sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Apoio a Genoino já arrecadou R$ 527 mil

Por Altamiro Borges

Para desespero dos brucutus da direita - como o senador tucano Alvaro Dias e alguns hidrófobos da mídia -, a campanha de solidariedade a José Genoíno arrecadou R$ 527 mil até o início da noite desta quinta-feira (19). A campanha foi lançada há uma semana por familiares e amigos do ex-deputado, condenado no midiático julgamento do chamado "mensalão". Ela visa cobrir a injusta multa cobrada pelo STF - no início fixada em R$ 468 mil e que depois subiu, misteriosamente, para R$ 660 mil. Ela está sendo organizada através do site Parceiros da Família Genoíno.

Segundo os organizadores da campanha, o ex-presidente do PT tem contado com a ajuda de amigos de todas as partes do Brasil e até do exterior. Entre as doações está um quadro do artista plástico Enio Squeff, que será leiloado em breve. Pela legislação em vigor, o petista tem até 20 de janeiro para pagar o valor estipulado na multa. Caso contrário, ele poderá perder seus bens, inclusive o modesto sobrado num bairro da capital paulista. José Genoíno foi condenado a seis anos e onze meses de prisão pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa, em regime semi-aberto.

No site criado por amigos e familiares, uma mensagem lembra os 50 anos de militância política do ex-deputado, que foi preso e torturado pela ditadura militar. Reproduzo abaixo a sua íntegra:

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José Genoino dedicou os quase 50 anos de sua vida pública à militância política. Como líder estudantil, guerrilheiro no Araguaia, preso político durante a ditadura, ativista social, fundador do PT, parlamentar brilhante e dirigente político, sempre esteve ao lado do povo, da democracia e das lutas sociais. Poucos têm uma história de vida tão comprometida com a justiça social e a liberdade. A família de Genoino – Rioco, Miruna, Ronan e Mariana – tem todos os motivos para se orgulhar dele e muitos outros também.

Condenado sem provas por um tribunal que se dobrou a um linchamento midiático, Genoino está sendo alvo agora de uma perseguição rancorosa e odiosa. Apesar de seus gravíssimos problemas de saúde, continua a sofrer ameaças e constrangimentos intoleráveis da parte de algumas autoridades.

Nas últimas horas do dia 7/01/2014, ele foi notificado de que deve pagar uma multa de R$ 667.513,92 até o dia 20/01/2014. Como todos sabem, Genoino não tem patrimônio para arcar com tal despesa.

Os amigos de Genoino, seus companheiros, eleitores e admiradores, os homens e as mulheres de bem não vão deixar. Vamos levantar nos próximos dias o dinheiro para quitar a multa. Cada um contribuirá com o que estiver a seu alcance.

Que fique bem claro que não estamos reconhecendo nenhum fundamento de justiça na multa. Mas não ficaremos parados quando se busca humilhar um homem da estatura moral e política de Genoino. Não recusaremos a oportunidade de responder à maldade com solidariedade, à mesquinhez com altivez, à perseguição com muita luta no coração.

Os que têm a alma ínfima e a vaidade suprema não triunfarão. O Brasil sempre foi – e continuará sendo – maior do que eles.

Genoino, você não está só. Somos todos Genoíno

Maria do Rosário: "Direitos Humanos não são seletivos"

'Rolezinho não é caso de polícia', diz ministra


A ministra Maria do Rosário, da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, disse que "rolezinho não é caso de polícia, é caso de presença da juventude" nesta sexta-feira, 17, em Porto Alegre, ao final da solenidade de inauguração de um Centro de Referência em Direitos Humanos. "Ainda que (os shopping centers) sejam lugares privados, eles são lugares para onde o público é convidado a ir; as pessoas não podem ser separadas nesses lugares entre aquelas que têm dinheiro para consumir e aquelas que não têm", justificou.
No discurso que fez durante a solenidade, a ministra reconheceu que ainda há violência praticada por agentes públicos no País. "No Brasil nós não negamos o quanto nos envergonha a manutenção de violência de Estado e das violações de direitos humanos que ocorrem em nosso País em cada unidade da federação", admitiu. "Ocorre que o primeiro passo para a superação dessa violência é justamente o reconhecimento de que estamos diante dela", afirmou, enumerando providências tomadas nos últimos anos para combater o trabalho análogo ao da escravidão e proteger direitos das crianças, adolescentes e mulheres.
Presídios
Ao tratar de assassinatos ocorridos dentro de presídios, Maria do Rosário considerou "bárbaras" as mortes ocorridas dentro do Complexo de Pedrinhas, no Maranhão, e disse que ninguém pode, no âmbito da federação, dizer-se isento de responsabilidades com fatos que acontecem dentro casas prisionais de qualquer Estado. "Os Estados tem responsabilidades de gestores e a União deve solidariamente ajudar a construir soluções para os graves problemas que vivemos".
Posteriormente, ao falar com jornalistas, a ministra revelou que, entre 2011 e 2013, enviou 31 comunicados à governadora do Maranhão, Roseana Sarney, sobre a situação do Complexo de Pedrinhas. "Eu vejo que podemos ter uma atuação melhor não apenas no Estado do Maranhão, mas também nos demais Estados", afirmou, lembrando que o governo federal, além dos alertas, pode disponibilizar recursos para projetos de melhoria da situação.
Homofobia
Tanto no discurso quanto na entrevista, Maria do Rosário fez referências à morte do adolescente Kaique Augusto Batista dos Santos, em São Paulo, registrada como suicídio pela polícia e contestada pela família, que acredita na hipótese de homicídio. "Consideramos que há indícios claros de homofobia", disse a ministra, que destacou que um centro de referência como o inaugurado em Porto Alegre está apoiando a família.
A ministra aproveitou o tema para criticar a demora para aprovação, no Congresso, do projeto de lei que torna crime a discriminação ou o preconceito contra a orientação sexual das pessoas. "É um absurdo que o Brasil ainda não tenha uma legislação que criminalize a homofobia", ressaltou. Lembrada pelos repórteres que entre os grupos que se opõem à proposta também estão aliados do governo de Dilma Rousseff, Maria do Rosário disse que "não interessa" se são da base ou não. "Quando falamos de direitos humanos não falamos em base aliada ou adversários, nós falamos de direitos humanos e direitos humanos não são seletivos", prosseguiu. "Não é possível que alguém seja vítima de violência por ser homossexual". 

A vitória civilizatória na Cracolândia



No combate ao vício das drogas, há o tratamento compulsório, higienista, de prender e segregar os viciados; e o tratamento humanizado, chamado de “redução de danos”. Em vez de cortar imediatamente e compulsoriamente a droga, sujeitando o viciado a crises de abstinência – que quase sempre os traz de volta ao vício -, monta-se um tratamento gradativo, de redução gradual do consumo enquanto se trabalham o ambiente em que ele se encontra, as relações sociais e familiares, devolvendo-lhe a auto-estima..
No auge da onda ultraconservadora da mídia, o portal da revista Veja criminalizou os estudos de uma professora da USP, quase septuagenária, que orientava uma tese de doutorado sobre redução de danos. O tema mereceu repercussão no Jornal Nacional.
Não fosse a defesa enfática dos estudos pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) a carreira de ambas teria sido liquidada pelo sensacionalismo e haveria atrasos de décadas nos programas de combate ao vício.
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Nos anos seguintes, consolidou-se no centro de São Paulo o território livre da Cracolândia. Foram feitas duas tentativas coercitivas do governo do Estado, para acabar com o gueto. Os viciados apenas trocaram de local, espalhando-se por bairros próximos ao centro. Depois, voltaram para o lugar de origem.
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Foi essa sucessão de fracassos que levou o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, a buscar formas alternativas.
Em relação ao tratamento de viciados, a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) divide-se em duas alas: a da internação compulsória, e outra de tratamento humanizado.
Reuniões com especialistas, como Dartiu Silveira, e a ousadia da Secretaria de Assistência Social, Luciana Temer, animaram Haddad a trilhar o caminho civilizatório, lançando a Operação Braços Abertos.
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A lógica do novo modelo é que o ambiente modela as pessoas. Ou seja, mantidos na Cracolândia, não haveria nenhuma possibilidade dos viciados se libertarem do vício. Colocados em locais dignos, com parte da dignidade recuperada, emergiriam outras pessoas
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Em um primeiro momento, espontaneamente os viciados saíram das ruas para hotéis, banharam-se, vestiram roupas limpas.
Uma ação conjunta das Secretarias de Assistência Social, da Segurança Urbana, e da Coordenação de Subprefeituras, mais a de Trabalho e de Saúde – em parceria com o governo do estado – criou a rede que será a base da reciclagem dos viciados.
Foram atendidos pelo serviços de saúde, para uma primeira checagem e ganharam empregos temporários no sistema de varrição da cidade, quatro horas de trabalho a R$ 15,00 por dia.
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Todos os passos do programa foram negociados diretamente com eles, inclusive a promessa de não mais voltarem para o local. Para tanto, Haddad abriu as portas da Prefeitura, expôs a proposta, ouviu as ponderações. De uma viciada ouviu a promessa: “Se eu largar o vício o senhor me garante emprego com carteira assinada?”.
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E o centro da cidade amanheceu em paz. No dia seguinte, jornalistas incrédulos testemunharam viciados ajudando a limpar a cidade. Despidos dos andrajos e da sujeira, um deles foi reconhecido por um colega que fez doutorado com ele em Portugal; outro foi localizado pela família, que o reconheceu em um programa de televisão.
Que o caminho aberto seja trilhado por outros prefeitos de boa vontade.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Papa tira d. Odilo de comissão que monitora o Banco do Vaticano

Outros três cardeais foram substituídos; Francisco já avisou a pessoas próximas que, se não conseguir reformar a instituição, envolvida em escândalos, vai fechá-la
Jamil Chade - O Estado de S. Paulo
GENEBRA - Em um ato para dar início a uma verdadeira reforma no Banco do Vaticano, o papa Francisco tirou da cúpula da instituição financeira o cardeal de São Paulo, d. Odilo Scherer. Outros três cardeais também foram substituídos, no que está sendo considerado na Santa Sé como a principal demonstração de Francisco de que a reforma será profunda. A pessoas próximas a ele, o argentino já avisou: se não conseguir reformar o banco, vai fechar a instituição.


