sexta-feira, 4 de março de 2011

Direitos Humanos são uma referência, não uma desculpa

Defender os Direitos Humanos, no Brasil, costuma ser identificado com a defesa dos direitos dos bandidos. Reducionismo e manipulação absurda, que só tem ajudado a retardar o avanço dos Direitos Humanos em nosso país.
Na esfera internacional, a defesa dos Direitos Humanos tem servido para justificar as intervenções estadunidenses na vida de outros países. No quadro das revoltas que ocorrem no mundo árabe, percebe-se a tentativa de manipulação dos Direitos Humanos para justificar intervenções. No caso egípcio, os EUA manifestaram-se tardiamente e nunca ameaçaram intervir militarmente contra seu ex-aliado. A esquerda, corretamente, denunciou o caráter do regime, aliado histórico dos EUA e violador dos Direitos Humanos. Muto bem. Na Líbia, a coisa mudou. Os EUA, que já foram bem mais hostis a Khadaffi, resolveram retomar a política de décadas passadas e, de olho no petróleo, exigem o fim do regime líbio e posicionam sua Marinha para uma possível intervenção. A esquerda, que já esteve bem mais próxima de Khadaffi, lembra os índices de desenvolvimento humano da Líbia, considera inadequado condenar o país por violações aos Direitos Humanos, dada a falta de informações idôneas e centra fogo no "Imperialismo Ianque".
Em situações como essas, o debate político contamina a discussão sobre os Direitos Humanos. O respeitável Blog do Miro, que expressa a posição de boa parte da esquerda, por exemplo, não consegue esconder a simpatia por Khadaffi. Como ele há outros. A direita pura e simples, aproveita para colocar Khadaffi no saco sem fundo do que ela chama de esquerda.
Nâo é fácil defender os Direitos Humanos. Enquanto uns dirão que defendemos os bandidos, outros dirão que defendemos os EUA. Penso que seria necesário inverter a equação. Em vez de pensarmos os Direitos Humanos condicionados pela ótica política, deveríamos condicionar a ação política pela ótica dos Direitos Humanos.
Na sequência, o áudio do discurso da Ministra Maria do Rosário na Reunião da Onu. Até prova em contrário, acho que ela acertou no tom.
Quem chamou minha atenção para esse discurso foi o blog Contexto Livre





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