sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Protestar contra a Copa do Mundo? Não, obrigado

     Que bom. Fique aí.
Que bom. Fique aí.

Esses dias estava passando pelo largo da Epatur, em Porto Alegre, e me deparei com um cartaz do movimento anarquista que dizia: Não vai ter copa.
Além disso, vejo com certa frequência aqueles chavões bizarros (“imagina na Copa”) que já pegaram, são ditos aos quilos e estão inseridos no odioso senso comum de parte da população brasileira.
A principal crítica se refere aos vultuosos gastos com a organização do evento, de aproximadamente R$ 28 bilhões, como se todo esse dinheiro fosse utilizado única e exclusivamente para a construção de estádios.
Vamos fazer uma leve discriminação desses 28 bilhões:
R$ 8,9 bilhões estão sendo gastos em obras de mobilidade urbana, como a construção de BRT’s, metrôs e melhorias no transporte público;
R$ 8,4 bilhões em aeroportos.
R$ 1,9 bilhão em segurança.
R$ 7,5 bilhões serão gastos em estádios;
R$ 1,3 será investido em desenvolvimento turístico, portos, telecomunicações e etc.
Ou seja, dos R$ 28 bilhões gastos/investidos com a Copa, a maior parte será utilizado em obras que serão de grande utilidade para a população.
Do total, R$ 5,6 bi são de investimentos privados, o que reduziria a utilização de recursos públicos, a título de financiamento ou gasto, para cerca de R$ 22 bilhões.
Mas a copa do mundo não é só despesa. Muito pelo contrário, é um investimento muito lucrativo para o país (e para as grandes empresas, é claro), tanto no aspecto financeiro quanto nas questões que transcendem às questões econômicas.
De acordo com estudos realizados por instituições como a FGV Ernest Young, a Copa do Mundo dará um retorno financeiro que poderá variar entre R$ 142 e 183 bilhões de reais entre geração de emprego, turismo, impostos, consumo e etc. Investe 28 e retorna 180. Mau negócio?
Fugindo das questões financeiras, esses mesmos estudos apontam que a Copa trará maior visibilidade internacional do Brasil, com a consolidação da imagem do país no exterior, reconhecimento pela capacidade de organizar um evento desse porte, maior exposição de produtos e serviços para o mundo e maior aproveitamento do potencial turístico, além do fortalecimento da alta estima da população brasileira, a exemplo do que ocorreu em países anfitriões das últimas edições, como a África do Sul e, principalmente, a Alemanha em 2006. Essa última merece uma atenção especial nesse sentido.
Esses dias estava assistindo um documentário norte-americano sobre Resistência Alemã, com enfoque na famosa e fracassada Operação Valquíria. Nesse documentário, além de contar detalhes dos movimentos de resistência, falou-se de um tema complicado no qual o povo alemão enfrentou no pós-guerra, pelo menos até 2006 com a realização da Copa do Mundo na Alemanha, que é a da sua alta estima dizimada pelas bizarrices nazistas da 2ª guerra mundial.
Até então, qualquer demonstração de patriotismo era vista como algo negativo (não que não seja em alguns casos) em razão da vergonha que a maioria do povo alemão sentia e sente pelo passado de atrocidades praticadas pelos Nazistas. Se nós entoarmos por aí o famosoeu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor, não teremos qualquer problema com isso. Já na Alemanha, existem até mesmo movimentos para mudar o Deutschlandlied, o Hino Nacional da Alemanha, em razão de entenderem que uma de suas estrofes“Deutschland, Deutschland, über alles” (Alemanha, Alemanha, acima de tudo) exacerba o nacionalismo, além do fato de que essa exaltação ter sido (e ser) muito popular entre os nazistas (e neonazistas).
