sexta-feira, 8 de abril de 2011

Exclusivo: conheçam o professor do Bolsonaro

Uma Comissão da Verdade ampla

Por Sergio Lirio

A gaúcha Maria do Rosário Nunes, secretária nacional dos Direitos Humanos, mede as palavras. Mede-as tanto que chega a dar a impressão ao entrevistador de que a resposta não virá. Mas, quando a voz levemente rouca substitui o silêncio, o que antes poderia parecer receio revela-se serenidade. Não há excesso nas declarações da secretária. Firmeza não falta, porém, como ficará claro ao longo da entrevista a seguir. Maria do Rosário avisa: não somente os militares que cometerem crimes durante a ditadura estão na mira. “A Comissão da Verdade terá poder para identificar as ramificações por toda a sociedade. Ela não será, em nenhuma medida, contra as Forças Armadas. Será contra a repressão política naquele período.” Seria esse o motivo da brutal resistência de muitos civis, em especial meios de comunicação, ao projeto em tramitação no Congresso?

Há muito tempo fala-se na criação de uma Comissão da Verdade. Mas a ideia sempre acaba derrotada. Por que seria diferente agora?

Maria do Rosário Nunes: Porque há uma conjunção favorável. À vontade do governo soma-se a vontade da sociedade, que se pode sentir no ar. Dezenas de universidades estão promovendo debates, os meios de comunicação promovem debates. A sociedade fala sobre isso e vai se construindo, talvez de um modo singular em relação aos períodos anteriores, a opinião de que é um direito saber, de que os familiares dos mortos e desaparecidos têm o direito de saber. E para além disso: de que todos nós, brasileiros e brasileiras, temos o direito de saber.

Quando a comissão deve ser instalada?

MRN: O projeto está no Parlamento. Cabe à Câmara dos Deputados e ao Senado responder essa questão. O governo não citou o projeto em nenhuma lista de prioridades porque acredita que o direito à memória e à verdade, como também os direitos humanos, não é dever apenas do Poder Executivo. O Parlamento brasileiro também foi atingido, as instituições, como um todo, foram atingidas. Ao anunciar a Constituição de 1988, Ulysses Guimarães lembrou o deputado morto pela ditadura, Rubens Paiva. Então é uma questão também do Parlamento.

Não se trabalha com um prazo?

MRN: Com um prazo não. Trabalho com acordo político. Eu gostaria que a comissão fosse implantada o mais breve possível.

CC: Caso o tema se perca nos escaninhos do Congresso, o que o Executivo poderia apresentar como alternativa?

quinta-feira, 7 de abril de 2011

A Manuelização do PC do B



A velha cara

A nova cara

É natural que um partido invista em pessoas que têm potencial eleitoral. É o caso do PC do B/RS, que investiu, e bem, em Manuela. Resultado: a deputada federal fez quase quinhentos mil votos nas últimas eleições. O que me chama a atenção é o fato de o discurso do partido estar completamente voltado para sustentar o que Manuela simboliza. Aliás... ela simboliza o que exatamente?

Há muito tempo o marxismo-leninismo dos cursos de formação do PC do B não combina com o pragmatismo político do partido. Até aí, nada de novo. O que me impressiona é a pasteurização do discurso e a renúncia ao conteúdo. A adoção do linguajar pós-modernoso soa estranha no material da "vanguarda consciente do proletariado,(que) guia-se pela teoria científica e revolucionária elaborada por Marx e Engels, desenvolvida por Lênin e outros revolucionários marxistas", conforme os estatutos. 
O slogan do PCdoB é um primor de falta de conteúdo: 'Vem fazer a nova política, vem pro PCdoB' · 'Com mais atitude e vontade de fazer, a gente muda a vida pra melhor' · 'A nova política é a cara do PCdoB'.
O que é a nova política? Não se diz.É um modo de condenar o que é velho, mas o "velho" pode ser bom também. O PC do B não diz que tem 89 anos de experiência e acha isso bom? Atitude e vontade de fazer não tocam em conteúdo, mas em modos de agir. Mudar a vida pra melhor, ao menos diz que é pra melhor. Mesmo assim, diz pouco, pois dificilmente alguém quer mudar a vida para pior. É necessário, todavia, saber o que é esse melhor.Tô ficando velho, tô ficando rançoso. O problema é que esse discursinho não me agrada. Mas o que fazer? Manuela teve 500 mil votos, eu não tive nenhum. O errado devo ser eu.

terça-feira, 5 de abril de 2011

O rosto de Jesus

Ele já foi visto em vidros, alimentos, árvores, pedras, fotos, reflexos, entre outros. Sim, estou falando de Jesus Cristo. Não é de hoje que a imagem do Filho de Deus é motivo de "aparições". São relatos que pipocam dos mais distantes locais do planeta. Jesus chegou até ao Google Earth, onde um internauta jura que uma formação de nuvens sobre o Monte Sinai mostra nitidamente o Messias. Em outro canto, um menino jura ver a face de Cristo estampada em uma caixa do seu videogame Xbox. Já Maria Rubio, em 1978, encontrou o rosto de Jesus em um burrito no Novo México. Sua casa virou alvo de peregrinos.
Em um caso bem recente, um grande bloco de granito, vindo do Brasil e adquirido pela Verona Marble Company Inc. de Dallas, nos EUA, mostra Jesus de corpo inteiro. Para os proprietários da empresa, a grossa fatia de pedra que custa cerca de 1.500 dólares, foi uma bênção recebida e pretendem doar o valor de sua venda para uma igreja próxima.

