quinta-feira, 6 de junho de 2013

"VEJA" terá que indenizar professor de História de Porto Aegre por danos morais

Revista de circulação nacional indenizará professor da Capital

(Imagem meramente ilustrativa. Foto:
zcool.com.cn)
Por veicular reportagem cujos fatos foram descontextualizados e distorcidos, a Editora Abril S/A e as jornalistas Mônica Weinberg e Camila Pereira terão que indenizar um Professor de História de Porto Alegre, em R$ 80 mil, de forma solidária. A decisão da 10ª Câmara Cível do TJRS confirma sentença de 1° Grau, mantendo também a obrigação dos réus de publicar na revista Veja o teor da decisão da Juíza Laura de Borba Maciel Fleck.
Caso
Professor de História do Colégio Anchieta, na Capital, ajuizou ação indenizatória por danos morais em desfavor da Editora Abril S/A e das jornalistas autoras da reportagem intitulada "Prontos para o Século XIX", divulgada pela revista Veja nº 2074. De acordo com o autor, a publicação teve o objetivo de expor ao leitor, de forma irônica, que os educadores e as instituições de ensino incutem ideologias anacrônicas e preconceitos esquerdistas nos alunos.
Ele destacou um trecho da publicação:
"Cena muito parecida teve lugar em uma classe do Colégio Anchieta, de Porto Alegre, outro que figura entre os melhores do país. Lá, a aula de história era animada por um jogral. No comando, o professor Paulo Fiovaranti. Ele pergunta: 'Quem provoca o desemprego dos trabalhadores, gurizada?'. Respondem os alunos: 'A máquina'. Indaga, mais uma vez, o professor: 'Quem são os donos das máquinas?'. E os estudantes: 'Os empresários!'. É a deixa para Fiovaranti encerrar com a lição de casa: 'Então, quem tem pai empresário aqui deve questionar se ele está fazendo isso'. Fim de aula".
De acordo com o autor, a reportagem distorceu fatos ocorridos em sala de aula, o que foi expressado em tom ofensivo e permeada de generalização infundada. Mencionou que as rés fizeram afirmações gratuitas e levianas, tornando o autor uma espécie de “ícone” representativo de uma classe de profissionais ignorantes, despreparados.
Citados, as rés sustentaram que a equipe da revista foi autorizada a assistir aulas nas duas escolas citadas na matéria, assim como fotografar e divulgar os nomes dos professores. Alegaram que a gravação da aula demonstra os ensinamentos do autor em sala de aula, indo ao encontro com o entendimento de que não se observa neutralidade política na aula ministrada pelo autor.
1° Grau
Para a Juíza Laura Fleck, a publicação deixou de registrar que o professor ministrava aula sobre a Revolução Industrial, Século XVIII, estabelecendo relações entre o passado e o presente, a fim de estimular a atenção e o raciocínio dos alunos. "Forçou, a reportagem, ao afirmar a ideologia política do autor e estereotipá-lo como esquerdista por conta de seu método de ensino, desconsiderando os seus mais de 15 anos como professor e a tradição da escola, transpondo a fronteira da veracidade e da informação", afirmou a magistrada.
"Tenho que o conteúdo da matéria jornalística, além de ácido, áspero e duro, evidencia a prática ilícita contra a honra subjetiva do ofendido. A reportagem, a partir do momento que qualifica o autor como esquerdista, com viés, de resto, pejorativo, sem a autorização do demandante, extrapola os limites da liberdade de imprensa", ressaltou a julgadora.
"A revista está pressupondo que os pais são omissos e não sabem o que os filhos estão aprendendo na escola. Da mesma forma, a publicação é agressiva ao afirmar que os professores levam mais a sério a doutrinação esquerdista do que o ensino das matérias em classe, induzindo o leitor a entender que o autor deve ser incluindo como este tipo de profissional", completou a Juíza, que fixou a indenização a título de danos morais em R$ 80 mil. A quantia vai acrescida de correção monetária pelo IGP-M a contar da publicação da sentença e de juros de mora de 1% ao mês incidentes a partir do evento danoso (20/08/08).
Condenou os réus, solidariamente, a publicarem na revista "Veja", sem qualquer custo para o autor, a sentença condenatória. A decisão é do dia 31/10/12.
Recurso
As partes recorreram ao TJ. O autor da ação buscou a majoração do valor da indenização por dano moral e os demandados defenderam a reversão completa da decisão proferida.
Ao analisar a apelação, o Relator, Desembargador Marcelo Cezar Müller, enfatizou que o direito de informação pode ser livremente exercido, mas sem necessidade de ofensa ao direito do professor, no caso, do autor da ação. "Contudo, na hipótese, a ofensa não era necessária e em nada contribuía para a apresentação do tema de forma clara e consistente ao público. Referiu-se o nome do professor de maneira a extrapolar o exercício regular de um direito. Isso porque uma parte da aula, que possuía um contexto, foi destacado e inserido na reportagem. Esse modo de apresentar o tema, em relação ao autor, escapou da completa veracidade do fato", avaliou o relator. "Existiu o excesso, sem qualquer necessidade, que não era requisito para ser exercido plenamente o direito de informar", completou o Desembargador.
O relator afastou a condenação referente à publicação da sentença condenatória na Veja, mas teve o voto vencido nessa questão. O Desembargador Jorge Alberto Schreiner Pestana divergiu do relator, e votou por manter a condenação também neste tópico. Ele foi acompanhado pelo Desembargador Paulo Roberto Lessa Franz.
Apelação Cível 70052858230, do site do TJE-RS

