sábado, 10 de novembro de 2012
São Paulo sem lei. 159 assassinatos em 16 dias
De: Conversa Afiada
Em junho, a Polícia Federal avisou aos tucanos que o PCC ia atacar.
Manchete do jornal Agora, o único que presta na Chuíça (*):
“São Paulo sem lei”.
Em 16 dias, a média é de dez mortes por dia.
Um boato de toque de recolher – leia sobre isso no Conversa Afiada – fez uma escola dispensar os alunos e funcionários.
Numa favela de Santo André, quatro moradores foram mortos com tiros de escopeta, numa chacina.
Um ônibus bi-articulado foi destruido depois de incendiado por grupos criminosos em Cidade Dutra, na zona sul da cidade.
120 ônibus das quatro linhas que servem o bairro foram recolhidos.
Em nota, a Secretaria de Segurança (sic) informa que está investigando todos os casos – quá, quá, quá !
Na capa, a Folha (**) informa (?) que “apesar do recrudescimento das mortes, São Paulo não figura entre os Estados mais violentos” – quá, quá, quá !
E, além do mais, como diz o ex-Supremo Presidente Supremo do Supremo, “toda a culpa é da Dilma”, em São Paulo e seja lá onde for.
Paulo Henrique Amorim
(*) Chuíça é o que o
PiG de São Paulo quer que o resto do Brasil ache que São Paulo é:
dinâmico como a economia Chinesa e com um IDH da Suíça.
(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
Secretaria dos Direitos Humanos divulga nota sobre a violência em São Paulo
A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República divulgou nota sobre os acontecimentos que têm vitimados dezenas de pessoas em São Paulo. O ódio e preconceito de algumas pessoas contra os ativistas pelos Direitos Humanos é tão grande, que os têm cegado. Não conseguem ver a situação complexa e peculiar de São Paulo, com suas milícias clandestinas e invisíveis na mídia, por exemplo, e resolvem atacar precisamente aqueles que condenam a violênciaem todas as suas formas.
Leiam, por favor, e parem de perguntar o que o "pessoal dos Direitos Humanos" pensa sobre o caso. Eu, particularmente, penso o mesmo que está escrito na nota. Dá-lhe, Maria do Rosário!
NOTA DE SOLIDARIEDADE DA
SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA ÀS VÍTIMAS DA
VIOLÊNCIA E SUAS FAMÍLIAS NO ESTADO DE SÃO PAULO
A
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR),
diante do quadro de violência no estado de São Paulo nas últimas
semanas, manifesta seu profundo pesar pelos graves acontecimentos e se
solidariza com todas as vítimas e seus familiares. As vidas, seja dos
profissionais de segurança pública, dos moradores das periferias ou de
toda e qualquer pessoa, são perdas irreparáveis.
O momento exige que firmemos um pacto de unidade em defesa da vida e preservação dos direitos humanos de todas e todos. A segurança é um direito humano que só pode ser efetivado em harmonia com todos os demais direitos, sendo este um objetivo a ser construído de forma comum entre os governos, em todas as esferas, e a sociedade.
É hora de reforçarmos que a defesa da vida e dos direitos humanos é universal, exigindo de nós uma postura firme em defesa de todas as pessoas. Consideramos necessário, mais do que nunca, fortalecermos as estruturas de direitos humanos para superação da violência, valorizando a sociedade civil e os conselhos de direitos humanos.
O Governo Federal, liderado pelo Ministério da Justiça, participa do esforço de superação da violência com ações específicas que compõe o pacto firmado com o Governo do Estado de São Paulo. A Secretaria de Direitos Humanos acompanha essa iniciativa e reforça que o objetivo de cada uma das ações pactuadas tem como referência a preservação da vida da população, dos policiais e a valorização dos direitos humanos.
