quinta-feira, 7 de abril de 2011

A Manuelização do PC do B



A velha cara

A nova cara

É natural que um partido invista em pessoas que têm potencial eleitoral. É o caso do PC do B/RS, que investiu, e bem, em Manuela. Resultado: a deputada federal fez quase quinhentos mil votos nas últimas eleições. O que me chama a atenção é o fato de o discurso do partido estar completamente voltado para sustentar o que Manuela simboliza. Aliás... ela simboliza o que exatamente?

Há muito tempo o marxismo-leninismo dos cursos de formação do PC do B não combina com o pragmatismo político do partido. Até aí, nada de novo. O que me impressiona é a pasteurização do discurso e a renúncia ao conteúdo. A adoção do linguajar pós-modernoso soa estranha no material da "vanguarda consciente do proletariado,(que) guia-se pela teoria científica e revolucionária elaborada por Marx e Engels, desenvolvida por Lênin e outros revolucionários marxistas", conforme os estatutos. 
O slogan do PCdoB é um primor de falta de conteúdo: 'Vem fazer a nova política, vem pro PCdoB' · 'Com mais atitude e vontade de fazer, a gente muda a vida pra melhor' · 'A nova política é a cara do PCdoB'.
O que é a nova política? Não se diz.É um modo de condenar o que é velho, mas o "velho" pode ser bom também. O PC do B não diz que tem 89 anos de experiência e acha isso bom? Atitude e vontade de fazer não tocam em conteúdo, mas em modos de agir. Mudar a vida pra melhor, ao menos diz que é pra melhor. Mesmo assim, diz pouco, pois dificilmente alguém quer mudar a vida para pior. É necessário, todavia, saber o que é esse melhor.Tô ficando velho, tô ficando rançoso. O problema é que esse discursinho não me agrada. Mas o que fazer? Manuela teve 500 mil votos, eu não tive nenhum. O errado devo ser eu.

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