sábado, 26 de outubro de 2013

Enem: 21 candidatos são eliminados por publicarem fotos nas redes sociais

Portal EBC 

Pelo menos 21 candidatos do Exame Nacional do Ensino Méido (Enem) já foram eliminados por publicarem fotos nas redes sociais de dentro das salas de prova. O uso de celulares nos locais de prova é proibido e o Ministério da Educação (MEC) alertou que faria esse monitoramento. O número se refer ao balanço divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pela aplicação da prova, refere-se ao monitoramento realizado até as 15h.
A prova de hoje (26)  teve início às 13h (horário de Brasília) e terminará às 17h30.  Poucos minutos antes do fechamento dos portões já era possível encontrar, pelas ferramentas de buscas do Twitter e Instagram, fotos de estudantes que estavam nas salas, com os cartões em que deverão marcar as respostas das questões. 

Jantares de Joaquim Barbosa

Como acontece com a biografia de todo mundo, existe uma diferença notável entre aquilo que a pessoa diz e aquilo que faz

Não por acaso, nos dias de hoje o Brasil debate a postura de biografados de prestígio que se acham no direito de romper a garantia constitucional que protege a liberdade de expressão para garantir o privilégio de proibir a divulgação de narrativas que não consideram convenientes.
Em seu esforço para firmar autoridade como um magistrado acima de toda suspeita, o presidente do STF, Joaquim Barbosa, é um crítico permanente do que chama de “conluio” entre juízes e advogados. É uma crítica que tem fundamento. 
 
Nós sabemos que a Justiça brasileira é alvo frequente de escritórios de advogados poderosos, capazes de obter, em contatos diretos com o Judiciário, sentenças favoráveis que costumam ser negadas ao cidadão comum. Evitar esses contatos pode ser uma postura prudente e até razoável. 
 
O fato é que, no último fim de semana, o presidente do STF compareceu a um jantar, no Rio de Janeiro, promovido pelo advogado Carlos Siqueira Castro, um dos mais prestigiados da República, com várias causas no STF e grandes empresas em sua carteira de clientes. Não era um evento qualquer. Siqueira Castro homenageava Jean Louis Debré, presidente do Conselho Constitucional da República Francesa. 
 
Consultada pela coluna Painel, da Folha de S. Paulo, a assessoria do ministro admitiu o encontro mas ressalvou que o presidente do STF não julga casos de interesse de Siqueira Castro. Era informação de biografia autorizada, na verdade. 
 
Como demonstrou o site Brasil247, há dezenas de casos do escritório de Siqueira Castro que foram examinados pelo presidente do STF. Há outra novidade -- e essa informação está sendo divulgada por aqui pela primeira vez. 
 
Pelo menos num desses casos, o recurso extraordinário de número 703.889 Rio de Janeiro, Siqueira Castro recebeu uma sentença favorável de Joaquim. Não é um caso antigo. Joaquim Barbosa assinou a sentença em 16 de novembro de 2012. 
 
Naquela época, o julgamento da ação penal 470 já era história. Os réus estavam condenados e os ministros debatiam se o STF teria o direito de determinar a cassação imediata dos parlamentares condenados – ou se era preciso respeitar o artigo 55 da Constituição, que define que a última palavra cabe ao Congresso. 
 
Não tenho a menor condição de avaliar se a sentença de Joaquim para o recurso 703.889 Rio de Janeiro foi correta ou não. Nem é o caso. Tampouco me cabe especular sobre a influência que sua relação próxima com Siqueira Castro, que vem dos tempos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, teria algo a ver com isso. Seria absurdo. 
 
Mas pode-se discutir algumas questões. Primeiro, é curioso saber por que a assessoria de Joaquim disse a Folha que o presidente do STF não tinha casos de Siqueira Castro em seu gabinete. É um pouco mais grave quando se descobre que há menos de ano dali saiu uma sentença favorável ao advogado. 
 
Não custa lembrar outro aspecto. Casos da história STF ensinam que, em qualquer época, sob qualquer gestão, as relações entre advogados e um presidente do STF também tem uma relevância particular. Além de dar ou não uma sentença favorável, o presidente da corte tem o poder de pautar um caso, definir a agenda e definir quando será levado a voto. 
 