Atriz e nadadora Esther Williams morre aos 91 anos

Estrela de Hollywood alcançou o sucesso com o musical 'A Rainha do Mar', em 1950

O Dia

Estados Unidos - A atriz e nadadora americana Esther Williams, conhecida como a Sereia de Hollywood, morreu nesta quinta-feira em Beverly Hills, na Califórnia, aos 91 anos. Segundo o porta-voz da atriz, Harlan Boll, Esther já estava com a saúde debilitada por conta da idade e morreu "em paz enquanto dormia". As causas da morte não foram reveladas.
Antes de entrar para o cinema, Esther foi nadadora e venceu campeonatos nos Estados Unidos. Nos anos 1940, sua experiência na natação a levou para musicais "aquáticos" da MGM criados para ela. Em 1944, ficou famosa ao atuar em "Escola de Sereias". Esther foi protagonista de clássicos como "A rainha do mar", "A bela ditadora" e "A filha de Netuno". O estúdio MGM criou uma espécie de sub-gênero de filmes, conhecido como "musical aquático" para Esther.
Esther foi casada quatro vezes, incluindo os atores Fernando Lamas e Edward Bell, com quem ficou até o fim da vida. Ela teve três filhos.

Aos 91 anos, Esther Williams morreu nesta quinta-feira
Foto: Reprodução Internet
As informações são da Reuters

OEA aprova Convenções contra o racismo e contra todas as formas de discriminação e intolerância


06/JUN/13 - OEA aprova Convenções contra o racismo e contra todas as formas de discriminação e intolerância
Ministra Maria do Rosário em reunião com presidente da Comissão Interamericana
de Direitos Humanos, José Orozco
A 43ª Assembleia Ordinária da Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou na manhã desta quinta-feira (6), em Antígua (Guatemala), duas importantes conveções para a afirmação dos Direitos Humanos nas Américas: a Convenção Interamericana Contra Toda Forma de Discriminação e Intolerância; e a Convenção Contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância. Os textos definem as obrigações dos Estados nacionais, os direitos dos protegidos e indica mecanismos de proteção e monitoramento da normativa recém-aprovada.
Entre as novidades do texto está a inclusão do combate às violações motivadas por orientação sexual, identidade de gênero e condição infectocontagiosa estigmatizada.
A ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), participa da assembleia, na Guatemala, e comentou a inovação. "É muito importante que a OEA defina claramente a garantia de direitos da população LGBT, assim como assumir uma postura objetiva contra o racismo. Da mesma forma é fundamental a proteção, na área dos Direitos Humanos, das populações estigmatizadas por terem contraído algum tipo de doença", afirmou.
Maria do Rosário reuniu-se com o presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos, José Orozco, que se comprometeu em reforçar o enfrentamento ao racismo e à discriminação contra a população LGBT.
No período da tarde desta quinta-feira (6), a partir de 15h (horário local, pelo 18h em Brasília), os estados-membros da OEA renovarão três das sete vagas para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos. O Brasil disputa uma das vagas com o ex-ministro dos Direitos Humanos, Paulo de Tarso Vannuchi.

