sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O monstro da Bento Gonçalves


A cada dia aumenta o monstrengo que está se erguendo na Bento Gonçalves, onde era o antigo Tumeleiro. São umas oito torres, ou mais, assustadoramente erguidas à beira da Avenida. O nome do condomínio tem “Nature” no meio. Natureza mesmo, é a que fica escondida, sufocada pelas montanhas de concreto. A Bento Gonçalves pode e deve ser melhor aproveitada. Tem vastas áreas pouco utilizadas. Porém, o super adensamento que se está promovendo nesse condomínio me parece exagerado. É cimento demais, gente demais, esgoto, lixo e carros demais. Quando aquilo estiver pronto e ocupado, veremos como vai funcionar o fluxo de trânsito no local. Só não digam que eu não avisei.

Ódios incontidos em Viamão


O conflito entre professora e aluno na escola em Viamão movimentou a opinião pública. Olhando sem maior preocupação com os detalhes (que muitas vezes fazem a diferença), minha singela opinião é que se trata de um extravasamento de ódios rancores recalcados. A professora extravasou seu ódio à impotência dos professores, às fragilidades da escola, ao desrespeito e desvalorização indo além da responsabilização, perfeitamente justa, do garoto. Expôs o rapaz (que só gosta de se expor voluntariamente) e chamou-o de “bobo da corte”. A ofensa, é bem verdade, está aquém do que muitos professores costumam escutar de certos alunos e pais. Todavia, os alunos são alunos e os professores... professores. A comunidade solidarizou-se com a professora. Não poderia ser diferente. A sociedade está estressada com o volume de escândalos e impunidade. Diante da transgressão do adolescente, responde com o desejo de vingança contra o mundo injusto e contra as grandes transgressões observa. Os pais do aluno, para se protegerem, identificam na professora a imagem da autoridade que abusa de seus poderes.

No meio de tanta raiva e ressentimento, o bom-senso se perde. Quem colocar as imagens na internet primeiro, sai atirando; quem obtém o apoio da opinião pública e do senso comum, posa de defensor de valores perdidos. E por aí vai. No momento, vivemos a radicalização das posições. Ou isso ou aquilo. Algumas vezes é difícil, e inclusive negativo, tomar posições extremadas num clima de conflito tão emocional. Os pais, optaram por expor o seu filho, perderam na opinião pública. Provavelmente discussões administrativas e jurídicas tomarão lugar do diálogo entre os pais, a escola professores e alunos. Quando chegarmos ( se é que já não chegamos) a esse ponto, dificilmente será possível reconstruir relações quebradas. A pergunta que fica é: o que mais há por trás dos personagens envolvidos nessa história?

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Mais matação de aula


Mais uma lei para encher o horário das aulas. Agora, cantar-se-á o Hino Nacional todas as semanas. Mais uma meia hora de deslocamento, perfilamento e canto. Enquanto isso, nada de aula.É possível que a coisa pegue, ao menos durante uns meses, até o pessoal cansar de subir e descer escadas pra cantar o Hino. Esse é o tipo do projeto inútil que ninguém tem coragem de votar contra nem de vetar. Afinal tem gente que acredita que a crise de moral e civismo da sociedade deve-se a não cantarmos o Hino. Tem gente que acredita em qualquer coisa.
Se cantar o hino fosse sinal de boa moral e bom caráter os jogadores da seleção seriam exemplos para o mundo.