Se o advogado tem interesse em manter tudo como está, o assunto não entra em debate e a sentença pode levar anos. Se há interesse em abrir uma discussão que pode ter desfecho favorável, cabe ao presidente colocar o tema no plenário. Neste caso, a interferência do presidente é muito eficaz mas nem um pouco visível. 
 
É possível também cabe discutir o papel dos jantares na ação penal 470, que transformou Joaquim Barbosa na personalidade pública que é hoje. 
 
Quem se recorda do julgamento da ação penal 470 sabe da importância adquirida por um jantar num hotel de Belo Horizonte, que reuniu o então ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu e Kátia Rabello, presidente do Banco Rural. 
 
No esforço para sustentar que Dirceu estava envolvido diretamente em tratativas de interesse de Marcos Valério e do Banco Rural, dado importante para sustentar a tese de que era o “chefe de quadrilha”, este jantar serviu como um momento-chave da denuncia do ministério público. 
 
Jamais surgiram testemunhas de primeira mão do encontro. Nunca se esclareceu o que foi dito ou discutido naquela noite. Ficaram suspeitas, insinuações, diálogos imaginados mas jamais explicados nem confirmados. Ainda assim, o jantar foi um elemento importante para acusar e condenar Dirceu.
 
No julgamento, Joaquim Barbosa declarou: "Embora Kátia Rabello e José Dirceu admitiram não ter tratado do esquema, é imprescindível atentar para que não se trata de fato isolado, de meras reuniões entre dirigentes do banco e ministro da Casa Civil, mas de encontros ocorridos no mesmo contexto a que se dedicava a lavagem de dinheiro o grupo criminoso apontado na denúncia, com utilização de mecanismos fraudulentos para encobrir o caráter desses mútuos [empréstimos] fictícios", disse o relator.
 
Resumindo: não havia provas contra Dirceu nem contra Katia Kabello. Mas Joaquim Barbosa disse que era preciso colocar o jantar no “contexto.” 
 
Curioso, não?

Militar gay expulsado del Ejército por la dictadura uruguaya fue restituido y ascendido a general

La reivindicación fue decidida por el gobierno de José Mujica, ya que se trataba de un oficial intachable y destacado como profesional

De:  Cambio21
El ministro, un ex guerrillero tupamaro compañero de prisión del presidente José Mujica, apuntó durante dicho encuentro que este caso se produjo al poco de asumir él el cargo de ministro en julio de 2011.

Según explicó a EFE Omar Salsamendi, presidente de la Asociación de Familias LGBT y Homoparentales de Uruguay, el ministro no dio muchos detalles más del caso, salvo que el ahora general está vivo, retirado, y reside fuera del Uruguay desde que tuviera que exiliarse tras la "baja deshonrosa" que recibió en ese momento.

"Al ministro le llamó la atención el expediente de este militar, que era intachable y tenía una actividad destacable. Además, según dijo, era un militar legalista, pero que luchó contra la guerrilla tupamara que él mismo integró", añadió Salsamendi.

El ministro apuntó que su decisión sirvió para que al militar se le restituyeran sus salarios impagos, su grado y sus honores, así como la pensión, que había perdido por haber sido expulsado de la milicia.

"En cuanto el ascenso a general, le fue concedido por su hoja de servicio impecable y destacada, además de por los años transcurridos, entendiendo que si hubiera seguido su carrera hubiera ascendido sin dudas", explicó Salsamendi.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Morre no Rio o compositor Paulinho Tapajós, autor de Andança


