sábado, 17 de março de 2012

Não serve pra mim: Roberto Carlos e Marisa Monte

Música de Renato Barros



Há 20 anos, sul-africanos brancos ratificavam nas urnas o fim do regime racista

World Economic Forum
De Klerk e Mandela se cumprimentam, no Fórum Econômico Mundial, 1992

Felipe Prestes e Samir Oliveira, de Sul21

“Você apoia o processo de reformas que o presidente começou no dia 2 de fevereiro de 1990, cujo objetivo é uma nova Constituição por meio de negociação?”. No dia 17 de março de 1992 – há exatos 20 anos, portanto — 2,8 milhões de sul-africanos brancos foram às urnas para responder a questão acima. Mais de 68% marcaram “sim” e referendaram as ações do presidente Frederik De Klerk rumo a uma nova Constituição, negociada com lideranças negras, que poria fim ao regime racista do Apartheid.
Entre os primeiros passos dados por De Klerk em 1990 estavam o fim da clandestinidade de partidos como o Congresso Nacional Africano e a liberdade de seu principal líder, Nelson Mandela. O presidente também revogou várias leis do arcabouço jurídico que sustentava o regime de segregação racial. Mas a decisão dos brancos no referendo de 1992 não partiu de uma tomada de consciência, mas falta de opção. Apenas uma minoria branca apoiava nas ruas a liberdade aos negros, e o próprio De Klerk antes de se tornar presidente não defendia o fim do Apartheid.
“Não foi uma mera concessão dos brancos aos negros. Os brancos ficaram encurralados”, conta Analúcia Danilivicz, professora de Relações Internacionais da UFRGS e pesquisadora do Cebrafrica – Centro Brasileiro de Estudos Africanos da universidade. Danilivcz, que vai publicar em breve o livro “A Revolução Sul-Africana: Revolução Social ou Libertação nacional?”, explica que a tensão na África do Sul beirava a guerra civil. “Passou a ser impossível controlar as leis de contenção dos negros. Na medida em que a crise ia aumentando, os negros levavam o caos às cidades e como resultado disto vem a repressão. Ou os brancos davam os direitos a essa maioria para que a instabilidade fosse contida, ou acabariam sucumbindo”.

O regime criado em 1948 se tornou insustentável com o aumento da tensão interna, mas também por fatores econômicos e de relações internacionais. A crise econômica que atingiu o mundo inteiro na década de 1980 não poupou a África do Sul. A instabilidade se agravou porque o país passou a sentir cada vez mais as sanções impostas pela comunidade internacional. Durante a Guerra Fria, ter um regime branco e capitalista encravado no sul da África fora estratégico para as potências ocidentais, na medida em que grupos de esquerda apoiados pela União Soviética tomavam o poder em países vizinhos, como Angola e Moçambique. O regime racista era fortemente militarizado, com apoio velado de potências bélicas da Europa, Estados Unidos e Israel. Assim, o regime conseguia sufocar, inclusive, grupos guerrilheiros que existiam desde os anos 1960.
analucia danilivcz
Danilivcz Foto: Cristiano Estrela/Sindibancários
Quando De Klerk assumiu o poder, em 1989, mesmo ano da queda do Muro de Berlim, a situação já era diferente. “O governo do Apartheid tinha o papel de bastião anti-comunista na região. Quando a União Soviética deixa de existir, não tem a menor relevância ter aquele grupo no poder na África do Sul. Se torna melhor para o Ocidente um governo de maioria que abra a economia do país, se adequando ao neoliberalismo. Aí o discurso dos direitos humanos vem à tona como crítica internacional ao regime”, explica Danilivcz.

