpe nas vésperas do primeiro turno da eleição presidencial de 2006, orquestrada pelos principais veículos da mídia, alguns integrantes da Polícia Federal e do Ministério Público e pelos partidos de oposição, e estranhei muito o tal “mea culpa” de Aloizio Mercadante publicado na edição de hoje de O Globo.
Segundo o jornal, Mercadante teria admitido “um grave erro”.
  A matéria de O Globo tem uma chamada, que está na capa da edição on-line:
MEA CULPA
  A manchete:
  Mercadante assume 'grave erro' na campanha de 2006
Uma frase em destaque:
“Evidente que o erro é nosso. Nós que não fomos capazes de convencer o eleitor”.
  Os dois parágrafos iniciais da matéria, na íntegra:
  Candidato ao governo de São Paulo por uma coligação de 11 partidos, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) admitiu nesta quarta-feira que cometeu um "grave erro" na campanha eleitoral de 2006 ao ter seu nome envolvido no escândalo conhecido como dos "aloprados do PT". Um de seus assessores foi acusado de comprar por R$ 1,7 milhão um suposto dossiê contra o então candidato José Serra (PSDB) ao governo paulista. Mercadante disse que a denúncia foi arquivada e que nunca foi réu em processos que envolvem a administração pública.
- Nunca fui réu em nenhum processo em relação a administração pública. Nenhuma denúncia. Sou bastante rigoroso e bastante exigente. No entanto, aconteceu. Acho que foi um grave erro. Mas consegui (o arquivamento da ação), através do Ministério Público rigoroso, não o engavetador geral do passado. (...) Evidente que o erro é nosso. Nós que não fomos capazes de convencer o eleitor - disse o senador durante sabatina promovida pelo portal UOL e pela "Folha de S.Paulo".

http://oglobo.globo.com/pais/eleicoes2010/mat/2010/07/28/mercadante-assu...

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O texto segue o padrão de mixórdia muito em voga na antiga imprensa, onde não se distingue o que é incapacidade no uso da língua e o que é má-fé. Segundo o texto, Mercadante teria admitido que “cometeu” um “erro grave” “ao ter seu nome envolvido” no tal escândalo. Qual o erro cometido (e supostamente admitido) por Mercadante? O texto não informa.
  Segundo o texto, um dos assessores de Mercadante “foi acusado de comprar um suposto dossiê”, o que já é mentira, ninguém foi acusado de comprar nada, até porque não houve compra alguma. Os tais assessores (Valdebran Padilha e Gedimar Passos) foram detidos porque supostamente iriam comprar um suposto dossiê, num caso único na história mundial onde uma prisão por flagrante foi efetuada antes do (suposto) crime acontecer, se é que algum crime aconteceria. Os dois foram imediatamente soltos, é claro, já que todo o procedimento da polícia e do Ministério Público no caso foi grosseiramente eleitoreiro e tecnicamente bizarro.

A única concretude entre tantas suposições era a necessidade de se produzir manchetes a tempo de influenciar as pesquisas eleitorais antes do primeiro turno da eleição, plano que se cumpriu. (O que não estava previsto era a fragilidade do candidato oposicionista, Geraldo Alkmin, que posou para fotos vestindo uma jaqueta ridícula com logotipos de empresas brasileiras, prometeu vender o avião presidencial para construir um hospital e, outro fato inédito na história mundial, acabou tendo menos votos no segundo turno do que no primeiro.)
  O texto de O Globo segue citando Mercadante que, supostamente, teria afirmado: “Evidente que o erro é nosso. Nós que não fomos capazes de convencer o eleitor”. Esta frase aparece em destaque nas páginas de O Globo e, ao meu ver, não fazia sentido algum. O erro é nosso? A que erro Mercadante se refere? E por que o verbo no presente? Se ele se referia a um episódio de 2006 não deveria ter dito, se é que disse alguma coisa, “o erro FOI nosso”? A que “grave erro” (conforme a manchete) Mercadante se refere? A respeito de que não foi capaz de convencer o eleitor?
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  Na tentativa de preencher tantos furos da matéria de O Globo, fui em busca da entrevista no UOL. (Chega a ser engraçada a dificuldade que a antiga imprensa tem de entender o quanto encurtaram as pernas da mentira no mundo dos arquivos digitais).
  Assisti a entrevista, na íntegra.
Aos 11:10 o jornalista Irineu Machado diz a Mercadante, que criticava a administração tucana em São Paulo, que o PT não foi capaz de vencer as eleições para o governo paulista. O jornalista pergunta:
  IRINEU MACHADO pergunta:
O senhor acha que o erro foi do partido ou do eleitor que não soube escolher?
MERCADANTE responde:
Não, evidentemente que a deficiência é nossa, nós que não fomos capazes de convencer a sociedade de votar na mudança.
Quarenta e dois minutos depois (aos 53:00), o jornalista Fernando Canzian puxa o assunto dos “aloprados”:
  FERNANDO CANZIAN pergunta:
Em 2007 o senhor foi indiciado pela polícia federal por acusação de participação na compra de um dossiê de 1,7 milhões de reais contra tucanos aqui em São Paulo. Acabou tento impacto negativo na sua eleição, o senhor perdeu a eleição em São Paulo. O STF depois arquivou mais o caso foi rumoroso, o caso dos aloprados do PT, o senhor esteve diretamente envolvido.

