sábado, 10 de maio de 2014

Gafanhoto multicolorido encontrado no México é batizado em homenagem a Lila Downs



Um gafanhoto que foi recentemente descoberto na beira de uma estrada de montanha perto de Oaxaca, no México pela University of Central Florida (UCF) cientistas hoje leva o nome  Liladownsia fraile, em homenagem à cantora e ativista Ana Lila Downs Sánchez. 
Os cientistas batizaram a nova espécie como reconhecimento aos esforços da cantora para preservar a cultura indígena e seu pendor por usar trajes coloridos, locais como parte de suas performances. 
A ideia partiu de, Paolo Fontana,  um dos cientistas envolvidos na pesquisa, que é fã de Lila Downs. 

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terça-feira, 6 de maio de 2014

Brasileiro poderá usar Enem para entrar em mais uma universidade portuguesa

Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil Edição: Beto Coura
Enem - banner


Mais uma instituição de ensino superior de Portugal, a Universidade da Beira Interior, em Covilhã, aceitará a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para o ingresso de estudantes brasileiros em cursos de graduação. As notas do exame de 2012 e 2013 serão reconhecidas para os cursos que começam no segundo semestre deste ano. A Universidade de Coimbra foi a primeira instituição estrangeira a adotar da nota do Enem como critério de seleção.
O valor pago na graduação pelos estudantes de outros países é R$ 15 mil por ano. Com a opção de alojamento e refeição, o custo chega a R$ 23 mil. De acordo com a universidade, os brasileiros formam uma das maiores comunidades estrangeiras na instituição, com 60 estudantes.
O peso da redação e de cada prova do Enem varia de acordo com o curso escolhido pelo estudante. No site, a universidade explica que a classificação portuguesa utiliza escala  de 0 a 200 pontos e a do Enem, de 0 a 1.000 pontos, por isso, a conversão das classificações será feita dividindo a nota do Enem por cinco.
A universidade tem uma página na internet voltada para brasileiros com a lista dos cursos de graduação disponíveis e a variação dos pesos das provas. Lá estão também as informações sobre os documentos que os candidatos devem apresentar. A universidade fica a 200 quilômetros de Lisboa, e tem cerca de 7 mil alunos e 600 professores.
No Brasil, o Enem seleciona estudantes para instituições públicas de ensino superior pelo Sistema de Seleção Unificada, para bolsas em instituições particulares, pelo Programa Universidade para Todos. Além disso, é pré-requisito para obter financiamento pelo Fundo de Financiamento Estudantil e para o intercâmbio acadêmico pelo Ciência sem Fronteiras. Em 2013, mais de 5 milhões de candidatos fizeram o exame.

El 5º Regimiento,música da Guerra Civil Espanhola, por Lila Downs

El 5.º Regimiento de Milicias Populares, generalmente denominado Quinto Regimiento, fue un famoso cuerpo militar de voluntarios de la II República Española durante los primeros meses de la Guerra Civil Española.1 Fue un cuerpo de élite del ejército republicano aún conformado sólo por milicias que se forjó por iniciativa del Partido Comunista de España y las Juventudes Socialistas Unificadas (JSU). Cuando esta milicia dejó de existir, muchos de sus antiguos miembros pasaron a integrarse en la 1.ª Brigada Mixta,2 o en la 11.ª División 