Mandato de d. Odilo foi renovado pelo papa Bento XVI - Evelson de Freitas/Estadão
Evelson de Freitas/Estadão
Mandato de d. Odilo foi renovado pelo papa Bento XVI
D. Odilo fazia parte do grupo de cardeais que atuava para monitorar as atividades da Instituição para Obras Religiosas, o nome oficial do Banco do Vaticano. Considerado um dos fortes candidatos no conclave de 2013, d. Odilo tinha o apoio dos setores mais conservadores do Vaticano.
Dias antes de deixar o poder, o então papa Bento XVI renovou o mandato do brasileiro e dos demais cardeais do órgão de supervisão por mais cinco anos. Entre as funções do grupo está justamente a nomeação do presidente do banco.
Mas, próximo de cumprir um ano no Vaticano e adotando a austeridade como sua bandeira, Francisco optou por rever a grupo e colocou em seu lugar outros cardeais vistos como aliados em sua busca por reformar a Santa Sé.
Quatro dos cinco cardeais no organismo foram substituídos. Saíram os cardeais Tarcisio Bertone, Telesphore Toppo of Ranchi e Domenico Calcagno, além de d Odilo. O único que permaneceu foi o francês Jean Louis Tauran.
No lugar desse grupo, o papa nomeou o cardeal de Toronto, Thomas C. Collins, Pietro Parolin, Christoph Schonborn de Viena e considerado como um reformador, e o cardeal Santos Abril Castello, amigo do papa.
O grupo liderado por Bertone foi alvo de duras críticas nos últimos anos por não conseguir conter uma série de escândalos financeiros no Banco do Vaticano, inclusive com suspeitas de lavagem de dinheiro do crime organizado.
Em junho, o papa criou uma comissão para estudar uma reforma na instituição. Pela primeira vez em mais de cem anos, a entidade publicou um balanço anual de suas contas.
Na avaliação do papa, o Vaticano deve voltar a se concentrar em sua missão religiosa e, para isso, uma limpeza em sua estrutura precisaria ocorrer. Uma dessas revisões seria repensar a função do Banco do Vaticano.


Tempos atrás, D. Odilo escreveu "O Poder Corrompe", cobrando apuração do caso do "mensalão". Agora, cegou a vez de ele se explicar

Obs do blogueiro: Dom Odilo escreveu "O Poder Corrompe", cobrando a apuração do chamado mensalão. Agora chegou a a vez da eminência se explicar.

A INCRÍVEL ARTE AMADORA DE CUBA

A arte amadora pulsante em Havana é reflexo de uma peculiar situação social, que resulta em um mar de pequenas galerias ao céu aberto.

De: obvious

fotocapa.jpg Fotografia: Felippe Fiori
Cuba é um país recordado por todos devido a sua orientação política, que de fato é uma das suas características mais marcantes, mas não levando em conta o debate sócio-político que sempre vem à tona ao mencionar o país caribenho, vale destacar que este país tem outras peculiaridades interessantes, como o “amor cubano” em produzir arte.
Ao caminhar por Havana Vieja (Velha Havana), centro histórico da capital deste país, além de vivenciar a história ainda pulsante em suas razoavelmente conservadas construções, é possível se deparar, frequentemente, com pequenas galerias de arte ao céu aberto. É muito comum ver estas galerias vendendo dezenas de quadros & telas originais, cada um com a sua técnica e devida inspiração, que na maioria dos casos é a própria cidade de Havana.
foto1.jpgFlippe Fiori
O interessante é a qualidade apresentada pelos artistas cubanos, e que esta qualidade vem mais de sua necessidade do que inspiração, não entendeu? Explico: Cuba é um país cujo salário máximo atinge o valor aproximado de 45 dólares, dependendo do câmbio, assim alguns cubanos acreditam ser mais vantajoso viver de gorjetas que recebem dos turistas, ou da venda de sua arte. Este processo que não é controlado pelo governo, por ser atrativo turístico da ilha. Portanto é trivial encontrar uma engenheira que abandonou a carreira para pintar, cantar ou entreter os visitantes.
Dimensionado este fato, a concorrência pela fabricação de arte é grande, pois se destacar entre um mar de artistas amadores não é fácil, e o resultado disto são excelentes obras. O preço de uma tela, por exemplo, varia de 20 à 80 dólares, tudo altamente negociável.
foto2.jpg Fotografia: Felippe Fiori
Viajar para Cuba em período de férias é uma decisão incomum ainda entre brasileiros, talvez a falta de informação sobre o país e as facilidades de viajar para outros lugares afastem um publico da ilha, mas a singularidade em todos os aspectos é um fator incrível sobre Cuba, além da sua valiosa arte amadora de rua.



Papa substitui comissão de cardeais que supervisiona Banco do Vaticano

Da Agência Lusa

Cidade do Vaticano – O papa Francisco substituiu hoje (15) a comissão de cardeais que supervisiona o Instituto para as Obras Religiosas (IOR), que equivale ao Banco do Vaticano.
Da antiga comissão, só o cardeal francês Jean-Louis Tauran, conhecido na Cúria Romana pelo rigor, vai continuar. O antigo secretário de Estado cardeal Tarcisio Bertone, braço direito do papa emérito Bento XVI, foi destituído do órgão.
Ao lado de Tauran, vão estar o novo secretário de Estado Pietro Parolin, o cardeal de Viena Christoph Schonborn, uma das figuras mais respeitadas do episcopado europeu, o de Toronto (Canadá) Thomas Christopher Collins e o Arcipreste da Basílica de Santa Maria Maior, cardeal espanhol Santos Abril y Castelló.
A comissão, que controla tudo no IOR com relação ao papa, tem um mandato de cinco anos. É um dos organismos que gere o instituto, e tem sido alvo de críticas pela atuação e acusado de suposta lavagem de dinheiro.
O papa Francisco consultou, desde o verão, peritos sobre como reformar o IOR. As 19 mil contas do banco estão sendo investigadas, uma a uma.
Além de Bertone, saem da comissão mais três cardeais: o italiano Domenico Calcagno, o brasileiro Odilo Scherer e o indiano Telesphore Toppo. O papa decidiu não esperar o fim do mandato para proceder a mudanças.
A comissão de peritos, nomeada no verão passado por Francisco, deverá apresentar as primeiras conclusões na próxima reunião de cardeais (grupo de oito cardeais encarregados pelo papa da reforma das instituições do Vaticano), em fevereiro

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Lila Downs no Brasil! Há 7 anos atrás.....

Uma análise sensata da realidade prisional: o Maranhão é em todo o Brasil

A verdade não rima

Por Mauro Malin em 14/01/2013 na edição 781

“Quantas vezes se leu só nesta semana/ Essa história contada assim por cima/ A verdade não rima.” (Elis Regina, “Onze Fitas” (1980), escrita por Fátima Guedes para a peça O Dia da Caça, de José Louzeiro.
Se jornalistas têm dificuldade para entender que a violência urbana é “uma representação, uma construção simbólica que recorta determinados aspectos das relações sociais e é, nesse sentido, uma descrição seletiva da realidade, que orienta condutas”, como disse a professora Maria Stela Grossi Porto numa palestra em Brasília, em agosto, citando trabalho de 1993 do professor Luis Antonio Machado da Silva, imagine-se a dificuldade das vítimas dos jornalistas – leitores, ouvintes e telespectadores – para captar o fenômeno.
A “descrição seletiva da realidade” que pratica a mídia jornalística é determinada, na absoluta maioria dos casos, por um empenho profissional sensacionalista, escravo voluntário da busca de audiência à outrance, para usar expressão comum nos tempos do saudoso Tristão de Athayde, o Doutor Alceu.
Esse jornalismo fez escola: na Folha de S. Paulo (domingo, 12/1, “O Maranhão de verdade“), a governadora Roseana Sarney atribui à “expansão do crime organizado pelo território nacional, apoiado na exploração do tráfico de drogas” as desgraças que ocorrem nos presídios de seu estado. É o terror generalizado, da Cracolândia paulistana a Pedrinhas (curioso nome, no caso).
O espectro do PCC
O ponto de partida de Roseana é um noticiário que atribui ao espraiamento de quadrilhas – PCC, Comando Vermelho e congêneres – parcela ponderável da responsabilidade pelo aumento da criminalidade em estados que, como o Maranhão, não ostentam índices altos de homicídios.
De muitos anos para cá, a disseminação da retórica jornalística é tão grande no Brasil que várias outras instâncias da vida pública passaram a usá-la. Notadamente, publicitários e autoridades. E a simbiose entre os discursos dessas duas categorias é cada vez mais carnal.
A tese da governadora não se sustenta, embora ela tenha razão quando diz, com outras palavras, que o crescimento capitalista brasileiro fomenta o crime. Em São Paulo e no Rio, por exemplo, estados de origem das duas grandes quadrilhas acima mencionadas, os homicídios em prisões estão em queda histórica. Quer dizer: os registrados oficialmente.
“Gatorade”
Abre parêntese: existe uma modalidade de assassinato (o “Gatorade”) que não entra nas estatísticas oficiais: o preso é dominado dormindo e forçado a engolir uma mistura de creolina, cocaína, água e Viagra (ver “Facção é suspeita de mandar matar assassinos de menino boliviano“, Folha, 13/9/2013). Logo estará morto sem sinal externo de violência. Seus companheiros de cela dirão que ele “passou mal”, até chamaram os carcereiros, ninguém atendeu. Só os mortos de São Paulo são autopsiados. Nesse caso, se apontará como causa da morte “intoxicação aguda”. Nos demais, ataque cardíaco, mal súbito etc. A cadeia parece em paz, ninguém é indiciado e as estatísticas não se mexem. Fecha parêntese.
Folha publicou na quinta-feira (9/1) uma tabela (ver abaixo) na qual se pode constatar que houve 128,6 homicídios por 10.000 nas cadeias maranhenses em 2013, comparados com 1,04 por 10.000 em São Paulo e 2,06 por 10.000 no Rio de Janeiro.


