sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Cidadãos de Porto Alegre

Li que o Marcos Rolim e a Télia Negrão receberão o título de Cidadãos de Porto Alegre.
É raro para mim conhecer pessoalmente alguém que vá receber esse título. Mias raro ainda é achar que eles merecem. Pois os dois merecem. O Marcos Rolim é mais conhecido. Um humanista radical. Conheço esse cara desde os idos de 1982 (século passado, portanto). Ele ainda era um comunista ou, ao menos, desejava sê-lo. De lá pra cá mudou muito de ideias, mas continua sendo o mesmo. Merece o título, seu trabalho na área de Direitos Humanos é reconhecida e ele é uma pessoa de posições e opiniões instigantes. Acho que o mundo precisa de pessoas assim. A única coisa que me incomoda é que o título foi concedido pelo Mauro Zacher. Pra mim, o vereador pedetista é uma espécie de ... anti-Rolim. Porém, vou usar a frase de Oscar Wilde segundo que diz, mais ou menos o seguinte:"A opinião de uma pessoa não tem a ver com o que ela é".
A Télia Negrão é menos conhecida do público em geral, mas muito conhecida de um determinado público. Eu lembro dela (mas ela não deve lembrar de mim) de uma reunião do PC do B em Curitiba, no longínquo ano de 1985. Depois a gente se encontrou em Porto Alegre. É uma feminista na melhor acepção do conceito. É uma humanista também e vem ocupando o espaço que merecer por uma dedicação visceral ao trabalho que desenvolve. Quando ela fala sobre o que está fazendo eu chego a ficar cansado. O título, proposto pelo Adeli Sell, é merecido.
Parabéns aos dois. Acho que os ex-c0munistas vão dominar o mundo.

Bye bye Dubai


Há quem se encante com Dubai. Eu acho aquela cidade um horror. Uma prova de como o gênio humano pode submeter a natureza a seus caprichos e ao seus gostos mais esdrúxulos. A cidade é artificial em tudo, inclusive na riqueza que parecia possuir.

Os adoradores brasileiros de Dubai louvam o poder do mercado imobiliário e seu potencial. Na verdade, aquele monstrengo pós-moderno que chamam de cidade é fruto de investimentos estatais. Os devotos do dubaísmo se encantavam, também, com o que achavam ser uma capacidade fabulosa da cidade atrair turistas e empreendimentos. Na discussão sobre o Pontal do Estaleiro, o Dr. Goulart e o narrador Haroldo de Souza se destacaram pela sua fé dubaísta.

Tudo isso está caindo com a moratória do "Dubai World". Pode ser superado, é possível, um dia, mas a queda já mostra a fragilidade do sonho do urbanismo especulativo.

A população que disse não às construções na orla foi mais precavida e inteligente.

Palavra de honra


Rigotto desistiu de ser candidato a governador. Jogou pesado e mostrou que a vida no PMDB não está fácil. Mostrou, também, porque muita gente no PT aceitava que ele fosse o cabeça de chapa no Rio Grande do Sul.

O PMDB tem meandros que são difíceis de decifrar para os leigos como eu. Recentemente, envolvido até a careca com escândalos no RS, o clima interno não deve estar nada bom. Rigotto trata de resolver a sua situação para não ficar refém dos outros. Não sei se vai dar certo, mas não há dúvida que ele está pagando pra ver.

Quanto a Pilatos, o outro (e agora único) pré-candidato, continua dizendo que não é. Que um politico seja preguiçoso, não fale coisa com coisa, seja descomprometido e enrolão, já demais. Mas no caso de Pilatos o problema é ainda maior. A cada eleição que se aproxima ele diz que não será candidato e acaba sendo. Além disso, afirmou que não sairia do PPS e saiu.

Qual o sentido que Pilatos dá ao termo "pessoa de palavra"?

Querem pior? Ele fala isso e ganha a eleição. Tem gente que vota.

Pilatos será candidato. O "Miudinho" já foi acalmar o PTB dizendo que o partido continuará com a mesma força se ele tiver que fazer o sacrifício de se tornar prefeito. Pilatos será candidato e, se ganhar mais uma vez, vou parar de criticá-lo. A culpanão será dele, mas dos seus eleitores.

Ocultação de Cadáver


Agora Maluf está sendo processado por mais um crime: ocultação de cadáver. Ele e mais um bando, incluindo o médico da ditadura Harry Shibata, e o atual senador Romeu Tuma, estão sendo processados pelo Ministério Público pela ocultação dos corpos de presos políticos nos cemitérios de Perus e Vila Formosa

Acho que a ação vai acabar em nada, mas é importante que ela exista. A tortura, os desaparecimentos e a ocultação de cadáveres não foram obra da natureza. Tampouco aconteceram porque os agentes de "segurança" resolveram praticar maldades. O Estado brasileiro, em suas diversas esferas, é corresponsável por tudo aquilo.