Já em Miami, Amy Janer, afirma que na ecografia de seu filho, pode-se ver com clareza o rosto de Cristo. Ela estava grávida de 32 semanas quando viu a imagem: "Meu bebê não poderia ter ficado em companhia melhor!", acredita. Amy acha que foi uma espécie de sinal, um aviso para que ela insistisse em ser mãe, uma vez que já havia sofrido vários abortos espontâneos.
Os sinais, sejam eles reais ou pura imaginação, podem ser um forte estímulo de fé. Como Jerry e Wendy Divock, um casal de americanos que converteu-se ao Cristianismo em virtude de uma imagem que apareceu inexplicavelmente na porta de seu quarto cerca de 10 anos atrás. Enxergá-lo é um exercício de criatividade plena.



Mês passado, em um pub na Inglaterra, Michael Cartwright, um taxista de 35 anos acredita que sua sidra veio premiada! Ele estava com um grupo de amigos, e disse que após o garçom tirar a rolha da garrafa, os longos cabelos e a barba de Jesus apareceram no alumínio do gargalo. Segundo Cartwright, as fotos feitas por um de seus amigos, não deixam dúvida. A mensagem em relação ao ocorrido, ele disse não ter certeza, mas eu me adianto e creio se tratar de: "Não beba ao dirigir, Michael, você é taxista!".
As aparições não acabam e casos prosaicos, menos ainda. No Arizona, após fazer uma radiografia panorâmica de sua arcada dentária, um paciente e seu dentista levaram um susto ao ver o raio-x. Via-se claramente o rosto de Jesus. Ninguém encontrou explicação. Muito menos para as fotos recebidas por uma afiliada da NBC em San Jose, na Califórnia. Nelas, uma suposta imagem de Cristo aparece, acreditem, em um camarão. O homem que encontrou o crustáceo, alega ter sido um sinal, devido seu desgastante divórcio.
Alguns anos atrás, embora não exista registro fotográfico, um passageiro que viajava pela companhia aérea Alitalia, viu que em seu sanduíche notava-se perfeitamente o rosto de Jesus. Os outros passageiros se reuniram em volta do homem e chegaram até a fazer orações, acreditando se tratar de algum sinal. Depois que o tumulto diminui e para desespero de todos, ele acabou comendo o sanduíche.

Assim como em árvores, muros, pisos, torradas, cereais, janelas e um sem fim de lugares, as imagens de Jesus tornaram-se até corriqueiras. O eBay e outros sites de venda pela internet que o digam. São diversos os objetos e fotos leiloados como "relíquias". Em 2005, por 2.000 dólares, Jeff Rigo, um americano de Pittsburgh, ofereceu uma imagem de Jesus que surgiu na parede do chuveiro de sua casa. Como ela foi levada, eu não faço idéia. Um pierogi, pastel de origem polaca, também com a face de Cristo, chegou aos 760 dólares! O caso mais clássico porém, foi de Diana Duyser, uma americana que leilou um sanduíche de queijo, não com o rosto de Jesus, mas o de sua mãe, a Virgem Maria. Ela disse que um dia fez o sanduíche e após a primeira mordida, viu que a "própria" Maria a olhava com candura. Impressionada, guardou-o em um saco plástico e por 10 anos o manteve exposto em uma estante de sua casa. Sem estragar ou mofar, o pão mordido trouxe muita sorte segundo Diana e estava na hora de ajudar outras pessoas. Alegando inclusive ter ganho 70.000 dólares em um cassino, foi outro cassino, o virtual Golden Palace que ainda trouxe um pouquinho mais de sorte para Diana. O site arrecadou o sanduíche de queijo por cerca de 28.000 dólares.
O assunto sempre vai ser polêmico, uma vez que mistura crença, religião, fé. Embora algumas imagens realmente lembrem o Jesus que "conhecemos", porque ele se manifestaria em objetos e locais tão inusitados? Porque algumas pessoas foram "escolhidas"? Como católico praticante, me abstenho de julgamentos e mantenho certas convicções apenas para mim. E você leitor, o que acha?!
Publicado em: Obvious

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Exposição de Botero mostra rosto da violência na Colômbia

Clique na foto e veja mais imagens do genial Botero
Exposição do mais conhecido pintor colombiano reaviva trauma da violência
Alex Rodrigues Repórter Agência Brasil