Assessoria de Comunicação Social

12 Motivos para casar com um Historiador

1. Nunca vai faltar assunto.
Historiador sempre tem uma história pra contar, é legal quando você tem um “figura” do seu lado que tem a cabeça ampla pra as mais diferentes conversas, assuntos, papos, e uma opinião formada mesmo daquilo, ele nunca terá problemas em ser “social” mesmo que seja tímido, tem papo pra tudo.
O único problema é quando o historiador contrariar sua família toda naquele almoço de domingo dizendo que tudo que todo mundo disse tá absolutamente errado e estragar o almoço err…
2. Ele dificilmente irá julgar sua família, amigos, etc…
Estudamos todo tipo de civilizações e forma de viver dos seres humanos, então é mais fácil a gente se surpreender com eventos naturais óbvios do que com os “complexos” seres humanos, pra estudar todo tipo de forma de vida de um ser humano é necessário tentar compreender aquele estilo de vida.
Também jamais irá julgar você pela aparência, ainda mais se ele for fã da teoria da sociedade da imagem.
Então, por consequência quebramos preconceitos, se você namora um historiador fica tranquilo quanto a aquele primo anti-cristo, aquele amigo esquisito, normalmente nunca será julgado, agora quanto a parte de tirar sarro, er não garanto.
3. Todo tipo de regra imposta o historiador normalmente não dá a mínima.
Então se sua preocupação era quanto a onde vai ser o casamento, se você foi “crismada” ou não, que seja, pro historiador é o de menos, ele se importa com tudo menos com os esteriótipos, isso se ele não tiver uma alergia a catolicismo, então naturalmente o importante é que a união dê certo, então ele fará de tudo para que a união mesmo dê certo e dificilmente irá se importar com o preconceito do povo.
4. Se você acredita em outras vidas, o historiador já está pagando sua dívida.
Porque provavelmente ele é professor, então todos os atos ruins da vida passada provavelmente ele já está resgatando como uma boa pessoa.
5. Você será trocado, mas fique tranquilo.
Será no máximo por um livro do Karl Marx ou do Max Weber.
6. No natal, aniversário, dia dos namorados, etc, você não terá problemas em presenteá-lo.
Você sabe que se você der aquele livro que ele tava querendo DAQUELE AUTOR que ele adora provavelmente ele vai ter orgasmos múltiplos de felicidade.
Ou então dê uma estatuazinha do deus Osíris, ou de Afrodite, qualquer coisa relacionada a mitologia que vai ter um ar de “uma pessoa que ama história mora por aqui” também é legal.
7. Ele tem pose de nerd mas isso não quer dizer que seja um.
E principalmente não quer dizer que ele seja certinho, quanto mais se estuda a humanidade menos afim de ser correto nos padrões da sociedade você fica, ele pode ser um capeta, mas tem aquela cara de pessoa certinha e esforçada, o que te poupa explicações, e ele sabe muito bem o que é ridículo pra sociedade e vai te poupar de certas vergonhas alheias.
8. Até os programas de índio vão ser interessantes pra ele.
Nada mais legal do que sentir na pele o que é ser uma sociedade livre do estado, sem regras, sem leis, sem naaada.
10. Não sabe em quem votar na eleição, pede um palpite pra ele!
Só não espere que ele vá sugerir que você vote em partido de direita, aliás se você votar em partido de direita será um motivo pra união ser questionada.
11. Ele pode parecer revoltado, anarquista, socialista, mas no fundo ele só quer o bem de todos.
Então você jamais estará do lado de uma pessoa individualista, pois como estudante de humanas ele sempre pensará no todo e não somente nele mesmo.
12. Quanto mais você estuda, mais medo de falar bobagem você tem.
Então pode contar com ele na hora de jogar na roda aquele assunto difícil, aquela lavação de roupa suja, normalmente ele vai ser bem cauteloso com as palavras, a não ser que você tenha testado demais o santo dele, ai eu já não garanto afinal, fazer história não é como fazer letras não é minha gente?
 
De: Café Miossi

Conselho dos Direitos da Mulher critica aprovação do Estatuto do Nascituro

Heloisa Cristaldo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Conselho Nacional dos Direitos da Mulher se manifestou hoje (6) contra a proposta do Estatuto do Nascituro (PL 478/2007), aprovada ontem pela Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.
Em nota, o conselho informou que o Estatuto do Nascituro viola os direitos das mulheres e descumpre garantias constitucionais de previsão e indicação de fonte orçamentária. “É lamentável que as mulheres sejam, mais uma vez, vítimas da legitimação da violência perpetrada contra elas. O projeto dificulta o acesso das mulheres aos serviços de aborto previsto em lei, nos casos de risco de vida à gestante, de estupro e de gravidez de feto anencéfalo”, diz a nota.