Esse é um dilema que o povo alemão enfrenta – Se eu for alemão demais vão pensar que sou nazista –  e que a realização da Copa do Mundo no país ajudou e ajuda a superar e que, de acordo com o professor de História Contemporânea da Universidade de Berlim, Paul Nolte, “esse orgulho não tem precedente no passado recente. A nova geração não tem vergonha de ser patriota”.
A nossa eterna síndrome de vira-latas também vai nesse sentido e é possível que acabe, ou diminua, se realizarmos uma grande Copa do Mundo, apesar da enorme torcida contrária de alguns.
Ao contrário do que esse texto pode parecer, não acho que as críticas à realização da Copa sejam inúteis ou infundadas. As desapropriações de imóveis em periferias para a realização de algumas obras foram ilegais e truculentas. Não discordo nem minimizo esses fatos. Essa questão foi muito mal conduzida e planejada pelos prefeitos das cidades sedes e estes deveriam responder pelo crime de responsabilidade.
Alguns gastos podem ter sido superfaturados. Porém, os Tribunais de Contas e o Ministério Público devem exercer suas funções constitucionais para investigar autuar e punir qualquer conduta ilegal.
A corrupção é um problema crônico em nosso país. Não tenho como afirmar mas, como disse anteriormente, é provável que haja algum superfaturamento das obras da copa. Porém, sendo assim, toda e qualquer obra ou serviço público deveria ser alvo de protestos pois, independente da realização da Copa, sempre houve e sempre haverá corrupção no Brasil ou em qualquer lugar do mundo. Não é exclusividade nossa.
E o problema não é a Copa do Mundo, é o sistema como um todo.
Protestar contra a Copa (ou seus gastos), nessa altura do campeonato, é insano para quem diz que se preocupa justamente com dinheiro público. E ela já está aí, não há como voltar atrás.
Mas, supondo que se volte atrás e que o Brasil não realize a copa. Já pensaram no enorme prejuízo que seria dado aos cofres públicos? Aí sim seria dinheiro posto fora e nenhum real dos quase R$ 200 bi previstos retornaria ao país.
O momento histórico de ser contra  já passou. O Brasil se candidatou como sede da Copa do Mundo no ano de 2003. Ou seja, há 11 anos.  A Suíça pensou em ser sede dos Jogos Olímpicos de 2022 e o povo de lá foi contra. Resultado?  Retiraram a candidatura.
É quase a mesma coisa de ser contra a contratação de determinado jogador para o seu time. Depois que assinou o contrato, amigo, é apoiar e torcer que o Perivaldo vire Pelé.
Mas isso tem explicação. Alguns movimentos ligados ao campo da esquerda mais sectária em conjunto com setores da grande imprensa, andam de mãos dadas, ainda que não saibam disso (ou saibam) com o claro intuito de desestabilizar o Governo Federal visando as eleições de outubro. A Copa do Mundo é apenas um pretexto.
A maioria da população, mesmo com os protestos, apoia a realização da Copa do Mundo no Brasil, ainda que esse apoio tenha diminuído com as manifestações do ano passado.
Protestar contra a Copa? Não, obrigado.

