sábado, 16 de fevereiro de 2013

Vítimas de exploração sexual de Altamira-PA estão sendo atendidas pela Secretaria de Direitos Humanos

14/FEV/13 - Vitimas de exploração sexual de Altamira-PA estão sendo atendidas pela Secretaria de Direitos Humanos
Foto: Repórter Brasil
A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), por meio de sua Ouvidoria e do Centro de Referencia em Direitos Humanos de Altamira, acompanha desde a noite desta quarta-feira (13) a operação da Polícia Civil e do Conselho Tutelar do município paraense, que encontrou 14 mulheres e uma travesti em situação de escravidão e cárcere privado, em dois prostíbulos da região.
 
A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, conversou nesta quinta-feira (14), por telefone, com a conselheira tutelar que recebeu a denúncia, Lucenilda Lima, e com o delegado responsável pela operação, Rodrigo Spessato,  para obter todas as informações referente ao caso, que foi denunciado por uma adolescente de 16 anos, que também era explorada sexualmente no local. 
Durante a conversa, a ministra parabenizou a ação imediata do Conselho Tutelar e da Polícia Civil da região, que foi determinante para a agilidade na libertação das mulheres, e ofereceu apoio e proteção à conselheira, caso ela venha sofrer qualquer tipo de ameaça no decorrer das investigações. 
A Ouvidoria e o Centro de Referência da SDH na região já iniciaram o atendimento a todas as vítimas, garantindo acolhimento e atendimento psicológico, em especial à  adolescente que denunciou o caso. Assim que foram libertadas,  todas as vítimas foram encaminhas para um local seguro. A SDH vai viabilizar a retirada imediata das mulheres do local e monitorar os desdobramentos do caso. 
 
Operação  - A operação da Polícia Civil de Altamira (PA)  foi realizada na noite desta quarta (13), após denúncia de uma garota de 16 anos, que conseguiu fugir. A adolescente procurou a conselheira do Conselho Tutelar, Lucenilda Lima, que acionou a polícia. De acordo com o delegado Rodrigo Spessato, as mulheres eram confinadas em pequenos quartos sem janelas e ventilação, com apenas uma cama de casal. Cadeados do lado de fora trancavam as portas Elas tinham entre 18 e 20 anos – além da jovem de 16, e eram provenientes do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. De acordo com o delegado, em depoimentos, as vítimas afirmaram que podiam ir à cidade de Altamira uma vez por semana, por uma hora, mas eram vigiadas pelos funcionários da boate.
 
Ouvidoria – Com o objetivo de apoiar vítimas de violações de Direitos Humanos, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República mantem em Altamira uma unidade da Ouvidoria de Direitos Humanos, que funciona na Casa de Governo, do Governo Federal. Na região, também funciona um Centro de Referencia em Direitos Humanos e o uma equipe do PAIR (Programa de Ações Integradas e Referenciais de Enfrentamento à Exploração Sexual Infanto/Juvenil) que atua no combate à violência sexual de crianças e adolescentes.
 

Luar do Sertão, cantado por Marlene Dietrich!!!

Quando Marlene Dietrich esteve no Brasil em 1959, ela cantou a famosa canção do cancioneiro brasileiro, Luar do Sertão.