“Sabedoria política levou a uma transição negociada”, diz professor da UnB
O pensamento da pesquisadora da UFRGS converge com o de Pio Penna Filho, professor de Relações Internacionais da UnB. “Quando houve o referendo, os brancos sabiam que o regime já tinha acabado”, afirma o especialista em África contemporânea. Entre os antecedentes que levaram à derrocada do Apartheid, Penna cita também a conjuntura internacional com o fim da Guerra Fria e a crise econômica dos anos 1980. Ele também relata que as manifestações dos negros eram cada vez mais radicais a partir do final dos anos 1970 e durante os 80. “Os jovens negros perderam a paciência com líderes que tentavam uma conciliação”, afirma.
Reprodução
Massacre de Shaperville, quando policiais mataram 69 pessoas
De fato, durante a década de 1980, atentados à bomba, por exemplo, se tornavam comuns. Ainda assim, o fim do Apartheid deu lugar à conciliação. De um lado, o Partido Nacional se deu conta de que era preciso abrir o regime para não ser engolido. De outro, líderes como Mandela aceitaram negociar. “Conta aí a sabedoria política de um grupo do Partido Nacional, liderado por De Klerk, de fazer uma transição negociada. Do outro lado, havia um grupo disposto a negociar, o CNA, e Mandela foi o fiel da balança, ele era adorado pelos negros e respeitado pelos brancos”, afirma Penna.
Para o professor da UnB, a presença de Mandela foi determinante para que o fim do regime de exclusão racial não terminasse de maneira sangrenta. “Foi um golpe de sorte terem mantido este homem vivo, um homem de sua altivez. Se não, acho que o Apartheid terminaria de outra maneira”, diz.
Analúcia Danilivicz explica que o CNA é uma organização com uma história bastante peculiar. O partido completa cem anos em 2012 e surgiu tentando negociar com os brancos. A partir de 1960, há uma inflexão rumo a guerrilha, motivada pelo Massacre de Shaperville, em que a polícia reprimiu 20 mil negros que protestavam contra a Lei do Passe, que os obrigava a portar cartões de identificação, onde estavam escritos os locais de Johanesburgo onde poderiam transitar. Sessenta e nove pessoas foram mortas a tiros e 186 ficaram feridas, entre elas mulheres e crianças. “Ali o CNA se deu conta que não ia adiantar tentar estabelecer um diálogo com o Partido Nacional”, conta a professora da UFRGS.
Ainda assim, quando seu principal líder é solto em 1990, o partido volta às origens, capitaneando a negociação para um governo em que a maioria negra fosse livre. Em 1993, enquanto tratavam da nova Constituição, Mandela e De Klerk ganharam conjuntamente o Nobel da Paz “por seu trabalho pelo fim pacífico do Apartheid e por criarem as bases de uma nova e democrática África do Sul”.

África do Sul ainda não se libertou completamente do Apartheid
András Osvát
Exclusão social dos negros ainda permanece na África do Sul pós-Apartheid | Foto: András Osvát
Em 1994, ocorre a primeira eleição com participação dos negros. O CNA vence com 62% dos votos, mas governa junto com o Partido Nacional, que teve 20%, em um governo de “unidade nacional”, conforme já fora estabelecido pela Constituição “interina”, de 1993 – em 1996, entra em vigor a Constituição definitiva da África do Sul pós-Apartheid. Mandela foi alçado presidente e, desde aquela eleição, o CNA sempre foi o partido mais votado, tendo atualmente Jacob Zuma à frente do governo sul-africano.
Apesar da primazia do partido que lutou pela liberdade dos negros, a exclusão social permanece, bem como o racismo. Na questão social, pesa o fato de que tudo o que era dos brancos continuou com eles. “As propriedades foram mantidas na mão dos brancos. Comenta-se que isto fez parte do acordo entre as altas lideranças”, conta Pio Penna Filho. “Foi uma conversão de eixos que levou o Partido Nacional a procurar o principais lideres do CNA e negociar uma transição para que os negros chegassem ao poder, mas os brancos não perderam sua inserção na economia. Hoje, 80% da economia está nas mãos dos brancos. A minoria branca influencia na capacidade de gestão nos três governos negros que tivemos pós-Apartheid”, afirma Analúcia Danilivicz.
“O Apartheid deixa um legado terrível de racismo e de exclusão social. Enquanto havia este regime, a renda só era distribuída entre os brancos”, explica Penna Filho. O professor da UnB pondera que, embora a desigualdade persista, muitos negros conseguiram ascender socialmente após o fim do regime racista. “Houve mudanças com a promoção de políticas públicas. Hoje já há classe média negra e negros ricos”, diz.
“Durante 350 anos o sistema econômico sul-africano foi dominado pelos brancos. Temos 17 anos de governo de maioria negra. Em apenas duas décadas é impossível transformar totalmente um sistema fundado na exploração, na segregação e na discriminação que vigorou esse tempo todo”, opina Analúcia Danilivcz.
As relações entre brancos e negros também permanecem sendo problemáticas. Em 1995, foi estabelecida a Comissão da Verdade e da Reconciliação, que estabeleceu anistia para todos os que confessassem crimes relacionados ao Apartheid e aceitassem depor. A comissão é tida como um dos exemplos internacionais de justiça de transição, mas não há ainda uma real reconciliação no país.
“Resta um racismo em grandes proporções, entre as gerações que viveram o Apartheid. A África do Sul deve superar isto em dez, vinte anos. De 1994 para cá é que crianças negras e brancas passaram a brincar juntas”, afirma Penna. “Esse regime, que vigorou durante praticamente toda a segunda metade do século XX, pode ter sido aniquilado juridicamente, mas não foi aniquilado no entendimento e nos valores das pessoas”, diz Danilivcz.
ENTENDA O APARTHEID
A África do Sul possui uma peculiaridade em relação aos demais países africanos. O país foi colonizado durante desde o século XVII por europeus de diversas nacionalidades, como alemães, holandeses e franceses. “Durante os processos de descolonização, as elites brancas na África regressaram a seus países de origem, Na África do Sul eles ficaram e constituíram uma comunidade branca permanente. Logo, eles vão se entender como brancos africanos”, explica Analúcia Danilivcz.
Arraigados ao continente africano, estes colonos, conhecidos como afrikâners ou bôeres, chegam a entrar em conflito com os ingleses pela posse da região, no final do século XIX. Ainda assim, os europeus sempre foram franca minoria populacional na África do Sul, por isto a preocupação em ter um controle estrito sobre a população negra. “Essa minoria branca, para que pudesse se manter no poder, tinha que ter um controle absoluto sobre a maioria negra e o controle chegou ao extremo quando o Apartheid foi constituído e sendo aprimorado”, relata a professora de Relações Internacionais da UFRGS.
As primeiras leis racistas são criadas no século XIX nos territórios bôeres no interior da África do Sul, onde estes sul-africanos de origem europeia se refugiaram da Coroa inglesa. A legislação dispõe que negros só têm direito a, no máximo, 7,5% das terras, e os bôeres a 92,5%.
Entre 1910 e 1961, a África do Sul possui autonomia, apesar de ainda ser subjugada aos britânicos. Já durante este período, em 1948, é criado o regime do Apartheid pelo Partido Nacional, que dá um contorno definitivo a uma série de leis de segregação que àquela altura já existiam. Os cidadãos são classificados em quatro categorias “brancos”, “nativos”, “mestiços” e “asiáticos”. Os negros (“nativos”) são obrigados a viver nos “bantustões”, territórios onde moram e só saem para trabalhar para os brancos. Os bantustões são considerados países independentes. Uma farsa para que os sul-africanos negros não tivessem qualquer direito nas leis da África do Sul branca, uma vez que não eram nem considerados cidadãos do país.
“As leis de segregação racial vêm do final do século XIX, de controle sobre a terra, sobre o trabalho. O que acontece em 1948 é uma sofisticação dessa legislação e o controle expresso sobre a população. Vêm como decorrência disso a impossibilidade do negro ser proprietário de bens, de ele transitar no país livremente. São criados os bantustões. As antigas reservas negras são transformadas em áreas independentes, isso tudo muito relativizado, claro, porque, na verdade, eles foram jogados nessas áreas. Os negros perdem a cidadania sul-africana, que na verdade nunca tiveram”, conta Analúcia Danilivcz.
Segundo a pesquisadora do Cebrafrica, o objetivo de tudo isto era, mesmo em minoria, conseguir ter o controle sobre o trabalho dos negros. “Os brancos precisavam controlar exclusivamente a força de trabalho. Os negros necessários ao trabalho iam ser incorporados aos setores de produção sem nenhum direito, tinham um salário inferior aos dos brancos que tinham a mesma atividade. E quando terminasse a jornada tinham que ir para as áreas exclusivas dos negros”.

