sexta-feira, 4 de março de 2011

Carnaval para não apreciadores

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Engana-se quem pensa que o carnaval é somente um espetáculo de desfiles alegóricos, fantasias, música e cores. O carnaval, infelizmente, hoje também é a maior concentração de imbecilidade por metro quadrado jamais vista. Um espetáculo triste de promiscuidade, irresponsabilidade e ruas que cheiram a urina durante dias. Já há tempos que o deslumbramento caiu, assim como a máscara purpurinada que ofuscava o lado mais nojento de uma festa que deveria ser a mais bonita. Eis o lado que o resto do mundo não vê.
Nem todo o brasileiro gosta de carnaval. Aliás, são muitos os brasileiros que não apreciam tal festejo, uma vez que ele deixou de ser uma manifestação cultural, e passou a ser um verdadeiro atestado de um comportamento irresponsável e, por vezes, animalesco. Para os que não gostam, a opção é apontar qualquer outro lugar no mapa e correr para lá, bem rápido.
Historiadores afirmam que o carnaval teve origem nos rituais para celebrações da fertilidade nas margens do Nilo, no Egito Antigo, há seis mil anos. Com o passar do tempo, essas celebrações evoluíram, adquirindo significados diferentes por todo o mundo. Tornaram-se mais artísticas, com bailes e desfiles alegóricos, e foram acrescentadas às festas as manifestações sexuais.
Segundo algumas teorias, a Igreja Católica proibiu, obviamente, essas manifestações sexuais - daí surge a palavra “carnaval”, que significa “carne levare”, ou seja, afastar a carne. Até hoje se leva em conta a celebração que antecede o período da quaresma como sendo o "último festejo profano". Na quaresma, os fiéis são convidados à abstinência dos prazeres da carne para se lembrarem da ressurreição de Jesus Cristo. Funciona mais ou menos assim: o indivíduo pratica toda a sorte de estupidez no carnaval e depois entra em estado de contrição a fim de preparar seu espírito para a Páscoa.

Direitos Humanos são uma referência, não uma desculpa

Defender os Direitos Humanos, no Brasil, costuma ser identificado com a defesa dos direitos dos bandidos. Reducionismo e manipulação absurda, que só tem ajudado a retardar o avanço dos Direitos Humanos em nosso país.
Na esfera internacional, a defesa dos Direitos Humanos tem servido para justificar as intervenções estadunidenses na vida de outros países. No quadro das revoltas que ocorrem no mundo árabe, percebe-se a tentativa de manipulação dos Direitos Humanos para justificar intervenções. No caso egípcio, os EUA manifestaram-se tardiamente e nunca ameaçaram intervir militarmente contra seu ex-aliado. A esquerda, corretamente, denunciou o caráter do regime, aliado histórico dos EUA e violador dos Direitos Humanos. Muto bem. Na Líbia, a coisa mudou. Os EUA, que já foram bem mais hostis a Khadaffi, resolveram retomar a política de décadas passadas e, de olho no petróleo, exigem o fim do regime líbio e posicionam sua Marinha para uma possível intervenção. A esquerda, que já esteve bem mais próxima de Khadaffi, lembra os índices de desenvolvimento humano da Líbia, considera inadequado condenar o país por violações aos Direitos Humanos, dada a falta de informações idôneas e centra fogo no "Imperialismo Ianque".
Em situações como essas, o debate político contamina a discussão sobre os Direitos Humanos. O respeitável Blog do Miro, que expressa a posição de boa parte da esquerda, por exemplo, não consegue esconder a simpatia por Khadaffi. Como ele há outros. A direita pura e simples, aproveita para colocar Khadaffi no saco sem fundo do que ela chama de esquerda.
Nâo é fácil defender os Direitos Humanos. Enquanto uns dirão que defendemos os bandidos, outros dirão que defendemos os EUA. Penso que seria necesário inverter a equação. Em vez de pensarmos os Direitos Humanos condicionados pela ótica política, deveríamos condicionar a ação política pela ótica dos Direitos Humanos.
Na sequência, o áudio do discurso da Ministra Maria do Rosário na Reunião da Onu. Até prova em contrário, acho que ela acertou no tom.
Quem chamou minha atenção para esse discurso foi o blog Contexto Livre