Os temas referentes à segurança pública e direitos humanos integram a agenda permanente de trabalho da SDH/PR e do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) – órgão constituído pela Lei 4319/1964, que recebe denúncias de violações aos direitos humanos, apura sua procedência junto às autoridades e recomenda providências. São linhas de ação do CDDPH no atual período o enfrentamento aos grupos de extermínio, a regulação do uso legítimo da força pelo Estado (inclusive no que tange ao uso de armas “menos letais”), a abolição dos “registros de autos de resistência e/ou resistência seguida de morte”, e a promoção e defesa dos direitos humanos da população em geral.
São Paulo tem uma larga trajetória de afirmação dos direitos humanos, por meio de importantes organizações que sempre contribuiram com essa luta em todo o Brasil. Neste sentido, manifestamos o compromisso renovado da SDH/PR e do CDDPH de atuarmos em conjunto com as organizações, conselhos, comissões parlamentares de direitos humanos, governos, enfim, com todos os que trabalham para a superação da violência. Manifestamos nosso apoio e nos colocamos à disposição para a construção de uma cultura de paz e direitos humanos.
O momento exige que firmemos um pacto de unidade em defesa da vida e preservação dos direitos humanos de todas e todos. A segurança é um direito humano que só pode ser efetivado em harmonia com todos os demais direitos, sendo este um objetivo a ser construído de forma comum entre os governos, em todas as esferas, e a sociedade.
É hora de reforçarmos que a defesa da vida e dos direitos humanos é universal, exigindo de nós uma postura firme em defesa de todas as pessoas. Consideramos necessário, mais do que nunca, fortalecermos as estruturas de direitos humanos para superação da violência, valorizando a sociedade civil e os conselhos de direitos humanos.
O Governo Federal, liderado pelo Ministério da Justiça, participa do esforço de superação da violência com ações específicas que compõe o pacto firmado com o Governo do Estado de São Paulo. A Secretaria de Direitos Humanos acompanha essa iniciativa e reforça que o objetivo de cada uma das ações pactuadas tem como referência a preservação da vida da população, dos policiais e a valorização dos direitos humanos.
Os temas referentes à segurança pública e direitos humanos integram a agenda permanente de trabalho da SDH/PR e do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) – órgão constituído pela Lei 4319/1964, que recebe denúncias de violações aos direitos humanos, apura sua procedência junto às autoridades e recomenda providências. São linhas de ação do CDDPH no atual período o enfrentamento aos grupos de extermínio, a regulação do uso legítimo da força pelo Estado (inclusive no que tange ao uso de armas “menos letais”), a abolição dos “registros de autos de resistência e/ou resistência seguida de morte”, e a promoção e defesa dos direitos humanos da população em geral.
São Paulo tem uma larga trajetória de afirmação dos direitos humanos, por meio de importantes organizações que sempre contribuiram com essa luta em todo o Brasil. Neste sentido, manifestamos o compromisso renovado da SDH/PR e do CDDPH de atuarmos em conjunto com as organizações, conselhos, comissões parlamentares de direitos humanos, governos, enfim, com todos os que trabalham para a superação da violência. Manifestamos nosso apoio e nos colocamos à disposição para a construção de uma cultura de paz e direitos humanos.
Brasília, 9 de novembro de 2012.
Ministra de Estado Chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e
Presidenta do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
Zero Hora: a capacidade de não informar
A primeira edição do boletim do PRBS de quarta-feira (7/11) saiu sem informar o que qualquer ouvinte da rádio da mesma empresa já sabia: Obama havia vencido a eleição presidencial. Os felizardos assinantes, que recebem o jornal mais cedo e não ouvem rádio, ficaram completamente desinformados. Nas edições posteriores, a notícia de que Obama havia sido eleito já estava na manchete. É lamentável que uma empresa envie correspondentes para cobrir uma eleição nos EUA e esses correspondentes se limitem a relatar o que a CNN, ABC e outros veículos estadunidenses noticiam. Ainda assim, a empresa é incapaz de informar em seu jornal a informação que motivou o envio dos profissionais.
