sábado, 6 de setembro de 2014

Ter dúvida sobre o Pré-Sal e atacar a Petrobrás é comprometer a independência do Brasil

Besame Mucho - The Beatles. Nunca tinha ouvido esta versão

PSB diz que Campos é quem administrava o avião. O deboche à Justiça continua

renatothiebaudAutor: Fernando Brito, Tijolaço

O PSB, até agora, não resolveu fazer a sua “delação premiada” e informar à Justiça como Eduardo Campos e Marina Silva obtiveram o jato executivo que terminaria por matar o candidato do PSB no acidente do dia 13, em Santos.
O administrador financeiro da campanha e  tesoureiro Renato Thièbaut comunicou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o próprio candidato geria pessoalmente as principais doações recebidas, informa o Correio Braziliense. Segundo ele, “o candidato geria algumas tratativas de sua campanha, em especial doações em valores estimáveis, sendo certo que detinha pessoalmente o controle, documentação e informações sobre as mesmas”.
Ou seja, é uma confissão de que o arranjo da compra do jatinho foi feito pessoalmente por Eduardo Campos, como aliás está claro desde que se divulgou, no dia seguinte ao acidente, que ele testou pessoalmente a aeronave dias antes da entrada do dinheiro de contas-fantasmas e de empresários na conta da AF Andrade, o grupo falido de usineiros paulistas a quem pertencia (ou pertence) a aeronave.
Thièbaut não é um simples contador.
Ele foi chefe de Gabinete de Eduardo Campos no Governo de Pernambuco e saiu com ele do governo para a campanha. É um personagem que tinha a confiança total do ex-governador, inclusive em negócios muito altos e  pouco claros, como o que lhe vale uma investigação no Tribunal de Contas da União por possíveis desvios de recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia, sobre o qual o PSB mantinha, até o ano passado, controle total.
O PSB segue debochando da Justiça Eleitoral e da inteligência dos brasileiros.
Diz agora que os pilotos é que “anotavam” as horas de vôo, para depois fazer-se uma “conta de chegar” e declarar como doação.
Os pilotos eram contratados dos donos do avião?Ou do PSB?
“Bota aí que foi só meia hora voando”…
A única coisa verdadeira no que diz é que Eduardo Campos participou pessoalmente da compra do avião e sua entrega imediata para a campanha dele e de Marina.
O resto é “por fora”, sem documentos, contratos e responsabilidades.
Inclusive a de indenizar, que o irmão de Campos agora quer atirar sobre os cofres públicos.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Não é invenção. O Clube Militar, antro do reacionarismo militar brasileiro apoia Marina