Paulo Virgilio Repórter da Rádio Nacional 

Rio de Janeiro - O compositor Paulinho Tapajós, autor de sucessos da música popular brasileira da chamada “era dos festivais”, morreu hoje (25), aos 68 anos, no Rio de Janeiro. O músico sofria há seis anos de câncer e estava internado no Hospital TotalCor, em Ipanema, na zona sul da cidade. Segundo parentes, o velório será neste sábado (26), a partir das 9h, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, onde ocorrerá o sepultamento, às 14h.
O carioca Paulo Tapajós Gomes Filho era filho do compositor, cantor e radialista Paulo Tapajós (1913-1990), que foi nos anos 1940 e 1950 diretor artístico da Rádio Nacional. Também eram músicos os irmãos de Paulinho, o compositor Mauricio Tapajós (1943-1995) e a cantora Dorinha Tapajós (1950-1989).
Durante a infância, Paulinho frequentava o auditório da Nacional, na Praça Mauá, convivendo com artistas como Emilinha Borba, Marlene e Radamés Gnatalli, entre outros. Foi por meio do pai que recebeu as primeiras noções de música. Na adolescência, estudou violão com Léo Soares e Arthur Verocai, que veio a ser seu primeiro parceiro, e mais tarde, aprofundou a técnica com Almir Chediak. 
Entre 1968 e 1970, Paulinho Tapajós foi um dos mais premiados compositores nos festivais que mobilizavam o país na época. No 3º Festival Internacional da Canção (FIC), obteve o terceiro lugar com Andança, composta em parceria com Edmundo Souto e Danilo Caymmi e defendida pela cantora Beth Carvalho. A canção contabiliza hoje quase 300 gravações, superando outro sucesso do compositor, Cantiga por Luciana, vencedora do 4º FIC, em 1969, e hoje com mais de 100 gravações em todo o mundo.
Paulinho Tapajós era também produtor musical, escritor e arquiteto, formado em 1971 pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Compôs temas para novelas, entre eles Irmãos Coragem, em parceria com Nonato Buzar (1970). Entre 1987 e 1992, foi diretor da União Brasileira de Compositores (UBC).

Edição: Aécio Amado

Praça e memorial em homenagem a Vladimir Herzog são inaugurados em SP

Camila Maciel  Repórter da Agência Brasil


São Paulo - Foram inaugurados hoje (25), no centro da capital paulista, uma praça e um memorial em homenagem ao jornalista Vladimir Herzog, assassinado durante a ditadura militar. O espaço, localizado atrás da Câmara Municipal, conta com um painel de mosaico feito a partir da obra do gráfico e jornalista Elifas Andreato, que retrata a morte de Herzog, torturado e morto nas dependências do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), em 25 de outubro de 1975.
"Estamos muito felizes. Este espaço vai lembrar a todo instante a importância desta memória para a gente construir uma sociedade melhor", declarou Ivo Herzog, filho do homenageado. A praça fica na Rua Santo Antônio, atrás do prédio do legislativo municipal. Ele lembrou que foi a partir da morte do pai que teve início uma grande mobilização social contra o regime de exceção da época. "Existe um entendimento de que a democracia começou a ser construída a partir do dia 31 de outubro, do ato ecumênico na Praça da Sé, que completa 38 anos na próxima semana", relatou.
Vlado, como era conhecido, cuidava da edição do telejornal da TV Cultura, quando foi chamado a prestar esclarecimentos no batalhão do Exército. Na época, autoridades militares tentaram forjar o suicídio do jornalista, mas fotos e documentos mostraram que ele foi assassinado. Em março deste ano, a família de Herzog recebeu novo atestado de óbito que aponta como causa da morte lesões e maus-tratos sofridos durante o interrogatório no DOI-Codi. A versão anterior apontava asfixia mecânica por enforcamento.
Para o jornalista Audálio Dantas, autor do livro As Duas Guerras de Vlado Herzog, assim como a retificação do atestado, a criação de um memorial em praça pública é mais uma conquista, não só da família e dos amigos, mas da sociedade brasileira. "A vida dele foi breve, mas de alta contribuição para as lutas democráticas no país", declarou. Segundo o escritor, Herzog foi o 22º  jornalista assassinado ou desaparecido naquele período. "A sua morte foi o momento em que não se suportou mais e trouxe movimentos cada vez mais fortes", relembrou.
A obra 25 de outubro, de Elifas Andreato, foi reconstruída em mosaico com a participação de crianças atendidas pela organização não governamental Projeto Âncora. Ao mesmo tempo em que elas ajudaram a retratar a história de Herzog em pequenos pedaços de cerâmica, as crianças conheceram a trajetória do jornalista que trouxe mudanças para a vida política do país. "Nós ajudamos a colocar algumas peças e a gente também ficou conhecendo a história dele. Ele foi na verdade torturado. Ele não se suicidou", recontou Ana Carolina Santino, de 9 anos.
O quadro original, pintado em 1979, encontra-se na sede do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo desde 1981. "Esse quadro tornou-se um manifesto que se contrapõe à imagem ridícula, divulgada pela ditadura, do Vlado suicidado com o próprio cinto. Foi essa indignação que me levou a fazer esse registro e acabou virando um documento", disse Andreato, que era amigo de Herzog. Ele contou ainda que a pintura foi produzida para uma exposição que tinha como tema a Guernica Brasileira, em referência ao centenário do pintor Pablo Picasso. "Coincidentemente descobri que Picasso nasceu em 25 de outubro, dia em que mataram o Vlado", observou.
Edição: Valéria Aguiar

