quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Cantando no banheiro


Não sou chavista, muito menos antichavista. Acho que o que ocorre na Venezuela é uma das faces de um movimento de contestação à hegemonia neoliberal e à dominação norteamericana na América Latina. Uma das possibilidades de contestação, mas não a única. As visões mais clássicas do marxismo e da esquerda latinoamericana foram incapazes de construir algo melhor que essa coisa meio populista, meio caudilhesca, meio.... indefinível que Chávez chama de revolução bolivariana.
Agora, vejo, ouço e leio pela mídia antichavista que falta energia para nossos hermanos latinoamericanos. Daí para a piada pronta foi um pulo. Banho rápido, não cantar no chuveiro, levar uma lanterna à noite... .
Até agora não vi nenhuma fonte pró-Chávez fornecer alguma explicação para o "apagão" bolivariano. O acontecimento é preocupante. Ninguém pode culpar a falta tempo em contornar os problemas de energia, pois tempo Chávez teve de sobra. Podem culpar os EUA, só não sei como. Falta de planejamento? Pode ser, mas aí cai por terra uma das bases de qualquer economia ou governo socialista, seja bolivariano ou não.
Lênin (lembram dele?), dizia, na distante década de 20 do século passado que, na Rússia, que socialismo era igual a eletrificação mais poder soviético. A energia sempre foi uma questão elementar para qualquer projeto de desenvolvimento. Sem isso, as coisas começam a degradar-se e não há discurso que segure, mesmo que dure mais de uma hora.
Pode ser que a Venezuela saia dessa; que o povo pobre segure a onda e a pressão da classe média irada apenas com os apelos ideológicos de Chávez. Pode ser...

Sempre eles

MAC Engenharia e SP Alimentação estão sempre no meio de alguma falcatrua. Obviamente, os advogados respondem e contestam e tal e coisa, mas a presença dos mesmos de sempre nas conversas gravadas de sempre com os códigos de sempre....

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Penso, logo existo


Gosto dos artigos do Voltaire Schilling e não sou um conhecedor ou, ao menos, um apreciador de tudo o que a arte contemporânea nos presenteia. Porém, achei exagerados os comentários do professor sobre o que ele chama de monstruosidades. Na verdade, do ponto de vista de um historiador, seria mais propício que ele se levantasse contra a permanente destruição de patrimônios históricos e culturais (como a fonte talavera; o gaúcho oriental, no Parque Farroupilha, ou o casarão na esquina da João Pessoa com a Venâncio Aires). A falecida professora Sandra Pesavento fez isso, acho que nunca obteve resposta dos poderes púbicos.
Quem sou eu para dizer o que devria dizer o professor Voltaire, mas, sinceramente, achei o artigo dele muito senso comum para alguém com a sua qualidade e erudição.
O boletim do PRBS é pródigo em produzir polêmicas sobre si próprio. Muitos caem nisso. Quando me falta assunto eu também vou atrás.
Recebi (eu e um batalhão de outras pessoas) um email do Gaudêncio Fidélis divulgando artigo que considerei muito bem situado sobre o tema. A palavra para definir a posição do professor Voltaire me pareceu muito adequada: demagógica.
Mais autêntico seria que Schilling aproveita-se a intimidade que demonstra ter com o Secretário Municipal da Cultura e pedisse que o Auditório Araújo Vianna fosse reaberto. A maior monstruosidade de Porto Alegre é ver seu principal auditório popular degradar-se.