A história secreta da renúncia do papa

Por Eduardo Febbro, na Carta Maior
Os especialistas em assuntos do Vaticano afirmam que o Papa Bento XVI decidiu renunciar em março passado, depois de regressar de sua viagem ao México e a Cuba. Naquele momento, o papa, que encarna o que o diretor da École Pratique des Hautes Études de Paris (Sorbonne), Philippe Portier, chama “uma continuidade pesada” de seu predecessor, João Paulo II, descobriu em um informe elaborado por um grupo de cardeais os abismos nada espirituais nos quais a igreja havia caído: corrupção, finanças obscuras, guerras fratricidas pelo poder, roubo massivo de documentos secretos, luta entre facções, lavagem de dinheiro. O Vaticano era um ninho de hienas enlouquecidas, um pugilato sem limites nem moral alguma onde a cúria faminta de poder fomentava delações, traições, artimanhas e operações de inteligência para manter suas prerrogativas e privilégios a frente das instituições religiosas.
Muito longe do céu e muito perto dos pecados terrestres, sob o mandato de Bento XVI o Vaticano foi um dos Estados mais obscuros do planeta. Joseph Ratzinger teve o mérito de expor o imenso buraco negro dos padres pedófilos, mas não o de modernizar a igreja ou as práticas vaticanas. Bento XVI foi, como assinala Philippe Portier, um continuador da obra de João Paulo II: “desde 1981 seguiu o reino de seu predecessor acompanhando vários textos importantes que redigiu: a condenação das teologias da libertação dos anos 1984-1986; o Evangelium vitae de 1995 a propósito da doutrina da igreja sobre os temas da vida; o Splendor veritas, um texto fundamental redigido a quatro mãos com Wojtyla”. Esses dois textos citados pelo especialista francês são um compêndio prático da visão reacionária da igreja sobre as questões políticas, sociais e científicas do mundo moderno.
O Monsenhor Georg Gänsweins, fiel secretário pessoal do papa desde 2003, tem em sua página web um lema muito paradoxal: junto ao escudo de um dragão que simboliza a lealdade o lema diz “dar testemunho da verdade”. Mas a verdade, no Vaticano, não é uma moeda corrente. Depois do escândalo provocado pelo vazamento da correspondência secreta do papa e das obscuras finanças do Vaticano, a cúria romana agiu como faria qualquer Estado. Buscou mudar sua imagem com métodos modernos. Para isso contratou o jornalista estadunidense Greg Burke, membro da Opus Dei e ex-integrante da agência Reuters, da revista Time e da cadeia Fox. Burke tinha por missão melhorar a deteriorada imagem da igreja. “Minha ideia é trazer luz”, disse Burke ao assumir o posto. Muito tarde. Não há nada de claro na cúpula da igreja católica.
A divulgação dos documentos secretos do Vaticano orquestrada pelo mordomo do papa, Paolo Gabriele, e muitas outras mãos invisíveis, foi uma operação sabiamente montada cujos detalhes seguem sendo misteriosos: operação contra o poderoso secretário de Estado, Tarcisio Bertone, conspiração para empurrar Bento XVI à renúncia e colocar em seu lugar um italiano na tentativa de frear a luta interna em curso e a avalanche de segredos, os vatileaks fizeram afundar a tarefa de limpeza confiada a Greg Burke. Um inferno de paredes pintadas com anjos não é fácil de redesenhar.
Bento XVI acabou enrolado pelas contradições que ele mesmo suscitou. Estas são tais que, uma vez tornada pública sua renúncia, os tradicionalistas da Fraternidade de São Pio X, fundada pelo Monsenhor Lefebvre, saudaram a figura do Papa. Não é para menos: uma das primeiras missões que Ratzinger empreendeu consistiu em suprimir as sanções canônicas adotadas contra os partidários fascistóides e ultrarreacionários do Mosenhor Levebvre e, por conseguinte, legitimar no seio da igreja essa corrente retrógada que, de Pinochet a Videla, apoiou quase todas as ditaduras de ultradireita do mundo.