Exclusivo: Desfile com os últimos modelos de John Galliano

Opinião tardia sobre o "caso Emir Sader"

Gosto do Emir Sader. Não estou entre os seus cultuadores, mas acho que ele escreve coisas pertinentes.  O que me incomoda é uma certa aura de "guru da esquerda" que acabaou se associando a ele.
Sobre o caso epecífico do desconvite para assumir a Fundação Casa de Rui Barbosa, sei que a blogosfera aguarda ansiosa minha singela opinião, ainda que tardia. Então, lá vai.
Independente do pé atrás que tenhamos com a ministra, não considero adequado um futuro subordinando hierárquico dirigir-se à superior nos termos em que Sader se referiu. Mudando a perspectiva, não considero adequado um superior hirárquico dirigir-se a um subordinado nos termos em que Sader se referiu. Aliás, não considero adequado alguém dirigir-se a um adversário político nos termos em que o professor Emir Sader fez. Tratando-se de pessoas que irão trabalhar em uma mesma área do governo, a situação ainda é mais inadequada. Ou seja, não se pode estabelecer uma relação de confiança política com alguém que expressa uma ideia tão  negativa sobre a gente. Sei que os muitos que se manifestaram contra o desconvite o fizeram por amor ao Emir, mas a situação não é apenas essa. Quantos dos protestantes aceitaria trabalhar com alguém que expressasse a ideia que o professor expressou sobre a ministra? O fato de ter sido na grande imprensa só piora a situação.
Aí vem o outro ponto: "a culpa foi da Folha". Poucos são tão críticos à FSP como Emir Sader. Ele sabia para quem estava falando e que, na maioria das siutações não existe "em off". O Professor dava uma entrevista à FSP e, portanto, deveria estar por dentro das regras do jogo. Autista fora do contexto é tão difícil de imaginar como racista fora do contexto. Sader manifestou-se, com razão e publicamente, contra a manifestação racista de Bornhausen e enfrentou muitas dificuldades por isso. Agora, quer apelar ao ódio à Folha para ressignificar o que disse. Pra mim não colou. 
Ao que parece, as ideias dele não batem com as da ministra, mas a divergência apareceu de modo tangencial, no meio de uma entrevista. Após definida sua desnomeação, Sader argumenta que "o MINC tem assumido posições das quais discordo frontalmente, tornando impossível para mim trabalhar no Ministério, neste contexto". Ora o debate sobre o Minc e as críticas ao rumo dado pela ministra começaram na primeira semana de governo. Sader sabe disso melhor do que eu. Se a discordância com a linha do Minc é motivo suficiente para que ele não assuma um posto no Ministério, já deveria ter dito isso antes, em vez de aceitar o convite.
Sobre a transformação da Fundação Casa de Rui Barbosa como uma "cabeça de ponte" do lulismo, parece que fica por conta da vontade da FSP. A crítica ao modo de implantação dos Pontos de Cultura que Sader fez me parecem pertinentes. Mostra que nem tudo era maravilhoso na gestão anterior do Minc e os problemas que vieram à tona agora não podem ser debitados ao autismo da Ministra.
Continuo gostando do Emir Sader e tendo minhas restrições à Ana de Holanda, mas não deixo de dar minha opinião e achar que ele agiu de modo incoerente. Certamente nada disso aconteceria se Emir Sader tivesse sido escolhido Ministro.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Prefeitura de Porto Alegre dá uma pedalada nos ciclistas