Demóstenes Torres: o país do esculacho

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Catulo da Paixão Cearense/Pedro Alcântara






sexta-feira, 16 de março de 2012

Aziz Ab'Saber morreu nesta sexta-feira (16) aos 87 anos

Foto: Reprodução USP 
Morreu na manhã desta sexta-feira (16) Aziz Nacib Ab’Saber, um dos mais respeitados geógrafos do País. Ab’Saber tinha 87 anos e morreu na casa dele, em Cotia (SP). Ele era presidente de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP).
A causa da morte ainda não foi oficialmente divulgada, mas as suspeitas são de parada cardíaca. O velório será realizado a partir das 19h no prédio da administração da FFLCH/USP e o enterro, no Cemitério da Paz, às 10 horas. A FFLCH/USP decretou luto de três dias. Aziz casou-se duas vezes, deixa duas filhas e seis netos.
 Nascido em São Luís do Paraitinga, em 1924, Ab'Saber foi autor de mais de 300 trabalhos acadêmicos e considerado referência da geografia em todo o mundo. É autor de estudos e teorias fundamentais para o conhecimento dos aspectos naturais do Brasil.Foi presidente da SBPC de 1993 a 1995 e desenvolveu trabalhos no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA/USP) até ontem. Foi autor também de diversos livros educativos sobre geografia, usados em diversos colégios.