Ainda bem que a eleição estadunidense não foi no sábado, aí, a notícia só sairia dois dias depois.
terça-feira, 6 de novembro de 2012
Passou a eleição: Secretaria dos Animais de Porto Alegre não precisa fazer mais nada
Seda não precisa mais recolher e abrigar animais
O Plenário da Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou hoje (5/11), projeto
de Lei do Executivo que dispensa a Secretaria Especial de Direitos dos
Animais (Seda) de efetuar o recolhimento, remoção, apreensão, alojamento
e guarda de animais. A obrigatoriedade de a Seda realizar estas tarefas
estava prevista no inciso I do artigo 4º da Lei 11.101,
de 25 de julho de 2011. Uma emenda apresentada pelos vereadores João
Dib e Beto Moesch, ambos do PP, garante, porém, que a Secretaria ficará
encarregada do "monitoramento dos animais de rua, visando o seu bem
estar e a segurança da população". O resultado da votação foram 19 votos
favoráveis, 11 contrários e três abstenções.
O projeto do Executivo revogou também o inciso II do artigo 4º, que estabelecia a garantia de espaço físico destinado à observação e atendimento de animais agressivos e com alteração de comportamento neurológico como forma de monitoramento da raiva urbana. Ao justificar o projeto, o Executivo sugere a criação de políticas públicas no sentido de amenizar o abandono de animais domésticos na Capital, conscientizando a população quanto à posse responsável, desonerando o município do impacto financeiro que a medida em vigor causa aos cofres do município.
Texto: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)
As raízes celtas do Brasil
em artes & ideias por Anna Anjos , em obvious
Durante o período escolar nos ensinaram que a origem do nome Brasil
advém de certa madeira presente no litoral do país chamada
"pau-brasil", da qual se pode extrair um corante vermelho. Entretanto,
tanto este pigmento quanto o termo Brasil eram conhecidos bem antes da chegada dos portugueses em terras brasileiras.
O autor Bernardino José de Souza em seu livro "O Pau-Brasil na
história nacional" (Editora Brasiliana, 1939) propõe sua hipótese sobre o
conhecimento do "pau-brasil". Através de um excerto do arqueólogo e
historiador português Augusto Carlos Teixeira de Aragão, da Academia
Real das Ciências de Lisboa, Bernardino comenta: "O conhecimento do
pau-brasil parece remontar ao século 9 pelos itinerários dos árabes
El-Hacem e Abuzie, publicados por Renandot nas Antigas relações com as
Índias e onde se designa com o nome persa Bakham que êle traduziu em
latim Bresilium. O pau-brasil é muito parecido nas qualidades com uma
planta de Samatra, donde se extrai também tinta da mesma cor. Tanto esta
droga como o pau-brasil eram importados para a Europa pelos árabes,
vindos do Oriente pelo mar Vermelho, e por terra atravessando o Egito. O
pau-brasil tinha grande consumo, servindo principalmente para tingir de
encarnado as lãs, algodões, sedas. (...) nas alfândegas de Ferrara,
1139, e nas de Módena, em 1316, aparecem notícias da droga para tingir
os tecidos de encarnado, chamada na Itália Brezil, Brecilis, Bracire,
Brasilly, Brazilis e Brazili."
A origem do nome Brasil é ainda mais curiosa. O termo
"Hy-Brazil" já era conhecido na literatura celta e gaulesa desde o
século 8 (800 d.C.) e teria sido uma ilha mitológica irlandesa
representada em muitos mapas do Oceano Atlântico entre 1325 a 1865. Após
este período algumas expedições da França e da Inglaterra partiram em
busca desta terra, mas não obtiveram sucesso. Era crença, naquela época,
que essa ilha ficava oculta dos olhos humanos pela neblina - exceto por
um dia a cada sete anos, quando se tornava visível, mas ainda assim não
podia ser alcançada.
O nome da ilha deriva do irlandês "Hy-Breasail" (ilha de Breasal), relacionada a Breasal, um druida e mago dos sidhe (uma palavra gaélica que se refere a pequenas colinas habitadas por espíritos da natureza).
Segundo a lenda, Breasal tentou construir uma torre até o céu.