Ciclistas vão esperar deitados por soluções
 Diante da manifestação de cerca de dois mil ciclistas, o eterno secretário Cezar Busatto encaminhou uma comissão para discutir o problema e deliberar por soluções.  O fato é que, em 2008, foi apresentado um Plano Diretor Cicloviário, que serviu, inclusive, como tema da campanha do então candidato José Fogaça. O Plano foi aprovado em 2010 e, até agora....
Entre as reivindicações dos ciclistas está a criação de ciclofaixas. Porém, a única ciclofaixa existente (embora desativada na prática) é o "Caminho dos Parques". Busatto, faz o teatro de sempre: é afável, dialoga, mas o governo não funciona de fato.
É preciso reconhecer que, depois que o Capellari assumiu a EPTC, alguma coisa melhorou na gestão do trânsito. Nada podia ser pior que o Senna. Porém, o transporte público ainda está em franca decadência e as bicicletas ainda servem apenas como plataformas eleitorais.
Afora isso, o Sr. Neis apenas expressou de modo extremado uma atitude comum entre os dirigidores de automóvel de Porto Alegre; o desprezo pelo outro (pedestre ou condutor de qualquer outro veículo). Quanto a isso, desculpem-me meus colegas educadores, mas, a curto prazo, tem que fiscalizar e multar.

Monteiro Lobato vai para o trono?

Por Muniz Sodré em 1/3/2011 Em: Observatório da Imprensa

Um incidente pré-carnavalesco trouxe de novo à cena a figura de Monteiro Lobato, que frequentara com alguma assiduidade as páginas da imprensa no ano passado, quando o Conselho Nacional de Educação (CNE) considerou racista o livro Caçadas de Pedrinho. Agora é a camiseta desenhada por Ziraldo para o bloco carioca "Que merda é essa?", em que Lobato aparece sambando com uma mulata. Houve manifestação popular e protestos, dos quais o mais veemente e consistente foi o da escritora Ana Maria Gonçalves, autora de Um Defeito de Cor, romance notável no panorama da literatura brasileira contemporânea.
Nenhum jornal reproduziu o teor da carta – ponderada e judiciosa – da escritora ao cartunista, admitindo que poderia tê-la estendido a outros destinatários, nomes importantes no chamado corredor literário. Há, porém, a internet, e graças a ela se fica a par dos argumentos da romancista, todos inequívocos quanto ao racismo do consagrado autor de Caçadas de Pedrinho. Pela imprensa escrita, ficou-se sabendo apenas que, na opinião da autoridade tal, "a manifestação era uma besteira", ou então que carnaval não é ocasião para "assuntos de seriedade".
Para meter aqui a colher na discussão, é preciso deixar claro de início e de uma vez por todas, o seguinte: Monteiro Lobato era um racista confesso, seu ódio aos negros não é nada que se deduza por interpretação de seu texto ficcional. Mas quase todo o mundo leitor sabe disso. É lamentável fingir inocência ou alegar que o racismo brasileiro é diferente, é "afetuoso". Aí estão publicadas as cartas ao amigo Godofredo Rangel, em que Lobato se perguntava como seria possível "ser gente no concerto das nações" com aqueles "negros africanos criando problemas terríveis". Que problemas? Simplesmente serem negros, serem o que ele chamava de "pretalhada inextinguível". O escritor sonhou ficcionalmente com a esterilização dos negros (vide O Presidente Negro) e sugeriu, muito antes do apartheid sul-africano, o confinamento dos negros paulistas em campos cercados de arame farpado.