domingo, 4 de maio de 2014

Dandalunda, Margareth menezes

Blowing in the Wind, por Margareth Menezes

Jornalista da Band irrita marido e colega da TV ao “ostentar” em entrevista

Ricardo Boechat se irrita com entrevista de Ticiana Villas Boas (Reprodução/Band)
A entrevista que Ticiana Villas Boas, 33, deu à revista "Veja" não repercutiu bem nem em sua vida profissional nem na pessoal. Segundo a colunista Fabíola Reipert, seu marido, Joesley Batista, não gostou nada da exposição da esposa no vídeo.
Com um tom desinformado e despreocupado, Ticiana falou sobre seu estilo de vida. "É bom ter dinheiro, não fazer conta, sair para jantar a hora que quiser no restaurante que quiser, poder reformar sempre a casa, ter funcionário na casa. Eu chego em casa, meu carro já está abastecido, meu motorista faz isso. Outro dia me perguntei quanto era o litro da gasolina. Não sabia. Eu poderia comprar uma bolsa toda hora, toda semana, mas eu não faço, eu me coloco limite sobre isso. Eu nunca conversei com o Joesley sobre coisas de casa, qual o limite de gastar aqui", ela declarou.
O marido, dono da Friboi, também se incomodou em ver publicada uma lista de seus bens, como uma casa em Nova York, uma em Angra dos Reis e um jato avaliado em 25 milhões de dólares.
Ricardo Boechat, 61, colega de Ticiana no "Jornal da Band", também não gostou da postura da jornalista. Segundo o colunista Léo Dias, ele faz campanha para que ela seja substituída por Ana Paula Padrão, que está sem contrato e tem chances de voltar à Band. No entanto, há a questão de que a saída de Ticiana poderia acarretar a perda de patrocinadores. Seu marido também é dono da Neutrox, da Seara e dos sabonetes Francis.

Si va a llegar el día que me abandones Prefiero, corazón, que sea ésta noche

A miragem mexicana, por J. Luis Fiori

POR 
JOSÉ LUÍS FIORI

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Comunidades indígenas, entre as mais afetadas pela pobreza absoluta. No México, ela aumentou para 51,3% na última década, quando caíram fortemente os salários
Elogio a modelo liberal mexicano é ideológico e cego. Resultados sociais e econômicos são muito piores que no Brasil “intervencionista”
Por José Luís Fiori
Poucas pessoas inteligentes – fora da Inglaterra – ainda prestam atenção nas notícias da monarquia inglesa e da sua família real, em pleno século XXI. Mas o mesmo não se pode dizer da City, centro financeiro de Londres, e dos seus dois principais órgãos de imprensa e divulgação – o Financial Times, e o The Economist – que seguem tendo importância decisiva na formação das opiniões e dos consensos ideológicos entre as elites liberais e conservadoras do mundo. A escolha dos seus temas e o uso de sua linguagem nunca é casual. Como no caso recente do seu entusiasmo pelo México e seu modelo de desenvolvimento liberal – e seu ataque, cada vez mais estridente, ao “intervencionismo” da economia brasileira. Uma tomada de posição compreensível do ponto de vista ideológico, mas que não vem sendo confirmada pelos fatos.
Em 1994, o México assinou o Tratado de Livre Comercio da América do Norte (Nafta), junto com os EUA e Canadá. Nos últimos 20 anos, tem sido absolutamente fiel ao livre-cambismo, incluindo sua adesão a Aliança do Pacífico, e à inciativa norte-americana da Parceria Trans-Pacífica – TPP. Por outro lado, nesse mesmo período, o México praticou uma política macroeconômica e financeira rigorosamente ortodoxa – em particular na última década – mantendo inflação baixa, cambio flexível, taxas de juros moderadas e amplo acesso ao crédito. Mesmo assim, depois de duas décadas, o balanço dessa experiência ultraliberal deixa muito a desejar1.