Itaú, Natura e Marina, com a mesma imagem


 
Recentemente, a Natura lançou campanha enaltecendo suas consultoras. No anúncio, realçava a palavra “rede” e a consultora apresentada tinha semelhança física com Marina Silva.
Esta semana, o Itaú mudou o nome da Redecard – sua operadora de cartão de crédito - para apenas Rede. “Rede remete à tecnologia, agilidade e modernidade ao mesmo tempo que cria para a marca uma personalidade jovem e conectada. Uma Rede que conecta pessoas e empresas, mudando a experiência de consumo”, explicou o release do banco.
O site da Rede Sustentabilidade, de Marina Silva, apregoa: “Rede é participação e acesso, é conexão entre pessoas. Com o registro da #Rede, começam processos inovadores de participação cidadã. Conecte-se”.
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Não por coincidência, Itaú e Natura estão entre os principais apoiadores da candidatura Marina Silva.
Trata-se de uma das mais ousadas e arriscadas experiências de marketing: o investimento pesado no sentido de rede, provocando um imbricamento entre a imagem das empresas e de uma candidatura política.
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Historicamente, poucos banqueiros ousaram participar diretamente do jogo político. E nenhum arriscou a misturar imagens de forma tão ostensiva.
Nos anos 50, Roxo Loureiro, um banqueiro ousado que praticamente inaugurou a poupança e o sistema de agências descentralizadas, entrou na política. Gastou mais do que podia. E foi fuzilado por uma declaração impensada de Octávio Gouvêa de Bulhões, que provocou uma corrida contra seu banco. Aliás, seu principal executivo era Otávio Frias, que, anos depois, se tornaria o proprietário da Folha.
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Ainda nos anos 50, o banqueiro Walther Moreira Salles tinha tudo para ser o governador de Minas Gerais. Conseguira o impossível: o apoio tanto do PSD quanto da UDN. Recusou para não colocar o banco em risco.
Nos anos 70 foi a vez de Olavo Setúbal, do Itaú. Apesar da solidez, o Itaú tornou-se vítima de boatos que chegaram a provocar corridas em algumas praças importantes, como a de Campinas. Setúbal manteve a carreira pública, mas sem arriscar a disputar eleições.
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Na história do país, apenas o ex-governador de Minas Magalhães Pinto conseguiu fazer carreira política e bancária. Seu banco quebrou anos depois, mas sem ter sido prejudicado pela política.
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Apostar em políticos é estratégia de marketing tão arriscada quanto apostar em boxeadores: basta um nocaute para liquidar com qualquer campanha; basta uma denúncia, uma derrota acachapante, uma reversão de imagem para respingar no patrocinador. Basta derrotar os adversários para ter contra si todos seus eleitores.
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Não apenas isso. Especialmente em períodos eleitorais, a radicalização política não poupa gregos, troianos e egípcios, ainda mais nesses tempos de redes sociais. É uma mistura que poderá colocar contra o banco os eleitores do PT, do PMDB e Minas Gerais inteira.
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As duas empresas têm a seu favor o fato de serem inquestionavelmente sólidas e bem administradas. No caso da Natura, há uma ampla identificação com o ecoliberalismo de Marina Silva. No caso do Itaú, o foco em um público urbano moderno, mesmo alvo do partido de Marina.
Mas, se vivo fosse, Olavo Setúbal certamente não teria permitido essa aventura.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Marina não registra a Rede, mas Itaú sim