Se as quadrilhas não estão praticando ostensivamente muitos assassinatos nas cadeias onde mandam e desmandam, por que levariam estratégia oposta para outros estados? Para chamar a atenção e atrapalhar os negócios?
Capital e interior
Não, o fenômeno maranhense decorre de uma decisão das autoridades carcerárias do estado que teve resultados altamente negativos. Está explicado em texto de Bruno Paes Manso publicado no O Estado de S. Paulo (quarta-feira, 8/1, “Em meio ao caos, presos montam duas facções no estado“).
O governo resolveu levar presos do interior para a capital. Hostilizados pelos locais, os interioranos criaram um Primeiro Comando do Maranhão e começaram a se impor, o que levou ao surgimento do Bonde dos 40, formado por sentenciados metropolitanos. Acabou-se o equilíbrio instável que existia em Pedrinhas e o conflito se aguçou, num quadro de tremenda precariedade.
Leve-se em conta que o número total de presos do Maranhão equivale a 2,2% da população carcerária paulista. Não é fácil administrar 4.600 presos num estado tão pobre. O Cadeião de Pinheiros, em São Paulo, tem entretanto mais homens encarcerados (5,8 mil) do que todo o Maranhão.
Esse Cadeião de Pinheiros comportaria 2 mil presos. Suas condições são dantescas, mas não há no momento uma matança em série. Aí, entretanto, não se impõem “penas” como entregar a própria mulher ou irmã para servir ao apetite sexual de alguém do grupos inimigo. Coloque-se no lugar do preso maranhense submetido a essa “punição”, leitor: o que você não cortaria, se pudesse, do algoz de sua mulher ou irmã? Ficaria inerte, num ambiente em que a “macheza” é passaporte para sobreviver?
Balizas para a reflexão
Em recente debate de jornalistas, advogados e intelectuais, alguns pontos da questão carcerária brasileira foram postos em relevo. Eis uma síntese.
1. A política de encarceramento em massa, calcada na falta de clareza da legislação sobre tráfico e porte de drogas (rico é usuário, pobre é traficante, a critério dos policiais que os enquadram e dos juízes que aceitam testemunhos e evidências produzidos por esses policiais), criou um quadro explosivo nas prisões do país todo. O que já era ruim ficou pior.
2. Mutirões de defensoria pública diminuem o número de presos. Quando era presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o então presidente do STF, Gilmar Mendes, liderou um processo de mutirões que tirou das prisões 30 mil pessoas. Por que não se cobra do atual presidente do STF e do CNJ, Joaquim Barbosa, uma nova iniciativa desse tipo?
3. O reforço das defensorias públicas estaduais, de caráter permanente, é medida estratégica para aliviar a pressão no sistema carcerário. (Aliás, as permissões de saída em datas especiais têm, ao lado da face negativa, devolver bandidos à atividade criminosa, uma face positiva, abrir vagas.)
4. As novidades negativas do sistema carcerário são refutadas pelas autoridades, com a conivência de boa parte da mídia jornalística, até que isso se torna impossível. Foi o caso do PCC, desde sua criação, em 1993, como resposta ao Massacre do Carandiru (1992). Ainda recentemente, quando houve uma declaração de guerra entre PCC e Rota (tropa de choque da PM paulista) que resultou na morte de mais de 100 policiais, ao longo do ano de 2012, o então secretário de Segurança paulista, Antônio Ferreira Pinto, declarou que o PCC tinha não mais do que 30 ou 40 integrantes. Os veículos da Globo, e alguns mais, do tipo Maria-vai-com-as-outras, até hoje não pronunciam ou escrevem o nome PCC, apenas “facção criminosa”, como se se tratasse de alguma dissidência de partido político ou grupo revolucionário. O argumento, furadíssimo, é que não querem fazer “propaganda” do bando. Com isso, tentam esconder da população parte da realidade.
5. É preciso ter um olhar compassivo para a população carcerária. São seres humanos e não há nada que autorize ou justifique a violação de seus direitos. Muita gente apoia a barbárie prisional brasileira a partir da convicção de que “bandido bom é bandido morto”, “eles merecem”, “eles que se matem”, sem se dar conta de que esse sistema tornou-se uma escola e uma fábrica de criminosos que retroalimentam o sentimento de insegurança.
6. Há quem argumente que as prisões são um concentrado da desigualdade social brasileira e exatamente por isso são mantidas em condições degradantes. É uma tese otimista, porque exime da opressão estatal quem está fora da prisão, quando, de fato, a prisão é o ponto extremo da cadeia de opressão dos socialmente mais frágeis.
7. Quando se diz que cada preso “custa” R$ 2,5 mil por mês ao Estado (sem contar despesas indiretas, como as da saúde pública etc.), a equação está sendo invertida. O que acontece na verdade é que os 500 mil encarcerados brasileiros rendem R$ 2,5 mil mensais por cabeça aos fornecedores do sistema. Um negócio, portanto, de R$ 15 bilhões por ano.
8. Há quem veja ausência do Estado dentro das cadeias e há quem conteste essa percepção, sob o argumento de que existe um fio unificador que vai do crime às autoridades, das cracolândias ao sistema financeiro, passando por uma miríade de mediações mais ou menos perceptíveis – mas veladas pela hipocrisia, porque os “de cima” raramente vão para o presídio, e, quando isso acontece, têm recursos para garantir um mínimo de segurança e conforto, como se vê hoje na Papuda, em Brasília –, ou imperceptíveis. Os governos não melhoram as cadeias, dizem os adeptos dessa ideia, porque, por ação ou omissão, são sócios dos esquemas nelas radicados.
9. A prisão dos condenados do mensalão colocou em destaque na mídia a questão carcerária brasileira.
10. Em São Paulo, existe uma coerência administrativa perversa que pode ser retraçada no tempo até o governo de Franco Montoro (PMDB, 1983-87), quando Michel Temer foi secretário de Segurança (1984-6, 1992 e 1993). Seguiram-se Orestes Quércia (1987-91), Luiz Antônio Fleury Filho (responsável último pelo Massacre do Carandiru; Fleury foi secretário de Segurança de Quércia e defendia a pena de morte), ambos também do PMDB, e os governadores da dissidência tucana, o PSDB, Mário Covas (1995-2001), Geraldo Alckmin (2001-06 e desde 2011), José Serra (2007-10) e Alberto Goldman (2010), com um dramático intermezzo arenista-pefelista de Cláudio Lembo (2006), quando o PCC parou a cidade de São Paulo. Não foram, porém, os governadores da vertente peemedebista-peessedebista que criaram o problema. Ele é muitíssimo mais antigo. Para dar um só exemplo, em junho de 1952 os presos da Ilha Anchieta, no litoral norte paulista, rebelaram-se e tomaram o presídio. O governador era Lucas Garcez. O secretário de Segurança, Elpídio Reali (pai do saudoso jornalista Reali Júnior, 1941-2011). João Pereira Lima, vulgo Pernambuco, líder da revolta, explicou:
“Há muito tempo, os presos viviam descontentes com o regime do presídio. (...) Os policiais obrigavam os doentes a tomar purgantes e, depois, os sujeitavam a carregar lenha do mato. (...) E nem é bom falar da alimentação que nos davam, que era uma porcaria. É lógico, o indivíduo doente e tomando purgante não ia aguentar o rojão. Mas aí, os tais policiais chegavam e começavam a espancar todo mundo. E foi esse o real motivo da rebelião” (Nosso Século, v. 4, São Paulo, Abril Cultural, 1980, pág. 112).
Morreram cem pessoas nessa rebelião. Outro motivo de descontentamento dos 453 presos:
“Muitos deles estavam com as penas vencidas, mas continuavam presos por falta de assistência jurídica; por outro lado, as visitas de familiares eram raras, devido às difíceis condições de acesso à ilha. Tudo isso fazia do presídio um barril de pólvora prestes a explodir” (ibidem).
A rebelião foi espontânea. Quem quiser recuar mais no tempo para ter uma ideia do tratamento dado no Brasil aos condenados pode ler o conto “Como o homem chegou”, de Lima Barreto.
Resiste-se a ver as determinações políticas de todo esse enredo. Seria como tirar as máscaras de todos nós, os que cumprimos a obrigação de votar e os que são eleitos, os que silenciamos e os que fazemos discursos enganadores.
As decapitações horrorizam (e mais ainda porque exploradas em desatinada busca de audiência), mas são antigas no Brasil. O que faziam os gaúchos em suas guerras civis do século 19? Quem não conhece esta foto, feita há 75 anos? Quem ensinou a decapitar?
Como diz a letra genial de Fátima Guedes, “Esses tempos não tão pra ninharia/ Não fosse a vez daquele, um outro ia/ Quantas vezes se leu só nesta semana/ Essa história contada assim por cima/ A verdade não rima”.