AGERGS evita redução imediata de passagens na Região Metropolitana


Agergs decidirá sobre redução da passagem metropolitana apenas em 2014 *

Análise da proposta da Metroplan coincidirá com revisão tarifária feita pela Agergs sobre todo sistema de ônibus metropolitano

Álvaro Andrade alvaro.andrade@rdgaucha.com.br


Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Agergs) vai decidir sobre a proposta de redução do preço da passagem de ônibus metropolitano apenas em fevereiro de 2014. A Agergs realiza a última sessão do ano nesta quinta-feira (19), e ainda não recebeu o processo conduzido pela Metroplan. "A proposta precisa ser distribuida para um conselheiro que irá encaminhar o tema para análise técnica e jurídica. Também será necessária audiência pública e assim, a previsão é que o processo leve de 30 a 40 dias para estar apto a ser analisado pelo Conselho Superior da Agência", afirma o presidente da Agergs, Carlos Martins.

A análise da proposta da Metroplan irá coincidir com uma revisão tarifária feita pela Agergs sobre todo sistema de ônibus metropolitano, que pode resultar em revisões para cima, ou para baixo, no valor das passagens. O resultado dessa avaliação será conhecido na primeira quinzena de janeiro.
Entenda
O Conselho Estadual de Transporte Metropolitano aprovou, na manhã desta quarta-feira (18), a proposta da Metropolan para unificar as tarifas dos ônibus dos trajetos do eixo norte da Região Metropolitana, que inclui Novo HamburgoSão LeopoldoSapucaia do SulEsteio eCanoas. Pelo projeto aprovado, a tarifa de deslocamento entre essas cidades passaria a ser única, de R$ 2,65.
Já o valor do deslocamento de qualquer uma dessas cidades para Porto Alegre  - ou da Capital para esses municípios - seria de R$ 3,15. O acordo também prevê melhorias na qualidade do serviço para os usuários.
As empresas ficariam comprometidas a renovar a frota, em pelo menos 20 ônibus por ano. A proposta ainda precisa do aval da Agergs para entrar em vigor.
* O título é o original. Acho que há um engano.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Tribunal de Contas de SP, que detonou Erundina, agora quer detonar Haddad

A PROFECIA QUE SE AUTORREALIZOU 

Paulo Moreira Leite


Ao suspender a construção dos corredores de ônibus em São Paulo, oTribunal de Contas do Município dá sequencia ao conjunto de medidasque tem anestesiado os poderes do prefeito Fernando Haddad. 

Não importa se você gosta ou não dos corredores. Se acha que os táxisdeveriam ser autorizados a trafegar nos espaços reservados aos ônibusou se eles sequer deveriam ser construídos.

São Paulo debate os corredores de ônibus desde que o primeiro deles foi construído pelo prefeito (nomeado) Mário Covas. Jornais e emissoras derádio passaram um ano inteiro dando porrada. Quando a obra ficou pronta, até o novo prefeito, Janio Quadros, disse que era a favor.

Isso é história.

O que importa hoje é a democracia, uma conquista histórica, que permitiu escolher prefeitos em urnas, também.

Haddad foi eleito com 55% dos votos e tem todo direito de realizar seu programa de governo. Teremos novas eleições em 2016 e, nesta hora, se a maioria decidir o contrário, os corredores podem ser, literalmente, desconstruídos.

O que não vale é um tribunal, de autoridades não-eleitas, tomar uma decisão dessa natureza. O caso dos corredores é ainda mais preocupante porque estamos falando de um tribunal de contas, que, em sua origem, tem um papel de aconselhar autoridades a tomar medidas, sugerir decisões -- mas não dispõe das mesmas funções e poderes do Judiciário convencional.

A Constituição, como se sabe, informa em seu artigo 1o. que todos os poderes emanam do povo, que o exerce através dos representantes eleitos. 

Isso implica em reservar, ao Legislativo, o papel de formular leis. Reserva, ao Executivo, o papel de executá-las. 

Jà o Judiciário tem a função de julgar se a lei em vigor está sendo aplicada devidamente. Como ensinam os bons juristas, um tribunal não faz justiça, missão que cabe à política. Os tribunais aplicam leis.

Mas não é isso que estamos assistindo no país, hoje. Em vários escalões, o Judiciário tem tomado medidas que vão além de suas atribuições. Basta lembrar que o Supremo Tribunal Federal decidiu suspender a votação dos royalties do petróleo e até hoje o caso permanece empacado, embora o Congresso já tenha deixado claro o que pensa a respeito. O STF também discute

O Supremo também proibiu, através do presidente Joaquim Barbosa, que Fernando Haddad fizesse um reajuste do IPTU. Em outra medida do mesmo teor, a Justiça cancelou a decisão de Haddad que suspendia o Controlar. A Justiça também se colocou no direito de definir as metas e prazos do prefeito para cumprir um programa de construção de creches.

O que é isso? É a judicialização da política, que discuti em dois artigos recentes aqui neste espaço. É um processo que permite ignorar a decisão dos eleitores e aplicar medidas que foram rejeitadas nas urnas. 

O que se quer é a soberania dos tribunais, em vez da soberania da população. 

As decisões que envolvem IPTU e transporte coletivo, são medidas e conteúdo social bem definido, que impedem medidas que favorecem os pobres e mantém privilégios dos bem nascidos.

