sábado, 9 de julho de 2011

A Contrarrevolução da Elite Paulista


Não é de hoje que a elite paulista pega pesado contra aqueles que ferem seus interesses. Em 9 de julho de 1932, iniciou-se a reação ao Movimento de 30, que acabou com a chamada República Velha e a "política do café-com-leite". Até hoje, São Paulo promove feriado e comemora um movimento derrotado, chamando-o de Revolução. Bem, nisso não estão sozinhos. O Rio Grande do Sul faz parecido em relação à Guerra dos Farrapos.
Um artigo curto, mas interessante sobre o mito bandeirante e a tal "Revolução Constitucionalista" pode ser lido clicando aqui.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Charges sobre Bolsonaro

Achei útil compartilhar algumas visões sobre o Sr. Bolsonaro







Homofobia, hipocrisia e preconceito. O caso padre espanhol

A diocese de Getafe , Espanha, que expulsar um sacerdote de sua paróquia e chegou mesmo a exigir um teste de VIH/SIDA e exame psiquiátrico - O padre recusa-se a obedecer à ordem.
O motivo de toda a polémica: o padre Andres Garcia Torres terá tido um relacionamento com outro homem, mas especificamente com um seminarista.
O padre nega as acusações e considera que foi tratado de forma "humilhante e degradante" e acusa o bispo de o ter obrigado a passar por análise psiquiátrica, e até lhe pediram para fazer o teste do VIH/SIDA. Um número significativo paroquianos parecem estar contra a decisão da hierarquia da Igreja Católica e fizeram um abaixo assinado pela manutenção do padre na paróquia, e visto isto o padre recusa-se a dar as chaves da sua igreja.
Já o bispo em breves declarações ao Jornal El País afirma que o padre foi demitido por "razões pastorais" e que o tratamento recebido tem seguido "as disposições do direito canônico." E defende que a versão do padre "não corresponde à realidade."
O padre diz que em novembro recebeu uma carta do bispo a informá-lo que iria ser afastado por "atos graves de tipo irregular", e impôs "para evitar um escândalo" um "exame psiquiátrico". Numa reunião terá sido afirmado que os atos graves seriam um relacionamento homossexual com um seminarista. Ambos os homens envolvidos negam ter tido uma relação além da amizade. "É como um pai adotivo para mim", diz Yannick Delgado, o seminarista, 28, e de origem cubana. A prova do relacionamento: uma foto em Fátima em que ambos aparecem de tronco e de mão no ombro.
Segundo o padre a análise psiquiátrica questionou se havia sido abusado em criança e se teria tido relações sexuais com outros homens. E no final recomendou o teste do VIH/SIDA entre outros.
A ironia da situação toda é que o padre Andres Garcia Torres é autor de diversos textos na internet que humilham gays e lésbicas, que considera "intrinsicamente maus e perversos", e inclui recomendações de "ajuda" psicológica para "sair" dessa situação.

Cidades que se tornaram personagens na literatura

Vista de Londres - Stephen Wiltshire
É uma característica dos grandes autores transformar as cidades em personagens de seus romances ou até mesmo inventar novas cidades como Italo Calvino em As cidades Invisíveis ou William Faulkner com o seu imaginário Condado de Yoknapatawpha. Selecionei algumas que foram imortalizadas pela literatura, mas antes de qualquer reclamação por preferência literária ou geográfica, esclareço que a ordem de citação é apenas alfabética e que também me falta espaço e tempo para uma abordagem mais completa, sendo óbvio que este tema poderia ter incontáveis continuações.
Dublin é uma cidade que certamente deve ter vários encantos, mas deve muito de sua fama ao romance Ulisses de James Joyce (1882 - 1941). Toda a ação de Ulisses acontece em um único dia, 16 de Junho de 1904, comemorado como o Bloomsday em homenagem ao protagonista Leopold Bloom. Mesmo tendo concebido Ulisses como uma paródia à Odisséia de Homero e, portanto, destacando a decadência e monotonia da cidade, Joyce acabou prestando uma homenagem devido aos registros detalhados e afirmava ainda que, se Dublin fosse destruída por uma catástrofe, poderia ser reconstruída tijolo por tijolo, usando como modelo o seu romance. Dublin foi escolhida em 2010 pela UNESCO como a quarta Cidade da Literatura (as outras três escolhidas foram Edinburgh em 2004 e Melbourne e Iowa em 2008).