Confiram vocês mesm@s, entrando no site AQUI 
UM FIO DE ESPERANÇA
As surpresas que o destino nos reserva são assustadoras. Tudo corre num determinado sentido quando, de repente, um acontecimento totalmente inesperado muda nossa história, nossa vida.
O terrível acidente aéreo que, no meio de agosto (sempre agosto) ceifou a vida do Senador Eduardo Campos, candidato à Presidência da República, bem como as da tripulação e de assessores que o acompanhavam, mudou em duas semanas todo o panorama e as previsões para as eleições de outubro, em nível federal e estadual.
Subitamente elevada à condição de presidenciável, a até então candidata a Vice Presidente, Marina da Silva, foi talvez a pessoa diretamente mais atingida pelas consequências da tragédia.
Relembremos.
Tendo obtido 20 milhões de votos nas últimas eleições presidenciais, em 2010, Marina despontou como um fenômeno eleitoral, séria pretendente ao cargo nas próximas eleições.
Para conseguir ser apontada como candidata, procurou fundar um partido próprio, a Rede de Sustentabilidade, ou simplesmente Rede. No entanto, a burocracia – e os problemas reais ou criados pelos cartórios para o reconhecimento de centenas de milhares de firmas necessárias para a criação de um partido – terminaram por impedir que o mesmo viesse à luz no prazo legal para permitir o registro de seus candidatos.
Assim, sem uma sigla que a apresentasse, Marina teve que se contentar em aderir ao PSB, que já apontara Eduardo Campos como candidato a Presidente da República. Ela teve, então, que limitar-se à Vice Presidência.
A morte do cabeça da chapa do PSB a menos de dois meses das eleições determinou sua substituição por Marina, que imediatamente decolou nas pesquisas de intenção de votos.
Atualmente, já empata com Dilma Roussef no primeiro turno e vence folgadamente por dez pontos percentuais no segundo turno.
Na verdade, a nova candidata incorporou o desejo vago de mudanças que levou o povo às ruas em junho do ano passado. Que tipo de mudança, isso já é outro problema.
Não tendo ainda sido atacada pelos demais candidatos – pois sua candidatura não foi, inicialmente, percebida como grande ameaça – navega em mar calmo e vento muito favorável, enquanto o tempo, cada vez mais curto, corre a seu favor.
Sua figura messiânica, suas declarações vagas, suas promessas iniciais muito generosas, mas fora do alcance do cofre nacional, acenam com uma “nova política” misteriosa, mistura de propostas esquerdistas e ambientalistas, entre as quais maior participação direta, governar com pessoas e não com partidos, participação direta popular no governo, por meio de plebiscitos e consultas populares (cheiro de bolivarianismo), criação de conselhos do povo (cheiro dos sovietes petistas), orçamento participativo etc.
Cálculos preliminares orçam suas promessas – entre as quais 10% do orçamento para a saúde, outros 10% para a educação, aumento da bolsa esmola, do efetivo da Polícia Federal – em quase 100 bilhões de reais por ano, cuja origem não é esclarecida.
Seu calcanhar de Aquiles é o fraco apoio político, pois na verdade não tem o apoio firme de nenhum partido. Seus apoiadores são aqueles interessados em pegar carona em sua súbita popularidade, sem nenhum compromisso com a realidade política durante seu possível governo.
Mas uma excelente candidata não será, necessariamente, uma excelente Presidente.
No governo, terá que descer das nuvens “sonháticas” onde flutua e lutar na arena do dia a dia da Praça dos Três Poderes, enfrentando as feras insaciáveis que fazem as leis, sempre cobrando algum preço político por seu apoio.
Na verdade, os políticos temem o populismo de suas propostas e os desvios que promete adotar, para evitar o isolamento de seu governo pelos partidos, percebendo uma ameaça de autoritarismo na ideia de governar sem os mesmos. Será real isso ou será apenas uma ameaça para angariar apoios mais fortes dos partidos, que seriam enfraquecidos com um governo mais populista?
Dona de um discurso inatacável, é a favor de tudo que é bom e contra tudo que é ruim. Como, aliás, todos os candidatos.
Ser uma incógnita camaleônica é uma vantagem, pois o que é conhecido da política e dos políticos é rejeitado pelos eleitores.
A esperança de algo novo e diferente, que rompa com a tradição negativa representada pelos atuais homens públicos, parece impulsionar a subida de Marina nas pesquisas eleitorais.
A desilusão popular procura o novo. As mudanças podem ser para melhor ou para pior, desde que interrompam a malfadada corruptocracia instalada no poder pelo lulopetismo.
Como está não pode continuar. Há expectativa de que novos rumos e novos governantes tragam melhores dias e maior esperança para os eleitores desiludidos.
É um fio de esperança, mas parece que as pessoas a ele se agarram com fé, apostando no futuro para esquecer o presente.
Gen Clovis Purper Bandeira – Editor de Opinião do Clube Militar

Como seria o hipotético governo de Marina Silva. Uma reflexão de Igor Grabois

Desculpem o texto longo, mas foi necessário.
Um resumo das propostas de governo da candidata Marina Silva, de acordo com o seu programa oficial de governo e declarações da própria candidata e de seus assessores, ainda não desmentidas:
1) Restauração do tripé econômico, a saber, câmbio flutuante, metas de inflação e superávit primário. Meta de inflação a 3% ao ano.

2) Independência do Banco Central. A direção do Banco Central terá mandato próprio, bem como o controle das políticas monetária e cambial. Essas políticas saem das atribuições do Presidente da República.



3) Os bancos públicos cederão espaço para os bancos privados. BB e CEF não baixarão juros para não concorrer com Bradesco, Itaú e Santander.
4) Fim do crédito “direcionado”. Ou seja, fim da obrigatoriedade dos bancos dirigirem recursos para o crédito imobiliário e fim dos empréstimos de longo prazo do BNDES.
5) Deixa o pré-sal em banho-maria e investe em energia solar, eólica, etanol e geotermal.
6) Conteúdo nacional obrigatório nas indústrias naval e automotiva terá data pra acabar.
7) Terceirização das relações de trabalho sem regulação.
8) Relegar à Justiça do Trabalho um papel meramente arbitral. E as demandas judiciais trabalhistas individuais são consideradas um estorvo nas relações de trabalho.
9) Para a causa LGBTT, apenas o que o STF definiu.
10) Cobrança de mensalidades nas universidades públicas.
11) Alinhamento com EUA e União Européia. Encostar os Brics, a Unasul e o Mercosul.
12) Manutenção da anistia aos torturadores.
13) Fim da reeleição, com mandatos de cinco anos. Eleições gerais de vereador a presidente em um dia só.

Vamos supor que a candidata Marina se eleja e aplique seu programa de governo. Vejamos as conseqüências.

O tripé para os marineiros é sagrado. Podemos, com certeza, esperar um aumento da taxa básica de juros Selic logo na primeira reunião do Comitê de Política Monetária, o Copom. 