Em quatro horas, Campinas teve mais mortos do que em um mês inteiro



Cidade registrou 12 homicídios entre domingo e segunda. Participação de PMs é investigada
De: R7


A sequência de homicídios ocorridos entre a noite do último domingo (12) e a madrugada de segunda-feira (13) fez com que, em pouco mais de quatro horas, Campinas tivesse mais execuções do que costuma registrar durante um mês inteiro.
De janeiro a novembro de 2013, a cidade do interior paulista registrou 117 homicídios (os números de dezembro só devem ser divulgados pela Secretaria de Estado da Segurança Pública na semana que vem). Ou seja: em média, dez pessoas são assassinadas a cada mês no município.
Entre as 21h30 de domingo e as 2h de segunda-feira, porém, foram registradas doze mortes. Os crimes - todos na região oeste da cidade - ocorreram horas depois da morte do soldado da PM Arides Luiz dos Santos, de 44 anos, assassinado em um posto de gasolina durante uma suposta tentativa de assalto.
A Polícia Civil investiga se a noite de terror foi promovida por PMs matadores, como retaliação à morte do colega. Santos foi o segundo policial morto em suposta tentativa de assalto na cidade em um intervalo de um mês. No dia 11 de dezembro, a vítima foi o soldado Mazinho Pereira dos Santos. Na época, o crime não foi seguido por uma onda de violência como agora.
Nesta segunda, após as doze execuções, ocorreram ataques a ônibus - três coletivos foram queimados e sete, depredados.
Histórico de violência
Com 1 milhão de habitantes, Campinas tem histórico de violência. Em 2012, a cidade fechou o ano com taxa de 13,08 homicídios por 100 mil habitantes. O índice é superior ao da capital paulista: 12,02.
Foi em Campinas que morreu, em junho passado, Daniel Pedreira Pellegrine, o MC Daleste. A execução do funqueiro, em pleno palco, ocorreu depois de o artista manter relacionamento com a ex-namorada de um traficante da cidade. Dois meses depois, foi morto o estudante Denis Casagrande, 21 anos, durante uma festa no campus da Unicamp.
PCC
Campinas é também reduto de Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, apontado pelo Ministério Público como um dos integrantes da cúpula do PCC. O criminoso, que domina o tráfico de drogas no bairro de São Fernando, iniciou a carreira como sequestrador.
Em janeiro de 2002, Andinho foi acusado de sequestrar e matar Rosana Rangel Melotti, 52 anos. A vítima foi executada em frente à casa dela, após a família afirmar aos criminosos que não tinha R$ 100 mil para pagar o resgate (em seis dias, o marido de Rosana havia juntado R$ 80 mil).
Prefeito assassinado
Três meses antes, em setembro de 2001, o prefeito da cidade, Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT, havia sido assassinado na cidade. Andinho também foi acusado de envolvimento no crime. O sequestrador acabou preso pouco depois do assassinato de Rosana, em uma chácara em Itu.
Em janeiro de 2009, duas bombas foram jogadas na sede do jornal Correio Popular, a mando do criminoso, que não havia gostado do teor de uma reportagem sobre seu casamento. Andinho confessou o crime em juízo.
No ano passado, policiais do Denarc foram acusados de receber uma mesada do sequestrador para não atrapalhar os negócios da quadrilha.
Chacinas
As chacinas também não são incomuns na região. Em agosto passado, três pessoas foram mortas no distrito de Aparecidinha. Um ano antes, um bar do Jardim Capivari foi palco de quatro mortes.
Em 2010, quatro pesssoas de uma mesma família foram executadas no bairro Novo Maracanã. A mão de uma das vítimas foi arrancada. Na época, a Polícia Civil levantou suspeita sobre a participação de PMs, já que um dos mortos teria participado de um assalto que deixou um policial paraplégico.

Mais um ônibus é incendiado na capital paulista

O coletivo da Viação Campo Belo fazia a linha Terminal Capelinha – Valo Velho, quando foi parado na Rua Luar do Sertão por 30 pessoas que aparentavam ser menores de idade, informou a Polícia Militar. Eles obrigaram os passageiros a desembarcar, atearam fogo no veículo e fugiram. Os bombeiros foram acionados, mas já encontraram o coletivo destruído. Não houve feridos e ninguém foi preso.
Edição: Graça Adjuto

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Submissão de verdade é liberdade (Mensagem da IURD às mulheres)

Foto: Thinkstock 

Entenda o real papel da mulher dentro de um casamento

Num mundo onde cada vez mais as mulheres conquistam direitos e espaço no mercado de trabalho, chegando até a presidir nações, é no mínimo estranho falar de submissão, ainda mais quando o termo está relacionado ao sexo oposto. No entanto, a submissão de que falamos é muito diferente do conceito que muitas pessoas têm, e que se aproxima da escravidão.
Parceria e diálogo
Muitas mulheres acham absurda e não aceitam a recomendação de que devem ser submissas a seus maridos (leia Efésios 5:24), porque  não compreendem que isso não significa uma obediência cega, forçada ou insensata aos desejos e caprichos do marido, mas sim  uma boa vontade de, voluntariamente, concordar com ele, em prol do bem do casal. Isso não impede que a mulher discorde do marido em alguma situações.
"A mulher pode ter a sua opinião própria, mas como companheira pode perfeitamente conversar com o marido e juntos buscarem um consenso sobre qualquer decisão. Consultar o parceiro é diferente de somente obedecê-lo", explica a psicanalista Marina Massi.
A mulher deve ser auxiliadora do seu marido e, nesse sentido, ser submissa representa ser companheira, estar ao lado dele nos bons e maus momentos.
Via de mão dupla
Você pode até duvidar, mas ser submissa tem muitas vantagens. A primeira delas é que, como marido, o homem tem a obrigação de amar e defender a esposa e, se for preciso, dar a vida por ela (leia Efésios 5:25).
Há um provérbio hebraico que diz: "Cuida-te quando fazes chorar uma mulher, pois Deus conta as suas lágrimas. A mulher foi feita da costela do homem, não dos pés para ser pisada, nem da cabeça para ser superior, mas sim do lado, para ser igual. Debaixo do braço, para ser protegida, e ao lado do coração, para ser amada."
A mulher não é, e não deve ser, inferior ao homem, tampouco superior a ele. O papel da mulher é estar e caminhar ao lado do homem. Ela deve ser sábia e usar o seu poder de persuasão para influenciar seu marido, que é o líder  do lar,  a tomar decisões  acertadas.
Respeito e consideração
Cristiane Cardoso, apresentadora do programa "The Love School" (sábados, meio-dia, na Rede Record) ao lado do marido, Renato Cardoso, explica no livro "Casamento Blindado" (de autoria do casal) que no dia a dia muitas mulheres assumem uma postura submissa diante de chefes, autoridades e outras lideranças que nem sempre conhecem pessoalmente. Porém, quando se trata de ser submissa ao marido, elas não admitem e se rebelam.
Recentemente, a jogadora de vôlei norte-americana Gabriella Reece, que foi muito criticada por ter dito que era submissa ao seu marido, deu uma entrevista exclusiva ao "The Love School". Ela explicou que o conceito de submissão a que se referia não tinha nada a ver com ser um capacho de seu esposo, mas sim era de incluí-lo em suas decisões, não se diminuir perante ele, mas apoiá-lo diariamente, pois o respeito deve sempre estar presente em uma relação saudável.
"O respeito e a consideração estão relacionados aos sentimentos de atenção, lealdade, fidelidade, resguardo, dedicação e admiração. Eles estimulam uma relação saudável entre o casal", esclarece a psicanalista Marina Massi. Ela destaca que, hoje em dia, os papéis estão muito confusos e, às vezes, até trocados dentro de um casamento, o que pode levar marido e mulher a se desentenderem. A solução para um problema desse tipo só vem com muito diálogo e paciência: "Conversar para que, aos poucos, a cumplicidade e o companheirismo sejam criados pelos dois", orienta.

Universidade Gama Filho é descredenciada pelo Ministério da Educação


FLÁVIA FOREQUE, da Folha DE BRASÍLIA


A Universidade Gama Filho e a UniverCidade (Centro Universitário da Cidade), ambas mantidas pela Galileo Administração de Recursos Educacionais, foram descredenciadas nesta segunda-feira (13) pelo Ministério da Educação.
A decisão, tomada por um colegiado da Secretaria de Regulação da pasta, deve ser publicada em portaria no Diário Oficial da União de amanhã.
O atraso no pagamento de professores e servidores afetou o cronograma de aulas. Segundo os estudantes, no ano passado houve apenas seis meses de aula, diante das sucessivas greves de docentes e funcionários.
O MEC afirma ainda que a mantenedora não apresentou um plano para contornar as dificuldades: foi assinado um termo de compromisso com a pasta, mas as medidas não foram adotadas. "Eles não cumpriram alguns acordos fundamentais", disse mais cedo o ministro Aloizio Mercadante.
TRANSFERÊNCIA
No prazo de cinco dias úteis, o MEC publicará edital para transferência assistida dos alunos das duas instituições: faculdades interessadas em receber esses estudantes terão, então, um prazo para apresentar sua proposta.
Uma vez notificadas da decisão, Gama Filho e UniverCidade terão 10 dias para criar uma comissão com profissionais responsáveis por emitir e entregar documentos do histórico escolar aos estudantes matriculados nas instituições.