Istambul, localizada entre a Europa e a Ásia, que já foi conhecida como Bizâncio e Constantinopla, é uma cidade que durante séculos assimilou diferentes culturas, tendo feito parte dos impérios Romano, Bizantino e Otomano até ser incorporada à República da Turquia em 1923 quando perdeu o status de capital para Ancara. Istambul é recriada pelos olhos de Orhan Pamuk em alguns romances como O Livro Negro e principalmente na sua autobiografia Istambul onde a história de sua vida se confunde com a da cidade e é destacada a melancolia do eterno conflito entre modernização e tradição. Pamuk como um excelente memorialista sabe mexer com nossos sentimentos, como ele fez com seu discurso de 2006 (versão completa aqui) ao ser premiado com o Nobel de Literatura, respondendo à clássica pergunta sobre a razão de escrever: "Escrevo porque eu nunca consegui ser feliz. Eu escrevo para ser feliz".

Lisboa atual e a de 1147, na época da tomada da cidade pelos mouros, é o cenário para um dos melhores e menos comentados romances de José Saramago: História do Cerco de Lisboa. Duas narrativas paralelas no tempo em que Saramago brinca com o limite entre história e literatura e ele mesmo define: "Todo o romance é isso, desespero, intento frustrado de que o passado não seja coisa definitivamente perdida. Só não se acabou ainda de averiguar se é o romance que impede o homem de esquecer-se, ou se é a impossibilidade do esquecimento que o leva a escrever romances".

Paris dispensa qualquer apresentação ou propaganda adicional, difícil é escolher apenas um romance entre tantos estilos e épocas diferentes como: Os Miseráveis de Victor Hugo, As Ilusões Perdidas de Honoré de Balzac Em Busca do Tempo Perdido de Marcel Proust, , Paris é uma festa de Ernest Hemingway, Trópico de Câncer de Henry Miller, Paris não tem Fim de Enrique Vila-Matas e tantos outros.



Aos 87 anos, morre o compositor Billy Blanco


RIO - Na manhã desta sexta-feira, morreu aos 87 anos compositor Billy Blanco. Em outubro do ano passado, Blanco sofreu um acidente vascular cerebral e ficou internado no Centro de Terapia Intensiva do Hospital Pan Americano, na Tijuca.
As causas da morte não foram divulgadas.
Billy Blanco fez parcerias famosas com Baden Powell, Tom Jobim e João Gilberto. Nascido em Belém do Pará, o compositor decidiu estudar arquitetura em São Paulo, em 1946.
Lá, iniciou sua carreira de compositor. Mais tarde, seguiu para o Rio, onde a carreira ganhou novo impulso.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Elvis Presley-Hurt

Comissão da Verdade ou Comissão Nenhuma?

Estou acompanhando os debates em torno da Comissão da Verdade proposta pelo Governo Federal. Entendo perfeitamente que os familiares queiram, também, que seja instituída uma Comissão da Verdade e da Justiça. A questão, porém, é mais complexa. Lula passou 8 anos contornando o problema. Ao final do Governo, baseado no Plano Nacional de Direitos Humanos III, Lula encaminhou a proposta de criação da  Comissão Nacional da Verdade. Ou seja, a Conferência Nacional de Direitos Humanos, após debates acirrados, propôs a criação da Comissão nos moldes propostos pelo Governo Federal. Pode ser pouco, mas foi o aprovado e cabe respeitar a decisão da Conferência.
A questão é que o tensionamento para transformar a Comissão da Verdade em Comissão da Verdade e da Justiça, para que haja punição aos torturadores e violadores dos Direitos Humanos, pode levar à não instalação de comissão alguma. A simples instalação de uma Comissão da Verdade é polêmica, como se viu na camapanha eleitoral, e só será garantida pela articulação da base do governo no Congresso. Extrapolar o limite da correlação de forças poderá inviabilizar uma iniciativa contruída ao longo de muito tempo.
Não se está dicutindo a justiça quanto à punição dos torturadores, eles devem ser punidos, na minha singela opinião. Porém, repito, insistir em uma Comissão da Verdade e da Justiça, apesar de ser mais radical, pode redundar em comissão nenhuma.