No momento em que os marinistas pensavam que estariam criando a sua rede, o Itaú, que tem uma de suas herdeiras entre as fundadoras do não-partido de Marina Silva, cria a sua  Rede. Deve ser apenas mais uma teoria da conspiração, mas que é uma coincidência enorme, isso é

O Itaú apresentou hoje um novo posicionamento e marca de sua unidade de negócios de meios de pagamentos eletrônicos. A Redecard passará a se chamar Rede, em projeto feito pela agência Ana Couto Branding. O novo nome é mais simples e direto, além de permitir a atuação em maior gama de serviços.
A marca nasce como vice-líder de mercado, atrás da Cielo, que domina hoje o meio de pagamentos eletrônicos. Rede, por coincidência, é o nome do partido que Marina Silva tentou criar e foi vetado pelo TSE. Marina tem a herdeira da família Setúbal, dona do Itaú, entre seus mais relevantes colaboradores.
A Rede do Itaú será anunciada daqui a alguns minutos, no intervalo do Jornal Nacional, transmitido pela InterTv Planície, que pertence ao Grupo Folha. O comercial é de autoria da DPZ.
Fonte: Meio&Mensagem

O dia em que Barbosa, do CNJ, esculhambou Barbosa, do STF

Presidente do CNJ (Conselho Nacional da Justiça), Joaquim Barbosa acordou, abriu a Folha e leu que, no sábado, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa participou de um jantar na casa do megadvogado José Siqueira Castro.
Imediatamente o Barbosa CNJ  pegou o telefone e, com seu estilo desabrido, telefonou para o Barbosa STF, desenvolvendo-se o seguinte diálogo áspero:

Barbosa CNJ - Barbosa, você não se dá ao respeito? Como o presidente do STF comparece a um jantar  particular na casa de um advogado que tem ações no Supremo? Ficou louco?

Barbosa STF - Qual o problema, Barbosa? O Siqueira Castro é meu colega na UERJ. E é comum juízes se encontrarem com advogados.

Barbosa CNJ - Como, comum? Não leu minhas declarações sobre as relações promíscuas de magistrados e advogados? Começa assim: é um jantar aqui, um agradinho ali e na hora da sentença, a simpatia é mais amor. Você não leu a resolução que aprovei no CNJ proibindo a participação de magistrados em eventos bancados pela iniciativa privada? No caso, foi pior: um escritório de advocacia com causas no Supremo!

Barbosa STF - Deixe de preciosismo, Barbosa. O jantar foi em homenagem ao presidente do STF da França.

Barbosa CNJ - Ah, é? Se era um jantar oficial, deveria constar da agenda do presidente do STF. Você colocou?

Barbosa STF - Não achei necessário. Afinal, era um evento para poucas pessoas. E se eu não puder sequer jantar na casa de amigos, o que me resta?

Barbosa CNJ - O que lhe resta? Decoro, desconfiômetro, preocupação em não atingir a presidência do CNJ.

Barbosa STF - Não se preocupe. Já incumbi minha assessoria de telefonar para os jornais maneirarem e avisar que jamais relatei um processo patrocinado pelo Siqueira Castro.

Barbosa CNJ - E você acha que a história vai ficar nisso? Se você se considera suspeito para relatar processos do Siqueira, também é suspeito para votar nos processos. Os jornais vão cair matando, levantando todos os processos do Siqueira nos quais você votou.

Barbosa STF - Relaxe, Barbosa. Daqui a alguns dias dou uma declaração exigindo a prisão imediata dos "mensaleiros" e tudo entra nos eixos.

