sábado, 29 de setembro de 2012

Os fantasmas se divertem. Uma cena inesquecível do cinema

Capitalismo e o grande cassino internacional


Foto de arquivo de cassino em Las Vegas (BBC)Por que cassinos evitam espelhos?


Para arquiteto, segredo do sucesso de cassino é a ilusão de glamour
Nos anos 1970 e 80, Las Vegas cresceu a uma velocidade alucinante, mas o atual estado cambaleante da economia global faz com que a cidade americana famosa por seus cassinos olhe com um pouco de inveja para suas semelhantes na China - ainda que estas possam estar seguindo o mesmo caminho.
Las Vegas ilustra o quanto a arquitetura de cassinos é variada: abriga desde pirâmides a castelos medievais e circos. "Vale tudo", diz Paul Steelman, arquiteto especializado na construção de cassinos.
Mas Steelman revela que existe uma regra de ouro: nada de espelhos.
"Isso porque a chave dos cassinos é a ilusão", explica ele. "Você entra num cassino para sentir-se como James Bond. A última coisa que quer é dar uma olhada em si mesmo pelo espelho. Você verá sua barriga flácida ou as espinhas na sua cara e, num segundo, a ilusão se desintegrará e você parará de jogar."
Mas, na conhecida Strip, em Las Vegas, a indústria do cassino - assim como o apostador que acaba de se olhar no espelho - está sendo forçada a lidar com seus entraves.
A cidade ainda anda cheia de visitantes e de atrações, mas uma construção específica exemplifica os problemas enfrentados por Las Vegas: o Fontainbleau era para ter sido um complexo com 3.889 quartos de hotel, 24 restaurantes e - é claro - um enorme cassino. Mas ele nunca abriu suas portas.
Kangbashi, na ChinaSeus financiadores foram à falência após gastar US$ 3 bilhões no local. Agora, o Fontainbleau é apenas um esqueleto na paisagem.
Será que esta cidade fantasma chinesa estará repetindo os mesmos erros de Las Vegas?
A construção do complexo - bem como a boa fase de Las Vegas - foi interrompida em plena crise financeira global, quando, após décadas de crescimento ininterrupto, a "Sin City" tornou-se a capital da reintegração de propriedades nos EUA.

Competição chinesa

Ainda assim, Paul Steelman tem trabalhado bastante. Isso porque a liderança de Las Vegas está sendo superada por concorrentes chineses.
Steelman está projetando cassinos em Macau, o pequeno território localizado em Mar do Sul da China.
Em 2006, Macau eclipsou Las Vegas ao superá-la nas receitas produzidas pelos jogos de azar. Agora, a ilha fatura US$ 30 bilhões com o setor anualmente, cinco vezes mais do que a "Sin City".
Um detalhe, porém: neste ano, o crescimento de Macau perdeu fôlego pela primeira vez desde que o jogo de azar foi liberado na ilha, há uma década. O motivo pode estar na concorrência de diversos cassinos construídos na China continental, inclusive imitando o Fontainbleau.
Cassino em Macau
Macau está atraindo investimentos em cassinos e ofuscando a 'Sin City'
O impressionante é que, assim como o Fontainbleau, muitos desses empreendimentos estão vazios, apesar dos bilhões investidos nas construções de suas enormes torres, muitas com prédios residenciais nunca ocupados.
Um exemplo é Kangbashi, uma verdadeira cidade fantasma no interior da China. Ali há centenas de prédios nunca ocupados, rua após rua.

A cidade foi projetada para abrigar mais de 1 milhão de moradores, mas hoje tem apenas um bar - e a reportagem da BBC era a única clientela na noite em que visitou o local.

Apostas malsucedidas

Um empreendedor de Las Vegas comentou que, antes da crise, em 2006, cerca de um terço da população da cidade americana estava empregada na construção civil. Vegas estava "apostando no jogo de azar do crescimento", ele ironizou.
Hoje, vemos que essa aposta não se pagou: o ciclo de crescimento foi quebrado e a riqueza da cidade evaporou à medida que os preços dos imóveis entraram em colapso, assim como em outras cidades americanas.
A China é, atualmente, um dos poucos pontos de expansão econômica do mundo. Mas, diante de seus empreendimentos fantasmas, talvez precise pensar na advertência de Paul Steelman quanto a olhar-se no espelho em cassinos.

CAÇADA A LOBATO

 
Eu tinha oito anos e lembro do dia preciso em que, num almoço de domingo na casa de minha tia-avó, topei com Caçadas de Pedrinho na prateleira da sala. Abri o livro e logo na primeira página fui tomado pelo assombro: que mundo desconcertante, imprevisível e irreverente era aquele? Quando terminei a última página, Monteiro Lobato já tinha conseguido inocular em mim o vírus incurável do prazer da leitura.