Bento XVI não foi o sumo pontífice da luz que seus retratistas se empenham em pintar, mas sim o contrário. Philippe Portier assinala a respeito que o papa “se deixou engolir pela opacidade que se instalou sob seu reinado”. E a primeira delas não é doutrinária, mas sim financeira. O Vaticano é um tenebroso gestor de dinheiro e muitas das querelas que surgiram no último ano têm a ver com as finanças, as contas maquiadas e o dinheiro dissimulado. Esta é a herança financeira deixada por João Paulo II, que, para muitos especialistas, explica a crise atual.
Em setembro de 2009, Ratzinger nomeou o banqueiro Ettore Gotti Tedeschi para o posto de presidente do Instituto para as Obras de Religião (IOR), o banco do Vaticano. Próximo à Opus Deis, representante do Banco Santander na Itália desde 1992, Gotti Tedeschi participou da preparação da encíclica social e econômica Caritas in veritate, publicada pelo papa Bento XVI em julho passado. A encíclica exige mais justiça social e propõe regras mais transparentes para o sistema financeiro mundial. Tedeschi teve como objetivo ordenar as turvas águas das finanças do Vaticano. As contas da Santa Sé são um labirinto de corrupção e lavagem de dinheiro cujas origens mais conhecidas remontam ao final dos anos 80, quando a justiça italiana emitiu uma ordem de prisão contra o arcebispo norteamericano Paul Marcinkus, o chamado “banqueiro de Deus”, presidente do IOR e máximo responsável pelos investimentos do Vaticano na época.
João Paulo II usou o argumento da soberania territorial do Vaticano para evitar a prisão e salvá-lo da cadeia. Não é de se estranhar, pois devia muito a ele. Nos anos 70, Marcinkus havia passado dinheiro “não contabilizado” do IOR para as contas do sindicato polonês Solidariedade, algo que Karol Wojtyla não esqueceu jamais. Marcinkus terminou seus dias jogando golfe em Phoenix, em meio a um gigantesco buraco negro de perdas e investimentos mafiosos, além de vários cadáveres. No dia 18 de junho de 1982 apareceu um cadáver enforcado na ponte de Blackfriars, em Londres. O corpo era de Roberto Calvi, presidente do Banco Ambrosiano. Seu aparente suicídio expôs uma imensa trama de corrupção que incluía, além do Banco Ambrosiano, a loja maçônica Propaganda 2 (mais conhecida como P-2), dirigida por Licio Gelli e o próprio IOR de Marcinkus.
Ettore Gotti Tedeschi recebeu uma missão quase impossível e só permaneceu três anos a frente do IOR. Ele foi demitido de forma fulminante em 2012 por supostas “irregularidades” em sua gestão. Tedeschi saiu do banco poucas horas depois da detenção do mordomo do Papa, justamente no momento em que o Vaticano estava sendo investigado por suposta violação das normas contra a lavagem de dinheiro. Na verdade, a expulsão de Tedeschi constitui outro episódio da guerra entre facções no Vaticano. Quando assumiu seu posto, Tedeschi começou a elaborar um informe secreto onde registrou o que foi descobrindo: contas secretas onde se escondia dinheiro sujo de “políticos, intermediários, construtores e altos funcionários do Estado”. Até Matteo Messina Dernaro, o novo chefe da Cosa Nostra, tinha seu dinheiro depositado no IOR por meio de laranjas.
Aí começou o infortúnio de Tedeschi. Quem conhece bem o Vaticano diz que o banqueiro amigo do papa foi vítima de um complô armado por conselheiros do banco com o respaldo do secretário de Estado, Monsenhor Bertone, um inimigo pessoal de Tedeschi e responsável pela comissão de cardeais que fiscaliza o funcionamento do banco. Sua destituição veio acompanhada pela difusão de um “documento” que o vinculava ao vazamento de documentos roubados do papa.
Mais do que querelas teológicas, são o dinheiro e as contas sujas do banco do Vaticano os elementos que parecem compor a trama da inédita renúncia do papa. Um ninho de corvos pedófilos, articuladores de complôs reacionários e ladrões sedentos de poder, imunes e capazes de tudo para defender sua facção. A hierarquia católica deixou uma imagem terrível de seu processo de decomposição moral. Nada muito diferente do mundo no qual vivemos: corrupção, capitalismo suicida, proteção de privilegiados, circuitos de poder que se autoalimentam, o Vaticano não é mais do que um reflexo pontual e decadente da própria decadência do sistema.
Tradução: Katarina Peixoto