Pobres vão ao Shopping e escandalizam a classe mérdia

Pior que as imagens é ler os comentários na postagem no Youtube.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Entre copa y copa se acaba mi vida llorando borracha tu pérfido amor

Chico Xavier e a fraude de Otília Diogo, a “irmã Josefa”

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Através de Guilherme Santos, o blog Obras Psicografadas passa a reproduzir a série de matérias publicadas na década de 1960 pela revista “O Cruzeiro” sobre a farsa das “materializações” em Uberaba envolvendo a médium Otília Diogo e os mais famosos Chico Xavier e Waldo Vieira.
Na imagem acima podemos ver Vieira e Xavier (esquerda e direita, respectivamente) oferecendo um livro ao que seria a materialização da irmã Josefa, o espírito de uma freira, através de Otília Diogo. Se você achava pessoas cobertas de lençóis brancos como fantasmas algo digno de desenhos animados infantis, um estereótipo cômico, em verdade tal ícone moderno representando fantasmas se baseia em “sessões de materialização” como esta, levadas muito a sério por espiritualistas. Elas eram mais comuns em fins do século 19 na Europa e EUA, mas mesmo nestas partes do mundo, e principalmente no Brasil, se prolongam até hoje.
O espírito branco na foto acima está dentro de uma “jaula”, em uma série de salvaguardas que supostamente evitariam “possíveis fraudes”. Fato é que não evitaram. A equipe de “dezenove médicos pesquisadores”, contando ainda com a participação registrada, que enfatizamos ainda outra vez, de Chico Xavier e Waldo Vieira, ao longo de três meses apenas endossou como autêntica uma fraude que viria a ser exposta mais claramente alguns anos depois, noticiada pelo próprio Cruzeiro e que deve ser também disponibilizada nos próximos dias no mesmo blog.
A todos espíritas e interessados em fenômenos envolvendo supostos espíritos, a mediunidade, ou as próprias figuras de Chico Xavier e Waldo Vieira, este é ainda outro episódio que deve ser melhor conhecido.
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Nesta primeira matéria, os “fenômenos de materialização” são divulgados pela revista em um tom crédulo, sem quase nenhum questionamento. Ainda assim, qualquer leitor com senso crítico poderá notar problemas na história. Praticamente toda evidência da realidade de tais fenômenos se fundamenta no testemunho dos envolvidos e de suas medidas de salvaguarda contra fraude. Mesmo estas declarações são reveladoras, por exemplo, quando Vieira nota que:
“[O espírito da freira] é um ser igual a qualquer outro. Nós pegamos no seu braço esquerdo e na sua mão esquerda. A materializada estava envolvida por um véu, uma espécie de filó, mas aprofundamos o dedo até encostar no seu braço e achamos que é um braço igual a qualquer um nosso, apenas com a temperatura um pouco mais baixa. Disso nós não temos dúvida, porque não é a primeira vez que nós comprovamos fenômenos semelhantes”.
Perceba que Waldo Vieira afirma muito claramente que o suposto espírito materializado… estava envolto por um véu! Crentes dirão que o véu seria ele mesmo uma outra materialização, mas seja como for, Vieira também afirma que o espírito era “um ser igual a qualquer outro”. Vivo. Por que então não seria um ser vivo… como a própria médium envolta por véus? Voltaríamos aos depoimentos e salvaguardas contra fraudes, mas como confiar na infalibilidade destes?
As únicas evidências objetivas dos fenômenos extraordinários seriam as fotografias, e estas em verdade trabalham contra a veracidade do caso. Praticamente falam por si mesmas. O médico Elias Barbosa, um dos pesquisadores, mencionando o valor das provas fotográficas, refere-se a como:
“Esta figura parece que nunca poderia ser um médium e nem um assistente, porque essa figura aparecia atravessada pelos varões da jaula”.
E, no entanto, o que as fotografias, pelo menos as publicadas, mostram, é que quando se diz que a figura estava atravessada pelos varões da jaula, ela estava simplesmente jogando seus véus para fora da mesma. Em nenhum momento se vê seu braço ou torso, por exemplo, sendo trespassado pelas grades. São apenas partes dos véus jogados para fora. Se há alguma fotografia disto, ela estranhamento não foi divulgada.
Fica assim indicado o ambiente de sugestionabilidade e credulidade dos pesquisadores, capazes de ver algo extraordinário como atravessar grades no simples fato de véus jogados sobre as barras.
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Na imagem acima, além dos véus “trespassados” pelas grades, também se vê muito claramente a viseira que o “espírito” possuía no véu que cobria a cabeça – algo absurdo para um espírito, mas muito necessário a uma pessoa – bem como o fato de que o “espírito”, como notou Vieira, era tanto um ser igual a qualquer outro que podia segurar um livro muito material em suas mãos. Na foto à esquerda ainda se notam as mãos e dedos de carne e osso.
Todas estas dúvidas e questionamentos, todo este ceticismo pode e deve ser levantado por qualquer pessoa, espírita, cristã ou atéia, que avalie a evidência e as alegações em questão. Não se pode negar que é um ceticismo saudável. No mínimo, as supostas evidências dos fenômenos de materialização em questão são mais do que duvidosas e de forma alguma comprovam sua veracidade.
Se não seria assim prudente acreditar nos fenômenos, seria válido acreditar em sua origem fraudulenta? Poderia uma equipe de dezenas de médicos, médiuns e jornalistas ser enganada por truques tão toscos? Qual a alternativa? Haveria um ou mais cúmplices? Quais seriam as evidências concretas de fraude? Quem era Otília Diogo? Pelo menos parte destas questões seriam melhor respondidas anos depois, como repetimos, as próximas matérias da série revelaram e devem ser reproduzidas também em Obras Psicografadas, blog parte do projeto HAAAN editado por Vitor Moura com o objetivo de analisar fenômenos relacionados a supostos médiuns.

“No, I’m not going to the world cup” – A desconstrução de uma fraude

A brasileira (?) Carla Dauden teve seus 15 dias de fama virtual graças à realização de um vídeo de boicote à Copa do Mundo do Brasil.

Sabem os profissionais da TV, da Publicidade, do Marketing, das Operações Psicológicas (Psy Ops), entre outros, que uma mensagem aumenta bastante seu potencial de convencimento se ela é transmitida de maneira atraente, por uma pessoa bonita, bem vestida e pertencente à mesma faixa etária do seu público-alvo.
Melhor ainda se essa pessoa tem voz agradável, expressa-se com aparente naturalidade, e parece compartilhar valores com quem pretende convencer. Ajuda bastante quando a mensagem vem de um país tido como mais evoluído porque a aura de superioridade se transfere para o conteúdo da fala.
Vamos ao vídeo.

1. O artifício de afirmação da autoridade de quem emite a mensagem.

Logo no início, Carla afirma: “Um dos motivos que me levou (sic) a fazer esse (sic) vídeo, (sic) é que toda vez que eu falo pra alguém que eu sou do Brasil, alguém do grupo diz que vai pra copa do mundo (sic)”.
Hum… isso é bom. Só que não.
Carla faz cara de zangada, olhando fixamente para o espectador durante alguns segundos, artifício emocional utilizado para estabelecer sua autoridade sobre o restante da mensagem. A intimidação visual é recurso clássico de submissão do adversário, no reino animal. Quando gorilas batem várias vezes no próprio peito, quando cães arreganham os dentes, quando o professor olha fixamente para o aluno, a reação do alvo é instintiva porque entra em jogo o instinto de proteção ou de sobrevivência.
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Quem gostaria de ser rejeitado por uma belezura dessas?
A relação entre intimidador e intimidado se dá no nível mais primitivo, biológico, do organismo. Nos seres humanos, esse nível corresponde às camadas mais arcaicas do nosso cérebro, o “cérebro ou complexo reptiliano”, ou a parte “animal” deste órgão.
O olhar fixo e intimidador (“uma ferramente muito poderosa de intimidação, mesmo em adultos”) é estudado em livros sobre as técnicas da influência e em sites de linguagem corporal.
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Como você reage a um olhar direto, silencioso e reprovador, mantido por vários segundos? Instintivamente, reconhece que a situação é perigosa e que ali está uma autoridade, um poder que não quer ou deve ser contrariado.
Qual é a imagem que se vê, parada, na apresentação imediata do vídeo?
Agora pense bem. Que coisa horrível, não? Alguém querer visitar o Brasil, gastar o seu dinheiro aqui, encantar-se com nosso povo e nossos costumes, vibrar com a Copa, voltar ao país natal e recomendar aos parentes, amigos e colegas que façam turismo em nossas terras…

