quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Marisa Monte lança, na web, "pré-página" de seu novo trabalho




A partir desta quinta-feira, dia 18 de agosto, quem acessar o site da cantora Marisa Monte poderá acompanhar o lançamento do novo projeto da artista.
Uma carta assinada pela própria Marisa explica que a página funcionará como a fonte oficial para todas as informações sobre seu oitavo álbum, com previsão de lançamento até o fim do ano.
Ela também convida o público a escolher a rede social de sua preferência para receber as novidades.
O conteúdo do site estará aberto a todos.

Frank Gehry: quando a arquitetura corre riscos

publicado em arquitetura por izabela americano

Para o arquiteto canadense Frank Gehry, radicado em Los Angeles, a geometria é instrumento de complicação. A sua capacidade de manipular as formas valeu-lhe o prêmio Pritzker, em 1989.
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Guggenheim Bilbao (foto de: Izabela Americano)
Quando se pensa em arquitetura desconstrutivista, é quase inevitável utilizar como ilustração alguma das obras de Frank Gehry. Ele demonstra em seus trabalhos oposição à racionalidade ordenada do modernismo. Esqueçam o "menos é mais": isso o que menos se vê em seus edifícios.
A geometria é, para Gehry, instrumento de complicação. Através da manipulação das linhas e planos, ele esculpe a complexidade formal. E foi essa capacidade de manipular as formas que lhe rendeu o prêmio Pritzker, em 1989, além de diversos outros prêmios dos mais importantes que podem ser concedidos a um arquiteto.
Mas a obra que disseminou a fama de Gehry foi o Museu Guggenheim em Bilbao, no território basco, norte da Espanha, finalizado em 1997. O edifício, quase que inteiramente revestido de titânio, com contornos completamente inéditos e inusitados, atraiu os olhares de todo o mundo. Essa obra arquitetônica, sozinha, foi responsável por transformar a cidade, que era antes pouco conhecida, em ponto de paragem para milhões de turistas.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Candidatura do PT em Porto Alegre. Agora a coisa é séria

Depois de Maria do Rosário, Raul Pont colocou seu nome à disposição para concorrer à Prefeito de Porto Alegre. Agora a coisa pode ser levada a sério. Já citei várias vezes o vereador Adeli Sell neste Blog. Ele é operoso e pode contribuir ainda mais com a cidade. Porém, não conseguia vê-lo como candidato efetivo.
Ao colocarem seus nomes à disposição, Raul e Rosário tiram a militância da orfandade e da necessidade de apoiar um nome de outra legenda. Nada garante que o PT vá ganhar a eleição. Aliás, o páreo é duríssimo. A única hipótese para viabilizar a vitória era um  nome consistente e capaz de unir a militância e segurar as forças que consideram melhor a vice de alguém do que perder a eleição. Quem quer ganhar não pode ter medo de perder e o PT perderia muito caso não tivesse um nome para enfrentar a disputa de 2012.
Agora a coisa tá ficando séria. Quem tem que ficar preocupado são os outros.

Íntegra da Pesquisa CNT/Sensus

Quem gosta de ler pesquisas de opinião (eu gosto) deve ler a íntegra da pesquisa CNT/Sensus. Os dados apresentados dão o que pesnar.
Além de avaliar o desempenho da presidenta, cujo resultado me deixou preocupado, a pesquisa avalia uma série de outras expectativas e opiniões dos brasileiros e brasileiras.
Confira clicando AQUI.

Roupas da Zara são fabricadas com mão de obra escrava

Em recente operação que fiscalizou oficinas subcontratadas de fabricante de roupas da Zara, 15 pessoas, incluindo uma adolescente de 14 anos, foram libertadas de trabalho escravo contemporâneo em plena capital paulista
Por Bianca Pyl* e Maurício Hashizume

São Paulo (SP) - Nem uma, nem duas. Por três vezes, equipes de fiscalização trabalhista flagraram trabalhadores estrangeiros submetidos a condições análogas à escravidão produzindo peças de roupa da badalada marca internacional Zara, do grupo espanhol Inditex.

Na mais recente operação que vasculhou subcontratadas de uma das principais "fornecedoras" da rede, 15 pessoas, incluindo uma adolescente de apenas 14 anos, foram libertadas de escravidão contemporânea de duas oficinas - uma localizada no Centro da capital paulista e outra na Zona Norte.
A investigação da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE/SP) - que culminou na inspeção realizada no final de junho - se iniciou a partir de uma outra fiscalização realizada em Americana (SP), no interior, ainda em maio. Na ocasião, 52 trabalhadores foram encontrados em condições degradantes; parte do grupo costurava calças da Zara.