Veja a repercussão: Legado de Ab'Saber vai durar muitos anos, diz ex-orientanda
“Por causa destes livros, o trabalho dele serviu de base até para o avanço do conhecimento de geografia no país”, disse ao iG Rute de Andrade, Secretária Geral da SBPC. “É uma contribuição única pela qualidade e abrangência. Ele descreveu o país a partir de viagens, onde associava geomorfologia, ecossistema e a formação dos ambientes”, disse.
Ab'Saber entregou ontem, o último capítulo de seu livro, “Leituras indispensáveis”, onde tecia comentários sobre artigos que considerava excelentes para a formação humana dos jovens. Nele Aziz fazia uma homenagem ao trabalho dos primeiros geógrafos no interior do Brasil, como José Veríssimo da Costa Pereira e Carlos Miguel, e às primeiras expedições de Candido Mariano da Silva Rondon, o Marechal Rondon (1865 a 1958). O terceiro volume do livro será lançado na reunião anual da SBPC que ocorre em julho em São Luís.
Leia também:
Aziz Ab'Sáber faz duras críticas ao Novo Código Florestal


O acadêmico era um grande entusiasta de que os jovens viajassem para conhecer o Brasil e assim pudessem tomar decisões sobre questões nacionais. A primeira atividade de Ab’Saber como aluno da Universidade de São Paulo foi uma excursão passou por Sorocaba, Itu, Salto, Campinas e retornou a São Paulo, em 1940. Ab’Saber afirmava que a partir daquela viagem, decidiu ser geógrafo.
Amazônia
Suas pesquisas sobre a Amazônia foram fundamentais para o que se convencionou chamar de a “Teoria dos Refúgios e Redutos”. Segundo essa teoria, durante a última glaciação, a Amazônia teria se reduzido a pequenas reservas.
Aziz também foi consultor ambiental do Partido dos Trabalhadores (PT), tornando-se próximo ao ex-presidente Lula. Nos últimos anos, no entanto, passou a criticar a postura do governo federal em relação ao Meio Ambiente, criticando questões como a transposição do Rio São Francisco, e o novo código Florestal. Na reunião da SBPC de 2010, em Natal foi combativo em relação ao novo Código Florestal, chegando a defender a criação do Código da Biodiversidade para contemplar a preservação das espécies animais e vegetais.
Pelo Twitter, o deputado estadual de São Paulo pelo PT, Rui Falcão, lamentou a morte de “Mestre Aziz, decano da geografia física no Brasil, nossos sentimentos para sempre”.
O MST também homenageou o geógrafo, afirmando em nota, que o MST perdia um grande amigo e colaborador. “O povo brasileiro perdeu um dos seus mais brilhantes estudiosos da área ambiental e da geografia de nosso território”.
Ao longo da carreira, Ab’Saber recebeu diversos prêmios como o Prêmio Jabuti em Ciências Humanas (1997 e 2005), eem Ciências Exatas (2007); o Prêmio Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia (1999), concedido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia; a Medalha de Grão-Cruz em Ciências da Terra pela Academia Brasileira de Ciências; e o Prêmio Unesco para Ciência e Meio Ambiente (2001).

Globo ressuscita 'meninas' do Jô para falar mal (adivinha de quem), em ano de eleitoral


Depois de mais de um ano fora do ar ("coincidentemente" ano sem eleições), o programa do Jô de quarta-feira ressuscitou as 'meninas' do Jô, com quatro colunistas do PIG (Partido da Imprensa Golpista) escolhidas a dedo: as CANSADAS Lucia Hyppolito, Cristiana Lobo (Globonews), Ana Maria Tahan e Lilian Witte Fibe.

Para um programa que se propunha a falar de escândalos políticos quando o alvo era o governo Lula, nenhuma palavra sobre o assunto quente da semana: as ligações de Demóstenes Torres com Carlinhos Cachoeira, e muito menos sobre "A Privataria Tucana" que, fatalmente, dominará boa parte da pauta das eleições paulistanas.
Depois de falarem muita abobrinha, Jô soltou seus urubus da gaiola insinuando que a Copa do Mundo de 2014 vai quebrar o Brasil. Em 1950 também disseram isso da construção do Maracanã, mas o que se viu foi uma década seguinte espetacular com a volta de Getúlio Vargas seguida da presidência de JK.
Jô levantou a bola com a seguinte pérola: a crise grega teria sua origem nos gastos com estádios para as Olimpíadas de Atenas. Witte Fibe "confirmou", dizendo que "um motorista de táxi grego havia dito isto para ela!". Uau... Quer dizer, aquele negócio de subprime nos EUA, quebra do Leman Brothers, da AIG, contaminando os bancos Europeus em efeito cascata, foi tudo culpa das Olímpiadas de Atenas? E como explicar a continuidade do crescimento Chinês após as Olimpíadas de Pequim? Ainda bem que o programa do Jô também se apresenta como programa de humor, porque a coisa só se encaixou como piada, passando longe de análise econômica ou política.
No fim, Jô deixou escapar "o plano": Disse que "as meninas do Jô vai voltar uma vez por mês, pelo menos... para comentar os fatos como, por exemplo... o MENSALÃO que vai ser julgado agora...".
Pois é... em ano eleitoral, a rede golpe escala toda sua programação para sua pauta única de sempre: campanha eleitoral negativa anti-Lula, anti-Dilma, anti-trabalhadores. Se preparem, porque haja bolinha de papel.

quinta-feira, 15 de março de 2012

A Que Vieram as Conferências Nacionais?