2. A montagem das respostas à pergunta sobre a identidade social do Brasil.

A seguir, Carla afirma que foi às ruas entrevistar americanos para saber o que lhes vinha à mente quando pensavam sobre o Brasil. Repare nas pessoas consultadas por Carla.
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Seis pessoas. Com sinceridade, você vê nessas imagens algum americano típico? É possível, objetivamente, extrair uma média da opinião do norte-americano sobre o Brasil, a partir desses seis indivíduos? Assista novamente a esse trecho e perceba como ele poderia fazer parte, não de um vídeo sério, mas de um vídeo cômico.
A propósito, Carla, procure conhecer a falácia da amostra não representativa. Vai bater um “já vi isso antes”. Ou “já fiz isso antes”, melhor dizendo.
Repare também, leitor(a), como esses clichês de resposta combinam com a batucada que acompanhou o olhar intimidador de Carla. Esta técnica, também clássica, é chamada priming, e consiste na criação de uma predisposição psicológica. Ao associar nosso país à batucada do samba, no momento anterior, Carla tornou mais críveis as respostas selecionadas de seus entrevistados. Em literatura, a técnica denomina-se foreshadowing (“prenúncio”, ou antecipação de conteúdo).
Nesse trecho, Carla utilizou ainda uma das técnicas mais primárias de convencimento visual: a montagem de respostas cuidadosamente selecionadas, obtidas de uma amostra mínima de um todo. Se você já assistiu a algum programa eleitoral, sabe do que estou falando.
(Detalhe: ela é diretora de cinema e fotografia.)
Por que Carla não fez a mesma pergunta a seus colegas de estudo ou trabalho, mais bem informados que essa amostra “contaminada”? Por que não buscou americanos típicos na rua, em áreas de bom poder aquisitivo? Por que não entrevistou jovens universitários? Executivos? Mulheres modernas de meia-idade?
Porque a resposta seria diferente. Porque eles conhecem vários outros aspectos do nosso país, que não combinariam com a intenção da perguntadora.
Além disso, a pergunta de Carla foi capciosa. Todos nós, quando somos solicitados a dizer o que pensamosimediatamente sobre um grupo humano, tendemos a recuperar da memória os clichês, os chavões, sobre esse grupo. Faça o teste. Pense em “ingleses”. Agora “franceses”. Agora “muçulmanos”.
Percebeu?

3. As mentiras de Carla sobre o custo da Copa do Mundo.

Carla afirma, a seguir: “A copa do mundo (sic) vai custar aproximadamente 30 bilhões de dólares. Isto é mais do que 3 últimas copas (sic) somadas juntas (sic). Elas custaram juntas (sic) aproximadamente 25 bilhões de dólares”.
Em nossa moeda, 30 bilhões de dólares equivalem a mais de 60 bilhões de reais.
Tem Google aí nos Estados Unidos, Carla? Você sabe usá-lo? Não parece. Vai daqui uma ajudinha. Acesse o Portal da Transparência (dados monitorados pela Controladoria-Geral da União):
Logo na página inicial você verá este valor:
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Clique no menu à esquerda, em Ações e Empreendimentos, Por Tema. Você verá isto:
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Repare especialmente naquele zerinho na coluna Federal, em Estádios. Bela surpresa, não? Por que você não fez essa pesquisa básica?
Estão aí as despesas específicas e o total de gastos para a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. De onde você tirou a quantia absurda de mais de 60 bilhões de reais?
E quanto ao custo das três últimas Copas do Mundo? A matéria do link a seguir, exemplo do jornalismo de futurologia, cita um estudo de 2011 que alertava para a possibilidade de um gasto de 40 bilhões de reais na Copa. Previsão furada. Mas ela tem a informação que você negou aos seus espectadores, Carla.
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As últimas três Copas, elas sim, custaram 30 bilhões de dólares (e não 25, como você afirmou), mais do que o dobro do custo previsto para a Copa do Mundo a ser realizada no Brasil.
Espero que você seja mais cuidadosa na produção dos seus filmes, do que prova ser no trato das informações financeiras dessa questão.

4. As mentiras de Carla sobre a situação social do Brasil.

“Agora me diga: em um país onde o analfabetismo (sic) pode atingir 21% e é (sic) em média 10%.”
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Como fica a sua credibilidade, Carla, ante mais esse dado falso (e artificialmente jogado para cima) sobre a realidade brasileira?
“Um país que é número 85 no ranking do desenvolvimento humano e onde 13 milhões de pessoas passam fome todo dia, e onde muitas e muitas pessoas morrem esperando por tratamento médico. Esse país precisa de mais estádios?”
Como está a tendência no Brasil?
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E nos Estados Unidos?
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Como vai a questão da fome, aqui?
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Você não me parece uma pessoa muito dada a buscar a verdade completa dos fatos, Carla.
Conhece um país onde mais gente passa fome do que no Brasil?
“Fome nos Estados Unidos é tema de documentário”
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Para ilustrar a situação brasileira quanto à Saúde, Carla apresenta um vídeo de uma médica revoltada com os políticos, por causa do excesso de pacientes e da falta de pessoal.
O Brasil é um dos poucos países do mundo que dá cobertura total a todos os seus cidadãos, através do Sistema Único de Saúde (SUS). O governo federal entra com a verba, e os municípios cuidam de sua aplicação. São 136 bilhões de reais aplicados somente no SUS, a cada ano.
Vamos comparar?
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Relato de um brasileiro, no mesmo site:
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Este relato é de uma brasileira que mora nos EUA, assim como você. Mas ela parece ser mais consciente da situação real.
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Quer mais?
“Cerca de 50 milhões de pessoas não são assistidas por nenhum seguro-saúde nos EUA, um país com uma população total de mais 310 milhões, segundo os últimos registros americanos.”
“O sistema de saúde dos EUA é o mais caro do mundo e 31° melhor em cobertura e assistência à população, segundo a Organização pela Cooperação Econômica e Desenvolvimento, a OECD.”
O Brasil tem cobertura total. Ver apenas o lado negativo das situações, sem contextualizá-las e sem comparar com os dados de outros países, denota intenção prévia de depreciação.
Duvido que você usasse esses dados para falar contra uma Copa do Mundo disputada nos Estados Unidos.
Falaremos mais das verbas para a Saúde, adiante.

5. A falácia do espantalho.

“Alguns políticos argumentam que a copa do mundo (sic) é o incentivo que (sic) o nosso país precisava para ficar melhor. Espera aí, o quê? Então a gente tem pagado (sic) impostos todos esses anos… Pra que (sic)? Que país precisa de um incentivo para cuidar das suas pessoas? De repente, há todo esse dinheiro pra construir estádios e a população é levada a crer que a copa do mundo (sic) é a mudança que (sic) eles tanto precisavam pra vida deles ficar melhor.”
Que políticos, Carla? Repare que você apresenta o argumento e depois baseia sua crítica inteiramente nele, numa espécie de ouvi-dizer-e-não-gostei.
Sabe como se chama essa técnica? A falácia do espantalho. Atribui-se um argumento falso (e frágil) ao adversário (“a Copa do Mundo é o  incentivo que (sic) o nosso país precisa para ficar melhor”), e depois, com facilidade, ataca-se o argumento. Repare como você repete duas vezes o verbo “precisar”, para estabelecer essa falsa conexão.
Ninguém fez nenhuma associação entre a Copa do Mundo e a melhoria geral de vida do brasileiro. Pelo contrário, a própria conquista desse direito (sediar a Copa do Mundo) foi vista como um resultado da melhor situação do país, nacional e internacionalmente, à época da escolha. E os investimentos nacionais e estrangeiros no evento, somados ao dinheiro trazido pelos turistas, foram vistos como um fator impulsionador, a mais, desse desenvolvimento.
A propósito, esta é mais uma falácia, Carla: tomar o efeito pela causa. Google nela.

6. As mentiras de Carla sobre o faturamento da Fifa e sobre os benefícios diretos e indiretos da Copa.

“Mas a verdade é que a maior parte do dinheiro gerada pelos jogos e estádios vai direto para a FIFA. E nós nem vemos esse dinheiro.”
Até para as mentiras há limite, Carla. A menos que você queira ser vista como uma mitômana (para quem não sabe, “mitômano” é alguém que tem a compulsão de mentir). Você realmente procurou saber, antes de afirmar? Pesquisou o montante dos lucros da Fifa, para compará-lo com o retorno obtido pelo país-sede?
Sabe quanto a Fifa lucrou com a Copa do Mundo disputada na África do Sul? 5 bilhões de reais. Isso. Veja aqui (e não se pode dizer que é uma notícia favorável ao Brasil).
Vamos fazer um cálculo? Segundo estudo conjunto da Fundação Getúlio Vargas e da firma Ernst & Young…
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A Fifa leva 5 bilhões, nós levamos 142 bilhões. É jogo ou não é? Quem leva a melhor?
Mais:
“E o dinheiro que vem de turistas e investidores vai direto para as mãos daqueles que já têm dinheiro. Então sim, talvez aquele homem vendendo sorvete na praia vai ter uma semana boa, mas o evento vai mesmo mudar a vida dele?”
De novo, aquele olhar de menina superior e má, enquanto o som da batucada indica os destinatários do desprezo explícito.
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Leu o subtítulo da manchete acima, Carla? “Serão gerados 3,63 milhões de empregos.” Acho que você viu fotos, por exemplo, dos trabalhadores construindo os estádios, não viu?
Todos os benefícios diretos e indiretos da Copa, para a população, são reduzidos por você a um benefício temporário para “aquele homem vendendo sorvete na praia”. Ele, o único beneficiário brasileiro da Copa do Mundo (além dos figurões). Preciso apontar o erro lógico? Uma dica: digite “apelo ao ridículo” no Google.
Agora pense na ocupação de apartamentos, hotéis, motéis, pensões. Soube do aumento no valor do aluguel? Pense nos gastos dos turistas com os taxistas e também nos restaurantes, nos bares, nas casas de shows, nos pontos turísticos. Pense nas viagens que os turistas farão para várias cidades do Brasil. Pense nos produtos que consumirão aqui e nos serviços de que precisarão durante a estada. Sabe como se movimenta uma economia, Carla? Com dinheiro circulando.
De novo: “mas o evento vai mesmo mudar a vida dele?”. Reparou na sua exigência absurda? Você aceitaria melhorar um pouco a sua vida, em vez de mudá-la totalmente? Quem não aceitaria?
Digite “exigência de perfeição” no Google, e você achará mais uma falácia… no seu vídeo. Em síntese: se não muda por completo a vida dessa pessoa, não serve. Depois informe-se:
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Investimento se avalia em relação ao retorno. Copa do Mundo é investimento, não despesa: vale pelo retorno. Alguém aí conhece algum investimento que dê um retorno de 5 a 6 vezes o valor investido?
Outro ponto importante. Nem tudo é dinheiro na vida. Provavelmente seus avós conviveram com o trauma do Maracanazo, em 1950. Seus pais, com a lembrança dolorosa desse fato. Sua geração, com a esperança de um dia “espantar esse fantasma”. É tão vergonhoso assim eliminar um trauma cultural? Você não gostaria de dar essa satisfação a seus parentes? Pinta um pouquinho de solidariedade brasileira no seu coração, quando pensa nisso?
E a festa do povo, Carla? E a projeção internacional do país? Veja isto, um indício do que acontecerá na Copa:
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Você já se americanizou tanto, Carla, a ponto de achar que só o dinheiro tem valor nesta vida? Tudo é uma contabilidade? Money?