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Bebês entendem gramática de idiomas distintos, diz estudo


Bebê. BBC
De: BBC
Os bebês conseguem identificar palavras auxiliares e então entender como funciona a estrutura da frase
Um estudo realizado por linguistas do Canadá e da França indica que os bebês de sete meses já conseguem perceber a diferença entre estruturas gramaticais de idiomas distintos ao crescerem em famílias bilíngues.
De acordo com a pesquisa, os bebês, ao prestarem atenção na duração e no tom das palavras, percebem a estrutura de uma frase, incluindo verbo e objeto, em idiomas distintos.
Para tanto, eles usam palavras auxiliares como preposições e artigos, de pouco ou nenhum significado "como uma âncora para segmentar o discurso em trechos sinteticamente relevantes, dos quais a ordem básica de palavras de uma língua pode ser deduzida", diz o estudo.
No teste foi estudada a compreensão que os bebês têm de línguas com estrutura verbo-objeto (como o inglês e línguas latinas) e línguas com estrutura objeto-verbo (como o japonês).

Preposições e artigos

As cientistas Judit Gervain, da Universidade Paris Descartes, da França, e Janet Werker, da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, aplicaram testes em 24 bebês de sete meses "bilíngues", expostos a duas línguas em casa, e 47 "monoglotas", expostos a apenas uma língua.
As crianças ouviram várias frases e tiveram o comportamento monitorado, para verificar se elas tinham algum tipo de compreensão do que ouviam.
O estudo, divulgado pela publicação científica Nature Communications, diz que os bebês monoglotas conseguem identificar a estrutura verbo-objeto ao identificar palavras auxiliares como preposições e artigos.
Crianças bilíngues foram submetidas a testes similares. O exame mostrou que há diferenças na forma como elas identificam os sons, mas os resultados finais foram parecidos. O estudo concluiu que elas conseguem identificar igualmente a estrutura das frases.
"Apreender a gramática em um ambiente bilíngue onde duas línguas tem a ordem das palavras de forma diferente, como o inglês e o japonês, é uma tarefa ainda mais desafiadora", diz o artigo. "Os mecanismos que crianças bilíngues usam para resolver esse problema ainda é desconhecido."
"Como a maioria da população mundial está exposta a várias línguas desde o nascimento, um melhor entendimento de seu desenvolvimento cognitivo pode ter impacto considerável nas políticas sociais e educativas no mundo", diz o artigo

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Advogado de sócio da Kiss, deputado deixa comando de comissão no RS

Empresário Mauro Hoffmann, um dos donos da Boate Kiss, está preso preventivamente Foto: Nabor Goulart / Agência Freelancer
Mauro Hoffmann, um dos donos da Boate Kiss, preso preventivamente Foto: Nabor Goulart/Ag.Freelancer            

Jorge Pozzobom (PSDB) atuou na defesa de Mauro Hoffmann em processo envolvendo outra casa noturna do empresário

Instalada na tarde desta quinta-feira pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, a comissão montada por deputados gaúchos para acompanhar a investigação do incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria, já foi alvo de polêmica. Horas após assumir a coordenação da Comissão de Representação Externa, o deputado Jorge Pozzobom (PSDB) deixou o cargo após ser noticiada a sua atuação como advogado de um dos sócios da casa noturna, Mauro Hoffmann, em um processo envolvendo outro negócio do empresário.
No fim da tarde, o presidente da Assembleia, Pedro Westphalen (PP), informou que Pozzobom seria substituído pelo deputado Paulo Odone (PPS), 1º vice-presidente da Casa. "Entramos em contato com o deputado Pozzobom e chegamos a um acordo de que a permanência dele certamente prejudicaria o bom andamento dos trabalhos, que têm que ser céleres e trazer resultados para a sociedade. Por isso, o deputado declinou de participar da comissão", afirmou Westphalen, ressaltando que foi Pozzobom quem tomou a iniciativa de se afastar.
Segundo Westphalen, a mudança ocorreu após tomar conhecimento, por meio da imprensa, de que Pozzobom havia sido advogado de Hoffmann em um processo envolvendo outra casa noturna do empresário em Santa Maria, a boate Absinto. O presidente da Assembleia argumentou que não tinha conhecimento do fato quando indicou Pozzobom para coordenar a comissão.
De: Terra

