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Imagem ilustrativa tirada DAQUI |
Volume é bem inferior ao de outros acidentes recentes, mas interrupção ocorreu apenas dois dias depois da notificação à ANP do derramamento de óleo
São Paulo - A produção de petróleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos, a 370 quilômetros da costa do Rio de Janeiro, foi suspensa pela Chevron Brasil no sábado (12). A decisão, divulgada em nota da empresa, foi tomada após o vazamento de óleo em um poço que começava a ser perfurado na região. Embora as causas ainda não tenham sido explicadas, a multinacional admite que o dano pode chegar a mais de 100 mil litros do mineral.
Inicialmente, a informação da multinacional era de que "apenas" 60 barris tinham vazado – equivalente a 9,5 mil litros. Os dados mais recentes dão conta de que o dano pode alcançar de 404 a 650 barris.
Embora represente risco de impactos ambientais, a quantidade é pequena em relação ao volume movimentado pelas empresas. Um navio petroleiro, por exemplo, chega a comportar de 1 milhão a 4 milhões de barris. Em comparação a um acidente mais recente, no Golfo do México em abril de 2010, o volume derramado em alto mar chegou a 4,9 milhões de barris.
No vazamento de um duto na Baía da Guanabara, em 2000, a estimativa foi de 1,3 milhão de litros despejados na catástrofe ambiental. O material era de responsabilidade da Petrobras e o acidente da ocasião foi consequência, na visão de ambientalistas e sindicalistas, de falta de manutenção e do sucateamento pelo qual a empresa passava à época.
No atual incidente, uma frota de navios de apoio foi enviada pela Chevron para ajudar a conter a mancha e tentar minimizar danos. Por ser menos denso do que a água, o óleo flutua no mar, mas a mancha tende a se espalhar caso não seja controlada e a maior parte do material retirada.
O acidente foi notificado à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na quinta-feira (10), mas passaram-se dois dias até a interrupção. As estimativas da ANP é de que o Campo do Frade contenha reserva recuperável de até 300 milhões de barris.
Antes da decisão da companhia, a presidenta Dilma Rousseff determinou, também no sábado, "atenção redobrada" e uma rigorosa apuração das causas do vazamento. Tanto a ANP quanto o MInistério das Minas e Energia e a Marinha Brasileira acompanham o caso, segundo o governo.