O substitutivo ao Projeto de Lei (PL) 478/2007 aprovado ontem prevê, entre outros pontos, o direito ao pagamento de pensão alimentícia, equivalente a um salário mínimo, às crianças concebidas de violência sexual. A proposta segue agora para análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
O debate da proposta foi acompanhado por defensores dos direitos das mulheres, contrários ao projeto, e manifestantes contrários ao aborto e defensores da proposta. As duas partes lotaram a sala da comissão e exibiram faixas e cartazes pró e contra a matéria. O substitutivo, aprovado anteriormente na Comissão de Seguridade Social e Família, modificou o projeto original e ressalvou o direito de aborto em caso de gravidez resultante de estupro, atualmente permitido pelo Código Penal.
Edição: Fábio Massalli

Cucurrucucu, Paloma em três interpretações

Cucurrucuu, Paloma é uma música do cancioneiro mexicano, de autoria de Tomás Mendez Sosa. Cantada por muitos intérpretes e grupos musicais, é, provavelmente, uma das canções mais conhecidas do México. Apresento, aqui, três interpretações.

A interpretação de Pedro Infante, com um grupo de Mariachis, caracteriza a proposta original da música.

A interpretação de Caetano Veloso,acompanhada de um arranjo soberbo, é intimista e faz uma releitura da obra, dando um tom quase erudito à composição popular. O vídeo é uma cena do filme "Hable com ella", de Pedro Almodóvar

A interpretação de Lila Downs, cantora mexicana, reforça o tom dramático da canção, e a valoriza com sua voz inigualável. Além disso, tem a responsabilidade de, dentro do México, interpretar uma canção tão tradicional de um modo diferente. E ela consegue. Trata-se da melhor voz do México contemporâneo.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Tem gente que não acredita em milagre: "Novo CD de Thalles Roberto vende 75 mil cópias antes de lançamento"

Novo CD de Thalles Roberto vende 75 mil cópias antes de lançamentoO álbum fecha a trilogia que narra a volta do cantor para a igreja.

Novo CD de Thalles Roberto vende 75 mil cópias antes de lançamento
O CD “Sejam Cheios do Espírito Santo”, do cantor Thalles Roberto, vai chegar às lojas no dia 10 de junho, mas já vendeu antecipadamente mais de 75 mil cópias, garantindo, antes mesmo do lançamento o Disco de Ouro.
O álbum deve seguir o caminho do CD/DVD “Uma história escrita pelo dedo de Deus” que foi um grande sucesso. A Graça Music está apostando alto neste novo disco, tanto que a primeira triagem terá 150 mil cópias (metade já foi vendida).
A pré-venda no iTunes também foi um grande sucesso e colocou o cantor evangélico na lista dos mais vendidos em poucas horas de lançamento, superando grandes nomes da música secular nacional e internacional.
O disco em questão é o terceiro da trilogia que narra a volta de Thalles para a igreja.
“O primeiro CD, Na Casa do Pai, representou meu retorno para a igreja; o segundo, Uma história escrita pelo dedo de Deus, retrata minha vida já na casa do Pai, com intimidade com o Senhor; e o terceiro, Sejam cheios do Espírito Santo, vai ser um instrumento para que, por meio da minha música, outras pessoas também sejam alcançadas pelo Espírito Santo”, explica o cantor.
Com 17 faixas inéditas e uma introdução, o CD “Sejam cheios do Espírito Santo” mistura diversos estilos musicais, como pop rock, baladas, samba, reggae, rock e muitos outros.

A verdade sobre os médicos da ditadura

Colaboradores da ditadura militar, legistas forjaram laudos para que responsáveis por torturas escapassem ilesos, sem prestar contas de seus crimes. Mas a História não esquece
Por Pedro Venceslau, em Revista Fórum

No último 7 de abril, um sábado de Sol, cerca de cem manifestantes se reuniram em frente a uma casa localizada no número 81 da rua Zapara, no coração da Vila Madalena, em São Paulo. Diante de fotógrafos, cinegrafistas e curiosos, o grupo começou a pichar a casa, a calçada e os muros da residência com palavras como “assassino”. O evento, batizado como “dia do esculacho popular”, teve o objetivo de constranger o ilustre morador daquele endereço: o médico Harry Shibata. A data também não foi por acaso. No dia 7 de abril se celebra o “dia do legista”.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Casos de suicídio durante a ditadura militar serão submetidos a nova perícia