Como era de prever o comercio exterior do país cresceu significativamente no período e passou – em termos absolutos – de 60 bilhões de dólares, em 1994, para US$ 400 bi, em 2013. Mas nesse mesmo período, a economia mexicana teve um crescimento médio anual pífio, de 2,6%, sendo o crescimento per capita de apenas 1,2%. O emprego industrial cresceu de forma setorial e vegetativa, e mesmo nas “maquiladoras”, foi de apenas 20% – algo em torno de 700 mil novos postos de trabalho. A participação dos salários permaneceu em trono de 29% da renda nacional, e a pobreza absoluta da população mexicana aumentou significativamente. Por fim, ao contrário do que havia sido previsto, a economia mexicana não se integrou nas “cadeias globais de produção”. A produtividade média da economia praticamente só cresceu de forma segmentada e vegetativa, e o “investimento direto estrangeiro” (o principal “prêmio” anunciado em troca da abertura da economia) não teve nenhuma alteração significativa.
Esse balanço fica ainda mais decepcionante quando se compara o desempenho do “modelo mexicano”, com o “modelo intervencionista” da economia brasileira, no período entre 2003 e 2012. Segundo dados publicados pelo Banco Mundial2, e pelos Ministérios do Trabalho dos dois países, os números e as diferenças são realmente chocantes. Nesse período, a crescimento médio anual do PIB brasileiro, foi de 4,21%; o do México, de 2,92%. O crescimento total a economia brasileira foi de 42,17%; o do México, de 29,29%. As exportações brasileiras cresceram a uma taxa anual de 6,59%; as do México, a uma taxa de 5,35%. O crescimento total das exportações brasileiras foi de 65,95%; o do México, de 53,35%. As importações brasileiras cresceram a uma taxa média anual de 17,33%; as do México, a 6,75%. O crescimento total das importações no Brasil foi de 173,32%; no México, de apenas 67,54%.
Por outro lado, a renda per capita brasileira cresceu a uma taxa anual de 2,84% e a do México, 1,42%. O crescimento total da renda no Brasil foi de 28,4%, e no México foi de 14,26%. E a participação dos salários na renda chegou a 45% , no Brasil, contra 29% no México. Nesse mesmo período, o Brasil criou 16 milhões de novos empregos formais, e o México 3,5 milhões; e a pobreza absoluta foi reduzida a 15,9%, no Brasil, e aumentou para 51,3%, no México. Por fim, (pasme-se), entre 2002 e 2012, o “investimento direto estrangeiro” cresceu, no Brasil, de US$ 16,59 bilhões, para US$ 76,11 bilhões de dólares. No México, caiu de US$ 23,932 bilhões, em 2002, para U$ 15,455 bilhões, em 2012! Só para encerrar a comparação, em 2103 a economia brasileira cresceu 2,3%, (uma das maiores taxas entre as grandes economias do mundo), enquanto a economia mexicana cresceu 1,1%.
Fluxos de Investimento Direto Externo (em dólares)
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Clique para ver maior. Fonte: International Monetary Fund. Disponível em: http://data.worldbank.org/indicator/BX.KLT.DINV.CD.WD/countries/BR-MX?display=graph em 27/04/2014
Isto posto, o elogio do México deve ser considerado um caso de má fé, fundamentalismo ideológico, ou estratégia internacional? As três coisas ao mesmo tempo. Mas o que importa é o que dizem os números, e a conclusão é uma só: na última década, o “modelo mexicano” de abertura liberal, integração com os EUA, e livre comércio teve um desempenho extraordinariamente pior do que o “modelo intervencionista”, “heterodoxo” e “fechado” (segundo Financial Times The Economist) da economia brasileira, junto com seu projeto de integração do Mercosul.