Em qualquer caso, são medidas inapropriadas. Não cabe ao Tribunal de Contas do Municípios avaliar o programa dos corredores, pois este julgamento faz parte doo poderes que a Constituição reserva aos representantes eleitos do povo. 

No curto prazo, é difícil deixar de notar que o cerco a Fernando Haddad ocorre num ano de eleição presidencial, onde o voto na cidade de São Paulo tem, sempre, um peso importante na decisão do voto nacional.

Em horizonte mais longo, o saldo desse processo é fácil de perceber. Implica em desmoralizar o voto dos brasileiros, em convencer os eleitores que suas escolhas têm pouco valor prático. São medidas  que ajudam a  preparar processos autoritários.


Paulo Moreira LeiteDiretor da Sucursal da ISTOÉ em Brasília, é autor de "A Outra História do Mensalão". Foi correspondente em Paris e Washington e ocupou postos de direção na VEJA e na Época. Também escreveu "A Mulher que Era o General da Casa".  

Hawking: vida após a morte é conto de fadas para quem tem medo


Este homem não acredita em deus

O astrofísico norte-americano Stephen Hawking, de 69 anos, afirmou em entrevista à edição desta segunda-feira do diário inglês The Guardian que a vida após a morte não passa de um “conto de fadas” para pessoas com medo de morrer. Hawking, um dos mais respeitados cientistas do planeta, sofre desde os 21 anos com os sintomas de uma doença que paralisa seu corpo e que, segundo os médicos, deveria tê-lo matado poucos anos após os primeiros sinais, mas que, de acordo com o próprio astrofísico, permitiu que ele aproveitasse mais a vida.
– Eu vivi com uma perspectiva de uma morte próxima pelos últimos 49 anos. Em não tenho medo da morte, mas eu não tenho pressa em morrer. Eu tenho muita coisa para fazer antes. Eu considero o cérebro como um computador que vai parar de trabalhar quando seus componentes falharem. Não há céu nem vida após a morte para computadores quebrados, isto é um conto de fadas para as pessoas com medo do escuro – disse ao jornal britânico.
Em 2010, Hawking lançou o livro The Grand Design, no qual afirma que não há necessidade de um criador para explicar a existência do Universo. As afirmações vão contra um de seus mais famosos livros, Uma Breve História do Tempo (hoje revisado e com o título Uma Nova História do Tempo), de 1988, em parceria com Leonard Mlodinow.
Nos anos 80, Hawking dizia que uma teoria do tudo, a qual Einstein buscava e que poderia explicar todas as forças e partículas do Universo, seria o que levaria o homem a “conhecer a mente de Deus”. Agora, o astrofísico descarta a vida após a morte e diz que devemos focar nosso potencial na Terra fazendo bom uso de nossas vidas.
Nesta terça-feira, Hawking profere uma palestra em Londres onde afirmará que flutuações quânticas no início do universo tornaram possíveis as galáxias, estrelas e, por fim, a vida humana. Hawking ainda falará sobre a teoria M, que une as teorias das cordas e é vista por muitos cientistas como a melhor candidata a teoria do tudo.

Hoje, é aniversário de Stephen Hawking

Neste 8 de janeiro, Stephen Hawking completa 72 anos. Acho o cara é genial, imagina se eu entendesse o que ele diz.

Carinhoso, com Marisa Monte e Paulinho da Viola

Carinhoso, a música brasileira mais lembrada de todos os tempos? É possível.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Força-tarefa do MPF investiga Guerrilha do Araguaia a partir de hoje