Abaixar a Selic significa expansão do crédito, da demanda, da economia. Aumentar a Selic serve para restringir crédito, demanda e esfriar a economia. Tudo isso para segurar os aumentos de preço. Teoricamente. A taxa Selic remunera os títulos da dívida pública. Os donos desses títulos, brasileiros e estrangeiros, ganham muito dinheiro quando a Selic aumenta. Os bancos são detentores de títulos da dívida pública e intermediam as compras desses títulos e ganham comissão por isso. A taxa Selic tem haver com o que os detentores de títulos públicos aceitam receber e o que o governo se dispõe a pagar, mais do que com a inflação. 
Algumas conseqüências do aumento de juros. A dívida do governo aumenta. O governo tem que pagar juros mais caros. Para isso ele tira dinheiro do orçamento, o tal do superávit primário. Maiores juros, maior superávit. Portento, menos dinheiro para saúde, educação, reforma agrária, cultura, políticas sociais, obras de infraestrutura. Todo o resto do programa de governo – educação integral, verba pra saúde – vira letra morta.
Como o Banco Central será independente, a taxa Selic vai determinar as prioridades do governo. Os companheiros de viagem da candidata – Gianetti, Lara Rezende, Itaú – não nos deixam mentir.
Os juros das dívidas dos EUA e da União Européia estão próximos de zero. Mesmo que aumentem, ainda serão muito menores dos praticados aqui. Juros mais altos vão atrair mais aplicadores estrangeiros. Captam barato no exterior e aplicam caro aqui. A entrada de dólares aumenta. O dólar tende a ficar barato frente ao real. Como o câmbio do tripé é flutuante, o dólar vai ficando cada vez mais barato. Dólar barato, mercadoria importada barata. Real caro, mercadoria produzida aqui cara. Os importados deslocam de vez a indústria brasileira. O fim da exigência do conteúdo nacional completa o serviço.
Escantear o pré-sal gera duas conseqüências: os 10% do PIB para a educação vão para as calendas gregas e a gasolina ficará mais cara. A Petrobrás dirige seus principais esforços no pré-sal. A Petrobrás fez empréstimos em função das receitas do pré-sal. Sem pré-sal, a Petrobrás, pra não quebrar, aumenta o preço da gasolina. Produz um brutal choque inflacionário. E a indústria naval e de equipamentos, um abraço.
Com o dólar barato, sem a exigência do conteúdo nacional e sem pré-sal, a indústria mergulha em uma crise sem precedentes. Vai demitir. Com o aumento do desemprego, os trabalhadores perdem poder de negociação de salários. Como a dona candidata promete liberar geral a terceirização, não é preciso fazer muitos exercícios para ver as conseqüências.
Depois de esmagar a indústria com o câmbio e com a redução da demanda, via desemprego e arrocho salarial, tira-se o oxigênio do crédito, já que o crédito “direcionado” será extinto. A bufunfa dos bancos sai do crédito imobiliário, o BNDES é manietado, e o dinheiro vai para a dívida pública para render nas taxas mais altas da Selic.
E o pior, ao se ler o programa da candidata, os trabalhadores desempregados e arrochados terão acesso limitado à Justiça do Trabalho.
Indústria e emprego serão destruídos como conseqüência da política econômica marinista. A política energética contribuiria para o quadro marinesco. Gasolina cara faria a alegria dos usineiros. Os canaviais avançariam sobre os biomas do cerrado, da Amazônia e da mata atlântica. Energias solar e eólica ainda são caras e pouco eficientes. Igualar o pré-sal a essas modalidades de geração, ou seja, retirar a prioridade do pré-sal, tornará a energia mais cara como um todo, além de reduzir a oferta energética. Mas isso não seria problema, frente à redução da atividade econômica.
Com o choque de juros, das tarifas de energia e do preço da gasolina, os elementos para a aceleração inflacionária estariam dados. E os remédios recessivos para combater essa mesma inflação completariam o cenário de estagflação, que os tucanos dizem que estamos vivendo.
Soma-se ao horror econômico o ataque aos direitos humanos e sociais, prenunciados na questão LGBTT e na anistia aos torturadores. E como as eleições serão todas de cinco em cinco anos, com uma provável prorrogação dos mandatos, haveria tempo para produzir a terra arrasada.

O país, neste hipotético governo, estaria alinhado com os EUA e União Européia, colocando a articulação com os Brics e a integração latino-americano em plano secundário. Resta saber o que os grandes irmãos do norte fariam com o imenso depósito de recursos naturais em que nos tornaríamos
.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Em novo recuo, Marina agora defende Anistia a torturadores da ditadura


POR BERNARDO MELLO FRANCO

Tão obcecada pela presidência, Marina não disfarça maios nada

Do Painel desta quinta (04):
Antes era assim Mais uma para a lista dos vaivéns de Marina. A candidata, que agora se diz contra a revisão da Lei da Anistia, pensava o contrário antes de disputar a Presidência. Ela defendia a punição de militares acusados de torturar na ditadura.
Agora é assado Em 2008, Marina escreveu em artigo na Folha: “A tortura é crime hediondo, não é ato político nem contingência histórica. Não lhe cabe o manto da Lei da Anistia”. Ontem, em sabatina no portal G1, declarou que é contra rever a lei.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Malafaia lança programa alternativo ao "Minha Casa, Minha Vida"

