sexta-feira, 25 de abril de 2014

Comissão da Verdade pede que PF acompanhe investigação da morte de Malhães


Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil Edição: Carolina Pimentel


Paulo Malhães
Paulo Malhães, que confessou tortura na ditadura militar, foi encontrado morto em Nova IguaçuDivulgação/Comissão Nacional da Verdade

A Comissão Nacional da Verdade (CNV) solicitou hoje (25) ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que a Polícia Federal (PF) acompanhe as investigações sobre a morte do coronel reformado do Exército, Paulo Malhães.

De acordo com a polícia, três homens invadiram a casa, amarraram a mulher do coronel e o caseiro, e procuraram armas. Durante a ação dos criminosos, o militar foi morto. O corpo do coronel está no Instituto Médico-Legal de Nova Iguaçu, onde será determinada a causa da morte.
 O coordenador da CNV, Pedro Dallari, pediu a Cardozo que a PF acompanhe as investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Ex-agente do Centro de Informações do Exército, Malhães, de 76 anos, foi encontrado morto na manhã desta sexta-feira em seu sítio na zona rural de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Em depoimento à Comissão Nacional da Verdade, no final de março, Malhães revelou que agentes do Centro de Informações do Exército mutilavam corpos de vítimas da ditadura militar assassinadas na Casa da Morte, em Petrópolis, arrancando as arcadas dentárias e as pontas dos dedos para impedir a identificação, caso encontrados. Ele também deu sua versão sobre operação do Exército para o desaparecimento dos restos mortais do deputado federal Rubens Paiva.
A Comissão da Verdade não descarta a possibilidade de a morte de Malhães ter relação com as revelações que ele fez à comissão. A Agência Brasil entrou em contato com o Ministério da Justiça e a Polícia Federal para saber se a instituição vai acompanhar o caso, mas até a publicação da reportagem não obteve retorno.

Curare, João Gilberto

A Revolução dos Cravos, na voz de Chico Buarque

domingo, 20 de abril de 2014

Lila Downs cantando em língua Maya...

Morre Rubin Carter, boxeador eternizado por Bob Dylan


AP - 23/2/1965
História de Rubin Carter virou tema de livros e filmesTORONTO - Morreu neste domingo, aos 76 anos de idade, Rubin "Hurricane" Carter, ex-boxeador norte-americano cuja injusta condenação à prisão, sob acusação de assassinato, se converteu em um símbolo internacional de injustiça racial. Ele estava internado com câncer de próstata, em Toronto, no Canadá, país que adotou como lar após ter deixado New Jersey, sua terra natal. John Artis, um velho amigo do ex-pugilista, disse que o mesmo morreu enquanto dormia.
Carter ficou 19 anos preso sob acusação de ter matado três pessoas brancas em um bar de Petersen, no Estado de New Jersey, em 1966, em um tempo de intensa segregação racial nos Estados Unidos. Foi declarado culpado ao lado do amigo Artis em 1967 e depois em um novo julgamento em 1976.
Carter foi liberado da prisão em 1985, quando todas as acusações contra ele foram retiradas pela Justiça depois de anos de apelações e ativismo público. O seu caso gerou repercussão mundial e acabou motivando Bob Dylan a compor a música "Hurricane", lançada em 1975, na qual o lendário músico fala sobre a época em que o ex-boxeador passou na cadeia "por algo que nunca fez". O ator foi retratado na capa de um dos discos do artista, cujo nome é justamente "Hurricane".
A história de Rubin Carter também virou tema de livros e filmes, sendo o mais conhecido deles protagonizado por Denzel Washington, em 1999, quando foi lançado "The Hurricane" nos cinemas de todo mundo. O ator foi indicado ao Oscar por sua interpretação na película, na qual fez o papel do boxeador prisioneiro.
As condenações por homicídio encerraram de forma abrupta a carreira de Carter, que era famoso pela ferocidade dos seus golpes e acumulou um cartel de 27 vitórias, sendo 17 delas por nocaute, além de 12 derrotas e um empate. Em uma luta histórica, ele chegou derrotar Emile Griffith, detentor de dois cinturões de campeão mundial, ao nocauteá-lo no primeiro assalto, em 1963. Ele também lutou pelo título mundial peso médio em 1964, mas perdeu o combate por decisão unânime para Joey Giardello.