Ticiana Villas-Boas, rainha das caretas e da futilidade do jornalismo nacional

Ticiana Villas-Boas, a apresentadora do Jornal da Band, é  rainha das caretas e, agora, comprova ser a rainha da futilidade. É intragável assistir o Jornal da Band diante de tantas caretas, gestos e de modulações de voz da apresentadora. A pessoa é ridícula! E ainda se autodefine coo "bonitona e bem sucedida". Como é que alguém pode se considerar uma jornalista preparada, quando sequer sabe o preço da gasolina que abastece o próprio carro e considera uma ato de limitação ao consumismo não comprar uma bolsa "a cada hora, a cada semana". 

Jean Wyllys relata o que viu na Papuda: Não há regalias a José Dirceu

O que vi (e ouvi) em minha visita à Papuda



Recentemente a imprensa noticiou a respeito da diligência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias ao presídio da Papuda, destacando, de forma equivocada, que a diligência tentava garantir melhores condições ao ex-ministro José Dirceu, ou que foram encontradas ali regalias em seu tratamento ou suas instalações.
Inúmeras notícias dão a entender que houve uma grande divergência de opiniões, em especial entre a minha avaliação e a da minha colega, Mara Gabrilli, uma grande parceira de lutas que vão muito além da questão partidária. Temos, em comum, a luta pela inclusão como um norte em nossos trabalhos. Apenas discordamos pontualmente, o que é natural. Todos visitamos, juntos, as instalações, e pudemos, ao mesmo tempo, avaliar as condições.
Fui ali a convite da própria Comissão, para averiguar se o ex-ministro José Dirceu gozava mesmo de regalias em relação aos demais presos da unidade denunciadas pela imprensa – denúncias que serviram de motivo para o STF lhe negar o direito de trabalhar fora da prisão – e inspecionar as condições gerais da unidade prisional, com ênfase na situação dos presos paraplégicos e gays e transexuais. Para cumprir esse objetivo, nós fizemos uma oitiva demorada o com o diretor da unidade (CIR), com gestores e agentes penitenciários e com o coordenador geral do sistema carcerário do DF, e, finalmente, uma visita às celas da unidade, entre elas a de Dirceu.
Houve, entre os parlamentares, divergências em relação às condições percebidas ali. Enquanto alguns apontaram que a cela tinha um tamanho maior que a dos demais presos, a situação de insalubridade das instalações é a mesma para todos eles. Nenhum dos deputados, porém, foi até ali com o objetivo de medir colchões ou testar as instalações. O objetivo, sim, foi o de verificar – e denunciar – as condições gerais daquele presídio. Conhecer, por exemplo, a realidade de presos cadeirantes, soropositivos, LGBTs, entre outros, para que a possibilidade de um cumprimento digno da pena esteja disponível a absolutamente todos, o que é uma responsabilidade e dever do Estado.
Faço, abaixo, um relatório do que vi e ouvi ali. Não é o relatório oficial desta diligência, mas é uma forma de esclarecer o que foi por mim percebido naquela visita. Outros deputados também fizeram suas considerações a respeito, assim como o faço agora.
Segundo os gestores da unidade prisional, é parte da política carcerária manter uma separação dos apenados cujos crimes tenham repercutido muito nos meios de comunicação – despertado paixões – dos demais encarcerados, assim como é parte da mesma política separar os criminosos sexuais e os policiais criminosos dos outros detentos. O objetivo é proteger a vida do apenado – já que ele está sob a tutela do Estado – e ao mesmo tempo a própria massa carcerária (esta de motins e rebeliões). É parte da política carcerária também criar um regime diferenciado de visitas para esse tipo de apenado no intuito de evitar que seus parentes sejam tomados como reféns para negociação em rebeliões.
Sendo assim, o isolamento de Dirceu da massa carcerária e o regime diferenciado de visitas não são regalias, como noticiado na imprensa, mas uma política carcerária já posta em prática muito antes de seu ingresso na unidade. Ele não tem mais visitas que os demais presos, apenas as recebe em dia e hora diferentes por uma questão de segurança.
É também parte da política carcerária permitir a visita de advogados a seus clientes na hora e no dia que eles, os advogados, solicitarem. Se Dirceu recebe mais visitas de advogados que os demais presos não é porque isso seja uma “regalia”, mas tão somente porque a maior parte da massa carcerária – em sua quase totalidade pobre, jovem e negra – é privada do acesso à Justiça e não conta com advogados. A culpa não é de Dirceu, mas de um sistema excludente e injusto que priva contingentes de direitos, com o aval de boa parte da sociedade que advoga que, “bandido bom é bandido morto”.