Uma Análise dos Objetivos dos Processos Realizados Entre 2003 e 2010
Leia o texto de Discussão IPEA 1718, 2012
de Clóvis Henrique Leite de Souza, 
do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) (IPEA).
Com base em pesquisa documental, este trabalho apresenta uma caracterização do ciclo de Conferências Nacionais realizadas no governo Lula e analisa as finalidades declaradas pelas mesmas. Constata-se que há outros objetivos além da formulação de propostas para políticas públicas. As conferências também se propuseram a agendar temas, avaliar situações e fortalecer a participação. Nesse sentido, o texto contribui com o entendimento da natureza desses processos participativos, fortalecendo a necessidade de abordagem multidimensional para a avaliação da efetividade das instituições participativas. Palavras-chave: conferências, democracia participativa, efetividade, instituições participativas, participação

Based on documentary research, this paper presents a characterization of national conferences held during President Lula?s government and analyzes their purposes. It argues that besides the goal of proposing public policies, the Conferences also aim to include themes in the public agenda, to evaluate issues and to increase participation. The paper contributes to a more comprehensive understanding of the nature of participatory processes, strengthening the need for a multidimensional approach for evaluating the effectiveness of participatory institutions. Keywords: conferences, participatory democracy, effectiveness, participatory institutions, social participation.


Read the paper by Clóvis Henrique Leite de Souza, from the Brazilian Institute for Applied Economic Research (IPEA)
   

quarta-feira, 14 de março de 2012

Mafalda, a menina de 50 anos

Eu, em um momento descontraído com Mafalda

 

Los seguidores del personaje celebran su 50 cumpleaños.

Varios ilustradores reinterpretan para EL PAÍS a la popular niña de la melena redonda

Buenos Aires , El País
Los libros todavía están ahí, cuarenta y seis años después, en un compartimento de la mesa de luz de mi madre, junto a unas chinelas que ella ya no volverá a usar. No es un espectáculo para sensibles: están rotos, las tapas entreveradas con las páginas, las páginas mezcladas entre sí. El más viejo es de 1966, un año antes de que yo naciera. El último es de 1973, el año en que empecé a leer de corrido. Fue por esos libros apaisados, de tapas de colores, publicados por la editorial argentina Ediciones de la Flor, que conocí a Mafalda, la historieta que había dibujado Quino desde 1962 y a lo largo de una década. Los descubrí a mis siete, hurgando, como siempre hurgaba —con una avidez de comadreja— por todos los rincones de la casa y, aunque mis padres me permitieron leerlos, me advirtieron que no los iba a entender porque no eran libros para chicos. Entonces no me pareció, pero años después entendí que era verdad: que esos no eran libros para chicos.
***
Quino la dibujó por primera vez el 15 de marzo de 1962 y, aunque la versión nunca vio la luz —estaba destinada a ser publicidad subliminal de una marca de electrodomésticos— esa es la fecha del origen del mito. Cincuenta años después, el culto de Mafalda ha dado la vuelta al mundo. En el invierno de 1999, durante una entrevista en su casa de Buenos Aires, Quino me decía que nunca había imaginado tamaña vigencia y que a veces, cuando la gente se acercaba a saludarlo, podía sentir en ellos una suerte de tensión, de acusación velada: “La Mafalda es un dibujo, no es una persona de carne y hueso. Pero a veces me tratan como si hace veintiseis años hubiera matado a un grupo de nueve personas, los nueve personajes de la tira. A veces me tratan como si fuera un asesino”.
Quino no decía “Mafalda”. Decía “la Mafalda”. No como quien dice “el Quijote” sino como quien habla de una construcción.
***

