O programa do Lasier, transmitido direto do Hospital Conceição foi uma ducha de água fria em quem desejava detonar com o Hospital e colocá-lo no centro da crise do sistema de saúde. Se eu estivesse na fila, provavelmente estaria muito incomodado, mas ouvindo o programa o que eu percebi é que a grande parte das pessoas, mesmo estando em situação de fragilidade, defendiam o hospital. A um entrevistado, o rei da abobrinha perguntou "Há quanto tempo você está aqui?". O rapaz respondeu: "Há uns quinze minutos". A uma senhora, o jornalista(?) perguntou: " E a senhora? Há quanto tempo está aqui?". A senhora respondeu: "Desde às 11 da manhã, mas agora estou aguardando o resultado dos exames, que sai às quatro horas". Ou seja, não era um serviço expresso, mas as coisas andavam. Entre uma e outra pessoa que entrevistava, Lasier ficava decepcionado, pois a maioria não atacava o hospital, embora não se possa dizer que as pessoas estavam felizes. Mas o socorro veio. Diretores da Associação dos Funiconários deram longos discursos contra a administração do Conceição, sempre contraditados pelo Diretor Administrativo do GHC.
Em contato com Lasier estava um jornalista em outro hospital. Qual? O Hospital de Clínicas. Ou seja, a emissora do PRBS montou uma operação para mostrar como os hospitais federais são ruins. Na minha opinião, singela como sempre, não deu muito certo.
Ao final, a Jussara Cony cobrou que deveria haver uma ação parecida (RBS, Cremers, Simers) na Santa Casa, que disponibiliza apenas oito leitos de emergência para o SUS. Foi bem a Jussara.
A saúde vive uma situação crítica, a gente sabe, mas a exploração da mídia sobre o Conceição é de uma parcialidade que irrita. E o posto de saúde infestado por ratos? A cobertura, além de marginal, foi muito mais branda.