Esse mesmo livro, em que valores universais e civilizatórios como os de generosidade, justiça e solidariedade encontram ênfase na escrita genial do autor, está sendo acusado de ser uma obra racista por causa deste trecho: “(...)Tia Anastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou que nem uma macaca de carvão (...)”.

O Ministério da Educação quer que as próximas edições saiam com uma nota explicativa para contextualizar a obra, mas o Instituto de Advocacia Racial (Iara) quer proibir sua distribuição nas escolas públicas. Na terça-feira passada houve uma tentativa frustrada de acordo. Agora o caso vai ao Supremo Tribunal Federal.

Engana-se quem pensa tratar-se de uma discussão sobre racismo. Não. O debate público que o tal Iara deflagrou diz respeito à leitura como forma de conhecimento do mundo. A proposta do MEC, de fazer notas de roda pé para dizer como o leitor deve interpretar um texto, é a negação da leitura como ferramenta insubmissa de descoberta. De que maneira a tutela da inteligência de quem lê pode formar um leitor crítico? A ideia de proibir o acesso das crianças pobres a Lobato é ainda mais perversa, porque lhes retira a ferramenta lúdica de um autor genial para substituí-lo pela mediocridade politicamente correta do recado óbvio e direto.

Monteiro Lobato já fez mea culpa de várias opiniões equivocadas que deu como ativista político e publicista. Discutir suas posições, criticar seus ensaios e cartas é legítimo. Condenar sua obra por causa disso é absurdo. O burguês Balzac expôs as vísceras da falsa moral da burguesia em seus livros. O direitista ultraconservador Nelson Rodrigues escreveu uma obra revolucionária revelando a hipocrisia de sua classe. Uma obra, quando cai nas mãos do leitor, não pertence mais ao escritor, eis a grande magia da liberdade de pensamento.

Dizer que Caçadas de Pedrinho forma leitores racistas é um insulto a mim e aos meus dois filhos, que descendemos de um escravo alforriado. Meu tataravô, de alcunha Mané Capitão, saiu do cativeiro para tropear burros de Sorocaba a Gravataí. Em sua memória, repudio toda forma de ameaça à liberdade de escolha.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Realidad y narración - Almodóvar e as manifestações na Espanha

A veces ocurre que, cuando estás en plena tarea, construyendo una ficción, te invade la sensación de que lo importante está ocurriendo fuera, algo mucho más poderoso que la historia que tú estás creando con mimo y obsesión. Es cierto que el ser humano contemporáneo necesita una dosis diaria de ficción, sin la que no sabría vivir, pero también es cierto que en muchas ocasiones los rugidos de la realidad que atraviesan nuestras televisiones y las pantallas de nuestros ordenadores son tan potentes que te dejan sin aliento y con la sensación de que una película es algo insignificante comparado con ellos. Me ocurrió el martes mientras montaba la mía y un impresionante tsunami ciudadano bramaba en la Plaza de Neptuno por su derecho a disentir con los políticos que dicen representarles, reunidos a la sazón en el Congreso. Los gritos de esta marea, cercada y en ocasiones apaleada y arrastrada por los 1.300 policías en la Plaza de Neptuno, han llenado las primeras páginas de todos los periódicos del mundo pero no han conseguido hacer vibrar el tímpano de Mariano Rajoy, en sus días neoyorquinos. En su conferencia en la American Society/Council of the Americas, Rajoy ha vuelto a editar la realidad a su antojo, agradeciendo desde Nueva York a "la mayoría silenciosa de los españoles que no se manifiesta".
Sr. Rajoy, yo soy parte de esa mayoría silenciosa que no se manifestó el 25S y le ruego que no tergiverse y mucho menos se apropie de mi silencio. Que no estuviera físicamente en Neptuno no significa que no me indigne ante las cargas policiales, la desmedida reacción de la delegada del Gobierno, la manipulación por parte de la televisión estatal de las imágenes de lo ocurrido, la chulería de los agentes que se negaron a identificarse en la estación de Atocha e intimidaron a los viajeros (todo ello lejos del Congreso) mientras le prohibían a algunos fotógrafos que siguieran trabajando, el empeño en que los madrileños nos encontráramos desde por la mañana con una ciudad sitiada y que esta circunstancia nos predispusiera contra los manifestantes (misión fallida, los madrileños sufrimos en silencio o a gritos, pero no nos creemos a las personas que nos gobiernan desde el Ayuntamiento o en nuestra Comunidad, personas electas por la fatalidad y por las ventajas de estar incluidas en una lista electoral cerrada).
Las imágenes y todo lo que las rodea son manipulables, el color, las palabras, los gestos, las intenciones, todo depende del narrador. Cualquier realidad puede significar algo o lo contrario, según los intereses de quien la narre. Los voceros del gobierno, el propio presidente, pueden narrar lo ocurrido en Neptuno como les plazca, lo hacen cada día, pero por suerte en los tiempos que corren resulta imposible ser el único narrador, por muchos mamporros que la policía esté dispuesta a repartir a todo aquel que porte una cámara.
Vivimos en un mundo dominado por las nuevas tecnologías (en esta ocasión, benditas sean), además de múltiples cámaras profesionales (impresionante verlos trabajar en el centro mismo del seísmo, a la manera de los reporteros de guerra. Admirable el testimonio que han dejado, tanto por su valor moral como artístico) la mayoría de los manifestantes portan además de gritos y eslóganes muy certeros ("Roban, pegan, no nos representan") una cámara de fotos o un simple teléfono, cuyas imágenes no verán la luz en TVE pero uno puede contemplarlas en otros medios digitales, o en YouTube. En esas imágenes podemos ver con toda nitidez la porra, absolutamente real, de un policía enmascarado, (todos lo están, excepto algún infiltrado, que también los hubo y también hay testimonio de ello), y el rostro descubierto de su víctima, pálido, con una brecha en la cabeza, una brecha tan real que mana abundante sangre que a su vez resbala por las mejillas de la víctima y le salpica la camisa. Sangre roja, documentada, narrada por cualquiera de los asistentes al "acto".
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Un hombre herido por la policía. Foto: EFE.