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Funcionária da RBS é indenizada por restrição ao uso do banheiro

A 3ª turma do TRT da 4ª região reformou sentença que negou reparação a uma ex-funcionária do jornal Zero Hora, do Grupo RBS, impedida de usar livremente o banheiro.
A operadora de telemarketing se também disse ter sido vítima de ‘‘terrorismo psicológico’’ na cobrança de metas de vendas, pela exposição ostensiva do relatório interno de produtividade individual e pela exposição dos resultados individuais em mural do setor.
Para o juiz da 16ª vara do Trabalho de Porto Alegre, os depoimentos das testemunhas arroladas por empregado e empregador, praticamente, anulam-se mutuamente. ‘‘Assim, a prova produzida pela autora restou refutada por contraprova da mesma natureza, não havendo elementos suficientes para valorar algum dos depoimentos em detrimento do outro’’, concluiu.
A desembargadora Maria Madalena Telesca, que relatou os recursos, afirmou que a prova oral mostrou que os empregados do setor de telemarketing eram obrigados, por imposição de regra, a pedir autorização do fiscal para irem ao banheiro.
A desembargadora-relatora apurou que a empresa limitou o uso do banheiro em cinco minutos durante a jornada. A empresa afirmava que o sistema de ligações, por ser ininterrupto, impedia que os funcionários se ausentassem. Também foi apurado que a autora foi cobrada pela chefia quando se ausentou para ir ao banheiro.
A relatora modificou a sentença para condenar o Grupo RBS em danos morais em R$ 5 mil.
 Processo : 0139900-02.2009.5.04.0016
De: Migalhas

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Vendo a Mangueira entrar. "Sei lá"

"Ver a Mangueira entrar" ao lado de "É pavê ou pá come?", é o gracejo mais óbvio, repetido anualmente por milhões de brasileiros. "Pavê" no Natal, Mangueira" no Carnaval. Olhando o desfile da Mangueira neste ano é forçoso constatar que, apesar do milagre que a escola fez com um enredo tão fraquinho, deve ficar longe do campeonato mais uma vez. Como bom "vouyeur do carnaval" apenas observo e procuro informações. Nessa procura, encontrei a excelente página Cultura Brasil, que, entre outras coisas, tinha uma playlist com músicas de exaltaçaço à Mangueira. Na lista, encontrei a mais bela música feita em homenagem à Mangueira: "Sei lá, Mangueira, composta pelo portelense Paulinho da Viola, juntamente com Hermínio Bello de Carvalho. A música é, realmente uma obra prima e explica porque Paulinho da Viola é chamado "filósfo do samba", só ou em parceria.
Lá pelas tantas, ele nos diz :
"Que a vida não é só isso que se vê
É um pouco mais
Que os olhos não conseguem perceber
E as mãos não ousam tocar
E os pés recusam pisar"
Abaixo, Elizeth Cardoso cantando "Sei lá, Mangueira" numa batida de Jazz; simplesmente brilhante, Divina!