PS - A propósito, o autor do texto não considera transgressão ministros almoçarem com advogados.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Barbosa diz que recurso da OAB não pode mudar julgamento da Lei de Anistia

André Richter Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, disse hoje (22) que o recurso apresentado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para questionar o alcance da decisão que manteve a Lei de Anistia não poderá mudar o resultado da decisão. Barbosa reuniu-se hoje com o presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CorteIDH), Diego Garcia Sayán, para anunciar que o tribunal fará uma sessão extraordinária do STF entre os dias 11 e 15 de novembro.
No recurso, a OAB argumentou que a Lei de Anistia não se aplica a crimes comuns como prática de homicídio, desaparecimento forçado, abuso de autoridade, lesões corporais, estupro e atentado violento ao pudor contra opositores políticos ao regime militar. Em 2010, no julgamento da primeira ação da OAB contra a lei, o Supremo manteve a validade da anistia a torturadores .
Em entrevista após a reunião, Barbosa disse que o recurso poderá ser julgado na sua gestão como presidente do STF, mas não há previsão. O relator do processo é o ministro Luiz Fux. Perguntado sobre a possibilidade do recurso mudar a decisão, Barbosa disse que “em princípio, não é possível”. Os embargos de declaração, impetrado pela OAB, serve para corrigir contradição ou omissão no texto do acórdão, o texto final do julgamento.
Em 2010, a Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou o Estado brasileiro pelos atos ocorridos durante a Guerrilha do Araguaia. A corte determinou que o governo adotasse uma série de medidas para o esclarecimento dos fatos e apuração do paradeiro dos desaparecidos. A sentença determinou ainda a identificação dos agentes responsáveis pelos desaparecimentos, apontando as responsabilidades penais e sanções cabíveis.
Na sentença, a corte também considerou que as disposições da Lei de Anistia brasileira não têm o poder de impedir a investigação e a sanção aos responsáveis pelas graves violações de direitos humanos ocorridas durante a Guerrilha do Araguaia.
O presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CorteIDH), Diego Garcia Sayán, defendeu que os países da América Latina investiguem os crimes cometidos durante as ditaduras, mesmo que leis de anistia estejam em vigor, inclusive no caso da Guerrilha do Araguaia, por exemplo. “A corte deu uma sentença, que está em processo de cumprimento, e outros assuntos estão pendentes. Essa dinâmica abre espaços de diálogo e de comunicação para que se dê cumprimento ao que foi decidido. Não corresponde a nós, como Corte Interamericana, ditar os detalhes que os estados soberanos têm que fazer”, disse Garcia Sayán.
Edição: Fábio Massalli

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Marina julga que só ela tem legitimidade, e Eduardo Campos adere a corporativismo médico