He puesto como ejemplo una sola foto, pero en los medios no estatales hay muchísimas más, tantas como narradores que contradicen las versiones oficiales y que al menos por esta vez, están encontrando un amplio eco en los medios internacionales. Pueden seguir sucediendo barbaridades como las de esta semana, pero nuestra cruda realidad ("cruda" en sentido fotográfico, es decir, la primera imagen de la realidad cuando no está retocada), tan compleja y a la vez tan simple, va a tener múltiples narradores y muchos puntos de vista. A los responsables del orden público les va a resultar extremadamente difícil silenciarlos. No bastará con disparar pelotas ni arrastrar a los manifestantes por el asfalto.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

CIA prendeu opositores de Gadaffi, os torturou – e depois entregou ao ditador

O ex-presidente Bush e o diretor da CIA, Michael Hayden, afirmam que a técnica de afogamento por waterboarding – que consiste em jogar água sobre o rosto de uma pessoa imobilizada, causando a sensação de sufocamento – só foi utilizada em três prisioneiros.
Mas este número está sendo questionado por um dissidente da Líbia que fez uma descrição detalhada, alegando ter sido vítima de waterboarding durante um interrogatório realizado pela CIA em uma prisão secreta no Afeganistão.
Mohammed Shoroeiya contou à ONG Human Rights Watch que foi submetido à técnica de waterboarding inúmeras vezes durante um o fatídico interrogatório no Afeganistão. Ele afirma ter ficado amarrado a uma placa de madeira durante todo o tempo. “Depois eles começacam a jogar água… Jogam água até o ponto de você sentir que está sufocando… E não paravam até receber algum tipo de resposta”, disse. Outro líbio também descreve ter sofrido “uma prática de sufocamento próxima a waterboarding” nas mãos da CIA no Afeganistão.
Eles são alguns dos 14 entrevistados pela ONG Human Rights Watch para o relatório “Entregue em mãos inimigas“, que mostra como as agências de serviço secreto dos EUA e do Reino Unido prenderam dissidentes da Líbia por todo o mundo e os entregaram diretamente nas mãos do coronel Gaddafi. Muitos sofreram maus tratos antes de serem enviados de volta à Líbia, então comandada por Gadaffi.
Um dos detidos, Ibn al-Sheikh al-Libi, revelou informações durante um interrogatório da CIA que depois foram usadas para jutsiifcar a invasão do Iraque em 2003. Ele foi depois enviado à Líbia, onde morreu na cadeia em 2009.
Cinco destes homens foram enviados para prisões secretas das CIA no Afeganistão por até dois anos, onde ficaram presos em celas sem janelas, foram espancados, acorrentados, ficaram em receber comida e foram mantidos acordados por longos períodos com rock tocando em altíssimo volume. Eles nunca foram acusados formalmente de nenhum crime e no final foram enviados de volta à Líbia. Um deles descreve ter sido preso em uma cela no Marrocos.
Os relatos dos dissidentes são corroborados por documentos descobertos pela Human Rights Watch no escritório do chefe de inteligência de Gadaffi, Musa Kusa, após a queda do governo, que incluem faxes da CIA e do serviço secreto britânico, MI6, avisando ao governo da Líbia sobre as prisões dos dissidentes.
Dez dos 14 casos ocorreram pouco depois da reconciliação pública dos EUA e do Reino Unido com Gaddafi. Os detidos foram depois enviados de volta para o ex-ditador da Líbia apesar da reputação de torturas e detenções sem julgamento. Os documentos mostram que em dois casos os EUA pediram garantias diplomáticas que os prisioneiros não seriam torturados – mas essas garantias foram solenemente ignoradas.
Dois casos envolvem forças de segurança britânicas cooperando com a CIA para sequestrar dissidentes líbios. Ambos foram amplamente divulgados após documentos serem revelados no último ano. Abdul Hakim Belhadj e Sami Mostafa al-Saadi, que depois foram enviados à Líbia, estão agora processando o governo britânico.