Começa a surgir o “voto contra as trevas”

 Fernando Brito, Tijolaço

terceiravia
Ao contrário do que se passou em 2010, ao menos aqui no Rio de Janeiro, surge uma reação eleitoral interessante.
Gente que estava resistente a votar em Dilma Rousseff, por decepção ou críticas (algumas muito justificadas) ao PT, está migrando para um “voto útil”.
Contra o que está vendo surgir por detrás da candidatura Marina Silva, mais do que a ela, pessoalmente.
O neoliberalismo selvagem e a teocracia medieval.
Gente que não quer o Itaú no Banco Central nem Silas Malafaia como chefe da Inquisição.
Porque percebem que Marina não tem um partido, nem estruturas políticas, mas patrocinadores que vêem nela um instrumento para a projeção de seus poderes.
Nem mesmo a tal “Terceira Via”, desmoralizada desde que Tony Blair virou coadjuvante de George Bush, é capaz de encobrir que é ela, agora, o cavalo de Tróia que o conservadorismo oferece ao povo brasileiro.
Recheado, claro, de tudo o que ele abomina: a paralisia do país, o autoritarismo e a intolerância.
A campanha, agora, ganha ares de segundo turno, com o fim de Aécio Neves, inapelavelmente devorado pelo apoio e cumplicidade da mídia com Marina Silva.
Cumplicidade que se expressa, de forma mais que evidente, com o encobrimento da origem escusa do avião que mudou radicalmente os rumos da campanha eleitoral.
Mas os fatos reais, estes teimosos, acabam desnudando quais são os verdadeiros  santos do altar de Marina.
Os que ela não chuta, como chutou, ao longo de sua vida, o PT, o PV e, agora, a comunidade LGBT.
Marina Silva é o Tea Party tropical.
Todo o poder para os bancos, os grandes empresários, a mídia.
Governar com os melhores, não é?

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Expulsar alunos, uma questão mal colocada

Carmem Maria Craidy*
Nos últimos dias vivenciamos na imprensa uma polêmica sem precedentes sobre uma questão já clara na Constituição Brasileira e na legislação decorrente (Estatuto da Criança e do Adolescente e Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional) que determinam o direito e a obrigação de crianças e adolescentes de frequentarem a escola (art.2008/I constituição Federal de 1988, emenda 59/2209).
A polêmica foi em torno de um relatório da comissão especial do Conselho Estadual de Educação encarregada de fazer a minuta de um parecer que responderia a uma consulta do Ministério Público sobre a expulsão e a suspensão de alunos das escolas.
Se a resposta for sim ou não só poderá ser não, não se pode expulsar alunos já que o direito e a obrigação de estar na escola estão na Constituição Federal Brasileira.
Além de ser afirmada como um direito fundamental, a educação é obrigatória dos quatro aos 17 anos. Isto significa que até esta idade os jovens não têm escolha, têm que estar na escola e o direito a mesma permanece mesmo depois da idade da escolaridade obrigatória.
A forma como a questão foi divulgada transformou-a numa quase caricatura: o aluno poderia colocar fogo na escola, matar e roubar e a escola não poderia fazer nada. É claro que assim não dá para conversar. O relatório trata de indisciplina escolar e não de transgressões à lei, ou ações consideradas crimes pela lei penal e que, quando praticadas por adolescentes, são definidas como atos infracionais, sujeitas a julgamento pela Justiça Juvenil e tendo como “punição” as medidas socioeducativas que vão desde Privação de Liberdade até Prestação de Serviços à Comunidade; Liberdade Assistida; Reparação de Dano ou Advertência, dependendo da gravidade do fato. Cabe salientar que mesmo os que cometem atos infracionais e são submetidos a medidas socioeducativas são obrigados a estar na escola, além de terem direito a mesma. Quando julgados, a obrigação de estar na escola é sempre assinalada pelo juiz. Na prática, o que muitas escolas fazem é uma “transferência negociada”, o que com frequência significa estigmatização do aluno e resulta, muitas vezes, no abandono da escola. Este abandono é motivado não apenas pelo estigma, mas porque a nova escola provavelmente fica longe, implica na adaptação a novas relações, e, sobretudo, porque a razão pela qual ele foi “convidado” a se retirar da escola não foi resolvida.
Cabe lembrar ainda que mais de 100 municípios gaúchos possuem apenas uma escola pública de ensino fundamental e mais de 300 apenas uma escola pública de ensino médio. Nestes casos para onde iriam os alunos expulsos?
Foi dito que o relatório sugeria suprimir a autonomia da escola na elaboração de seu Plano Pedagógico. Isto em nenhum momento foi cogitado, basta ler o relatório que está disponibilizado no site do Conselho Estadual de Educação. O que ali está dito é que a expulsão da escola não pode ser feita como punição. Fica a pergunta, o que fazer então com os alunos indisciplinados. Isto também está proposto no relatório e corresponde a definições anteriores já consolidadas. A escola deve elaborar coletivamente, inclusive com a participação dos alunos, e se possível dos pais, as normas de convivência. Em geral os alunos respeitam as normas que ajudaram a formular. Mas então o que fazer nas situações limite? A primeira resposta é definir o que é uma situação limite. Considero que ela existe quando estar na escola significa “grave ameaça” física ou psicológica para o aluno em questão ou quando o aluno significa esta ameaça para com outros alunos e/ou professores. Nestes casos deve haver um trabalho de colaboração da escola, com os pais e com a rede de atendimento juvenil, como os Conselhos Tutelares, na busca da solução mais adequada. Quando a situação for realmente de risco pode significar a necessidade de transferência do aluno a outro estabelecimento. Escrevo isto com receio de que qualquer insubordinação seja considerada situação limite e a “expulsão branca”, ainda corrente em muitas escolas, seja consagrada como legítima. A função da escola é educar, acolher, cuidar e ensinar. Deixar vazio o lugar do adulto e demitir-se do lugar de educador é trair esta função. As pesquisas demonstram que as situações de violência são maiores no entorno das escolas do que dentro delas. Isto significa que a escola é ainda um lugar de esperança. Não temos o direito, como educadores, de frustrar as esperanças dos jovens.
Construir uma escola de excelência excluindo alunos considerados difíceis é tarefa relativamente fácil. O grande desafio democrático e republicano é construir uma boa escola para todos. É isto que o Conselho Estadual de Educação do Rio Grande do Sul, órgão de Estado e não de governo, com 70 anos de história, deseja normatizar. Enquanto instituição de um Estado Democrático, o Conselho sempre se mostrou aberto ao diálogo. O relatório, como indicado acima, está no site do Conselho. Leia e dê sua contribuição para a Infância, Juventude, a Educação e a Sociedade Democrática.