Psicoanalizando el mundo de Mafalda

TEREIXA CONSTENLA
Mafalda no tiene edad. Ella menos que nadie porque unos sitúan su nacimiento en 1962 y otros en 1963, cuando asomó la melena negra detrás del lazo más inocente del mundo (uno de tantos engaños del personaje menos ingenuo del tebeo) con fines publicitarios para promocionar electrodomésticos. Pero Joaquín Salvador Lavado, conocido mundialmente como Quino y padre de la criatura, prefiere fijar como fecha del natalicio el 29 de septiembre de 1964, cuando se publicó la primera tira en el semanario Primera Plana, de Buenos Aires. A Quino le van los equívocos: él mismo nació el 17 de julio de 1932 en Mendoza (Argentina), mientras que el registro oficial retrasa un mes el acontecimiento.
Mafalda no murió nunca, aunque Quino, preocupado por la pérdida de frescura y originalidad, dejó de crear sus tiras periódicas en 1973. Para entonces, el poderoso personaje —redicha, curiosa, solemne, inconformista, cabal— se había emancipado del creador, aunque la mafaldamanía alcanzaría proporciones universales en las décadas siguientes, con la publicación de sus libros en todo el mundo y la lluvia de honores y distinciones al dibujante. Como todos los grandes, Quino es humilde. “Es una persona absolutamente bondadosa y muy tímida que nunca intenta ser el más brillante”, subraya uno de sus mejores amigos en España, el dibujante Peridis. Del creador destaca su capacidad para inventar un mundo, “más difícil que hacer un personaje”, y su coherencia: “En Quino se da una total correspondencia entre lo que piensa, lo que cuenta y lo que dibuja; y jamás ha renunciado ni a ese estilo ni esa ideología”. Peridis siente debilidad por Manolito, que hereda de su padre tendero simpleza y tacañería y opina que “nadie puede amasar una fortuna sin hacer harina a los demás”. En los niños de Mafalda se reflejan vicios y virtudes adultas. Expresan con abrumador sentido común lo que han olvidado por alguna parte los mayores. “Yo, lo que quiero que me salga bien es la vida”, dice el metafísico Miguelito. “¿No sería hermoso el mundo si las bibliotecas fueran más importantes que los bancos?”, interpela Felipe, el más soñador. “No es cuestión de herir susceptibilidades, sino de matarlas”, sentencia Susanita, esa niña rancia, que repele porque siempre recuerda a alguien. Y el gran Guille: “¿No es increíble todo lo que puede tener dentro un lápiz?”. Colofón de la genuina Mafalda: “Como siempre; apenas uno pone los pies en la tierra se acaba la diversión”.

Llegué a Mafalda en 1973, el año exacto en que Quino dejó de dibujarla, de modo que lo primero que supe fue que todo lo que iba a tener de ella era limitado: diez libros. Pero, a mis siete, eso parecía inagotable, y lo era: recorrí, en los años que siguieron —mientras Perón moría en 1974, mientras empezaba la dictadura militar en 1976, mientras mi hermano heredaba mi triciclo y se rompía un diente, mientras yo aprendía a patinar con patines de rueditas, mientras toda mi familia seguía sin conocer el mar—, una y otra vez ese universo hasta aprenderlo de memoria. Pero sí podía reconocer en mi padre las angustias del padre de Mafalda; y en mí misma la depresión dominguera de Felipe; y en mi hermano menor la inocencia rampante del Guille, la madre era otra cosa.
“Me pregunto si cuando mi mamá era chica quería ser lo que es ahora”, se preguntaba Mafalda en una de las tiras. Después, decidida a salir de dudas, se asomaba al dormitorio donde su madre, rodeada de trapos y productos de limpieza, con el malhumor pintado en el rostro, limpiaba la mugre familiar. “¿Qué querés?” gruñía la mujer. Y Mafalda, con gesto resignado, decía “Nada, iba a comentarte de un chico al que casi le pasa no sé qué con el dedo y un ventilador, pero no importa”. En otra de las tiras, la madre limpiaba una biblioteca y se topaba con sus viejas partituras de piano: “Mis trece años. La profesora Giambartoli. Pobre. Ella creía que yo llegaría a ser una gran pianista”. Seguía limpiando hasta que, de pronto, se detenía y, con un gesto amargo, pensaba: “¿Pobre ella?”.
Entender que una madre podía dudar de sus elecciones —y quizás, incluso, arrepentirse—, fue un descubrimiento aterrador. A veces, mientras mi madre zurcía medias o fregaba los pisos o lavaba los platos, yo le preguntaba: “Mamá, ¿y vos qué querías ser?”. Y ella, elevando los ojos al techo, repetía: “Ay, dios mío, esta nena, esta nena”.
Digámoslo así: mi personaje favorito era Libertad —y toda su misteriosa familia— pero a mi madre Libertad —y toda su misteriosa familia— le parecía una tarada.
No eran, definitivamente, libros para chicos.
***
Mafalda vivía en un departamento, un quinto piso de la calle Chile 371, en el barrio de San Telmo, en Buenos Aires. Yo vivía en una enorme casa con un enorme patio con un enorme olivo, y rosas, y naranjos, limoneros, en la ciudad de Junín, a 250 kilómetros de la capital argentina. Mafalda iba al colegio caminando y a mí me llevaba mi padre, después de servirme el desayuno en la cama. Mafalda se movía por una ciudad con rascacielos, smog, escaleras mecánicas, buses, atascos, ruidos. Yo vivía en una ciudad limpia y silenciosa, donde el edificio más alto tenía nueve pisos y la posibilidad de un atasco era ciencia ficción. Así que, desde mi realidad de provincias, la de Mafalda era una vida mundana, sofisticada, de independencia insolente y radical. Yo imaginaba que, cuando fuera adulta, me mudaría a Buenos Aires e iría a mi trabajo en esos buses, me sentaría a leer en esas plazas, compraría mi comida en esos almacenes y la comería en uno de esos departamentos, todas cosas que, sumadas a la posibilidad de respirar smog —¡smog!—, me parecían el summum de la modernidad.
Pero, cuando viajé a Buenos Aires por primera vez, a mis 9 años, descubrí que, liberada de la línea fina con que la dibujaba Quino, la ciudad era otra cosa. No estaban allí las calles por las que Mafalda andaba con sus zapatos en forma de plancha, ni los parques de césped prolijo en los que Miguelito se ensoñaba panza arriba, ni los departamentos luminosos y enormes (el de Mafalda era infinito) con ambientes para cocinar, dormir, desayunar, cultivar plantas, mirar televisión. Las calles estaban rotas, los parques eran desprolijos, los departamentos ínfimos, el smog invisible. No es que fuera una ciudad fea: era peor: era una ciudad desconocida. Y, aunque vivo aquí desde hace años, Buenos Aires nunca ha dejado de ser una ciudad que todavía busco. Siempre le estoy corrigiendo aquel antiguo error de paralaje.