A maioria dos entrevistados para o relatório eram membros do Grupo de Lutadores Islamistas Líbios, formado em oposição à opressiva e controversa repressão do governo de Gadaffi ao Islã. Quase todos haviam fugido do país no final dos anos 80 e foram para o Afeganistão para lutar contra os soviéticos – uma luta apoiada pelos EUA – e também receber treinamento para lutar pela sua causa.
Mas, como mostra o relatório, depois de 11 de setembro os EUA não se preocupavam em distinguir entre militantes islâmicos lutando contra os EUA e lutando por outras causas. Assim, muitos dos dissidentes dos regimes autoritários do Oriente Médio foram presos em países como Hong Kong, Malásia e Mali. Eles foram transportados entre países asiáticos e do Oriente Médio para Guantánamo, onde ficaram sob custódia americana durante anos.
A investigação da Human Rights Watch contradiz com descrições detalhadas a posição oficial dos EUA sobre o uso de técnicas de tortura depois de 11 de Setembro.
Clique aqui para ler o relatório da Human Rights Watch report, “Entregue em mãos inimigas”. E clique aqui para ler a reportagem original, em inglês.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Word as Image – Criar imagens com palavras

 
O designer Ji Lee criou um projeto cujo objetivo é brincar com as palavras, criando a partir das suas letras uma imagem. Em “Word as Image”, foram produzidas divertidas soluções visuais em que cada palavra se representa a si mesma, focando o principal detalhe que a distingue das demais.
Conheça de seguida esta perspetiva encantadora.

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Leia mais: obvious

Enfim, um Ministro que não se intimida com baixarias


José Cruz/ABr

Lewandowski condena delator do ‘mensalão’

Na sessão mais tensa do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do chamado “mensalão”, o ministro revisor Ricardo Lewandowski votou nesta quarta-feira 26 pela condenação dos ex-deputados Roberto Jefferson (PTB), delator do escândalo, José Borba (PMDB) e Romeu Queiroz (PTB) por corrupção passiva, absolvendo-os do crime de lavagem de dinheiro. O magistrado considerou não haver provas sobre a culpa de Emerson Palmieri, integrante da Executiva nacional do PTB, em todas as acusações, despertando uma série de conflitos com o relator do caso, Joaquim Barbosa.
Barbosa se disse afrontado pela afirmação do revisor de que não estava confiante sobre a culpa de Palmieri, demonstrada, segundo ele, em seu voto. “Nós, como ministros do STF, não podemos fazer vista grossa das situações”, disse. Os termos usados por Barbosa incomodaram os demais ministros. Lewandowski chegou a sugerir que o relator peça ao colegiado a retirada da figura do revisor das ações penais. O ministro Marco Aurélio saiu em defesa do revisor dizendo que ninguém faz vista grossa no STF. “Cuidado com suas palavras. Vamos respeitar os colegas. Agressividade não tem lugar nesse plenário”, disse. E pediu que o colega escolhesse bem suas afirmações. “Sou responsável pelas minhas palavras”, retrucou.
Barbosa considerou “heterodoxo” Lewandowski “ficar medindo tamanho do voto do relator para replicar do mesmo tamanho”, o que também indignou o revisor. Por fim, pediu que o colega distribua seus votos por escrito para que ele possa rebatê-lo quando necessário. Barbosa já havia feito o pedido mais cedo, alegando que a recusa em distribuir o voto prejudica a transparência do julgamento. O comentário provocou nova reação de Lewandowski: “Não será Vossa Excelência que dirá o que eu tenho o que fazer. Cumprirei meu dever. Por favor, não me dê conselho. Eu não divirjo pelo simples prazer de divergir”.
Jefferson condenado