MERCADANTE responde:
Eu já respondi isso outras vezes pra você, você usou uma frase que você não sustenta, “esteve envolvido”, eu não tive nenhum envolvimento. O que a Polícia Federal fez: “Eu não consigo explicar, quem tem que explicar é o Mercadante”, o que é uma coisa juridicamente inacreditável. Tanto que o Procurador Geral da República, o Ministério Público falou: “Não existe um único indício de participação do Mercadante”. Não foi só o Procurador da República, o mesmo que enquadrou dezenas de deputados, senadores, cassou 4, 5 governadores, pôs na cadeia um governador, esse mesmo procurador disse: “Não existe nenhum indício de participação do Mercadante nas 1.100 páginas que tem o inquérito”. E mais: o Supremo, por unanimidade, arquivou e anulou qualquer menção ao meu nome. Então isso para mim está mais do resolvido e explicado. Agora, na vida é assim: pros amigos você não precisa explicar e para os inimigos não adianta.
  MÔNICA BERGAMO pergunta:
Mas eles eram da equipe da sua campanha. O eleitor não pode olhar e falar: Será que o senador é cuidadoso na escolha da sua equipe?”
  MERCADANTE responde:
Depois de 20 anos de vida pública você nunca me viu envolvido num ato de corrupção. Nunca fui réu num processo de administração pública, uma denúncia. Portanto, eu sou bastante rigoroso e bastante exigente. No entanto aconteceu, acho que foi um grave erro e eu consegui, através do Ministério Público, rigoroso, que não é o engavetador geral da república que tinha no passado, foi o mesmo que denunciou e cassou vários parlamentares, prefeitos e governadores. Esse episódio mostrou para mim o quanto é importante a justiça.

Vídeo da entrevista completa em:
http://eleicoes.uol.com.br/2010/sao-paulo/ultimas-noticias/2010/07/28/me...

Coincidência ou crime eleitoral?




A semelhança entre a logo marca do ex-secretário da Smic de Porto Alegre, candidato a deputado e a logo da própria secretaria será mera coincidência?
Isso não atenta contra a Lei Eleitoral que diz, no artigo 40 ,que:
"O uso, na propaganda eleitoral, de símbolos, frases ou imagens, associadas ou semelhantes às empregadas por órgão de governo, empresa pública ou sociedade de economia mista constitui crime, punível com detenção, de seis meses a um ano, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor
de dez mil a vinte mil UFIR."
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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Alguém consegue rir com o Marco Aurélio?

A página três do boltetim do PRBS até já foi melhor. Atualmente, além das abobrinhas do Tulio Millman, ainda  deparamos com as charges cada vez mais sem graça do Marco Aurélio. Quando são sem graça ainda vai, o problema é quando apelam para o mau gosto.
Bem feito pra mim. Quem manda ler aquilo?