FERNANDO VICENTE
***
Un día, cuando era muy chica, me pregunté cuantos años podría tener Mafalda. Y me di cuenta de dos cosas: una, que yo siempre había sido más vieja que ella, congelada como estaba en sus 6, sus 7 años. Otra, que ella no tenía edad posible: humana. Que no era adolescente ni adulta ni joven ni vieja ni, mucho menos, niña. Y, de pronto, la idea de que tuviera padres se me reveló monstruosa. Desde entonces, Mafalda me ha parecido una hija en concesión.
***
Imagino, también, que en aquellos años Mafalda debió ser un caballo de Troya muy incómodo. La historieta estaba plagada de alusiones políticas que siguieron vigentes durante mucho tiempo y, aunque la mitad de esas alusiones sobrepasaban la comprensión de alguien que, como yo, había llegado a ellas a los siete años, un niño es una perfecta máquina de curiosidad y eso hizo que mis padres, como muchos otros, tuvieran que responder preguntas, irradiadas directamente de esas páginas, en años en los que aún preguntas más inocentes hubieran resultado radioactivas: ¿quién es Fidel Castro, qué son los derechos humanos, qué es la autodeterminación de los pueblos, qué es Cuba, qué es un sindicato, qué es la UN? A veces pienso que sería maravilloso tener un registro de todas aquellas respuestas de todos aquellos padres a todas aquella preguntas de todos aquellos hijos que, en la Argentina, empezamos a crecer entre el último gobierno de Perón y la dictadura militar de 1976; entre los colegios que no nos permitían llevar el pelo suelto y los libros prohibidos enterrados en el patio de nuestras casas; entre la euforia del mundial ´78 y los amigos de nuestros padres cuyos nombres había que decir en voz baja. A veces pienso que sería maravilloso tener un registro de todas esas respuestas porque nos ayudarían a saber quiénes eran, y quiénes éramos, y qué cosas hacían de nosotros.

terça-feira, 13 de março de 2012

Coronel Curió será denunciado à Justiça por sequestro de militantes no Araguaia

Este curió pode ir pra gaiola
Segundo o Ministério Público Federal, como se trata de crime permanente, não se pode falar em prescrição ou anistia
São Paulo – O Ministério Público Federal informou que assinou hoje (13) denúncia que será encaminhada amanhã à Justiça Federal contra Sebastião Curió Rodrigues de Moura, coronel da reserva do Exército, pelo crime de sequestro qualificado de cinco militantes. A denúncia refere-se a cinco presos capturados durante a guerrilha do Araguaia, na década de 1970, e ainda desaparecidos: Maria Célia Corrêa (Rosinha), Hélio Luiz Navarro Magalhães (Edinho), Daniel Ribeiro Callado (Doca), Antônio de Pádua Costa (Piauí) e Telma Regina Cordeira Corrêa (Lia). Segundo o MPF, "foram todos sequestrados por tropas comandadas pelo então major Curió entre janeiro e setembro de 1974 e, após terem sido levados às bases militares coordenadas por ele e submetidos a grave sofrimento físico e moral, nunca mais foram encontrados". Caso seja condenado, o militar pode pegar de dois a 40 anos de prisão.
O processo tramitará na Justiça Federal de Marabá, no Pará. A denúncia, assinada por sete procuradores da República, é resultado de investigação aberta em 2009 pela Procuradoria da República em Marabá.
De acordo com o MPF, os sequestros ocorreram durante a última operação de repressão à guerrilha, em outubro de 1973. Era a chamada Operação Marajoara, comandada pelo então major Sebastião Curió, na época conhecido como Dr. Luchini. "Houve ainda a institucionalização das agressões físicas e psicológicas, não apenas em face dos eventuais detidos, mas também da população civil local", diz a denúncia. "As violentas condutas de sequestrar, agredir e executar opositores do regime governamental militar, apesar de praticadas sob o pretexto de consubstanciarem medidas para restabelecer a paz nacional, consistiram em atos nitidamente criminosos, atentatórios aos direitos humanos e à ordem jurídica. Note-se, aliás, que 'o Estado brasileiro reconheceu oficialmente a existência dos ilícitos de sequestro' e desaparecimento de pessoas no episódio do Araguaia", acrescenta o MPF.
O Ministério Público considera irrelevante a suspeita de que as vítimas estejam mortas. "O fato concreto e suficiente é que após a privação da liberdade das vítimas, ainda não se sabe o paradeiro de tais pessoas e tampouco foram encontrados seus restos mortais”, diz a ação. Curió é acusado, “em razão de sua participação material e intelectual” nos fatos, de ser “um dos poucos agentes criminosos que ainda tem o conhecimento atual da localização das vítimas sequestradas”.
Os procuradores sustentam ainda que, por se tratar de crimes permanentes – as vítimas permanecem desaparecidas –, não se pode falar, neste caso, de prescrição ou anistia. Assim, eles afirmam na ação que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que em 2010 decidiu pela validade da Lei de Anistia, não impede a responsabilização criminal.
Lembram também que os cinco crimes de sequestro identificados foram levados à Justiça pouco mais de um ano depois que sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), ligada à Organização dos Estados Americanos (OEA), sobre o caso Araguaia, determinou ao Brasil que "o Estado deve conduzir eficazmente, perante a jurisdição ordinária a investigação dos fatos do presente caso a fim de esclarecê-lo, determinar as correspondentes responsabilidades penais e aplicar efetivamente as sanções”.