quarta-feira, 6 de julho de 2011

Fundado o Partido Anti PowerPoint

Por Daniel Pavani: Geek.com.br


Começou na Suíça um movimento a fim de acabar com as apresentações em softwares como o PowerPoint, da Microsoft. De acordo com o partido criado, este tipo de apresentação está tendo um impacto bastante negativo na economia do país e do mundo, e eles pedem a volta da utilização de cartazes de papel.
O Anti-Power Point Party (anti-powerpoint-party.com), ou o Partido Anti-PowerPoint (PAPP), acredita que a utilização de softwares deste tipo prejudicam a economia, não apenas da Suíça, mas do mundo todo. Vale destacar apenas que o grupo deixa claro que a “luta” não é contra o PowerPoint, apenas, mas sim contra todo e qualquer software de apresentações.
O PAPP espera representar os interesses de 500 mil suíços e também de mais de 250 milhões de pessoas do mundo todo. Estes interesses estão relacionados com os prejuízos, tanto econômicos quanto de produtividade, do uso de softwares de apresentação.
A ideia é simples. O partido acredita que as apresentações em PowerPoint causam desmotivação nas pessoas, diminuindo sua participação e atenção, o que gera perdas econômicas. Um cálculo do PAPP indica que o mundo já perdeu mais de € 350 bilhões, ou cerca de R$ 750 bilhões.
O próprio partido afirma que a sua intenção é levar a “questão do PowerPoint” para o mundo todo. De acordo com o grupo, o uso de softwares deste tipo transforma as apresentações em “coisas chatas”, que as pessoas não vêm a hora de acabar. O PAPP pretende propor um referendo para a proibição do uso do PowerPoint, entretanto, não para necessariamente proibir seu uso, mas apenas para levar a questão à atenção da população.
Da mesma forma, a ideia não é acabar com o software, mas apenas com as restrições (de empresas e escolas, por exemplo) ao uso de outros meios, como cartazes de papel ou mesmo as velhas e eficientes transparências. O PAPP defende o uso dos cartazes, afirmando que eles têm um potencial muito maior de prender a atenção.
Outro fato interessante é que o PAPP espera ser o quarto maior partido do país, passando os sociais democratas, que hoje contam com cerca de 33 mil partidários. Atualmente, porém, os partidários contra o PowerPoint são apenas 212. A ideia é já participar das eleições de 23 de outubro de 2011, buscando conseguir pelo menos alguma cadeira no parlamento suíço.

Drogas antigas e remédios caseiros

Se pensa que alguns medicamentos actuais, como o Prozac ou o Xanax, entre outros, são drogas muito fortes e tem receio em tomá-los talvez tenha razão. Só um especialista os pode prescrever e em condições muito específicas, pois cada doente é um caso. Mas os nossos avós e bisavós tomavam outro tipo de remédios mais agressivos com toda a confiança e despreocupação. Os tempos eram outros, é certo, mas eles sobreviveram para criar os nossos pais e ainda nos criar os netos (nós) em muitos casos. Dá que pensar. Muitos desses remédios, que não eram vendidos sequer em farmácias, eram feitos com substâncias que hoje são consideradas "ilegais", ou seja, drogas. Ópio, heroína, cocaína eram as mais comuns. Custa-lhe a acreditar? Então veja.

A heroína, por exemplo, era considerada benéfica no tratamento das dores há cerca de 100 anos atrás. Utilizava-se como um substituto da morfina pois, dizia-se, não era viciante. Para além do efeito analgésico, possuía também outras propriedades no combate à asma, tosse ou pneumonia. A empresa farmacêutica Bayer comercializava-a como um remédio para a tosse das crianças. Muitas vezes misturava-se com glicerina, com açúcar e com outros aromas para quebrar o seu sabor amargo, como se pode ver neste rótulo da empresa americana Martin H. Smith Company, de Nova Iorque.



O ópio nem sempre foi mal visto. Conhecido há centenas de anos no Oriente pelas suas propriedades relaxantes e sedativas, foi adoptado pela medicina ocidental durante muito tempo como anestesiante. Podia ser usado também para o tratamento da asma ou mesmo para "acalmar" bebés recém-nascidos. Com 45% de álcool, além do mais, devia ser realmente muito eficaz.



E por falar em crianças, um dos melhores remédios para as dores de dentes infantis eram os drops de cocaína. Não apenas acalmavam a dor como também melhoravam o humor de quem os chupava. Para os cantores, professores e oradores era "indispensáveis" as drageias de cocaína e mentol, pois acalmavam gargantas irritadas e davam "suavidade e elasticidade" às cordas vocais. Serviam ainda para animar estes profissionais, fazendo com que atingissem o máximo da performance.