Proposta pode tirar programação religiosa da TV Brasil

A menos de 70 dias das eleições, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), estatal que opera a TV Brasil e oito rádios oficiais, debate tema politicamente delicado: o destino de programas religiosos em suas grades. O conselho curador da empresa, que estabelece sua linha editorial, aprovou, com modificações, proposta do conselheiro Daniel Aarão Reis Filho de substituir a atual programação religiosa por programas de discussão do tema, sem "proselitismo" e produzidos mediante concurso.
Um edital de consulta pública sobre o assunto sairá em agosto, no processo de discussão que poderá ter uma audiência aberta e com previsão de terminar até dezembro. Mantido, o cronograma levará ao fim os atuais programas católicos e evangélicos. Na TV Brasil, são duas horas de programação católica aos domingos e 45 minutos de programa evangélicos aos sábados. A Rádio Nacional AM do DF transmite uma missa aos domingos.um debate muito delicado", reconheceu a presidente do conselho curador, Ima Célia Guimarães Vieira. "Acho que vai haver resistência (à mudança). A EBC herdou os atuais programas religiosos da antiga TV Educativae da Radiobrás." As duas instituições foram fundidas em 2007 para originar a nova estatal. Desde então, a programação passou por modificações. "Isso não representa um ataque à religião em geral, nem a nenhuma religião especifica." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Globo condenada por "pegadinha do Faustão"

A reprodução desautorizada de imagem de uma brincadeira na tevê, mesmo que não seja ofensiva, garante indenização. Com esse entendimento, o desembargador Jesus Lofrano, da 3ª Câmara de Direito Privado do TJ de São Paulo, condenou a Rede Globo a indenizar um casal vítima de uma pegadinha do Faustão em R$ 5 mil. “As testemunhas alegaram terem assistido o programa que veiculou a pegadinha, comprovando a participação dos autores na brincadeira”, diz o acórdão. Ainda cabe recurso. 

Máquina de fazer doido

Respondendo ao Data Folha, 65% dos entrevistados afirmaram que a TV é sua mídia preferida para obter informações sobre os candidatos às próximas eleições. Na sequência vêm jornais (12%), internet (7%), rádio (7%) e conversas com amigos ou familiares (6%).
Ai de nós! Está explicado porque a campanha é direcionada para quem tem QI negativo: trata-se do mesmíssimo público das telenovelas...

terça-feira, 27 de julho de 2010

Viaduto Otávio Rocha, mais uma patrimônio à venda

O Viaduto Otávio Rocha, também conhecido como "Viaduto da Borges", é um marco na história da cidade. Justiça seja feita, após a ampla restauração realizada durante a Administração Popular, o Viaduto viveu um processo de degradação ininterrupto, principalmente após o início da gestão Fogaça. Ano passado, a Prefeitura anunciava a qualificação do Viaduto através da instalação de câmeras.
A instalação de câmeras é uma parte do serviço, pois a degradação mais evidente eram as pichações que tomaram conta do Otávio Rocha. Novamente, por uma questão de justiça, é preciso reconhecer que, antes de 2005, as pichações naquele próprio eram mantidas sob controle. A partir daquele ano, o Viaduto foi sofrendo uma degradação constante, por descaso do poder público, além das infiltrações.
Agora, surge o senhor Nagelstein anunciando reformas. Segundo o secretário, a restauração seria feita através de uma Parceria Público Privada. O operoso vereador Adeli Sell, acha que não se deve "grenalizar" a discussão, pois o que interessa é resolver o problema. Eu sou um moderado e fã de soluções negociadas, mas me parece que é preciso ser crítico em relação ao modo como a Prefeitura está, pretensamente, resolvendo alguns problemas da cidade.
O Araújo Vianna já foi entregue à exploração privada (quando estiver pronto), assim como o Parque da Redenção, o Largo Glênio Peres, o Anfiteatro Pôr do Sol... enfim. Cada vez o poder público é menos dono da cidade, sob o pretexto de não ter dinheiro. O dinheiro que falta para manter públicos os espaços públicos, aparece na hora de dizer que as finanças foram saneadas. Em algum momento, não se está falando a verdade. Enquanto isso, Porto Alegre vai-se degradando.
Outro ponto diz respeito aos comerciantes do Viaduto.Muitos estão atrasados com seus aluguéis. Entregar para a iniciativa privada administrar aquele espaço não me parece que vá resolver o problema. Vejamos o que ocorre com o Camelódromo. Pelo visto, arrefeceram os movimentos, mas não diminuíram os problemas de muitos permissionários que vivem dificuldades para pagar o aluguel dos espaços, que estão entre os mais caros de Porto Alegre, considerando a atividade desenvolvida e o preço do m².
Esse Nagelstein é um falastrão. Já reclamei dele quando ele ainda era líder do governo Fogaça. O Viaduto Otávio Rocha não é um próprio municipal qualquer. Tem uma história e as pessoas que têm seu comércio ali não podem ser desconsideradas. Nagelstein, insensível a isso, já disse que eles sabem que, a qualquer momento podem ter que sair, portanto, não há nada demais no que está sendo proposto. O detalhe é que alguns comerciantes estão ali a mais de 25 ou trinta anos.
Por fim, para ficar nas formalidades, pois sou um respeitador da legalidade. A Lei Federal 11.079/04, que regulamenta as parcerias público-privadas é explícita ao dizer que:
       "É vedada a celebração de contrato de parceria público-privada:
        I – cujo valor do contrato seja inferior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais);"
O preço da restauração do Viaduto não é de R$ 10 milhões? Então o que a Prefeitura quer fazer é outra coisa, não uma PPP.
Que falta faz a Margarete Moraes...