7. As mentiras de Carla sobre as UPPs.

“As UPPs, unidades de polícia pacificadora, estão agora entrando (sic) nas favelas e removendo criminais (sic). Agora, pra onde vocês acham que eles estão levando esses criminais (sic) e por quanto tempo eles estarão (sic) afastados? No Brasil, isso se chama botar a sujeira debaixo do tapete. É uma solução temporária pra um problema muito mais profundo”.
Percebe a imagem que você passa do nosso país, ao falar essas mentiras num vídeo, em inglês? “Agora, pra onde vocês acham que eles estão levando esses criminais (sic) e por quanto tempo eles estarão afastados?” Lugar de criminoso é na prisão, Carla, e eles ficam lá o tempo necessário para pagar a pena, segundo a lei.
Vá numa comunidade pacificada. Faça esse discurso negativista. Critique as UPPs. Diga que é uma “solução temporária”. E tenha a coragem de ouvir a reação das pessoas livres das quadrilhas de criminosos.
São 34 UPPs instaladas somente no Rio de Janeiro. Mais 40 delas até 2014.
O resultado?
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Com as UPPs chegam os serviços básicos, abrem-se lojas, bancos instalam-se pela primeira vez nessas comunidades, criam-se pontos turísticos (já viu as fotos de celebridades estrangeiras visitando esses lugares?), elimina-se o problema da Gatonet e dos gatos de luz, a vida social se civiliza (leia as matérias).
Cidadania ainda diz alguma coisa para você, Carla?

8. A associação maldosa da alma nacional com a criminalidade.

Dessa parte eu tenho até vergonha. Mas vamos lá.
“Ainda mais. O que você acha que vem com samba, festa e dança?”
Como brasileiro, vou tentar responder. Consigo pensar em alegria, congraçamento, companheirismo, papo alegre, piadas e gozações, cerveja, azaração (as mulheres brasileiras são bonitas — você é bonita por ser brasileira, não esqueça), e tantas outras atividades que combinam com a natureza alegre e festiva do brasileiro e que fazem nosso povo ser apreciado pelos estrangeiros. Aliás, em nossas festas sempre cabe mais um, e eles, em especial, são bem recebidos.
Agora você responde:
“Drogas.”
O quê?!
“E de onde você acha que essas drogas vêm? Adivinha. Os criminais (sic) não podem ficar muito longe.”
Por essa eu não esperava. Você associa “samba, festa e dança” a… drogas? Traficantes? Criminosos? Sempre?
E, vem cá, não dá para perceber um pouquinho de preconceito social nessa sua associação, Carla? Você não consegue imaginar um ambiente festivo e popular no Brasil sem drogas e sem crimes, é isso?
Procure conhecer mais sobre a falácia denominada “apelo a preconceitos”. Dê um google.
Depois resolva esse problema com a sua consciência moral. Continuemos.

9. As mentiras de Carla sobre as desapropriações.

“Tem mais. Muitas pessoas estão sendo expulsas das suas casas para dar espaço (sic) às Olimpíadas e à copa do mundo (sic), contra a vontade delas (sic). As casas estão simplesmente sendo marcadas todos os dias (sic) e sendo destruídas. É assim que está sendo feito. Essas pessoas não recebem segurança (sic), dinheiro, ou qualquer garantia, elas são simplesmente expulsas.”
Mais mentiras, Carla. Veja bem o que você escreveu: “Essas pessoas não recebem segurança (sic), dinheiro, ou qualquer garantia, elas são simplesmente expulsas“.
Jura que você pesquisou e procurou se informar? Jura que foi responsável ao divulgar essa informação para todo o mundo, falando em inglês? Se jurar, é falsa.
Há alguns problemas com as desapropriações, sim, mas em todas os cidadãos afetados recebem indenização pelo valor de mercado. Quando há conflito, o Ministério Público Federal entra em ação para defender os moradores. Bem longe, portanto, da situação de terra de ninguém que você sugere com sua descrição.
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A prefeitura fornece assistência associal às pessoas desalojadas, visando a sua adaptação ao novo lar.
Algumas desapropriações estão sendo negociadas na Justiça desde 2009.
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É absurdo espalhar irresponsavelmente para o mundo que elas são simplesmente expulsas, como se imperasse a barbárie no Brasil. Pega-se um monte de gente, despeja-se num lugar qualquer, e estamos conversados. Muitos espectadores estrangeiros do seu vídeo podem agir de forma tão irresponsável quanto você, passando adiante essa informação falsa sem procurar checar sua validade.
Nem preciso dizer que considerar alguns casos (ou seja, a exceção) como o procedimento padrão (ou seja, a regra), é um erro lógico primário.

10. O caso do Museu do Índio, no Rio.

“Índios brasileiros foram também expulsos do lugar que costumava (sic) ser a casa deles e o centro cultural indígena.
“Eles tentaram protestar, mas foram covardemente feridos por policiais com bombas, sprays de pimenta entre outras coisas (sic).
“Agora o centro cultural indígena vai ser transformado no museu do comitê olímpico (sic).
“Que tipo de democracia é essa?”
Mais uma encarada com a carinha zangada.
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Decididamente, falta apego à verdade em seus relatos, Carla. Nem mesmo a amadora Wikipédia você consulta antes de expor fatos distorcidos.
O lugar que os 18 índios ocupavam eram o antigo Museu do Índio, no Rio de Janeiro. Em 2006, 20 índios ocuparam o prédio do Museu, inativo desde 1978, e lá formaram a chamada Aldeia Maracanã.
A desocupação à força, embora autorizada pela Justiça, foi um erro do governador Sérgio Cabral, sim (criticado pela ONU). Mas não há nenhuma previsão de construção de comitê algum no lugar. A demolição visa facilitar a mobilidade na área.
E este foi o único caso de conflito com indígenas por causa da Copa. A generalização apressada (“Que tipo de democracia é essa?”) também é uma falácia clássica, sabia?

11. As mentiras de Carla sobre os estádios e o emprego.

“Agora, não me entenda mal, eu acho que a copa (sic) e as olimpíadas (sic) são eventos ótimos, mas não são o que nosso país precisa agora.”
Quem disse que a Copa e as Olimpíadas são “o que nosso país precisa agora”? Já conversamos sobre o uso desse verbo. Depois, quem decide “o que a gente precisa”, Carla? Você, que está aí nos Estados Unidos (e parece conhecer muito pouco do que acontece aqui), ou nós?
“Olhem pras outras nações que sediaram a copa (sic), olhem para os custos para os custos de manter o que a gente construiu. Milhões, milhões por mês com o nosso (sic) dinheiro público.”
No vídeo, dois exemplos de desperdício: o centro de vôlei de praia em Pequim e o estádio para softball em Atenas. Duas andorinhas não fazem verão, mas para Carla dois exemplos definem uma argumentação.
“Dinheiro público” para manter o Maracanã? A Arena da Baixada? O Estádio Beira-Rio? O Mineirão? O Estádio Fonte Nova? Fale isso para os torcedores do Rio, Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador. Alguém explique a ela, por favor, o óbvio ululante.
Segue-se uma brilhante ilustração do pensamento digital, o famoso raciocínio tico-ou-teco, ou isso ou aquilo, porque os dois juntos, impossível. Em Lógica, esse artifício se denomina “falso dilema” ou “falsa dicotomia”. É uma falácia clássica.
“A gente não precisa de estádios, a gente precisa de educação. A gente não precisa que o Brasil impressione o mundo, a gente precisa que os brasileiros tenham comida e saúde. A gente não precisa de mais festas, a gente precisa de pessoas com trabalhos (sic) e vidas sustentáveis (sic).”
Um-dois, isso-ou-aquilo, tico-ou-teco. Campeonato de besteiras, Carla?
Mentes de pessoas inteligentes conseguem ir além dessa falsa dicotomia, dessa ilusória imposição de escolha entre duas opções. Ou estádios ou educação.  Ou impressionar o mundo ou comida e saúde. Ou mais festas ou “trabalhos e vidas sustentáveis (sic)”.
Falaremos de educação e saúde no próximo item.
Agora empregos.
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Enquanto isso…
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Percebeu como se faz, Carla? Tudo com fonte, nada de falar sobre o que não se sabe, nada de repetir argumentos vazios e memes desgastados.
Agora a melhor parte.