Não cabe argumento

No entanto, se me perguntassem qual a minha relação pessoal com a literatura infanto-juvenil de Lobato, eu teria de ser honesto e confessar que, ainda menino, no interior do Brasil, era fascinado por suas narrativas. Francamente, eu nunca havia percebido os laivos racistas, que não são tão numerosos assim em sua obra ficcional, mas estão lá para quem se dispuser a bem enxergar. Lobato dizia que a escrita é um "processo indireto de fazer eugenia" e de fato ele sabia como fazer. Isso significa que se deva banir a literatura de Lobato? Como se pode abominar o que também se ama ou se amou?
Não são questões fáceis. O que se pode inicialmente fazer é fornecer algum material para uma reflexão, que talvez possa mesmo contribuir junto aos editores de nossa mídia para a adoção de posições mais qualificadas no tocante à difícil questão racial brasileira.
O primeiro ponto a se levar em conta, se desejarmos uma avaliação objetiva da posição de um "outro", estranha à nossa, é que se rejeite o binarismo simplista das oposições radicais (direita/esquerda, culpa/inocência etc.) porque debilita as formas mais abrangentes de compreensão do mundo. Claro que existe o racismo, assim como a direita política, autoritária e odiosa no passado, às vezes coberta com pele de cordeiro e sempre formuladora de políticas a serviço do capital financeiro e dos complexos industriais. Mas a radicalização da oposição a seu contrário impede não apenas a compreensão de dimensões sutis e ambivalentes de determinados problemas, como também a percepção de aspectos obtusos e autoritários na esquerda supostamente progressista.
A atuação soviética no leste da Polônia, durante a Segunda Grande Guerra, tinha em comum com alemã no oeste a palavra "atrocidade". Sobre as vítimas dos genocídios, não cabe o argumento das especificidades políticas.

Nobel da Paz é demitido de banco

Yunus venceu o Prêmio Nobel da Paz em 2006
Muhammad Yunus, fundador do banco Grameen de microcrédito e ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 2006, foi demitido do banco que criou.
"O Banco de Bangladesh está liberando Yunus de suas atividades como gerente-diretor do banco Grameen", disse Muzammel Huq, presidente do Grameen, à BBC.
De acordo com correspondentes, a demissão de Yunus é consequência de uma longa desavença com o governo de Bangladesh. Ele se desentendeu com o primeiro-ministro bengalês, Sheikh Hasina, em 2007, quando tentou estabelecer um novo partido no país.
O governo bengalês é dono de 25% das ações do Grameen, o banco pioneiro no conceito de microcrédito, fazendo pequenos empréstimos a pessoas pobres, que geralmente não tinham seus pedidos aceitos por bancos tradicionais. Este esquema se multiplicou no mundo todo.

Aposentadoria

O Banco de Bangladesh informou que Yunus desrespeitou as leis de aposentadoria do país ao permanecer na direção do Grameen muito além da idade obrigatória de aposentadoria, que é de 60 anos. Yunus tem 70 anos.
Muzammel Huq também informou que Yunus não conseguiu a aprovação necessária do Banco de Bangladesh quando foi indicado para o cargo de diretor-gerente do Grameen em 1999.
"O estatuto do banco Grameen determina claramente que o diretor-gerente deve ser indicado pela diretoria com aprovação do Banco de Bangladesh", disse.
Huq afirmou ainda à BBC que já foi enviada uma carta do banco central para o Grameen ordenando a saída de Yunus do cargo.
"O mais importante diretor do banco ocupará automaticamente o cargo de diretor-gerente (interino). Vou convocar uma reunião da diretoria em breve e logo um comitê será formado para indicar um diretor-gerente (permanente)."

Difamado

Uma porta-voz de Yunus informou que uma declaração oficial será divulgada ainda na quarta-feira.
Correspondentes afirmam que a demissão dele do banco Grameen não deverá ser bem recebida internacionalmente.
Um grupo de instituições de caridade liderado pela ex-presidente da Irlanda Mary Robinson defendeu Yunus em janeiro, afirmando que ele foi injustamente difamado pelo governo de Bangladesh.
O grupo chamado Amigos do Banco Grameen afirmou que Yunus foi submetido a ataques "agressivos" e a uma campanha "orquestrada entre políticos".
Em dezembro, o primeiro-ministro Sheikh Hasina acusou Yunus de tratar o Banco Grameen como "propriedade particular" e acusou que o banco estava "sugando o sangue dos pobres".
O governo bengalês estabeleceu um comitê em janeiro para analisar os negócios do banco em meio a boatos de que poderia assumir o controle do Grameen.
Ao mesmo tempo, um documentário de televisão alegou que o dinheiro de ajuda foi transferido irregularmente de uma parte do banco para outra na década de 90.
O banco negou todas as acusações.
De: BBC