Brasília – Uma caveira empunha a bandeira colombiana enquanto pisa sobre cinco corpos ensanguentados caídos sobre um campo verdejante. Assim, o mais importante e prestigiado artista plástico colombiano, Fernando Botero, retratou o que enxergava como sendo a paisagem de seu país, a Colômbia, em 2004.
Para o pintor e escultor, uma paisagem então pontilhada de corpos sem vida, baleados ou esquartejados, e ofuscada por sucessivas guerras e conflitos sociais que acompanham a história colombiana desde o processo de independência nacional e que se intensificam a partir do surgimento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), em 1964.
Nascido em Medellín, em 1932, mas já há muito tempo dividindo seu tempo entre a Europa, os Estados Unidos e seu país, Botero se tornou mundialmente famoso por pintar e esculpir modelos gordos e roliços, desdenhando, assim, do moderno estereótipo de sensualidade e ironizando políticos, militares, religiosos e burocratas.
Entre os anos de 1994 e 2004, no entanto, o artista decidiu pintar os 36 desenhos, 25 telas a óleo e seis aquarelas atualmente expostos na mostra Dores da Colômbia, aberta até 1º de maio na galeria da Caixa Cultural, em Brasília. Nessas obras, Botero deixa um pouco de lado o viés bem-humorado de suas obras mais famosas para registrar aos sequestros, torturas, assassinatos e atentados que, ainda hoje, o mundo associa à Colômbia.
E que, além de milhares de mortos, obrigaram mais de 1,5 milhão de moradores de pequenas cidades e zonas rurais a abandonar tudo e migrar para as grandes cidades, fenômeno chamado de desplazamiento em espanhol.
"Meu país tem duas faces. A Colômbia é esse mundo amável que eu pinto sempre, mas também tem o rosto terrível da violência", comentou Botero, a respeito da opção temática que impressiona quem se depara com 67 obras que, desde a abertura da exposição, no dia 16, até o último domingo (27), já foram vistas por cerca de 3 mil pessoas.
Embora Botero tenha declarado em entrevistas não ser fácil transformar o drama em arte e que preferiria que os quadros agora expostos em Brasília não tivessem razão de existir, a impressão causada pelas obras é tão forte que, mesmo a mostra tendo obtido a classificação etária livre, seus organizadores desaconselham pais e escolas a levarem crianças pequenas para ver o que o pintor classificou como seu testemunho da dolorosa situação que o país enfrentou. “Em vista do drama que atinge a Colômbia, senti a obrigação de deixar um registro sobre um momento irracional de nossa história”, declarou o artista.
E é justamente o caráter de registro histórico dos quadros o que alguns colombianos que vivem no Brasil esperam que fique claro para quem visita a exposição. Sem questionar a qualidade artística das obras e dizendo-se orgulhosos por Botero ser colombiano, alguns de seus compatriotas destacam que o país já não é mais aquele retratado nas telas. Apesar de muitas pessoas sequestradas continuarem em poder das Farc e da luta entre guerrilheiros, paramilitares e Estado não ter chegado ao fim.
Procurados pela Agência Brasil, vários colombianos que vivem em Brasília se negaram a falar sobre o assunto. A própria embaixadora da Colômbia no Brasil, Maria Elvira Holguín, não retornou os telefonemas da reportagem. Entre os que aceitaram falar sobre como foram atingidos pelo conflito armado e o que pensam da atual situação colombiana, houve quem dissesse não ter intenção de ir à exposição.
Mesmo os que acreditam que os quadros, se exibidos sem a necessária contextualização, podem reforçar preconceitos e estereótipos, disseram entender que as obras são um registro artístico de um momento histórico que não pode ser negado. Contudo, não esconderam que, após tantos anos de más notícias, prefeririam ver seu país exibindo suas belezas e aspectos positivos.
"Esta exposição nos machuca porque mostra algo que aconteceu e que ainda não foi totalmente resolvido, mas que também já não é mais a realidade atual. Mas é também algo que não pode ser ignorado e de que não nos orgulhamos. O importante é que as pessoas que visitarem a exposição tenham discernimento e saibam que o próprio Botero pinta muitas coisas bonitas de nosso país. E, principalmente, que as coisas mudaram", afirmou a colombiana Johanna del Pilar, que há 12 anos vive em Brasília.
De Brasília, onde pode ser visitada de terça-feira a domingo, das 9h às 21h, a exposição segue para Curitiba. Na capital paranaense, as obras serão expostas de 18 de maio a 10 de julho, no Museu Oscar Niemeyer. Em seguida, a mostra ocupará os espaços da Caixa Cultural de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Salvador, em datas que ainda serão definidas. A entrada é gratuita.
Edição: Lana Cristina

Parabéns, Colorado

Já postei um comentário dizendo que o futebol é o lugar para onde converge a minha irracionalidade. Por isso, independente de qualquer arrazoado: PARABÉNS SPORT CLUB INTERNACIONAL, o clube brasileiro que mais venceu competições internacionais no século XXI!