domingo, 23 de setembro de 2012

Celso Bandeira de Mello desmente revista Veja

Do Blog do Nassif
O jurista Celso Antônio Bandeira de Mello desmentiu nota publicada na na edição 2.287 da revista Veja informando que ele estaria redigindo um manifesto criticando a atuação dos ministros do STF no julgamento do mensalão.
Leia a declaração de Celso Antônio Bandeira de Mello.
Uma notícia deslavadamente falsa publicada por um semanário intitulado “Veja” diz que eu estaria a redigir um manifesto criticando a atuação de Ministros do Supremo Tribunal Federal no julgamento da ação que a imprensa batizou de mensalão e sobremais que neste documento seria pedido que aquela Corte procedesse de modo “democrático”, “conduzido apenas de acordo com os autos” e “com respeito à presunção de inocência dos réus”. Não tomei conhecimento imediato da notícia, pois a recebi tardiamente, por informação que me foi transmitida, já que, como é compreensível, não leio publicações às quais não atribuo a menor credibilidade.(grifado Por mim, CB)
No caso, chega a ser disparatada a informação inverídica, pois não teria sentido concitar justamente os encarregados de afirmar a ordem jurídica do País, a respeitarem noções tão rudimentares que os estudantes de Direito, desde o início do Curso, já a conhecem, quais as de que “o mundo do juiz é o mundo dos autos” – e não o da Imprensa – e que é com base neles que se julga e que, ademais, em todo o mundo civilizado existe a “presunção de inocência dos réus”.

É esta a razão pela qual, sabidamente, indiciados não são apenados em função de meras conjecturas, de suposições ou de simples indícios, mas tão somente quando existirem provas certas de que procederam culposa ou dolosamente contra o Direito, conforme o caso. Pretender dizer isto em um manifesto aos Ministros do Supremo Tribunal Federal seria até mesmo desrespeitoso e atrevido, por implicar suposição de que eles ignoram o óbvio ou que são capazes de afrontar noções jurídicas comezinhas. Nenhum profissional do Direito experimentado, com muitos anos de profissão, cometeria tal dislate. É claro que isto pode passar desapercebido a um leigo ao preparar noticiário, mas não convém que fique sem um cabal desmentido, para que os leitores não sejam enganados em sua boa-fé.

Após protestos, Portugal suspende aumento de contribuição social

 
De: DW
Sob pressão de manifestações em todo o país, governo português recua quanto ao seu plano de reajuste de 11% para 18% da Taxa Social Única. Decisão, porém, pode ameaçar acordos que garantiram pacote de ajuda ao país.
Enquanto milhares de pessoas protestavam diante do Palácio de Belém, sede da presidência portuguesa, o presidente Aníbal Cavaco Silva e o Conselho português de Estado (órgão político de consulta) chegavam a um acordo sobre a chamada Taxa Social Única (TSU).
Após oito horas de negociações, os conselheiros anunciaram que o governo prometeu estudar alternativas para o já anunciado aumento das contribuições sociais.
Em outras palavras, o governo português não vai implementar as novas e polêmicas medidas de austeridade no país diante de tamanha impopularidade. As medidas haviam sido anunciadas há duas semanas e atendem a compromissos assumidos pelo governo de Portugal com os países europeus ao receber o pacote de ajuda financeira.
Muita indignação
Ainda de acordo com o Conselho, o governo pretende se reunir o mais rapidamente possível com empregadores e sindicatos, a fim de discutir saídas. Lisboa havia anunciado um reajuste na contribuição do seguro social único de 11% para 18% para os trabalhadores e, na expectativa de criar novas vagas de emprego, um corte de 23,75% para 18% para os empregadores.
Isso vem gerando uma série de protestos indignados da população há dias. A oposição socialista já ameaça não mais apoiar o rumo adotado pelo governo para lutar contra a crise econômica.
Presidente Cavaco Silva reunido com o Conselho de Estado Presidente Cavaco Silva reunido com o Conselho de Estado
Mais tempo
Altamente endividado, Portugal vem dependendo das parcelas da ajuda financeira repassadas pelos países-membros da zona do euro e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Em 2011 o país tomou 78 bilhões de euros emprestados.
Em contrapartida, Portugal se viu obrigado a adotar drásticas medidas de contenção de gastos e reformas. Desde então a economia está debilitada e as taxas de desemprego chegaram a 15%. Credores de Portugal concederam ao país um ano a mais para conseguir sanear suas contas públicas.
MSB/afp/rtr
Revisão: Carlos Albuquerque