Contratou homens para trabalhar para ele e pediu auxílio de Eithne, sua
irmã, por apenas um dia, mas ela resolveu lançar um feitiço para impedir
o pôr do sol enquanto a obra não fosse concluída. Não concordando com a
atitude da irmã, Breasal a violentou; com isso, o encanto foi quebrado e
o sol se pôs. Contrariada, a irmã lançou novo feitiço, evocando a
escuridão eterna naquele lugar.
Quando Breasal morreu, sua pira funerária foi deixada à deriva no
oceano, que o carregou até a ilha invisível "Hy-Breasail" (imaginada
como uma terra de prazer perpétuo e festejos) onde Breasal reinou sobre
os heróis que perderam a vida em batalha. Esta foi uma das mais
duradouras ilhas legendárias do Atlântico. Em uma das versões medievais
irlandesas, a Ilha de Hy-Brazil teria sido visitada por São Brandão, um
dos santos mais conhecidos da Ordem Irlandesa.
O santo navegador, que viveu entre os anos 484 e 577, teria descoberto e residido na Ilha de Hy-Brazil (também conhecida por Ilha de São Brandão, Ilhas Afortunadas ou apenas Ilha do Brasil). Seu manuscrito mais antigo data do século 10, intitulado Navigatio Sancti Brendani Abbatis
("A Navegação do Abade São Brandão"). São Brandão teria descrito estas
terras como local de vegetação exuberante e animais exóticos (relato que
inclusive coincide com as primeiras impressões que os navegantes
europeus tiveram do Brasil).
Ao longo dos séculos os oceanos contribuíram não apenas como
principal meio exploratório e mercantil, promovendo as comunicações
humanas: foram, sobretudo, o palco para a habitação de diversos seres
lendários, frutos da imaginação dos navegantes e exploradores, sendo
inúmeras vezes alvos das especulações sobre o que existiria além-mar.
Há alguns historiadores que afirmam que o nome Brasil teria
provindo do imaginário pré-cabralino e que teria sido utilizado pelos
portugueses como mito geopolítico. O historiador Ronaldo Vainfas, em um
pequeno verbete para o "Dicionário do Brasil Colonial" (Objetiva, 2000)
apresenta sua visão sobre a Ilha de Hy-Brazil: "Considera-se hoje que
ela nunca existiu ou foi uma formação vulcânica temporária que fumegava e
produzia o citado nevoeiro, derramando lava em brasa - daí viria o nome
'brasil'."
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
Comissão da Verdade investiga Guerrilha do Araguaia
domingo, 4 de novembro de 2012
Revista Veja elimina 37 candidatos do ENEM
O arsenal de maucaratismo da revista "Veja" parece interminável. O último feito desse exemplo de jornalismo de esgoto foi estimular que participantes do ENEM divulgassem fotos na rede.
A "Veja" e o mundo sabem que é proibido portar celulares nos locais de prova. Mesmo assim, o semanário especulou com a disposição juvenil de desobedecer regras e provocou a anulação da prova de 37 estudantes que seguiram a orientação daquelabosta revista. Parece evidente que o interesse da revista era .divulgar as fotos e mostrar como o ENEM é inseguro e sujeito a falhas. Ou seja, deliberadamente instigaram jovens a descumprirem as regras para fragilizar o processo e culpar o governo.
Conhecendo a revista, é possível supor que, na próxima edição, os jovens que tiveram suas provas anuladas sejam tratados como heróis da liberdade de expressão, lutando contra o governo autoritário que não consegue organizar um concurso confiável.
Veja fede!
A "Veja" e o mundo sabem que é proibido portar celulares nos locais de prova. Mesmo assim, o semanário especulou com a disposição juvenil de desobedecer regras e provocou a anulação da prova de 37 estudantes que seguiram a orientação daquela
Conhecendo a revista, é possível supor que, na próxima edição, os jovens que tiveram suas provas anuladas sejam tratados como heróis da liberdade de expressão, lutando contra o governo autoritário que não consegue organizar um concurso confiável.
Veja fede!