terça-feira, 1 de março de 2011

O humanismo do Simers me comove


Capa da revista do prestigioso sindicato
da classe médica do Rio Grande do Sul


Alguém dê um jeito na confusão em que está metido o Minc

Racha agita área de direitos do Minc

Estadão - SP, por Jotabê Medeiros, em 01/03/2011

Servidores ameaçam demitir-se em protesto contra saída de Marcos Souza, da direção de Direitos Intelectuais
Um racha atingiu ontem a Diretoria de Direitos Intelectuais do Ministério da Cultura em Brasília. A internet foi tomada com diversas manifestações de protesto pela exoneração do diretor da área, Marcos Alves de Souza. O imbróglio deve se radicalizar: 16 pessoas ameaçam afastar-se daquele setor do ministério nos próximos dias, segundo informações obtidas pelo Estado.
O Ministério da Cultura ofereceu a Souza, especialista jurídico em direitos de autores e um dos principais consultores do novo anteprojeto da reforma da Lei de Direitos Autorais, a possibilidade de assumir outra função na Diretoria de Direitos Intelectuais, mas ele recusou. Em seu lugar, foi nomeada a advogada carioca Marcia Regina Vicente Barbosa, de 56 anos, que integrou o Conselho Nacional de Direito Autoral (CNDA) entre 1982 a 1990. Advogada da União, Marcia foi integrante da Consultoria Jurídica do Ministério da Cultura, de 2006 a 2010, e integra a Consultoria Geral da União desde maio de 2010.
Da página do Minc.

Mais uma, a mais recente, da Folha


Absolutamente lamentável e inaceitável a matéria “Um emirado para Emir”, publicada na Folha de S. Paulo no último domingo sobre o Ministério da Cultura (MinC). Nela, as declarações do sociólogo Emir Sader além de deturpadas, foram transformadas em munição contra sua nomeação à presidência da Fundação Casa de Rui Barbosa no Rio.
Como Emir esclarece, “o que deveria ser uma entrevista minha para a Ilustríssima (caderno dominical da Folha) virou uma matéria  em que se me atribuem, fora de contexto, afirmações indevidas, como a palavra mencionada na 1ª página em relação à ministra Ana de Hollanda, totalmente equivocada”.
Hoje, em seu blog, o sociólogo volta ao tema e encerra o assunto: “toda a entrevista à FSP foi falseada pela editorialização da matéria. Ao invés de primeiro ouvir o entrevistado, com perguntas e respostas, e depois colocar a opinião do jornal, essa mistura com off (informação não atribuída ao autor), gerou um monstrengo, pelo qual não posso me responsabilizar”.
“As referências – esclarece Emir – antes de tudo à Ministra da Cultura, mas também ao Gil e ao Caetano, apareceram de forma totalmente deturpada. Não houve intenção nenhuma de desqualificação. Seguir polemizando nesses termos é ser vítima desse tipo de matéria, de que todos já fomos vítimas: dizer que disseram que alguém disse.
“Diz-se, entre outras coisas e se repete no dia seguinte, que eu fui favorável a fuzilamentos em Cuba. Que o jornal mostre as provas, porque é mais uma mentira”, encerra Emir. Não deixem de ler seu blog hoje. Ele tem toda razão ao protestar contra o fato do jornalão da Barão de Limeira usar uma entrevista sua para alimentar briga política em torno do Ministério da Cultura.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Maria do Rosário chefia delegação brasileira em reunião da ONU sobre destino de Khadafi