Uma das formas mais vulgares de consumir cocaína com fins terapêuticos era misturada no vinho. Estes vinhos tinham propriedades medicinais e ainda "recreativas", actuando como uma espécie de anti-depressivo. Destacamos o vinho Mariani, muito famoso no seu tempo (1865) sobretudo devido ao Papa Leão XIII. Consta que Sua Eminência carregava sempre consigo um frasco deste líquido abençoado e, inclusive, premiou o seu criador com uma medalha de ouro!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Primeira campanha ateísta do Brasil é lançada em Porto Alegre

Milton Ribeiro e Vivian Virissimo, em Sul 21

A partir desta terça-feira (5), Porto Alegre será a primeira capital brasileira a exibir outdoors de uma campanha de mídia sobre ateísmo. A iniciativa é da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos e já havia sido recusada pelas companhias de ônibus de São Paulo, Salvador, Florianópolis e Porto Alegre.
A ATEA (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos) havia anunciado em 13 de dezembro do ano passado que alguns ônibus de Porto Alegre ostentariam mensagens ateias, porém, segundo Daniel Sottomaior, a ATP (Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre) teria desistido da campanha na última hora. “Fiquei sabendo pela imprensa que a ATP vetara a veiculação dos anúncios. Quando contatei com a Associação, ela primeiro confirmou o veto e depois passou a dizer qua nada ocorrera e que desconhecia o assunto”, afirmou Sottomaior ao Sul21.
As peças são polêmicas e falam sobre fé, moralidade e ateísmo. Uma delas exibe as fotos de Charles Chaplin, que era ateu, e Adolf Hitler, que não era ateu, com os dizeres “religião não define caráter”. Outra afirma “Somos todos ateus com os deuses dos outros”, e traz imagens de uma divindade hindu, uma divindade egípcia e de Jesus de Nazaré, com as legendas “mito hidu”, “mito egípcio” e “mito palestino”. Uma terceira diz que “A fé não dá respostas, só impede perguntas”. Os cartazes devem ser exibidos ao longo de um mês.
Conforme pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo, os ateus são as pessoas mais detestadas no país, merecendo repulsa, ódio ou antipatia de 42% da população. Para o presidente da entidade, Daniel Sottomaior, o propósito da campanha é aproximar o ateísmo do dia-a-dia da sociedade e assim ajudar a diminuir o preconceito que existe contra ateus.
Em junho, a entidade ganhou uma liminar que lhe concedia direito de resposta na Tevê Bandeirantes para responder a comentários considerados ofensivos do jornalista José Luiz Datena, no extinto programa Brasil Urgente. A liminar foi cassada mas o julgamento do mérito continua pendente. Datena e a Bandeirantes foram processados por diversos ateus no país devido a esse episódio.
Na ocasião, Datena disse que só quem não acredita em Deus é capaz de cometer crimes. Para ele, ateus são “pessoas do mal”, “bandidos”, “estupradores”, “assassinos” e atribuiu a culpa da violência e da corrupção no país aos ateus.
Entre os dias 4 e 17 de julho estarão expostos dois outdoors. Os outdoors da segunda quinzena serão outros.

Ópera de Vivaldi 'perdida’ há 284 anos volta a ser representada

Vivaldi
Uma ópera de Vivaldi que ficou anos "perdida" e que foi representada apenas uma vez, há 284 anos, ganhou uma nova apresentação na noite desta segunda-feira, em Praga, após ter sido reconstruída por um especialista tcheco.
O italiano Antonio Vivaldi (1678-1741) produziu a obra, chamada La Unione della Pace e di Marte, para comemorar o nascimento das filhas gêmeas do rei francês Luís 15, em 1727.
Tecnicamente chamada de serenata, a obra foi representada apenas uma vez antes de a maioria de suas partituras ter sido perdida, com exceção de seus librettos (que contêm os diálogos e a história da peça), já que estes haviam sido distribuídos ao público.
Como muitos dos compositores de sua época, Vivaldi frequentemente reaproveitava árias para serem usadas em diferentes óperas.
A partir dessa constatação e de seu conhecimento da obra de Vivaldi, o músico tcheco Ondrej Macek reconstruiu La Unione della Pace e di Marte, que foi apresentada na abertura de um festival de música na capital da República Tcheca nesta segunda-feira.
Macek disse à agência France Presse que, lendo o libretto, percebeu que muitas das melodias da ópera já eram conhecidas.