* Professora FACED/UFRGS (aposentada) Conselheira integrante do Conselho Estadual de Educação/RS

Freio no pré-sal sugerido por Marina seria catastrófico para o Extremo Sul

Mário Magalhães











Caso não tenha mudado de novo seu programa lançado na sexta-feira _no sábado recuou em passagens sobre direitos LGBT_, a candidata Marina Silva (PSB) propõe mesmo frear com pé de chumbo a política nacional de investimento no pré-sal.



O programa praticamente ignora essa mina de ouro. Talvez temerosos de declarar com todas as letras a proposta de liquidar a orientação governamental em vigor, os correligionários de Marina escreveram assim, ao apresentar a plataforma: “3) realinhamento da política energética para focar nas fontes renováveis e sustentáveis, tanto no setor elétrico como na política de combustíveis, com especial ênfase nas fontes renováveis modernas (solar, eólica, de biomassa, geotermal, das marés, dos biocombustíveis de segunda geração); 4) redução do consumo de combustíveis fósseis''.
Nas “Diretrizes de nossa política nacional de energia'', enumerando os eixos de ação, não aparecem as palavras “petróleo'' e “pré-sal''. Apenas uma referência indireta, mas nem tanto: “Reduzir o consumo absoluto de combustíveis fósseis''.
Deixo para quem sabe mais as observações sobre a impossibilidade, ao menos durante décadas, de o Brasil dispensar a energia poluente do petróleo; a evidência de que, se a Petrobras não explorar a camada do pré-sal, outros o farão, sobretudo empresas privadas chinesas, norte-americanas e europeias; os recursos a serem arrecadados com o pré-sal seriam destinados a educação e saúde, portanto a questão não se resume a energia e combustíveis; abrir mão do pré-sal equivale ao sujeito tirar a sorte grande na loteria, mas jogar no lixo o bilhete premiado; sem o pré-sal, Estados como o Rio de Janeiro sofrerão danos devastadores.
Trato de um aspecto mais pontual: se Marina Silva vencer a eleição e aplicar sua proposta de secundarizar a exploração do pré-sal, o Extremo Sul do Brasil regredirá décadas, com aumento do desemprego, depressão econômica e expansão da pobreza.
Refiro-me à região gaúcha do Polo Naval de Rio Grande e São José do Norte. Especialmente, à cidade mais populosa daquelas bandas, Pelotas. O polo criado no governo Lula (a paternidade, no caso, é o de menos) recuperou o território que de uns tempos para cá passou a ser chamado de “Metade Sul'' do Estado do Érico Verissimo,do Lupicínio Rodrigues e do Vitor Ramil.
No século 19, Pelotas talvez tenha sido a cidade mais rica da região Sul do país. A exploração do charque em larga escala gerou fábulas de dinheiro. A economia se baseava em relações escravagistas, com multidões de africanos aprisionados desembarcando dos navios no litoral de Rio Grande. Em mil oitocentos e pouco, para cada branco de Pelotas havia um africano. Até hoje Pelotas e Rio Grande são famosas pelo melhor Carnaval do Estado, reflexo da ampla população e cultura negras nos dois municípios. A fortuna dos barões de Pelotas esteve na origem da fama gay local: os pais abonados enviavam os herdeiros para estudar na França e em Portugal, os rapazes voltavam educados e viraram alvo de comentários dos homens rudes e preconceituosos do seu tempo.
Isso, a farra da dinheirama, acabou no século 20. A economia desse Extremo Sul permaneceu agrária, com os velhos senhores feudais e novos burgueses do campo mantendo uma concentração obscena da, agora menor, riqueza. Enquanto a Serra gaúcha se industrializou e prosperou, Pelotas (que já foi a segunda cidade com mais habitantes no Estado, depois de Porto Alegre) e Rio Grande empobreceram.
Com uma excelente escola técnica federal, uma universidade federal respeitável e outra católica também, nos anos 1970 e 1980 Pelotas passou a formar mão-de-obra qualificada para “exportar'': não havia bons empregos por lá.
Os índices sociais despencaram a níveis de regiões paupérrimas do Nordeste, e a decadência da economia fez estragos em todos os segmentos da vida cotidiana.
A despeito da desigualdade social atávica que persiste, o cenário melhorou com o Polo Naval de Rio Grande. Dezenas de milhares de vagas, boa parte para peões qualificados, foram abertas nos estaleiros e em função deles. Plataformas de petróleo já saíram prontinhas dali, e há expectativa de que para o pré-sal sejam feitas muitas outras. Em Pelotas não há estaleiro, mas muitos trabalhadores moram lá (a uma hora de ônibus), para fugir dos preços exorbitantes dos imóveis em Rio Grande.
O polo tem muitos problemas, e um deles é a ressaca provocada a cada término de plataforma. Os contratos dos trabalhadores são encerrados, até os empregados retomarem seus postos com novas encomendas. O dinheiro que a economia movimenta resultou em aumentos de preços que castigam os mais pobres. Mas é em função do polo que há não somente mais empregos, como ocupações mais bem remuneradas.
Escolas na região passaram a formar técnicos para o polo, empresas foram abertas e se desenvolveram para fornecer de alimentação a equipamentos.
O Polo Naval foi decisivo para a retomada do desenvolvimento regional da Metade Sul. Uma política que leve ao seu fim seria socialmente catastrófica. Com menos investimento no pré-sal e baque na produção de petróleo, os estaleiros fechariam ou reduziriam seus portes.
Os candidatos a governador e senador no Rio Grande do Sul, alguns manjados balaqueiros (marrentos ou contadores de vantagem, em linguagem gaudéria),  terão de se pronunciar sobre as propostas dos candidatos a presidente em relação a petróleo, Polo Naval de Rio Grande e pré-sal.
Quem calar consentirá.

Voto contra tudo isso que está aí - Excelente artigo de Jorge Furtado

por Jorge Furtado e
Se alguém me dissesse, em 2004 - quando o primeiro governo Lula sofria a oposição feroz de toda a mídia brasileira e tinha pouco ou nada para mostrar de resultados - que em dez anos o segundo turno da eleição presidencial seria disputado entre duas ex-ministras do governo Lula, uma pelo Partido dos Trabalhadores e uma pelo Partido Socialista Brasileiro, eu diria ao meu suposto interlocutor que a sua fé na democracia era um comovente delírio. A provável ausência, pela primeira vez no segundo turno das eleições presidenciais, de candidatos da direita autêntica, do PSDB, do DEM e do PTB, é mais uma boa notícia que a democracia nos traz. Imagina-se que, vença quem vença, muitos dos derrotados voltarão correndo para os braços confortáveis do novo governo, esta é a má notícia.