 

segunda-feira, 12 de março de 2012

A terra é dos índios. E o carbono, é de quem?

O punhal está nas costas
Site da Agência Pública revela como empresas estrangeiras de biopirataria aproveitam-se da demarcação de terras indígenas para gerar lucros e ameaçar a soberania nacional, travestidos de ecologistas.
Vale a pela ler

1930: Gandhi inicia a Marcha do Sal

Gandhi em foto de 1931
Dirk Stroschein, em DW

No dia 12 de março de 1930, Mahatma Gandhi e vários discípulos iniciaram marcha em protesto contra o domínio inglês na Índia. A caminhada de quase 400 quilômetros tornou-se conhecida como Marcha do Sal.

Na caminhada que durou 25 dias em direção ao litoral, Gandhi e seus seguidores paravam de cidade em cidade para descansar. Em cada lugar, conseguiam mais simpatizantes.
Naquela época, os indianos eram obrigados a comprar produtos industrializados da Inglaterra, sendo proibidos inclusive de extrair o sal em seu país. O apóstolo da não violência queria acabar com o monopólio que o Império Britânico havia imposto sobre o sal, símbolo do colonialismo para os indianos.
A Marcha do Sal contagiou não só a Índia, mas comoveu a opinião pública de todo o mundo. O homem magro, de pequenos óculos redondos, pregador da resistência pacífica, conseguiu mobilizar uma grande ação de desobediência civil que levou, 17 anos mais tarde, à independência da Índia do colonialismo britânico, que havia se iniciado no século 18.
 
Gesto de protesto
No dia 6 de abril, depois do banho, um ritual sagrado para os hindus, Gandhi apanhou um punhado de sal à beira-mar. Seu gesto foi repetido simbolicamente por milhares de indianos do litoral. Em resposta à provocação, os ingleses prenderam mais de 50 mil indianos, entre eles o próprio Mahatma Gandhi.
Nem isso freou o movimento. Seu filho Manilal assumiu a liderança da campanha. Junto com 2.500 indianos, caminhou até as salinas ao norte de Bombaim. Aproximaram-se em silêncio dos depósitos de sal, guardados por 400 policiais que investiram contra eles com cassetetes. O "exército da paz" foi tombando, sem esboçar um gesto de defesa.
Cada coluna silenciosa que avançava era igualmente abatida. Uma última coluna sentou-se no chão e foi atacada com golpes de cassetete e pontapés. Gandhi não era só um nacionalista que visava a independência.
 
Desobediência civil
O componente social de sua marcha deixou claro que batalhava pela justiça social em um nível mais elevado. Sua meta central era evitar a violência. Usando da desobediência civil, pretendia chamar a atenção para as injustiças na legislação e na sociedade colonial.
A independência da Índia, no entanto, foi proclamada no dia 15 de agosto de 1947. Gandhi, por seu lado, achou que ela aconteceu muito rápido, por considerar muito grandes as contradições internas: entre cidade e campo, muçulmanos e hindus e dentro da sociedade de castas.
Gandhi advertia que seu país merecia a independência, mas ainda não estava maduro para tornar-se nação. Entretanto, nem a "grande alma" conseguiu evitar a divisão em dois Estados: um paquistanês e outro indiano. Um ano mais tarde, foi morto num atentado.