Os escândalos e polêmicas do pontificado de Bento 16

Papa (Foto Reuters)

De: BBC
Bento 16 teve de lidar com os escândalos de pedofilia na Igreja
Iniciado em 2005, o curto pontificado do Papa Bento 16 foi marcado por várias polêmicas e alguns escândalos.
Declarações do próprio pontífice provocaram críticas de muçulmanos, judeus, ativistas de defesa de direitos civis e autoridades médicas – estes últimos especialmente preocupadas com sua condenação do uso de preservativos.
Entre os escândalos, ele teve de lidar com acusações de que o Vaticano teria ajudado a acobertar casos de pedofilia e, mais recentemente, um escândalo desatado pelo vazamento de documentos sigilosos que faziam referência à corrupção nos negócios da Igreja Católica com empresas italianas.
Abaixo, confira alguns dos mais controversos episódios do seu pontificado:

Declarações sobre Maomé

Em 2006, em um discurso na Universidade de Ratisbona, Bento 16 fez uma declaração sobre Maomé que levou a uma série de protestos em países e comunidades islâmicas.
Na ocasião, durante uma palestra intitulada "Fé, Razão e a Universidade", o papa citou o que seria, segundo ele, uma frase do imperador bizantino Manuel 2º Paleologus sobre a prática de espalhar a fé com violência: "Mostre-me o que Maomé trouxe de novo, e lá você encontrará apenas coisas más e desumanas, como o seu comando de espalhar pela espada a fé que ele pregava".
A declaração foi repudiada em todo o mundo muçulmano.
Em Nablus, na Cisjordânia, duas igrejas foram atacadas com bombas. O governo do Paquistão pediu explicações para o embaixador do Vaticano no país e até o Parlamento europeu aprovou uma resolução recriminando o papa.
"É lamentável que o líder religioso dos cristãos tenha tão pouco conhecimento do Islã, e que fale sem vergonha disso", disse na época o clérigo iraniano Ahmad Khatam.

Discurso em Auschwitz

Durante uma visita ao local onde ficava o mais conhecido campo de concentração nazista na Polônia, em maio de 2006, Bento 16 atribuiu a culpa do Holocausto a "um bando de criminosos" que teriam "abusado" do povo alemão.
As declarações em Auschwitz foram censuradas por importantes figuras da comunidade judaica, para quem as palavras do pontífice teriam reduzido a responsabilidade de aliados e cúmplices do nazismo.
O presidente da União de Comunidades Judaicas Italianas, Claudio Morpurgo, se disse "perplexo" com a declaração de Bento 16 - primeiro papa alemão desde o século 11 - e o grande rabino de Roma, Riccardo di Segni, classificou o discurso como "problemático".

Preservativos

Durante uma visita a África, em Março de 2009, Bento 16 criticou a distribuição de camisinha para combater o problema da Aids no continente, que concentra 75% das mortes pela doença no mundo.
“O problema da Aids é uma tragédia que não pode ser derrotada só com dinheiro ou pela distribuição de preservativos - que até pode agravar o problema”, disse o pontífice, ao conversar com jornalistas no avião, a caminho da capital de Camarões.
A Igreja católica prega que a castidade e a abstinência são a melhor maneira de combater a Aids e, segundo o papa, "a única solução" para o problema seria uma mudança "espiritual" que faria as pessoas adotarem um "comportamento correto em relação ao corpo".
As declarações provocaram protestos de entidades médicas e organizações de combate a Aids.
Pedro Chequer, por exemplo, representante no Brasil no órgão da ONU para o combate à doença, chegou a classificar o discurso de Bento 16 como "genocida".

Pedofilia

As denúncias mais graves de pedofilia na igreja atingiram seu auge em 2009 e 2010. Segundo elas, dioceses locais e o próprio Vaticano foram cúmplices no acobertamento de inúmeros casos de pedofilia, hesitando em punir padres pedófilos e às vezes mudando-os para postos nos quais continuaram a praticar abusos.
Enquanto algumas autoridades católicas inicialmente qualificaram as acusações de serem parte de uma campanha contra a Igreja, o papa aceitou a responsabilidade pelos episódios, falando em "pecados dentro da Igreja".
Bento 16 encontrou vítimas e emitiu pedidos de desculpas inéditos. Enfatizou que os bispos notifiquem os casos de abusos e introduziu novas regras para apressar a apuração de denúncias de pedofilia.
Para os simpatizantes de Bento 16, ele foi o papa que mais agiu contra os abusos.
Críticos, porém, dizem que foi necessário um bom tempo para que o alemão compreendesse a seriedade dos crimes que lhe eram notificados e ele permitiu que os abusos ficassem sem resposta por anos para evitar arranhar a imagem da Igreja.