Sendo assim, não se pode dizer que a visita dos advogados de Dirceu seja uma regalia, quanto menos a feijoada que José Dirceu comeu em um sábado. Segundo a administração do presídio, o funcionamento, dentro da unidade, de uma cantina com alimentos, cigarros e material de higiene é também parte da política carcerária; esses alimentos podem ser comprados com o dinheiro que os familiares são autorizados a deixar a cada visita (R$ 125 reais). Aquilo, então, não era uma “regalia”, mas tão somente fruto dessa política.
Todos os presos recebem café com leite no café da amanhã. Já frutas – exceto as cítricas e com cascas -, só as recebem os presos com dietas recomendadas pelos médicos e profissionais de saúde que os atendem, como é o caso de Dirceu.
Os gestores negaram peremptoriamente que Dirceu tenha feito uso de celular. Sindicância realizada sob fiscalização do Ministério Público mostrou que a denúncia não procede. Os gestores, entretanto, admitem que, apesar da rigorosa fiscalização, celulares já foram apreendidos em celas de outros presos e que os aparelhos entram na unidade prisional “intocados” nas vaginas e ânus de familiares em dias de visita (segundo os gestores, o scanner de corpo é eficiente mas não infalível, dado os tamanhos e as levezas dos novos aparelhos celulares).
Na visita à cela de Dirceu, constamos que a mesma era uma antiga cantina que foi adaptada como cela para receber os réus do mensalão. Neste espaço em que cabem oito pessoas, foram colocadas 11. Dirceu encontrava-se sozinho porque os demais trabalham durante o dia, já que estão em regime semi-aberto. A cela continha infiltração e estava limpa. Havia uma tevê pequena. Nenhum dos diligentes testou o chuveiro da cela, portanto não há como saber se havia, ali, água quente ou não. Neste ponto, faço uma observação: apesar de todos termos visitados, juntos, as instalações, a entrada da minha colega, Mara Gabrilli, foi impossível, já que sua cadeira não passava pela porta, o que é algo realmente questionável em uma instalação que também precisa atender cadeirantes (Mas essa posição não impedia Mara de observar a Cela nem de conversar com Dirceu). Mais abaixo, falo das péssimas situações destes cadeirantes presenciadas por nós.
Visitamos também outras celas em que haviam mais aparelhos e conforto (tevê, microondas, sanduicheira e fogão) que a de José Dirceu. De acordo com os gestores, nem todas as celas dispõem desses bens porque 1) a maioria dos presos é pobre e seus familiares idem, o que lhes impede de comprar esses bens; 2) a direção da unidade não pode liberar a presença desses bens nas celas em que haja presos que possam causar dano a um colega ou à estrutura da prisão (como botar fogo em colchão ou queimar a mão de um colega na sanduicheira, por exemplo).
Vistamos, ainda, celas em que há mais presos que a capacidade máxima e constatamos que presos em cadeiras de rodas nem sempre são contemplados por uma política diferenciada que leve em conta sua vulnerabilidade e especificidades (banho de sol em horários diferentes e separação da massa carcerária para que sua cadeira de rodas não seja tomada para ser transformada em arma). Na mesma cela em que havia dois cadeirantes – acompanhados de um preso cuidador, o que é bom e recomendado – havia também dois com doenças infecto-contagiosas que não foram especificadas.
Um dos cadeirantes é um jovem rapaz mineiro, atingido por um tiro que o deixou paraplégico durante um assalto. Mesmo não tendo cometido crime contra a vida, está preso nestas condições degradantes – o que está muito distante de um cumprimento digno de uma pena e é uma situação que, em geral, não recebe atenção por parte de nenhum veículo de imprensa.
Constatamos ainda o total despreparo dos gestores e agentes carcerários para lidar com as vulnerabilidades e especificidades do contingente de gays e transexuais presos, situação que pode ser mudada com o apoio dos deputados da Frente LGBT.
Em resumo, constatamos que a unidade, em que pese ser uma das melhores do país no quesito respeito aos direitos humanos da população carcerária, ainda tem muito que avançar. A maior parte da massa carcerária está privada de condições dignas para cumprir a pena devido a um processo de exclusão e violação de direitos que antecede o ingresso na prisão.
De forma pessoal, constatei que o senhor José Dirceu não goza de qualquer das “regalias” apontadas pela imprensa e que serviram de justificativa para o STF lhe negar o direito a um trabalho fora. O que espero é que seja feita a justiça de forma honesta e consciente, e que esta independa das condições do apenado. E, acima de tudo, nós, os deputados comprometidos com o respeito aos direitos humanos, cobramos que as cadeias ofereçam um espaço digno para que os presos possam ser reinseridos à sociedade, ao contrário do senso comum de que as cadeias devam ser apenas um depósito de seres que um dia foram humanos.
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