Tenho familiares e bons amigos que vão votar na Marina e também no Aécio. Eu vou votar na Dilma. Acho que foi o Todorov quem disse (mais ou menos assim) que a democracia nos reúne para que a gente resolva qual é a melhor maneira de nos separar. Não sou nem nunca fui filiado a qualquer partido, já votei em vários, tenho amigos em alguns. Neste que é o maior período democrático da nossa história (25 anos, sete eleições consecutivas), o Brasil não parou de melhorar e não há nada que indique que vá parar de melhorar agora. 
Votei no Lula, desde sempre até ajudar a elegê-lo em 2002, com o palpite de que um governo popular, o primeiro em 502 anos, talvez pudesse enfrentar com mais vigor o grande problema brasileiro: a desigualdade social. Achei que, talvez, substituindo a ideia de que o bolo deve primeiro crescer para depois ser divido pela ideia de incentivar o crescimento do país com melhor distribuição de farinha, ovos, manteiga, fogões, casas com luz elétrica, empregos e vagas nas escolas e nas universidades, finalmente poderíamos começar a nos livrar da nossa cruel e petrificada divisão entre a casa grande e a senzala. Meu palpite estava certo. A desigualdade brasileira continua grande e cruel mas está, finalmente, diminuindo.
Voto, ainda, primeiro contra a desigualdade social, ainda o maior problema do país, um dos mais injustos do planeta, em poucos lugares há uma diferença tão grande entre pobres e ricos. A elite brasileira (sim, ela existe, esta aí), fundada e perpetuada no escravismo, luta para manter seus privilégios a qualquer custo. Eles são donos dos bancos, das grandes construtoras, fábricas e empresas, das tevês, rádios, jornais e portais da internet e defendem ferozmente sua agradável posição. A única maneira de enfrentar seu enorme poder é no voto.
Voto contra o poder crescente do capital sobre as políticas públicas. Quem vive de rendas pensa sempre mais no centro da meta da inflação e menos nos níveis de emprego, mais na taxa dos juros e menos no poder aquisitivo dos salários. O poder do capital especulativo, rentista, é gigante, mora na casa dos bilhões de dólares. Voto contra, muito contra, a autonomia do Banco Central, que tira do governante, eleito pelo nosso voto, o poder de guiar o desenvolvimento segundo critérios sociais, protegendo o país do ataque de especuladores e garantindo renda e empregos, e entrega este poder ao tal mercado, hereditário e eleito por si mesmo, sempre predador e zeloso em garantir a sua parte antes de lamentar os danos sociais causados por seus lucros. (Ver Espanha, Grécia, EUA, Finlândia, etc.)
Voto contra submeter os critérios de uso dos nossos recursos naturais não renováveis, como o petróleo, ao interesse de grandes empresas estrangeiras. O petróleo brasileiro e seu destino é o grande assunto não mencionado nas campanhas eleitorais. Os ataques contra a Petrobras, que acontecem invariavelmente às vésperas de cada eleição, atendem interesses das grandes empresas petroleiras, especialmente as americanas, que querem a volta do velho e bom sistema de concessões na exploração dos campos de petróleo, sistema que, na opinião delas, deveria ser extensivo às reservas do pré-sal. Aqui o interesse chega na casa do trilhão. Garantir que o uso da riqueza proveniente da exploração de nossos recursos não-renováveis tenha critérios sociais, definidos por governantes eleitos, me parece uma ideia excelente da qual o país não deveria abrir mão.