Corrupção

No ano passado, um escândalo foi desatado pelo vazamento de uma série de documentos do Vaticano sugerindo episódios de corrupção e lutas internas pelo poder nas altas esferas da Igreja Católica.
Alguns dos documentos teriam sido retirados do apartamento do próprio Bento 16, e o mordomo do papa, Paolo Gabriele, foi preso, acusado de conexão com o caso.
Gabriele, que teria entregue os documentos a um jornalista, disse que sua intenção era expôr a corrupção e as perversidades do Vaticano.
Ele foi condenado a 18 meses de prisão por roubo de documentos oficiais, mas foi "perdoado" pelo papa.
Outro empregado do Vaticano, Claudio Sciarpelletti, também foi condenado e perdoado pelo pontífice.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Um Papa cercado por lobos (?)


O Papa Bento XVI na missa em que ordenou 22 novos cardeais, no último sábado, no Vaticano: vazamentos revelam luta pela sucessão do Pontífice
Foto: AFPPablo Ordaz do El País Publicado:  

O Papa Bento XVI na missa em que ordenou 22 novos cardeais, no último sábado, no Vaticano: vazamentos revelam luta pela sucessão do Pontífice AFP
ROMA — Contam que perguntaram, em certa ocasião, a João Paulo II: “Sua Santidade, quanta gente trabalha no Vaticano?” A que o polonês Karol Vojtyla, que foi pontífice entre 1978 e 2005, respondeu com ironia: “Mais ou menos a metade...” Agora já sabemos — continuando com o que, na verdade, não era nem é tão piada assim — a que se dedica a outra metade.
De umas semanas para cá, o Vaticano vive em comoção por conta de uma série de documentos vazados, que levaram o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, a admitir que a Igreja está sofrendo seu particular VatiLeaks — uma menção ao WikiLeaks.
A publicação de uma denúncia interna de corrupção e de um complô para matar Bento XVI deixam a descoberto as lutas de poder diante da possível iminência do fim de seu papado. Embora seja o representante de Deus na Terra, Joseph Ratzinger é, na realidade, um homem doente, às vésperas de completar 85 anos. Ou, nas palavras usadas pelo jornal “L’Osservatore Romano”, “um pastor rodeado de lobos”.
Os lobos em questão, embora se vistam com roupas vermelhas, se excitam com o sangue. E o pastor Ratzinger já avisou, há dois anos — em entrevista a Peter Seewald convertida em livro — que “quando um Papa alcança a clara consciência de não estar bem física e espiritualmente para levar adiante o encargo a ele confiado, então tem o direito — e, em algumas circunstâncias, também o dever — de se demitir. Pensaria Bento XVI em dar este passo coincidindo com o dia do seu aniversário de 85 anos — em 16 de abril — ou com o sétimo aniversário de seu papado — três dias depois?
Talvez apenas ele e Deus o saibam, mas o que parece estar muito claro é que, diante de tal possibilidade, os candidatos a sua sucessão já começaram a lutar como homens por um posto divino. E, para ser ainda mais preciso, como homens italianos. Tanto os nomes que ilustram essa história de intrigas e golpes baixos, como as armas escolhidas para o duelo são totalmente locais.
Há ainda uma outra razão de peso. O trono de Pedro vem sendo ocupado por um estrangeiro desde 1978. Já não seria a hora de o Espírito Santo voltar seu olhar para um cardeal italiano na próxima reunião na Capela Sistina?
A luta pelo poder no seio da Igreja está se desenrolando — de forma inédita e dolorosa para muitos verdadeiros homens de fé — nas páginas dos jornais diários. Como se se tratasse do último escândalo de Silvio Berlusconi.
O primeiro golpe chegou com a divulgação, por meio de um programa de televisão, de uma carta do arcebispo Carlos Maria Vigano, atual núncio nos Estados Unidos, na qual contava ao Papa diversos casos de corrupção dentro do Vaticano e pedia para ser afastado de seu então cargo como secretário geral do governo — departamento que se encarrega de licitações e abastecimentos. Vigano foi, de fato, enviado para longe de Roma, assumindo o cargo nos EUA.
O segundo vazamento revelava um suposto complô para matar o Pontífice. O jornal “Il fatto quotidiano” publicou uma carta bem recente enviada a Bento XVI pelo cardeal colombiano Dario Castrillón Hoyos, na qual contava que o cardeal italiano Paolo Romeo, arcebispo de Palermo (na Sicília), havia realizado uma viagem à China, durante a qual teria comentado: “O Papa morrerá em 12 meses.”
Mas não foi só isso. Segundo a carta do arcebispo colombiano, escrita em alemão e sob o selo “estritamente confidencial”, o arcebispo de Palermo estava com a língua solta na China, contando supostos segredos do Vaticano, tais como que o Papa e seu número dois, Tarcisio Bertone, não se dão bem e que, por isso, Bento XVI estaria deixando tudo pronto — e muito bem pronto — para que o seu sucessor à frente da Igreja seja o atual arcebispo de Milão, o cardeal Angelo Scola.
O que há de verdade e de mentira em tais confidências que vêm agora à luz? Talvez nada. Talvez, a única coisa certa seja que um setor da cúria vaticana, a casta dos diplomatas pontifícios, considere que o atual Papa tenha ido longe demais ao promover a transparência nas transações financeiras da Igreja e ao cortar, de uma só tacada, a vigente permissividade com os abusos contra menores.
Talvez muito longe e muito rapidamente para quem, no fim das contas, é um alemão de 85 anos, doente e solitário, perdido num labirinto estrangeiro, cheio de intrigas e golpes baixos.
Durante 26 anos reinou sobre o Vaticano um papa polonês, especialista em relações públicas. Há sete anos, o posto é de um introvertido Papa alemão. A impressão que se tem é que a Itália já deu início à reconquista do trono de Pedro.