Estudo avalia situação do Brasil frente à crise

Comunicado do Ipea nº 107 será divulgado na sede do Instituto, em Brasília, nesta quinta-feira, às 15h
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulga, nesta quinta-feira, às 15h, na sede do Instituto, em Brasília (SBS, Qd. 1, Bl. J, Edifício BNDES/Ipea, auditório do subsolo), o Comunicado n° 107: O Brasil ante os desafios da crise financeira internacional.
O Comunicado fará algumas considerações sobre a situação macroeconômica brasileira atual ante a crise observada a partir de 2008, para mostrar os espaços para a intervenção do governo. Serão pontuados temas sobre os quais o Brasil se encontra hoje bem posicionado para enfrentar os desdobramentos da crise internacional em curso. O texto abordará também as fragilidades, destacando a importância de se escolher um rumo para a intervenção que possa construir uma melhora do padrão de inserção e crescimento do país.
Os principais assuntos abordados são: (i) a coincidência da turbulência externa com uma desaceleração da economia brasileira; (ii) os impactos econômicos do movimento de queda do preço das commodities em nível mundial; (iii) a solidez dos grandes bancos brasileiros e os riscos de uma interrupção nos canais de crédito; (iv) a prévia atuação regulatória das Autoridades Monetárias; v) impactos sobre as contas públicas, e vi) a situação das contas externas e das reservas internacionais.
O estudo será apresentado por Luciana Acioly, chefe da Assessoria Técnica da Presidência, Marcos Cintra, diretor substituto de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais, e Vanessa Petrelli, diretora de Estudos e Políticas Macroeconômicas.

Mostra Xico Stockinger, no MARGS

terça-feira, 16 de agosto de 2011

O boom dos “homicídios legais”

por Wálter Maierovitch*

Filósofos e juristas já escreveram à exaustão sobre a pena de morte, mas o tema resiste ao tempo, até porque, como observou o jurista italiano Mario Marazziti, os políticos, como regra, não têm coragem de extinguir esse tipo de pena e preferem seguir os baixos instintos da população. Sobre a pressão conservadora norte-americana, Marazziti lembrou a campanha presidencial travada entre o republicano George Bush (pai) e o democrata Michael Dukakis. O democrata, no último debate televisivo, manifestou-se contrário à pena de morte e, no dia seguinte, caiu sete pontos nas pesquisas. Assim, deu adeus à pretensão de virar hóspede da Casa Branca.
No século XI, Tomás de Aquino sustentava ser lícito ao “príncipe” extirpar da sociedade um elemento nocivo da mesma maneira que ao médico era legítimo amputar um membro infeccionado para salvar o paciente. Em sentido contrário, manifestou-se, em 1764 na obra Dos Delitos e das Penas, o marquês de Beccaria, precursor do direito penal moderno e iniciador do processo de humanização das penas. Beccaria, com base na teoria do contrato social de Rousseau, afirmou que o homem, ao ceder  uma parcela mínima da sua liberdade para tornar possível a vida em sociedade, não poderia conferir a outrem o direito de eliminá-lo. E concluía não ser a pena de morte autorizada pelo contrato social. O interessante é que Rousseau, falecido em 1778, entendia legítima a pena de morte ao violador da lei penal, pois se tornava inimigo da sociedade por afrontar o contrato social.