Espero que, antes de usa morte, Maluf seja condenado por algo que fez.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Plano Diretor


Tenho assistido pela TV Câmara (sempre que posso), o processo de votação das emendas ao Plano Diretor. Não é fácil avaliar e dar uma opinião consolidada sobre um processo tão complexo sem acompanhar as coisas no detalhe. Porem, como não me furto a dar opinião sobre quase tudo, arrisco dizer que, na observação ainda superficial, as coisas vão ficar piores para a cidade.
A bancada fogacista aprova o que bem entende. Aquele vereador que se destaca mais pelo tamanho de seu caminhão do que pelo tamanho de suas idéias, tornou-se um expert em urbanismo. Por algum motivo, não consigo confiar que as propostas que ele apresenta sejam bem intencionadas. E isso vale para muitos outros.
As
áreas de interesse cultural foram dizimadas, as exigências para projetos especiais diminuiram. Até a emenda de preservação de 60 metros junto à orla, que havia sido aprovada por unanimidade na Comissão Especial, foi derrubada em Plenário.
A coisa não t
á boa. Quando souber mais alguma coisa eu conto, mas se algum dos meus 24 leitores (estamos aumentando!) perceber mais cimento e mais megaobras nas redondezas de sua moradia, já sabe de quem é a responsabilidade.

DCE da Ufrgs


Faz tempo que uma eleição de DCE não chamava tanta a atenção da mídia. Agora que os apoiadores do Psol perderam a eleição, depois de quatro ou cinco vitórias sucessivas, o boletim do PRBS deu destaque à vitória de uma chapa que tem simpatizantes do PMDB, PP, e PSDB. O interessante é que o jornal, assim como a chapa, destacam o caráter "apartidário" dos vitoriosos.
Gostaria de escrever sobe o assunto, mas é difícil. Fui na ágina do DCE e... não tem o resultado. Perder para a direita é uma vergonha entre as correntes de esquerda. Aliás, entre as diversas correntes, uma sempre diz que é mais esquerda que as outras e, não raro, acusa as outras de serem de direita. Aí, chega a direita de verdade e ganha a eleição. É difícil explicar.
Vi alguns comentários no Blog Cara-Pintadas e outros blogs. Além dos direitosos que tripudiavam sobre a derrota dos outros, vi que tem gente que não aprende com os acontecimentos. Tal como muita gente fez quando o PT perdeu a Prefeitura de Porto Alegre, xingam os vencedores e elogiam o que foi feito. Bem, se foi tudo bem feito, por que houve derrota? Só por causa do dinheiro do PP (que certamente ajudou)?
Rogo aos céus(!) que tudo sirva para que se faça uma avaliação consequente sobre tudo, senão a derrota se aprofundará.
Outra conclusão inelutável: o PT e o PC do B estão destruídos no movimento estudantil da Ufrgs. Que banho!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O “nosso” apagão


O blecaute grave que atingiu dezenas de estados brasileiros transformou-se em bandeira da oposição e do PIG. Os especialistas em energia (como Miriam Leitão e Alexandre Garcia) já deram seu veredito sobre o tema e querem colocar a conta nas mãos da Dilma.Mas e o “nosso” apagão. Dezenas de cidades, milhares de pessoas, ficaram sem energia (algumas ainda estão) depois da tempestade de quinta-feira passada. As causas são conhecidas: postes e linhas caíram devido ao vendaval, mas e o socorro? Por que tanta demora? Onde está a pressão dos meios de comunicação para saber quem são os responsáveis? O que dizem os dirigentes da CEE e das empresas privadas de energia? Quem quiser saber procure lá no meio do jornal....

Vai um bronze?


O movimento contra a proibição do bronzeamento artificial ganhou contornos de piada pronta. “Donas e empregadas” de estéticas, segundo o Correio, foram protestar contra a proibição. Isso me faz lembrar o movimento contra o fim dos bingos. Segundo os manifestantes, caso a jogatina não fosse reaberta o Brasil mergulharia numa crise de desemprego entre outras catástrofes, como a perda do “lazer” de muitos idosos. Agora, são as adeptas do bronzeamento artificial que anunciam o fim do mundo. O tom humorístico ficou por conta do cartaz da senhora da esquerda. Quem acha que as pessoas deveriam se preocupar mais com a cabeça do que com o bronzeado leia como esta escrito o nome da nossa pátria no cartaz. Pra ver melhor, clique na foto.