Pubicado em O Globo

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Transporte Tarifa Zero: Estônia mostra que é possível

130209-TallinComo Tallin converteu-se na primeira capital da Europa a adotar sistema de transporte público eficiente e gratuito
Por Gabriela Leite em Blog da Redação
A capital da Estônia, no Leste Europeu, começou 2013 com uma iniciativa inovadora, vinda da prefeitura: ônibus, tróleibus e bondes gratuitos para todos os moradores da cidade. A medida, aplaudida pelos cidadãos, foi tomada principalmente para diminuir o nível da poluição causada pelos automóveis — maiores vilões na contaminação do ar da cidade. Também ajuda em outros problemas de Tallin, como na redução do trânsito e garantia do direito à mobilidade para todos — inclusive quem não podia, antes, pagar as tarifas. A decisão democratizadora foi confirmada por referendo, no ano passado, com 75% de aprovação.
Além da gratuidade, vieram outras mudanças para dar preferência ao transporte coletivo: mais faixas exclusivas para ônibus e um sistema de semáforos adaptado para privilegiar os coletivos. Já no mês de janeiro, o uso de carro nas ruas da capital do país báltico, que tem 420 mil habitantes, reduziu-se em 15%; e o uso de ônibus aumentou 6%.
As autoridades esperam que os moradores que não eram registrados como residentes, passem a fazê-lo, e assim os impostos pagos à cidade cubram o déficit criado pelo fim da tarifa. A iniciativa faz Tallin a primeira capital europeia a ter transporte gratuito. Além dela, algumas outras pequenas cidades também já conquistaram o direito, como Châteauroux, na França, Hasselt, na Bélgica e Agudos, no interior de São Paulo.

Como Dizia o Poeta - Vinícius de Moraes