Homens armados olham para corpos que estão no chão, cobertos com um lençol branco
Procuradores investigarão acontecimentos ligados ao período da guerrilha. 
Militantes ainda estão desaparecidos (Agência Pública - arquivo)
São Paulo – Uma força-tarefa criada pelo Ministério Público Federal (MPF) para investigar a Guerrilha do Araguaia começa a funcionar a partir de hoje (7) e terá seis meses para concluir os trabalhos, prazo que poderá ser prorrogado.
A portaria que criou a força-tarefa foi publicada no dia 6 de dezembro do ano passado no Diário Oficial da União. Ela é pelos procuradores Antonio do Passo Cabral, Luana Vargas Macedo, Melina Alves Tostes, Sérgio Gardenghi Suiama, Ivan Cláudio Marx, Tiago Modesto Rabelo e Marlon Alberto Weichert, que vão atuar conjuntamente com os procuradores de Marabá (PA) Mara Elisa de Oliveira e Henrique Hahn Martins de Menezes.
A Guerrilha do Araguaia foi um movimento que surgiu na década de 1970 em oposição à ditadura militar. Até hoje, dezenas de militantes que participaram da guerrilha estão desaparecidos.
Em 2010, a Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou o Estado brasileiro por violações no combate à guerrilha. De acordo como o tribunal, o Brasil é responsável pelo desaparecimento de 62 pessoas durante a guerrilha e deve investigar o caso por meio da Justiça Comum, identificando os culpados sem beneficiá-los com a Lei de Anistia.
O procurador Ivan Cláudio Marx, de Santa Maria (RS), disse, em entrevista à Agência Brasil, que a força-tarefa foi criada para apoiar o trabalho dos procuradores de Marabá. “Para dar o efetivo cumprimento à decisão da Corte Interamericana, que pede para investigar os crimes que ocorreram durante a Guerrilha do Araguaia, seria impossível levar uma investigação a contento apenas com os dois membros [do MPF] que estão lotados em Marabá”, ressaltou. 
Atualmente, existem duas denúncias feitas pelo Ministério Público Federal relacionadas ao Araguaia. Uma delas contra o coronel da reserva do Exército Sebastião Curió Rodrigues de Moura e outra contra o major da reserva Lício Augusto Maciel, ambas por crimes de sequestro qualificado.
No mês de janeiro, segundo Marx, os procuradores deverão analisar esses casos e os procedimentos que serão tomados. “O objetivo da investigação é também identificar outros casos e o que aconteceu com as outras vítimas, localizando os responsáveis por eventuais sequestros, ocultação de cadáveres, homicídios e torturas e entrar com a correspondente ação penal”, explicou.
A primeira reunião da força-tarefa, que não tem coordenador, deve ocorrer no início do próximo mês, em Brasília.
Edição: Aécio Amado

Filha do rei da Espanha é acusada novamente por desvio e lavagem de dinheiro


Da Agência Brasil *
Brasília – A filha do rei espanhol, Juan Carlos, a infanta Cristina de Bourbon, foi acusada pela Justiça do país de desvio de fundos e lavagem de dinheiro. Ela será ouvida pela Justiça no dia 8 de março. A acusação está no âmbito de uma investigação sobre as atividades do marido de Cristina, Iñaki Urdangarin.
O processo conduzido pelo juiz José Castro foi divulgado hoje (6), em um documento de 227 páginas. Esta é a segunda vez que a infanta é acusada no caso. Em abril de 2013, Cristina foi citada no processo, que foi suspenso depois de um recurso.
Cristina de Bourbon é acusada de envolvimento em um esquema de desvio de fundos e lavagem de dinheiro por meio da empresa Aizoon, do ramo imobiliário. A infanta e seu marido controlam, cada um, 50% do capital da empresa. A Aizoon é uma das empresas envolvidas no caso do Instituto Nóos, investigado há vários anos por desvios de fundos públicos.
De acordo com o documento do juiz espanhol, há indícios suficientes que indicam que a infanta autorizou a Aizoon a servir como "base imprescindível para que se cometessem delitos fiscais". Segundo o processo, foram realizados gastos fraudulentos com fundos da empresa, que servia para distribuir lucros de atividades ilícitas do Instituto Nóos que, por sua vez, obteve fundos públicos irregulares.
O advogado da filha do rei Juan Carlos, Miguel Roca, informou que vai apresentar recurso para evitar que Cristina tenha de depor. A Casa Real da Espanha se manifestou sobre o caso e expressou "respeito pelas decisões judiciais".
*Com informações da Agência Lusa   //   Edição: Denise Griesinger

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Esforço para transformar Copa em fracasso é lamentável e prejudica o país - Paulo M. Leite