No momento, constatou-se um aumento nas execuções capitais, conforme revelado internacionalmente pela respeitada associação que leva o sugestivo nome de Nessun Tocchi Caino (Ninguém Toque em Caim). No ano passado, foram consumados 5.837 “homicídios legais” em  22 Estados Nacionais. Em 2009, chegou-se a 5.741 casos e, no ano anterior, 5.735 assassinatos soberanos.
Cabe lembrar que as Nações Unidas, em 18 de dezembro de 2007 e por provocações da Itália e da Alemanha, realizou uma assembleia especial para tentar uma moratória à pena de morte. Ou melhor, tal pena seria suspensa dos códigos até a ONU deliberar em futura convenção. Na ocasião, 104 Estados comprometeram-se em adotar a moratória. Votaram não, sob argumento de se tratar de questão de política interna e soberana, 54 Estados, enquanto 29 se abstiveram de votar.
O fronte do “não” foi capitaneado pelo Egito do então ditador Hosni Mubarak e por Cingapura. Por incrível que pudesse parecer, os Estados Unidos comungaram do mesmo ideal não abolicionista de Irã, Síria, Coreia do Norte, China, Sudão e Líbia.
Logo após a votação da moratória na ONU, os nove magistrados da Suprema Corte dos Estados Unidos, em abril de 2008 e por sete votos a favor, entenderam constitucional o uso de injeções letais e deram sinal verde ao prosseguimento de 11 execuções que estavam no aguardo da decisão: o condenado fica deitado numa tenda, com os braços para fora e ligados em duas agulhas de passagem de substâncias químicas letais. Tão logo o líquido é injetado, a cortina da tenda sobe para que as testemunhas, num cenário macabro, atestem a morte. Apesar do resultado desumano, pela primeira vez na Suprema Corte e pelo voto vencido de John Paul Stevens, declarou-se que a pena de morte “é ilegítima por si só”.
De lá pra cá, houve um boom de pena de morte. As ditaduras aplicaram muito mais essa sanção capital e a escalada da violência urbana, em Estados democráticos, fez subir o apelo pela adoção mais ampla. Dois exemplos ajudam na compreensão do quadro. A Bielo-Rússia, sob ditadura de Aleksandr Lukashenko, no poder desde 1994,  é o único Estado europeu a impor a pena de morte e, no primeiro semestre de 2011, já promoveu duas eliminações de condenados. Os estados norte-americanos de Washington e Utah voltaram a praticar a pena de morte em 2010, com duas execuções. A propósito dos EUA, em 2010 foram executados 46 sentenciados, entre os quais Texas (7), Ohio (8), Alabama (5), Oklahoma, Virgínia e Mississippi (3), Geórgia (2), Flórida, Louisiana, Arizona, Utah e Washington (1). No chamado corredor da morte, encontravam-se 3.261 condenados em 1º de janeiro de 2011.
O título de “Estado assassino” de 2010 ficou com a China. Das 5.837 ocorridas no planeta, 85% consumaram-se na China. O segundo posto coube ao Irã (564 eliminados) e o terceiro à Coreia do Norte (19). Para que se possa comparar, em 2009 o Irã havia cumprido 402 execuções capitais. A Coreia do Norte matou 17 sentenciados.
No primeiro semestre deste ano, oito Estados, incluída a Autoridade Nacional Palestina, deixaram a abstinência mantida em 2010 e voltaram aos homicídios legais: ANP (5 execuções), Bielo-Rússia (2), Bahrein (1), Somália (9), Taiwan (4), Afeganistão (2), Emirados Árabes Unidos (1) e Guiné Equatorial (4).
Pano Rápido. Nas ditaduras, as condutas de dissidentes políticos continuam tipificadas como crimes de traição à pátria, com previsão de pena de morte.