12. As mentiras de Carla sobre o uso alternativo dos recursos da Copa.

“Está provado, através dos bilhões que agora estamos gastando, que temos mais do que o suficiente para mudar nossa situação. Ou que pelo menos a gente tinha… Até a copa (sic) e as olimpíadas (sic).”
Este é o ponto. É a mesma noção equivocada reproduzida em centenas de cartazes nas manifestações. Mero resultado de uma brutal desinformação, arrogantemente exibida como exemplo de sabedoria pessoal. Vamos de novo, porque esta merece repeteco: “Está provado, através dos bilhões que agora estamos gastando, que temos mais do que o suficiente para mudar nossa situação”.
Vamos fazer umas continhas, Carla? Pegamos os 7 bilhões emprestados pelo governo federal para a construção dos estádios. Você viu aquele gráfico do Portal da Transparência, não viu? O governo federal não gastou um centavo com os novos estádios. Ele emprestou dinheiro para estados e municípios, dinheiro que voltará aos cofres públicos. Mas vamos considerar esses 7 bilhões como gasto federal.
O governo federal gasta, só com o SUS (Sistema Único de Saúde), 136 bilhões de reais por ano. Quanto dá, então? Nem um mês de SUS (equivalente a 11 bilhões de reais).
O portal UOL afirma que houve, sim, um gasto sem retorno da parte do governo federal: 1,1 bilhão de reais.
A notícia foi desmentida, com dados, pelo Palácio do Planalto (é um comportamento ético mostrar os dois lados de uma questão, viu, Carla?).
Vamos esquecer o desmentido. Digamos que o governo tenha gasto realmente 1,1 bilhão de reais, sem volta. Quanto dá? Nem o investimento de três dias no SUS.
O.K. Agora vamos exagerar: tudo. Peguemos os 26 bilhões de reais gastos com a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, fingindo que os 19 bilhões investidos em aeroportos, infraestrutura e mobilidade urbana não são úteis ao país. Quanto dá? Menos que dois meses e meio de SUS.
É esse montante que vai mudar nossa situação, Carla? É isso que vai resolver os problemas da saúde, da educação, da segurança e do transporte? É esse gasto que nos impede de resolver esses problemas agora, como você sugere em: “Ou que pelo menos a gente tinha”?.
Entendeu? Ou será que você, além de não gostar de pesquisar no Google, não se interessar pela veracidade das informações, não se preocupar em transmitir os fatos com precisão e não demonstrar apreço pela Lógica, também não sabe fazer contas?
Opa! Que burro sou eu! Esqueci que aquele total de 26 bilhões refere-se a um gasto de 7 anos (2007-2014). Quanto será mesmo o total gasto pelo governo federal somente no SUS, durante 7 anos? 910 bilhões de reais. É, realmente, agora eu me convenci: mais 26 bilhões em 7 anos (menos de 4 bilhões por ano) resolveriam todos os problemas do Brasil…
Nem tudo é dinheiro, Carla. Veja estes dados (percentual do PIB investido na educação):
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O Brasil, comparativamente, investe mais do que os Estados Unidos em educação. O problema é a qualidade do ensino. Você errou de novo o alvo. Não se trata de dinheiro.
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A propósito, sabe quanto foi o PIB nacional em 2012? R$4,4 trilhões.
Mais uma continha, então (nesta eu vou ter de pedir ajuda à calculadora do computador): 250 bilhões de reais por ano investidos na educação. É… aqui também, mais 26 bilhões em 7 anos resolveriam todos os nossos problemas…
A propósito, Carla, o seu “está provado”, que não provou nada, é… adivinha? Isso, uma falácia:  o apelo à autoridade anônima. Quem provou?
Abaixo, um meme típico da Era da Desinformação.
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13. Mais equívocos de Carla.

“…eu sei que a informação [deste vídeo] precisa ser passada e que não há vídeos suficientes, não há informação suficiente.”
Há informação suficiente, Carla. Agora, se você e outros jovens não se interessam em procurar essa informação, não se dispondo a uma simples busca no Google antes de fazer afirmações categóricas e equivocadas, de quem é a culpa?
A informação que precisa ser passada não é esse amontoado de mentiras e imprecisões do seu vídeo. São os fatos.
“E é hora da gente começar a pensar nas nossas prioridades e no que realmente importa.”
Essas prioridades já foram “pensadas” há muito tempo, Carla. Elas estão sendo praticadas. Por que você acha que o Brasil evoluiu tanto nos últimos 10 anos? Quebramos três vezes no Governo FHC, mesmo tendo vendido quase todo o patrimônio nacional. Hoje, o Brasil é credor do FMI, vive uma época de pleno emprego, tem a inflação controlada em torno de 6%, ganha destaque por suas conquistas em organismos internacionais e…
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Por que tudo isso? Porque ele definiu essas prioridades há muito: inclusão e desenvolvimento. Inclusão por meio de programas como o Bolsa Família.
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O Bolsa-Família foi adotado por México, Venezuela, Bolívia, Peru, Equador, África do Sul, Gana, Egito, Turquia, Paquistão, Bangladesh e Indonésia, entre outros países. Resultado (dessa e de outras medidas): surgiu, no Brasil, a nova classe média.
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Isso é desenvolvimento, também. E na educação?
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Inclusão também por meio das cotas sociais.
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Programas sociais melhoram a vida da população, Carla.
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Há muito mais. Basta você querer procurar.

14. A montagem do final do vídeo e a proposta irresponsável de Carla.

O final do vídeo é constrangedor: uma montagem amadora em que o discurso da presidenta Dilma, saudando os dirigentes da Fifa e mencionando avanços no país, é ilustrado tendenciosamente com cenas de pobreza, violência policial, descaso na área da saúde, criminosos presos, enchentes (!), ou seja, tudo de ruim — uma espécie de contraparte dos clichês positivos apresentados depreciativamente no início do vídeo. Nos clichês negativos, o fecho da mensagem subliminar do vídeo: O que o Brasil tem de bom não presta, e o que não presta é o que ele supostamente tem de bom.
A intenção de Carla é clara: provar que o Brasil não deveria sediar a Copa de 2014.
O.K. Vamos fingir que ela foi bem-sucedida. Você já fez um contrato, Carla? Então sabe que em todo contrato há uma cláusula relativa ao não cumprimento das obrigações. Sabia que o contrato da Copa já foi assinado, e que se o Brasil deixar de realizá-la, além de perder tudo o que iria ganhar com o torneio, terá de indenizar a Fifa, os detentores dos direitos de transmissão e os anunciantes? Já calculou quanto seria isso tudo?
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Além, obviamente, da humilhação internacional que o cancelamento geraria, e da pecha de “incompetente” que seria associada não ao Governo, Carla, mas ao povo. Não é isso que pensaríamos se a Copa fosse cancelada em outro país?
Repare como é curioso. Você afirma ser absurdo o lucro da Fifa, mas quer, com esse cancelamento, dobrar ou triplicar os lucros da entidade com a Copa de 2014… às nossas custas. Você afirma estar preocupada com os gastos do Brasil, mas sua “solução” daria um prejuízo gigantesco aos cofres públicos. Mais uma irresponsabilidade, Carla?
Sério mesmo, se há uma pessoa que tenha o mais intenso ódio ao nosso povo, dificilmente ela desejará as consequências danosas que sua proposta inevitavelmente geraria aos brasileiros.

Conclusão

Você, Carla, não contou a verdade integral em nenhuma (0%) das informações que apresentou nas argumentações de seu vídeo. Não teve sequer o cuidado de usar o Google, afirmação que posso fazer porque a maioria dos desmentidos às suas falsidades aparece na primeira página de resultados.
Repare também que em mais de 6 minutos de vídeo não há sequer uma menção positiva ao nosso país. Tudo é negativo, tudo é ruim, nada presta. Vídeo perfeito para reforçar o complexo de vira-latas de muitos brasileiros e para  incentivá-los a manifestações masoquistas de desprezo à própria pátria. Já leu os comentários no YouTube? Talvez dessa festa agressiva você goste, já que a festa bonita da nossa gente você despreza.
Quantos espectadores estrangeiros do vídeo em inglês darão crédito à sua visão pejorativa e distorcida do Brasil, porque você se apresenta como brasileira, porque você tem boa apresentação, porque você recheou o vídeo de técnicas de convencimento, porque você usou seu conhecimento profissional de edição para conseguir o melhor efeito — e porque não terão acesso ao contraditório também em inglês?
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Os investidores estrangeiros, aqueles que dependem de uma avaliação equilibrada da situação em nosso país para tomar decisões, têm opinião bem diferente da sua. Eles são obrigados a lidar com fatos.
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Qual a razão de tanto ódio pelo nosso país, Carla, ainda que travestido de preocupação bondosa com ele?
Você demonstrou que não entende nada de Brasil e do tema do vídeo. Por caridade, omitirei o meu julgamento sobre seus dotes intelectuais. Mas fico à espera de um segundo vídeo, em que, responsavelmente, você reconheça os erros que cometeu no primeiro. Prefiro crer que esses erros crassos de informação tenham sido resultado da sua natural empolgação, própria da idade. Tempo não faltou, já que você conseguiu as imagens que desejava, não é mesmo?
Agora, se não houver um segundo vídeo, Carla, serei forçado a concluir que, na verdade, esses erros não foram erros, mas enganações, e que eles foram resultado da sua má-fé.
E concluirei também que nosso país já produziu pessoas melhores.
No Curso Básico de Jornalismo Manipulativo