'Aventura'

À BBC, Macek declarou que a reconstrução de La Unione della Pace e di Marte foi uma grande "aventura" e que existem muitas outras obras de Vivaldi "esperando para serem redescobertas", já que há muitos librettos do compositor guardados em arquivos, à espera de mais estudos sobre eles.
Em 2008, Macek já havia reconstruído outra obra de Vivaldi, Argippo, que havia sido lançada em 1730 e ficado 278 sem ser tocada ao público.

Ustra no banco dos réus

O Coletivo Merlino e o Grupo Tortura Nunca Mais/SP pedem aos cidadãos com espírito de justiça que compareçam em peso à audiência marcada para o próximo dia 27, às 14h30, no Fórum João Mendes (pça. João Mendes, centro velho de SP), quando o ex-comandante do DOI-Codi paulista, Carlos Alberto Brilhante Ustra, será confrontado com as testemunhas da morte do jornalista Luiz Eduardo Merlino, um dos aproximadamente 40 resistentes assassinados naquele centro de torturas da rua Tutóia.
Um primeiro processo movido pela família de Merlino foi arquivado em 2008 graças a um subterfúgio legal, conforme expliquei na época:
"...[Ustra] dsprezou a chance que teve de provar sua inocência, alegada desde que a atriz Bete Mendes, em 1985, o identificou como seu torturador.
Ao invés de deixar a ação seguir até que o mérito fosse julgado, a defesa conseguiu seu arquivamento sob a alegação de que uma das várias pessoas que acusavam Ustra não comprovara sua legitimidade como parte do processo (dizia ter sido companheira de Merlino, mas não anexara documentos que o provassem).
Ou seja, Ustra escapou pela tangente, aproveitando uma brecha jurídica para evitar a sentença que certamente lhe seria desfavorável".
A família voltou à carga com uma ação por danos morais acusando Ustra de responsável pela morte sob tortura de Merlino, em julho de 1971, nas dependências do DOI-Codi. E a corte, desta vez, rechaçou as manobras evasivas.
Serão ouvidas no dia 27 testemunhas que presenciaram a tortura e morte de Merlino, como cinco companheiros de militância no Partido Operário Comunista (Otacílio Cecchini, Eleonora Menicucci de Oliveira, Laurindo Junqueira Filho, Leane de Almeida e Ricardo Prata Soares); o ex-ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo de Tarso Vanucchi; e o historiador e escritor Joel Rufino dos Santos.
As testemunhas do torturador, ouvidas por carta precatória, serão José Sarney, Jarbas Passarinho, um coronel e três generais da reserva do Exército brasileiro. O primeiro foi um figurão do partido de pinóquios que negavam a existência das torturas e o segundo, ministro de governos ditatoriais que praticaram a tortura em larga escala e sem limites. Para bom entendedor...
Já declarado torturador pela Justiça paulista em outro processo, Brilhante Ustra agora poderá ter oficializada a condição de assassino.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Multa para biblioteca sem Bíblia. Onde estamos?!

O governador Sérgio Cabral (PMDB) sancionou hoje (4) lei de autoria do deputado evangélico Edson Albertassi (PMDB), 42, que obriga as bibliotecas do Estado a terem Bíblia. A biblioteca que descumprir a lei será multada em R$ 2.130 e, no caso de reincidência, em R$ 4.260.
A lei é polêmica porque o Estado, por ser laico, não pode fazer imposições de cunho religioso, ainda mais em se tratando de uma determinação que beneficia uma única denominação, no caso a cristã. A lei deixa de fora, por exemplo, livros espíritos, ao Corão e ao Torá.
O mesmo deputado apresentou projeto de lei para cada uma destas propostas: instituição do ensino religioso obrigatório, leitura da Bíblia antes do começo das aulas, isenção de IPVA às igrejas e de ICMS na compra de automóveis e a inscrição da frase “Deus seja Louvado” nas contas das concessionárias de serviços públicos. Albertassi é diácono da Assembleia de Deus de um templo da cidade de Volta Redonda.
Em setembro do ano passado, Albertassi conseguiu sanção para uma norma que altera a lei de incentivos fiscais de modo a beneficiar a produção e apresentação de música gospel.
O deputado tem uma rádio FM de músicas evangélicas.