* Walter Maierovitch é jurista e professor, foi desembargador no TJ-SP.
** Publicado originalmente no site da revista Carta Capital.

A Persistência da memória - Salvador Dali

Mais em Obvious

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A internet não é tão democrática-Renato Janine Ribeiro

Renato Janine Ribeiro

Sou fã da internet. Graças a ela, confiro datas, citações e muito mais, cada vez que escrevo. Descubro autores e ideias novas. Tenho, claro, que tomar cuidado com o que leio, porque há informações sem conhecimento, afirmações sem base. Mas também acho democrático que a rede permita difundir valores que antes não tinham lugar. Um jornal é um produto caro, por seus custos industriais e de distribuição. Daí que seja difícil fazer um jornal, como antes se dizia, alternativo. Já um blog pode ser barato - e servir de contraponto aos jornais maiores, expondo valores diferentes (como os blogs de esquerda fazem, no Brasil), oferecendo análises, algumas delas boas, ou, ainda, produzindo informação própria (o que é o mais raro - só lembro o caso de Geisy Arruda, revelado pelo Boteco Sujo).
Mas a maior esperança que muitos tiveram, inclusive eu, foi que a internet se mostrasse uma grande ágora, o espaço de uma cidadania global, um fórum de democracia quase-direta. A palavra grega - que significa a praça onde os cidadãos deliberam sobre assuntos públicos - parecia caber perfeitamente ao terreno virtual, em que todos adquirem igual cidadania e debatem temas de interesse geral. Ao pé da letra, a internet é republicana, porque abre lugar para a "res publica", a coisa pública. Assim, quando concorri à presidência da SBPC, em 2003, criei uma página na Web para a campanha; ela até surtiu efeito, pois tive uma boa votação (tratei do assunto em meu livro "Por uma nova política", Ateliê editorial). 
p>OraoOra, o que lamento é que, ao contrário do esperado, o espaço virtual exponha pouca divergência e pouca reflexão. Quase sempre, escreve num blog quem compartilha as ideias do blogueiro. Esse é o primeiro problema. A internet é democrática porque torna mais fácil surgir a divergência, limita o quase-monopólio da mídia tradicional, impressa ou não - mas a divergência que ela admite está no confronto entre os sites, não dentro de um site que seja, ele mesmo, democrático. Ou seja, a internet é democrática porque encontramos URLs para todos os gostos - mas não porque algum portal abrigue uma discussão inteligente sobre um assunto de relevo. A democracia dela está em que os vários lados têm como e onde se expressar. Mas não está na tolerância. A internet é democrática na luta entre os sites - não dentro deles, embora alguns tentem, heroicamente, fazer funcionar a democracia do debate e do respeito mútuos.
Os leitores são mais radicais, às vezes, que os próprios blogueiros. Vejamos o blog de Luis Nassif que, por exemplo, não esconde seu respeito pelas "raposas políticas" mineiras e publica posts de quem diverge dele. Só que os comentários dos leitores estão, na maioria, divididos entre a condenação, a ridicularização e a acusação. O debate esquenta, mas isso não quer dizer que os leitores respeitem a opinião alheia. Isso também acontece em órgãos da imprensa. É comum os leitores radicalizarem a posição do jornal ou do blog.
Até aqui, discuti o caráter pouco democrático - considerando um aspecto fundamental da democracia, que é o respeito ao outro, a liberdade de divergir - da internet. Mas há outro ponto importante. É que a democracia funciona melhor quando ela é produtiva. Em outras palavras, se a democracia não melhorar as condições de vida mas, ao contrário, piorá-las, nosso apreço por ela dificilmente se manterá. É triste lembrar isso, mas a democracia não é fim em si. Quando a República de Weimar levou a Alemanha a um impasse, deu no nazismo. Os constitucionalistas aprenderam com isso e as constituições recentes evitam ao máximo as falhas que permitiram o advento do regime mais criminoso da história moderna.
A questão, então, é: a internet, enquanto espaço em que se exprimem diferentes opiniões, não tanto no interior de cada unidade sua (portal, blog, site), mas delas entre si, é produtiva? Ela gera ideias novas, propostas, mudanças? Receio que pouco. Noto isso pela fraqueza da argumentação. É frequente haver comentários que são reações epidérmicas irritadas, imediatas, mais do que um pensamento. Nada proíbe as pessoas de se exprimirem. Nada as obriga, também, a pensar. Mas, quando se torna fácil divulgar urbi et orbi o que cada um acha, muitos sentem que é mais fácil escrever do que ler.
Hemingway dizia, de um desafeto: "He is not a writer. He is a typist". Pois há pessoas que não escrevem, digitam. Ou que escrevem sem ter lido o assunto em pauta e, pior, emitem julgamentos peremptórios. Recentemente, notei isso quando postei no Facebook um artigo de um analista que respeito, colaborador aqui no Valor, e algumas pessoas o atacaram severamente. Direito delas. Mas uns três confessaram só ter lido minha chamada de 420 caracteres, não o artigo que estava linkado. Ora, como se pode julgar algo ou alguém sem ler? Por espantoso que pareça, esse pequeno fato transmite a impressão de que é mais fácil escrever do que ler. Fácil, talvez seja; mas não quer dizer que seja melhor. Sempre houve mais leitores do que escritores. A internet inverte esse dado, talvez, mas ganha-se com isso? É perigoso quando as pessoas nem escutam direito o pensamento dos outros.
Em suma, o que falta para a internet ser o tão almejado espaço de criação democrática de ideias e projetos? Primeiro, o respeito ao outro. Segundo, uma argumentação racional. Não basta reagir com o fígado. Talvez, terceiro, seja preciso tempo: ler com atenção, refletir, só depois postar. A internet favorece a imediatez. Isso não ajuda a amadurecer o pensamento. Mas ela continua sendo uma arma poderosa, notável. Só que é preciso melhorá-la, e muito.
Renato Janine Ribeiro é professor titular de ética e filosofia política na Universidade de São Paulo.
Tirado do Blog do Nassif

A Arte da Caligrafia Árabe


Hassan Massoudy nasceu em 1944, no Iraque. Chegou a Paris em junho de 1969, onde estudou na Les Beaux-Arts (Escola de Belas Artes). Massoudy foi um calígrafo em Bagda, e seu domínio na arte da caligrafia tradicional combinado com o encontro da arte contemporânea, lhe permitiu desenhar um novo caminho para a arte da caligrafia árabe.
Leia mais em: Illustratus