Brasília – A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, representará o Brasil na reunião extraordinária desta segunda-feira (28) do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra, na Suíça, para definir medidas restritivas à Líbia. Ela é a chefe da delegação brasileira, segundo a Secretaria de Direitos Humanos e o Itamaraty. A reunião está prevista para começar às 14h (horário de Brasília). O conselho examina, entre outras denúncias, as informações de que pessoas foram enterradas vivas e de que civis foram bombardeados. O governo líbio nega as acusações.
O governo brasileiro repudia todos os atos de violência e defende o fim dos embates entre forças policiais e manifestantes. Há 13 dias ocorrem protestos no país na tentativa de forçar a saída do presidente líbio, Muammar Khadafi. Dados não oficiais informam que cerca de mil pessoas morreram nos conflitos e 100 mil tenham fugido da Líbia.
Os representantes dos países que integram o conselho estão preocupados com os estrangeiros que estão com dificuldades de deixar a Líbia e sofrem nas fronteira do país com a Tunísia. Também há acusações de apreensão de passaportes, documentos pessoais e bens.
Desde o último dia 15, a oposição lidera protestos na Líbia para a saída de Khadafi. No poder há quase 42 anos, o líbio resiste a abrir mão do comando do país. Paralelamente ele intensifica os confrontos com os manifestantes.
Neste sábado (26) o Conselho de Segurança das Nações Unidas, por unanimidade, aprovou uma resolução de embargo à venda de armas para a Líbia e o congelamento dos bens de autoridades do país. Também ficou decidida a proibição de vistos para Khadafi e as pessoas ligadas a ele.
Por recomendação do Conselho de Segurança, o presidente líbio deve ser julgado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). Ele é acusado de crimes contra a humanidade cometidos durante as manifestações.

Atropelamento na José do Patrocínio não foi acidente

Irlanda: Colapso eleitoral do partido que levou o país ao FMI


O Fianna Fáil, o partido que conduziu a Irlanda à crise financeira, ao resgate dos bancos e ao FMI, foi violentamente castigado pelos eleitores e sofreu um verdadeiro colapso eleitoral, perdendo 60 deputados e obtendo apenas cerca de 17% dos votos (a apuração dos resultados ainda não terminou). O seu parceiro na coligação do governo, os Verdes, foi varrido do Parlamento, não elegendo qualquer deputado.
O Fianna Fáil dominou a política irlandesa desde a independência, em 1921. Agora, terá conseguido eleger apenas um deputado por Dublin.
O vencedor é o Fine Gael, que obtém pelo menos 68 deputados (mais 17), correspondendo a 36,1%, seguido dos trabalhistas que elegeram 35 (mais 15), correspondendo a 19,4%. A esquerda também teve um crescimento significativo, com o Sinn Féin a eleger 13 deputados (mais 9), correspondendo a 9,9%, e a United Left Alliance – que reúne a People Before Profite Alliance, constituída, na sua maioria, por membros do Socialist Workers Party, o Socialist Party e o Workers and Unemployed Action Group – a eleger 5 deputados.
Apesar da vitória histórica, o Fine Gael fica aquém da maioria absoluta em que chegou a acreditar nos últimos dias da campanha, não devendo chegar aos 84 deputados necessários para ter maioria absoluta no Dáil (a câmara baixa do Parlamento).
Assim, o mais provável é que o Fine Gael avance para uma coligação com os trabalhistas.
"Isto é o desmoronamento do Fianna Fáil", disse à Reuters David Farrell, professor de Política da University College de Dublin.
Enda Kenny, líder do Fine Gael, disse ter recebido um "enorme aval" para governar. "Estamos às vésperas de mudanças fundamentais na forma como percebemos a nossa economia e sociedade", disse.
Kenny disse que vai renegociar o pacote de 85 mil milhões de euros de empréstimos feitos pelo Fundo Monetário Internacional e pela União Europeia, tentando em particular reduzir a taxa de juros de 5,8% imposta pela UE.
Gerry Adams, líder do Sinn Féin, disse que um bom governo tem de ter uma boa oposição, e garantiu que o seu partido vai-se opor às medidas “anti-cidadania” e de de “analfabetismo económico” propostas pelos partidos do establishment.
A Irlanda foi o primeiro país que sofreu intervenção do FMI a ir às urnas.