Publicado em: Isto É


Acabo de ler um desses panfletos eletrônicos campanha contra a Copa de 2014. 
Procuram atemorizar o turista dizendo que somos um dos países com maiores índices de assassinato do mundo.Também temos uma polícia extremamente violenta. Também temos uma educação ruim, uma saúde pública péssima, um transporte urbano idem.
São problemas reais, é óbvio. Mas a atitude é de torcida organizada pelo fracasso. Não se procura fazer um debate racional para encontrar soluções e alternativas. O esforço é produzir um fiasco inesquecível, atitude que só prejudica o Brasil.  
O nome disso é guerra psicológica. Não é um movimento pela razão mas que procura a política pela emoção. 
Janio de Freitas escreveu um artigo de mestre a respeito, na Folha de ontem. Quero abordar alguns aspectos do mesmo
tema. 
Teremos  muita guerra psicológica, em 2014, para que, justamente no país do futebol, a Copa do Mundo venha a se tornar um  problema político. 
Josep Blatter, o presidente da FIFA, será endeusado quando começar a falar mal do governo federal. Vai passar de demônio a santo em 24 horas. Será por isso que ele já começou a fazer críticas ao governo brasileiro? Justo quem.  
Olhando a situação com frieza, o ambiente não deveria ser este. 
Começando pelo futebol pois, salvo segundo aviso, é disso que se trata. 
A verdade é que, ao  contrário do que se anunciou durante todos estes anos, os estádios – novos e reformados – vão  ficar prontos no prazo necessário para os jogos. 
São estádios modernos, seguros, confortáveis. Depois que entrarem em uso regular, a 
ocorrência de tragédias como a de Joinville e outras cenas de violência que marcam os campeonatos tradicionais. 
Só para dar um pouco de realidade ao debate. Compare as obras da Copa com o Metrô paulista, por exemplo. 
Tudo aquilo que se diz contra os estádios se demonstra -- até com ajuda da Justiça Suiça - no metrô paulista. Os atrasos duram anos. O superfaturamento bate recordes. E então? Cadê a indignação? 
Quando o Brasil ganhou o direito de organizar a Copa, o país fez uma festa. 
Quem não gostou da ideia ficou em silêncio.
Alguém disputou a eleição de 2010 falando mal da Copa? Não me lembro. Nem candidato a síndico de prédio se atrevia a tanto.
Salvo casos patológicos de desprezo pelas necessidades da maioria da população, quem não queria a Copa como 
proposta esportiva, dizendo que o país teria outras prioridades – esta era minha opinião na época -- admitia a vantagem keynesiana. Era uma forma de apontar uma perspectiva de investimentos em larga escala, no país inteiro, nos anos seguintes.  
Depois da crise mundial de 2008, quando o capitalismo entrou em depressão em escala mundial, a Copa de 2014 se tornou uma benção em vários lugares. Ajudou a manter o crescimento e o emprego de quem não teria outra chance de arrumar trabalho.
 
Na dúvida, dê uma volta no país e converse com pessoas da vida real.
 
O problema é a psicologia.
 
A maioria dos brasileiros concorda -- racionalmente, com base em dados objetivos e também por experiência própria -- que poucas vezes e trabalhou com tanto empenho para distribuir a renda e melhorar a vida dos mais pobres como aconteceu depois 
da chegada de Lula no Planalto.
Neste ponto, é um governo de valor histórico. 
A terapia emocional de massas quer nos convencer do contrário. Embora tenha chegado ao Planalto em 2003, procura-se criminalizar o condomínio Lula-Dilma pela omissão de seus adversários ao longo da história. É por isso que se fala muito do futebol.
E procura-se esconder o drama do metrô. Aliás: deu para notar que os atrasos do metrô geram menos protesto do que as críticas a demora relativa nas obras da Copa? 
Qual é mesmo prioridade? 
O esforço da terapia é esse: mudar prioridades sociais e transformar a Copa num drama político.
Adversário de tantas ditaduras do século XX, David Rousset deixou uma frase muito útil para se enfrentar grandes operações contra as democracias: 
 -- As pessoas normais não sabem que tudo é possível.