Brasil: é preciso avançar muito no combate às desigualdades II

O total de milionários no país atingiu 147 mil pessoas em 2009. Possuem ativos de ao menos US$ 1 milhão, desconsiderando a principal residência, segundo  critério do estudo de Capgemini e Merrill Lynch. Estima-se que cerca de 87% da riqueza dos milionários no Brasil está concentrada nas mãos dos ultramilionários, isto é, aqueles que têm ao menos US$ 30 milhões. Na média global, os ultramilionários concentram 35,5% da riqueza. Entre os 12 países com mais milionários, o crescimento brasileiro nesse ano só foi maior que os de Alemanha e Itália. Na média, o número de milionários no mundo avançou 17%. Portanto, o crescimento no número de milionários no Brasil não acompanhou a média mundial no ano de 2009. Mas não é negativo o país ter perdido uma posição no ranking dos que concentram mais ricos…
Os ricos ficaram mais ricos no ano em que o mundo passava pela pior recessão em oito décadas. Fundamentalmente, as reavaliações no mercado de ações levaram o número de milionários ao redor do mundo aumentar 17%, para 10 milhões de pessoas. A riqueza na mão dos milionários cresceu para US$ 39 trilhões, quase recuperando as perdas sofridas com a crise financeira. As constatações estão no mais recente relatório Merrill Lynch-Capgemini sobre a riqueza no mundo, segundo resumo de Valor (23/06/10).
O valor das ações aumentou 50%, enquanto os fundos hedge recuperaram a maior parte das perdas sofridas em 2008. O crescimento mais acelerado da riqueza ocorreu na Índia, China e Brasil, alguns dos mercados mais duramente atingidos em 2008.
O número de milionários subiu para 3 milhões na Ásia, igualando a Europa pela primeira vez. As fortunas combinadas dos milionários asiáticos cresceram para US$ 9,7 trilhões, superando o total da Europa, de US$ 9,5 trilhões. Na América do Norte, a fortuna dos milionários subiu para US$ 10,7 trilhões.
Os Estados Unidos continua o lar da maioria dos milionários em 2009 (2,87 milhões), seguidos do Japão (1,65 milhão), Alemanha (861 mil) e China (477 mil). A Suíça teve a maior concentração de milionários: quase 35 para cada 1 mil habitantes adultos.
Mas, mesmo com a recuperação dos portfólios de investimentos, os investidores continuaram cautelosos, depois que o colapso eliminou uma década de ganhos com as ações, provocou a contração da economia mundial e fez disparar o desemprego.
O relatório Merrill Lynch-Capgemini, baseado em pesquisas com mais de 1.100 investidores milionários que operam com 23 administradoras de fortunas, constatou que eles diversificaram suas aplicações por grande variedade de investimentos, incluindo commodities e imóveis. Os ricos ampliaram seus investimentos, em vez de concentrá-los.
Os milionários aplicaram volume maior em investimentos de renda fixa, buscando retornos previsíveis e fluxo de caixa. O desafio foi convencer os clientes a abandonar posturas mais defensivas e partir para investimentos mais arriscados e de maiores retornos. Ainda havia certa indecisão. A liquidez era importante para as pessoas que precisavam de fluxo de caixa para preservar seus estilos de vida.
O estudo constatou que a confiança dos investidores nos consultores e nas autoridades reguladoras continuava abalada. Os ricos estavam administrando ativamente seus investimentos, buscando aconselhamento personalizado e a transparência sobre os títulos que compram. Mas os investidores também estavam cada vez menos preocupados, revelou o estudo. As famílias, que “mantiveram seu dinheiro mais perto de casa”, durante a pior parte da crise, começaram a transferir dinheiro para mercados estrangeiros, especialmente os mercados emergentes.
Os investidores americanos e europeus aumentaram suas exposições aos mercados asiáticos, que, segundo projeções, deverão liderar a expansão da economia mundial. Os ricos da Europa também estão aumentando suas posições em ativos americanos e canadenses.
Os clientes mais ricos estão olhando com mais atenção as ações de companhias que pagam dividendos mais elevados, como alternativa aos rendimentos menores dos bônus pagos aos executivos. Eles estão abertos a áreas que não mereciam atenção antes, na medida em que tentam preservar seus estilos de vida. O relatório ressalta que os clientes não estão mais tão inclinados a permanecer em contas de renda fixa que rendem no máximo 1% ao ano nos países maduros – e até 1% ao mês no Brasil.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Síndrome de Burnout