Marina e Campos

Por 

Depois de se unirem e protagonizarem o mais surpreendente lance político desta quadra da sucessão presidencial, a dupla-parceira governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e ex-senadora Marina Silva (Rede) continua a surpreender. Mais pelo que diz, sem nenhuma sustentação na realidade, do que pelo que promete fazer e não faz: elaborar um programa para o país com base em ideias e projetos.
Nesse sentido, a dupla equipara-se ao restante da oposição, não apresentou nada ainda, nem disse a que veio a parceria que firmou. Marina Silva publicou neste domingo em seu blog um texto com críticas à presidenta Dilma Rousseff que, segundo ela, resolveu desengavetar o Programa Nacional de Agroecologia (lançado na semana passada) de olho nas eleições de 2014, em razão da “forte incidência da agenda da sustentabilidade no cenário político”.
“Não é por mera coincidência que, um ano antes da eleição, a mesma Dilma que promulgou as mudanças no Código Florestal, que favorecem o desmatamento, tenha incorporado o desenvolvimento sustentável ao seu discurso”, diz Marina em seu texto. A ex-ministra diz ainda que o plano tem metas “tímidas”. Mas o Programa Nacional de Agroecologia tem previsão de desembolso de R$ 8,8 bi para o crédito agrícola, assistência técnica, extensão rural, inovações tecnológicas e compra de alimentos para programas federais.
Ex-senadora só vê legitimidade e representatividade em suas ações
Como vocês veem, ultimamente Marina está com o péssimo costume de só ver legitimidade e representatividade em suas ações e críticas. Ela esquece, completamente, suas origens no PT, pelo qual cumpriu dois mandatos de senadora, construindo nosso programa ambiental e exercendo em nome do partido a função de Ministra de Estado do Meio ambiente, quando reduzimos drasticamente o desmatamento da Amazônia.
Desmerecer o programa nacional agroecológico, acusando-o de eleitoreiro por ser da presidenta Dilma e de seu governo, isto sim é que é pura politicagem eleitoral, já que o parceiro de Marina, o governador Eduardo Campos, também é candidato ao Planalto e seus programas e ações de governo têm a mesma legitimidade que os da presidenta Dilma.
Eduardo Campos perdeu a oportunidade de ficar quieto
Falando a uma plateia de médicos, professores e estudantes de medicina no fim de semana (manhã do domingo), na abertura do 51º Congresso Brasileiro de Educação Médica, em Olinda (PE), o governador considerou que o Programa Mais Médicos só foi necessário porque houve falta de planejamento do governo na saúde. “Precisamos reconhecer publicamente que o Brasil falhou no planejamento da formação de pessoas para uma área essencial da expressão da cidadania brasileira”, afirmou.
Dessa forma, não se conteve, fez coro com a corporação médica. Ao invés de defender o Programa Mais Médicos, apelou, veio com esse discurso de que falta planejamento para formar mais profissionais na área, quando todos sabemos que o problema não é a falta de médicos, mas o fato de que eles não querem ir para o interior de Pernambuco e para as regiões pobres do país. Nem mesmo nas grandes cidades eles querem ir para as periferias.
Fora o fato que dobrou o número de universitários no país nos últimos 10 anos e criamos inúmeras faculdades de medicina. Isso Eduardo Campos sabe, mas por conveniência, dada a plateia para a qual falava, solenemente ignorou.
(Foto: José Cruz/ABr)

Professor preso durante protesto é liberado após intervenção de ministra

Um professor preso durante uma manifestação no centro do Rio de Janeiro em 15 de outubro foi liberado após intervenção da ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário. O professor Paulo Roberto de Abreu Bruno, da Escola Nacional de Saúde Pública/Fiocruz, pesquisava em campo sobre um de seus principais objetos de estudo, os movimentos sociais, quando foi detido e acusado de vários crimes - entre eles, o de fazer parte de organização criminosa.
Na madrugada da última sexta-feira, três dias após os protestos do Dia do Professor, a ministra foi alertada pelo deputado Miro Teixeira (PROS-RJ) sobre a possibilidade do professor ter que passar o final de semana na prisão. Paulo Roberto e mais 30 pessoas detidas com ele estavam na Casa de Custódia Patricia Acioli, em São Gonçalo, mas foram transferidos para o Complexo Penitenciário de Bangú. A presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Leila Maria Carrilo Cavalcante Ribeiro Mariano, determinou que oficiais de Justiça levassem os documentos necessários ao presídio para possibilitar a soltura.
Apesar de ter sido solto, o professor Paulo Roberto vai responder a processo por diversos delitos, entre eles, o de fazer parte de organização criminosa, nos termos Lei nº 12.850/2013, aprovada recentemente pela Assembleia Legislativa do Rio. O professor foi liberado da prisão em Bangu junto com outros 18 manifestantes.
Segundo a Fiocruz, Paulo Roberto tem como um dos principais objetos de estudo a pesquisa de movimentos populares urbanos. Desde junho, vem recolhendo material de campo e fazendo registro fotográfico das manifestações no Rio de Janeiro. O professor atua também no campo da saúde coletiva e ambiental tanto em comunidades indígenas amazônicas como em favelas.
De: Terra

domingo, 20 de outubro de 2013

Mais um reforço contra o leilão de Libra: o PSDB!