Voto contra o poder crescente das religiões sobre a vida civil. Respeito inteiramente a fé e a religião de cada um, gosto de muitos aspectos de várias religiões, sei do importante trabalho social de várias igrejas, mas não aceito o uso de argumentos ou critérios religiosos na administração pública. Mesmo para os que professam alguma fé religiosa a divisão entre os poderes da terra e do céu deveria ser clara. Diz a Bíblia, em Eclesiástico, XV, 14: “Deus criou o homem e o entregou ao poder de sua própria decisão”. (Esta é a versão grega, a versão latina fala em “de sua própria inclinação” ou “ao seu próprio juízo”.)  Erasmo faz uma boa síntese desta ideia: “Deus criou o livre-arbítrio”. Ele, se nos criou a sua imagem e semelhança e criou também as árvores, haveria de imaginar que, criadores como ele, criaríamos o serrote, e com ele cadeiras, mesas e casas, e ainda, Deus queira!, a ciência que nos permita usar com sabedoria os recursos naturais e viver bem, com saúde. O poder crescente das igrejas, com suas tevês e bancadas no congresso, deve ser contido por um estado laico. 
Voto contra o preconceito contra os homossexuais. O estado não tem nada a ver com o desejo dos indivíduos. Ninguém (seriamente) está falando que o sacramento religioso do casamento, em qualquer igreja, deva ser definido por políticas públicas, mas os direitos e deveres sociais devem ser iguais para todos, ponto. Os preconceituosos e mistificadores, que vendem a cura gay ou bradam sua lucrativa intolerância contra os homossexuais, devem ser combatidos sem vacilação ou mensagens dúbias.
Voto contra a criminalização do aborto. A hipocrisia brasileira concede às filhas da elite o direito ao aborto assistido por bons médicos, em boas condições de higiene, e deixa para as filhas dos pobres os métodos cruéis e o risco de vida, milhares de meninas pobres morrem de abortos clandestinos todos os anos. A mulher deve ter direito ao seu corpo, independente de vontades do estado ou de dogmas religiosos.
Voto contra o obscurantismo que impede avanços científicos. Há quem se compadeça com os embriões que serão jogados no lixo das clínicas de fertilização e ignore o sofrimento de milhares de seres humanos, portadores de doenças graves como a distrofia muscular, a diabetes, a esclerose, o infarto, o Alzheimer, o mal de Parkinson e muitas outras, cuja esperança de cura ou melhor qualidade de vida está na pesquisa com as células tronco.
Voto contra palavras vazias. Nossa era da mídia transformou a oralidade num valor em si, esquecendo que há canalhas articulados e bem falantes e pessoas de bem e muito competentes que são de pouca conversa, ou até mesmo mudas. Tzvetan Todorov: “A democracia é constantemente ameaçada pela demagogia, o bem-falante pode obter a convicção (e o voto) da maioria, em detrimento de um conselheiro mais razoável, porém menos eloquente”. (1) Há quem diga de tudo e também o seu oposto, dependendo do público ouvinte a quem se pretende agradar, há quem decore frases feitas repetíveis em qualquer ocasião, há quem não fale coisa com coisa. Prefiro julgar os governantes e aspirantes a cargos públicos menos por suas palavras e mais por seus atos, seus compromissos e sua capacidade de trabalho em equipe, ninguém governa sozinho.
Voto contra os salvadores da pátria. Pelo menos em duas ocasiões o Brasil apostou em candidatos de si mesmos, filiados a partidos nanicos, sem base parlamentar, surfando numa repentina notoriedade inflada pela mídia e alimentada pelo discurso “contra a política”, prometendo varrer a corrupção e as “velhas raposas”. No primeiro caso, a aventura personalista de Jânio Quadros acabou num golpe militar e numa ditadura que durou 25 anos. No segundo, a aventura personalista de Fernando Collor, sem base parlamentar e passada a euforia inicial, terminou em impeachment, bem antes do fim de seu mandato.
Voto na Dilma e contra tudo isso que ainda está aí: a desigualdade social, o poder crescente do capital, a cobiça sobre nossos recursos naturais, o preconceito contra os homossexuais, a criminalização do aborto, o obscurantismo que impede avanços científicos, a criminalização da política, as palavras vazias, os salvadores da pátria. Com a direita autêntica fora do jogo podemos, sem grandes riscos de voltar ao passado, debater o melhor caminho para seguir avançando. Ponto para a democracia.
(1) Tzvetan Todorov, Os inimigos íntimos da democracia, tradução Joana Angelica DÁvila Melo, Companhia das Letras, 2012.