"Gonzaga, de Pai pra Filho", na opinião de Joyce Moreno
amigos
Vimos o filme 'Gonzaga - de Pai pra Filho', que está hoje em cartaz. É
ficção, não documentário, e isso traz todas as possibilidades de a
história contada não ser fiel aos fatos. Mas, pra minha surpresa, parece
que foi, sim.
Não tive nenhuma proximidade com o pai, Gonzagão. Assim como Caymmi, era pai de amigo meu, e portanto pra mim seria sempre 'seu' Luiz (ou 'seu' Dorival, no caso do Caymmi). Engraçado, isso. É coisa de uma geração onde os pais eram chamados de 'senhor' ou 'senhora'. Hoje em dia ninguém mais trata os pais assim, pelo menos até onde eu saiba. Mas minha geração tem, ou tinha, essa formação que nos foi imposta, de demonstrar respeito aos mais velhos dessa forma. O que eles mesmos muitas vezes achavam besteira.
(César Faria, por exemplo, o maravilhoso violonista do Época de Ouro, reclamava comigo por eu chamá-lo de 'seu' César. Expliquei pra ele que ele era pai de meu amigo Paulinho, e portanto seria sempre 'seu' César pra mim. E ele: "mas o Dino, você chama de você!" Tive de explicar que conhecera Dino Sete Cordas antes de ter conhecido o Dininho, filho dele. Portanto me sentia à vontade para lhe dar este tratamento. Assim como o Tom era o Tom pra mim, bem antes de ser o pai do xará do filho do 'seu' César, Paulinho também. E Vinicius, então, nem se fala. Mas Vinicius não vale como exemplo: ele era sempre um de nós, fosse quem fosse esse 'nós'. Imagina se alguém iria chamar o Poeta de 'seu' Vinicius???)
Mas voltando ao filme: por ter tido intimidade razoável com Gonzaguinha, em vinte anos de amizade, tendo acompanhado suas alegrias e tristezas, amores e desamores, fracassos e sucessos, acabei me emocionando com a composição do ator que o interpreta, quase perfeita (já tinha visto um espetáculo teatral com outro ator fazendo, e estava perfeito também. Gonzaguinha talvez seja um tipo fácil de representar, ou ambos os atores são extraordinários, o que é mais provável).
O conflito central do filme, porém, são as desavenças e dificuldades de entendimento entre pai e filho, e disso não posso falar. Meu amigo Gonçalves ( como eu chamava Gonzaguinha, desde que nos conhecemos) não tocava no assunto praticamente nunca. Falávamos de música, política, direitos autorais, filhos, amigos, casamentos, das coisas do dia-a-dia, mas ele nunca falava do pai dele, assim como eu também não falava do meu. Duas encrencas que não valia a pena esmiuçar. Hoje vejo que simplesmente fugimos dessa questão porque certamente nos incomodava. Os analistas é que sabem dessas coisas.
Mas ver o filme deu um travozinho de saudade desse amigo - o melhor jogador de jogo de memória que conheci, companheiro nas lutas da Sombrás e do CNDA, frequentador do apartamento de Luizinho Eça, no Leblon (onde rodeávamos o piano ouvindo nosso amigo e mestre dar lições grátis de harmonia) e de algumas de minhas casas ao longo do tempo. No ano de 1986 rodamos o Brasil juntos, ele e eu, numa turnê patrocinada pela Sharp. No ano anterior, tínhamos estado juntos em Moscou, numa grande trupe de artistas de muitos gêneros de música. Enfim, foi um longo convívio, que se interrompeu com a partida prematura dele. Quando é assim, a gente sempre fica pensando no que poderia ter sido e não foi, no que a pessoa estaria fazendo hoje, como estaria envelhecendo.
Mas é aquela velha história: "how to stay young? die young..."
PS- fiquei feliz em saber da bem-sucedida volta de Baby Consuelo, ou do Brasil, aos palcos, cantando seu repertório 'secular'. É uma grande cantora popular brasileira, que não precisaria estar no gueto da música evangélica, exclusivamente. Louva-se a Deus de várias maneiras, e uma dela é alegrando as pessoas, como ela sempre soube fazer. Benvinda!