Prejuizo historico da Petrobras reflete ma gestao da empresa-foto-Arquivo-ABr

“Riscos no leilão de Libra”, análise do ITV


O país está prestes a leiloar cerca de metade de suas reservas de petróleo, mas nem parece que negócio de tamanho vulto está para acontecer. Muito pouco tem sido dito a respeito do assunto, num vício que vem desde a origem, quando o governo Lula impôs goela abaixo um novo modelo para exploração de petróleo no Brasil.
O leilão de Libra é o primeiro dentro do sistema de partilha, pelo qual o consórcio que vencer a disputa entregará à União pelo menos 41,65% do chamado “lucro-óleo” que extrair, ou seja, o volume produzido depois de descontados todos os gastos com as atividades exploratórias. Vence a disputa, que acontece na próxima segunda-feira no Rio, quem se dispuser a entregar percentual maior da produção.
Tudo em torno de Libra é gigantesco. Sua área é de 1.548 km² (o equivalente à do município de São Paulo), localizada na Bacia de Santos, no litoral do Rio de Janeiro, a uma distância que varia entre 166 km e 270 km da costa fluminense. As reservas situam-se em águas profundas, a cerca de 7 mil metros abaixo da superfície.
O mais espantoso, porém, é seu potencial de produção e os valores envolvidos. Estima-se que Libra contenha entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris de petróleo. Se confirmado o limite superior, significa dizer que lá está o equivalente a quase todas as atuais reservas provadas de petróleo no Brasil – são 15,3 bilhões de barris, segundo os dados mais recentes da ANP.
O vencedor do leilão terá de pagar R$ 15 bilhões a título de bônus de assinatura. Deste valor, pelo menos 30% terão de vir da Petrobras, uma vez que a estatal foi definida, no novo modelo, como operadora única e sócia obrigatória dos consórcios nesta proporção.
Retirar, no mínimo, R$ 4,5 bilhões dos cofres da maior companhia do país neste momento será uma sobrecarga e tanto, diante das imensas dificuldades que a Petrobras vem enfrentando para levar adiante seu plano de investimentos e aumentar sua produção – sem a qual o Brasil mantém-se dependente da importação de derivados.
Toda esta enormidade que Libra representa será ofertada de uma só vez, num único leilão, numa única manhã. Onze empresas se inscreveram para a disputa, mas estão se rearranjando em torno de consórcios para dar os lances. Há séria ameaça de que, desta dança frenética, acabe sobrando apenas um competidor – o risco é tanto que a presidente Dilma Rousseff desistiu de ir ao leilão, por temer um desfecho decepcionante.
“A presidente precisa se preservar porque, apesar de as expectativas serem positivas, não há certeza sobre quantos consórcios vão disputar o campo de Libra, na bacia de Campos. O governo cita no mínimo dois e no máximo quatro. Contudo, teme-se que só um apresente proposta no dia”, informou a Folha de S.Paulo anteontem.
Como as grandes petrolíferas mundiais preferiram não entrar no leilão – temendo riscos associados às novidades regulatórias brasileiras, que também incluem a subordinação de todo o negócio a uma nova estatal que ninguém sabe como funcionará, a PPSA – mais provável ainda é que a gigantesca reserva de Libra acabe em mãos de estatais estrangeiras, possivelmente chinesas.
Neste caso, o problema é elas usarem o campo não para produzir petróleo e gerar riqueza imediata, como o país necessita para alavancar seu desenvolvimento, mas sim manterem-no como reserva estratégica para suprimento futuro. Assim, Libra acabaria servindo para alimentar o crescimento de outras nações e não o do Brasil.
Mais um aspecto a considerar é o imediatismo que cercou a definição dos valores a serem pagos e, até como forma de engordá-los, a própria decisão de leiloar todo o gigantesco campo de uma só vez, defendida arduamente pela equipe econômica de Dilma. Os R$ 15 bilhões a serem arrecadados são essenciais para que o governo consiga fechar sua contabilidade, evitando um fiasco fiscal maior neste ano. É o curto prazo interferindo indesejadamente numa riqueza de longo prazo.
Tudo considerado, é espantoso que o país esteja prestes a ver este imenso poço de geração de riquezas ser alienado quase que na bacia das almas. É inconcebível que Libra vá a leilão envolta em tamanho improviso, discricionariedade e amadorismo. É risco demais para um patrimônio que é de todos os brasileiros e a eles, só a eles, deveria servir.