Marcelo Brandão
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Comissão Nacional da Verdade (CNV) fará nova perícia em laudos de 44 mortos durante o período da ditadura militar, que, segundo a versão oficial da época, cometeram suicídio. Em todos os casos existiriam indícios de fraude no resultado necroscópico, como, por exemplo, em fotos dos cadáveres.
A lista foi elaborada por peritos, pesquisadores e membros da comissão, integrantes do grupo de trabalho Graves Violações de Direitos Humanos. O grupo investiga casos de mortes, desaparecimentos forçados e tortura no período analisado pela CNV, de 1946 a 1988. Pretende-se utilizar as novas tecnologias disponíveis, como a computação gráfica, como suporte ao trabalho pericial.
Um dos 44 casos é o de Luiz Eurico Tejera Lisboa, morto em 1972, em São Paulo, com um tiro na cabeça. O laudo da época concluiu que Lisboa, enterrado com o nome falso de Nelson Bueno, se matou. Uma nova perícia conseguiu, no entanto, provar o contrário. Os peritos criminais Celso Nenevê, Pedro Luis Lemos da Cunha e Mauro José Oliveira Yared, que têm trabalhado com a CNV, estudaram a documentação da vítima e encontraram dados inconsistentes.
Para os peritos, a versão oficial está descartada. “Eurico Tejera foi ‘suicidado’. Mataram ele. Ele não se suicidou coisa nenhuma”, diz Cláudio Fonteles, coordenador do grupo de trabalho ao lado de José Carlos Dias, membro da CNV.
Os peritos também trabalham no caso da morte de Juscelino Kubitschek, trazido à CNV pela Comissão da Verdade da OAB-MG. A versão conhecida na qual o ex-presidente morreu em um acidente de trânsito, e contestada pela instituição, nunca foi uma unanimidade e provoca questionamentos há anos.
Edição: Fábio Massalli

domingo, 2 de junho de 2013

Joga Arroz. Música dos "Tribalistas", pelo direito ao casamento gay


Confira o acervo digital de Chico Buarque

Entre os documentos para consulta encontram-se algumas relíquias da vida do artista, como o livro de impressões da mãe do compositor que relata seus primeiros anos de vida. Ou a história em quadrinhos “O Chico-mirim”, que escreveu aos 12 anos, além de matérias a respeito de sua carreira.
Aproveite!

Freire pesca eleitor para Rede de Marina

Reveladora a matéria publicada ontem a noite pelo O Globo.
Além de dizer o óbvio – que Aécio Neves, Eduardo Campos e Marina Silva “estão conversando e traçando estratégias conjuntas, de ajuda mútua, para concretizar as candidaturas” – revela que a coisa vai além. Roberto Freire diz que ”seus partidários atuam na linha de frente para permitir a criação do partido de Marina Silva”. E diz ao jornal qie “lideranças políticas do ex-PPS estão abrindo postos de coleta de assinaturas para o Rede em vários estados”.
Quer dizer, então, que os freiro-serristas estão indo ao eleitor se passando como partidários de Marina Silva para coletar assinaturas para a tal “Rede”? Porque não é crível que digam que eles são de um partido e pedem assinaturas para a criação de outro, que não irão integrar.
Isso é iludir a boa-fé das pessoas que assinam, lamento dizer.
Marina tem o direito e os méritos para ser candidata a Presidente, como foi em 2010. Se não se adaptou ao PSol, como não se adaptou ao PT, tem também o direito de formar um novo partido. É discutível -Freire e o Congresso estão discutindo – se isso dá ao novo partido o direito de participação no tempo de TV e nos recursos do Fundo Partidário que os eleitores deram a outro partido, nas eleições.
Esta discussão, aliás, dividiu o STF no caso do PSD de Gilberto Kassab e levou a uma decisão esdrúxula que reacendeu o mercado de troca-troca de legenda pelos parlamentares.
Mas o que Roberto Freire revela vai além da fidelidade partidária, resvala para o estelionato partidário.
Certamente há muitos partidários sinceros de Marina montando banquinhas nas praças para coletar assinaturas para a “Rede” sem saber que, algumas quadras adiante, o pessoal de Roberto Freire, travestido de marinista, faz o mesmo. Da mesma forma, há pessoas assinando por Marina acreditando que freiristas, aliados de Serra, são os simpáticos marinistas que supõem.
Muito menos sabendo que a aliança eventual com o candidato da direita mais bem sucedido é algo que “mais ou menos entendido com o Aécio”, nas palavras de Freire.
Se Marina Silva não sabe do que Freire contou na entrevista, agora sabe. Depois, não adianta escrever na Folha que está sendo atacada na internet pelo que chama de “mensalet”. Quem publicou este modelo de comportamento ético foi O Globo, transcrevendo palavras de seu aliado do PPS e, agora se sabe, ajudante de fundador da Rede.