Não tive nenhuma proximidade com o pai, Gonzagão. Assim como Caymmi, era pai de amigo meu, e portanto pra mim seria sempre 'seu' Luiz (ou 'seu' Dorival, no caso do Caymmi). Engraçado, isso. É coisa de uma geração onde os pais eram chamados de 'senhor' ou 'senhora'. Hoje em dia ninguém mais trata os pais assim, pelo menos até onde eu saiba. Mas minha geração tem, ou tinha, essa formação que nos foi imposta, de demonstrar respeito aos mais velhos dessa forma. O que eles mesmos muitas vezes achavam besteira.
(César Faria, por exemplo, o maravilhoso violonista do Época de Ouro, reclamava comigo por eu chamá-lo de 'seu' César. Expliquei pra ele que ele era pai de meu amigo Paulinho, e portanto seria sempre 'seu' César pra mim. E ele: "mas o Dino, você chama de você!" Tive de explicar que conhecera Dino Sete Cordas antes de ter conhecido o Dininho, filho dele. Portanto me sentia à vontade para lhe dar este tratamento. Assim como o Tom era o Tom pra mim, bem antes de ser o pai do xará do filho do 'seu' César, Paulinho também. E Vinicius, então, nem se fala. Mas Vinicius não vale como exemplo: ele era sempre um de nós, fosse quem fosse esse 'nós'. Imagina se alguém iria chamar o Poeta de 'seu' Vinicius???)
Mas voltando ao filme: por ter tido intimidade razoável com Gonzaguinha, em vinte anos de amizade, tendo acompanhado suas alegrias e tristezas, amores e desamores, fracassos e sucessos, acabei me emocionando com a composição do ator que o interpreta, quase perfeita (já tinha visto um espetáculo teatral com outro ator fazendo, e estava perfeito também. Gonzaguinha talvez seja um tipo fácil de representar, ou ambos os atores são extraordinários, o que é mais provável).
O conflito central do filme, porém, são as desavenças e dificuldades de entendimento entre pai e filho, e disso não posso falar. Meu amigo Gonçalves ( como eu chamava Gonzaguinha, desde que nos conhecemos) não tocava no assunto praticamente nunca. Falávamos de música, política, direitos autorais, filhos, amigos, casamentos, das coisas do dia-a-dia, mas ele nunca falava do pai dele, assim como eu também não falava do meu. Duas encrencas que não valia a pena esmiuçar. Hoje vejo que simplesmente fugimos dessa questão porque certamente nos incomodava. Os analistas é que sabem dessas coisas.
Mas ver o filme deu um travozinho de saudade desse amigo - o melhor jogador de jogo de memória que conheci, companheiro nas lutas da Sombrás e do CNDA, frequentador do apartamento de Luizinho Eça, no Leblon (onde rodeávamos o piano ouvindo nosso amigo e mestre dar lições grátis de harmonia) e de algumas de minhas casas ao longo do tempo. No ano de 1986 rodamos o Brasil juntos, ele e eu, numa turnê patrocinada pela Sharp. No ano anterior, tínhamos estado juntos em Moscou, numa grande trupe de artistas de muitos gêneros de música. Enfim, foi um longo convívio, que se interrompeu com a partida prematura dele. Quando é assim, a gente sempre fica pensando no que poderia ter sido e não foi, no que a pessoa estaria fazendo hoje, como estaria envelhecendo.
Mas é aquela velha história: "how to stay young? die young..."
PS- fiquei feliz em saber da bem-sucedida volta de Baby Consuelo, ou do Brasil, aos palcos, cantando seu repertório 'secular'. É uma grande cantora popular brasileira, que não precisaria estar no gueto da música evangélica, exclusivamente. Louva-se a Deus de várias maneiras, e uma dela é alegrando as pessoas, como ela sempre soube fazer. Benvinda!
escrito por joyce @ em Outras Bossas
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