Informações interessantes recolhidas do Blog Palavras e Imagens.
Síndrome de Burnout é um distúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso, definido por Herbert J. Freudenberger como "(…) um estado de esgotamento físico e mental cuja causa está intimamente ligada à vida profissional".

Descrição

A síndrome de Burnout (do inglês to burn out, queimar por completo), também chamada de síndrome do esgotamento profissional, foi assim denominada pelo psicanalista nova-iorquino, Freudenberger, após constatá-la em si mesmo, no início dos anos 1970.
A dedicação exagerada à atividade profissional é uma característica marcante de Burnout, mas não a única. O desejo de ser o melhor e sempre demonstrar alto grau de desempenho é outra fase importante da síndrome: o portador de Burnout mede a auto-estima pela capacidade de realização e sucesso profissional. O que tem início com satisfação e prazer, termina quando esse desempenho não é reconhecido. Nesse estágio, necessidade de se afirmar, o desejo de realização profissional se transforma em obstinação e compulsão.

Bizarrices do caso Eliza

A leitura de jornais e revistas nos últimos dez dias pode produzir no observador desconfiado a suspeita de que existe um movimento, com participação voluntária ou indireta de alguns veículos da mídia, para livrar o goleiro Bruno Fernandes de condenação no caso do desaparecimento de sua ex-amante Eliza Samudio.
Desde a veiculação, no Fantástico de domingo, dia 18 de julho, e no Jornal Nacional na noite seguinte, de um vídeo "plantado" no avião que transportava o jogador e seu amigo e suposto cúmplice Luiz Henrique Romão, conhecido como "Macarrão", o viés das investigações mudou de rumo. A polícia parece tender a concentrar as responsabilidades no amigo do atleta.
Em outro vídeo, gravado dentro da penitenciária na região de Belo Horizonte, onde está hospedado, Bruno Fernandes lembra que o prazo da acusação está acabando e ameaça processar o Estado.
No fim de semana, nem uma palavra dos jornais sobre o assunto. Na segunda-feira (26/7), ainda nenhuma novidade no Estado de S.Paulo e duas notas na Folha de S.Paulo e no Globo.
No Globo, o Judiciário responde dizendo que o goleiro pode ficar mais trinta dias preso com os outros sete acusados, porque, quando em liberdade, eles tentaram atrapalhar as investigações, ocultando provas e manipulando testemunhas.
Caminho livre Depois da divulgação dos vídeos, ganham menção na imprensa e na internet frases que induzem o leitor a acreditar que a jovem Eliza Samudio na verdade não estaria morta, apenas resolveu desaparecer para se vingar do ex-amante.
A imprensa não parece estranhar que os acusados sejam defendidos pelo mesmo advogado, mesmo com as evidências de que, em muitos aspectos, eles têm interesses contrários.
A ex-mulher do goleiro já foi e voltou algumas vezes em sua decisão de trocar de advogado, enquanto o adolescente J. e outra testemunha, primo de Bruno, entram em seguidas contradições conforme quem conduz o interrogatório.
Todas as versões desses depoimentos ganham igual atenção, sem diferenciação crítica por parte dos jornais. Na Folha, declaração do governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, na segunda-feira (26), afirmando que o vazamento dos dois vídeos depõe contra a polícia mineira.
A polícia mineira ganhou notoriedade como... a polícia mineira – aquela que consegue fazer urubu confessar que é gavião.
O desinteresse da imprensa pode deixar o caminho aberto para qualquer manobra no inquérito.