Emir Sader e o extermínio de ornitorrincos no Brasil

Só para constar, antes que iniciem alguma campanha por aí: Não existem ornitorrincos no Brasil. Eles são nativos da Austrália e estão preservados da extinção
Só para constar, antes que iniciem alguma campanha por aí: Não existem ornitorrincos no Brasil. Eles são nativos da Austrália e estão preservados da extinção
 
As coisas funcionam assim: Um domingo a Veja denuncia que o governo teria pronto um plano para eliminar todos os ornitorrincos do território nacional.
À noite, o Fantástico, com uma reportagem cheia de detalhes, dando a impressão que já a tinha preparada, rogando aos espectadores para que façam algo para parar o extermínio. E, enquanto soa uma música dramática de fundo, diz que não façam por cada um de nós, mas pelos ornitorrincos.
No dia seguinte, a Folha intitula: “Feroz investida do governo contra os ornitorrincos”. “Ameaça de extinção”
Na terça, o Jô coloca a pergunta: Vão desaparecer os ornitorrincos? Como os brasileiros não reagem frente à extinção dos ornitorrincos?
Miriam Porcão fala da escassez dos ornitorrincos, com seus reflexos na inflação e na pressão para novo aumento da taxa de juros.
FHC escreve sobre a indiferença do Lula e a incompetência gerencial do governo para proteger a vida de um animal que marcou tão profundamente a identidade nacional como o ornitorrinco.
Aécio diz que está disposto a por em prática um choque de gestão, similar ao que realizou em Minas, onde a reprodução dos ornitorrincos está assegurada.
Marina diz que a ameaça de extinção dos ornitorrincos é parte essencial do plano do governo da Dilma de extinção do meio ambiente. Que assim que terminar de conseguir as assinaturas para ser candidata, vai apelar a organismos internacionais a que intervenham no Brasil para evitar a extinção dos ornitorrincos.
Marcelo Freixo denuncia que são milícias pagas pelo governo os que estão executando, fria e sistematicamente, os ornitorrincos.
Em editorial, o Estadão afirma que o extermínio dos ornitorrincos faz parte do plano de extinção da imprensa livre no Brasil e que convocará reunião extraordinária da SIP para discutir o tema.
Um repórter do Jornal Nacional aborda o ministro da Agricultura, perguntando os motivos pelos quais o governo decidiu terminar com os ornitorrincos, ao que o ministro, depois de olhar o microfone, para saber se é do CQC, respondeu: Mas se aqui não há ornitorrincos! O repórter comenta para a câmera: No governo, não querem admitir a existência do plano de extermínio dos ornitorrincos, que já está sendo posto em prática.
Começam a circular mensagens na internet, que dizem: “Hoje todos somos ornitorrincos” e “Se tocam em um ornitorrinco, tocam a todos nós”.
Heloisa Helena declara que os ornitorrincos são só o princípio e que o governo não tem limites na sua atuação criminosa, os coalas e os ursos pandas que se cuidem.
Uma ONG com sede em Washington lança uma campanha com o lema: “Fjght against Brazilian dictatorship!! Save the ornitorrincs!!
O Globo, Folha e o Estadão com a mesma manchete: Sugestivo silêncio da presidente confirma culpabilidade.
Colunista do UOL diz que, de fonte segura, lhe disseram que o governo, diante da péssima repercussão do seu plano de exterminar os ornitorrincos, decidiu retroceder.
Todos os jornais editorializam, no final da semana, que os ornitorrincos do Brasil estão salvos, graças à heroica campanha da imprensa livre.
(Este artigo é a simples tradução e adaptação dos nomes para personagens locais, de um texto que corre nas redes da Argentina. As coisas funcionam assim lá e aqui)
Emir Sader é jornalista e escritor