domingo, 31 de agosto de 2014

MILONGA!

O programa da Marina Silva é assustador

Estou lendo o Programa da Marina Silva e ficando cada vez mais assustado. Quem diz que sua proposta retoma FHC não está exagerando.
Vou reproduzir algumas das afirmações que me deixaram mais estupefato. Quem quiser lê-las dentro do contexto fique à vontade.
Reacender o dinamismo nas trocas com os Estados Unidos e com a União Europeia. Fundar novos padrões de comércio com a China
Esse título introduz o pedido de desculpas à maior autonomia do Brasil diante dos EUA e promete rever essa situação, que inclui "desenvolver um diálogo maduro, equilibrado e propositivo com Washington, que não dramatize diferenças naturais entre parceiros com interesses econômicos e políticos reconhecidamente amplos". 
Vamos adiante. O grande avanço do Brasil nas relações internacionais, que auxiliou o país a ficar menos vulnerável à crise de 2008, que teve seu epicentro nos EUA, foi a consolidação dos "Bics". Sobre isso, o programa de Marina declara "Não podemos, todavia, desconsiderar as diferenças nas agendas econômica, política, cultural e ambiental dos Brics, assim como na pauta de direitos humanos e liberdades civis de cada um dos países do bloco." Esse é o mais puro discurso estadunidense. Até parece que os EUA se pautam pelos Direitos Humanos (o campo de concentração de Guantánamo, é só um exemplo) e cumprem uma agenda ambiental muito mais avançada que as de outros países. 

Se você condena o capital financeiro e vota Marina, está votando na pessoa errada

Estou convencido de que ninguém vota em alguém por causa dos eu programa de governo. Porém, é a própria Marina Silva que fala em "aliança programática" e coisa e tal. Logo, nada mais justo do que ver o que Marina propõe para a nossa economia. Fui ler e fiquei assustado. O que Marina propõe é o paraíso do capital financeiro. Aquilo que eles sonham desde o governo Lula e não conseguiram, Marina promete: a independência (autonomia) do Banco Central.
O Banco Central nunca é autônomo. Ou ele é vinculado ao Governo, ou aos financistas. Marina vai transferir ao "mercado" (ou seja, à meia dúzia que domina o mundo do capital financeiro) a direção de nossa economia.
E o que mais impressiona é que Marina fala em fazer isso "o mais rapidamente possível" e "com um modelo a ser detalhado após as eleições",com base em "debates já avançados sobre o tema". Quem está debatendo isso? A Neca Setubal e seus iguais? E mais, dizer que o modelo será definido após as eleições, é dar um cheque em branco para o André Lara Rezende, banqueiro e homem da confiança de FHC. 
A execução da proposta (o mais rápido possível) contrasta com o estímulo à participação popular nas decisões do governo.
Ou seja, a participação popular existirá, desde que não prejudique os interesses do capital financeiro "o mais rapidamente possível".
Duvida do que eu estou dizendo? Leia o programa você mesmo clicando AQUI.