Serra beija a própria mão

Serra dá a mão a pobre, mas beija a própria mão

CHÁVEZ ÀS FARC: SAIAM DA LUTA ARMADA!

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia são um grupo guerrilheiro que teimou em continuar atuante após o término do ciclo das ditaduras militares sul-americanas e sua contrapartida, a opção das esquerdas pela via armada de libertação.
Pior: as Farc descaracterizaram-se como defensoras de valores nobres, ao estabelecerem relações promíscuas com o narcotráfico e ao criarem a indústria de seqüestros.

Uma prática tão vil e desumana só podia ser relevada no caso da troca dos reféns por presos políticos, ou seja, como alternativa extrema aos assassinatos e torturas a que estavam sujeitos os resistentes nas garras de regimes despóticos. Sua generalização como fonte de recursos financeiros e instrumento de chantagem política é inadmissível para quem foi formado na tradição marxista.

Os três parágrafos acima hoje talvez não encontrem mais tanta rejeição entre homens de esquerda. Mas, no início de março de 2008, fez desabar o mundo virtual na minha cabeça. Foi o primeiro dos rolos compressores que enfrentei em minha atuação na internet -- e o mais virulento deles.
O artigo em questão -- A guerra dos esfarrapados -- foi uma resposta à insanidade de esquerdistas brasileiros que pregavam uma guerra entre Equador e Colômbia, como resposta ao bombardeio colombiano que matou integrantes das Farc em território equatoriano.

domingo, 25 de julho de 2010

Pesquisas

Meus prezados leitores sabem que não comento pesquisas. Porém, para quem se interessa, leiam o post intersssante do Nassif.

Lula,Dilma,Tarso

Portugal é o segundo país mais desigual na Europa

Os índices da desigualdade entre ricos e pobres mostram que pouco ou nada mudou no país nos últimos 20 anos. A não ser o aumento da precariedade, que fez de Portugal o segundo país europeu com mais recibos verdes.
O coeficiente de Gini mede a distribuição dos rendimentos e pouco tem variado no caso português. Era de 36% em 1997 e assim continua em 2008, 6% acima da média da União Europeia. Neste índice, quanto maior o valor, maior a disparidade entre os rendimentos dos mais ricos e dos mais pobres.
Portugal é acompanhado pela Bulgária e Roménia no segundo lugar deste pódio nada invejável, e fica apenas a 2% de distância da Letónia. No outro lado da tabela figura a Eslovénia, quye com 23% é o país europeu com maior equilíbrio na distribuição de rendimentos.
São os rendimentos do trabalho que determinam a desigualdade em Portugal, país onde a diferença entre os salários mais altos e os mais baixos é das maiores na Europa, voltando a disputar as três primeiras posições com a Bulgária e a Letónia. Em 2008, os salários recebidos pelos 20% mais ricos foram mais de seis vezes superiores aos dos 20% mais pobres.
O aumento da precariedade em Portugal também é confirmado pelos estudos comparativos internacionais. Um inquérito do Eurofound concluiu que 75% dos empresários portugueses utilizaram trabalhadores temporários, a recibo verde ou com contrato a prazo. Isto coloca o país no segundo lugar entre 30 países europeus no que respeita ao recurso a recibos verdes e no sétimo maior utilizador de contratos a prazo. Quanto ao trabalho temporário, o resultado do inquérito diz que Portugal ocupa a 12ª posição. Se juntarmos estas três categorias do trabalho precário, os empresário portugueses são os oitavos a nível europeu a recorrer a contratos instáveis.