quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Sans cullotte na Câmara Municipal


Mais uma vez a mídia resolve dar repercussão a uma picuinha da Câmara Municipal. Nesse caso, o projeto do Tessaro que obriga trajes para as vereadoras. Queria que os meios de comunicação dessem uma cobertura semelhante à discussão das Leis Orçamentárias e outros debates importantes para a cidade. Mas eles adoram noticiar bobagens e nosso parlamentares, sequiosos de divulgação, acabam embarcando nessa. Eu também, por isso vou dar a minha inestimável opinião.
Há lugar pra tudo e traje para tudo. Ninguém precisa casar de fraque, mas ninguém vai a um casamento cerimonioso de bermuda e camiseta.
Nem os descamisados são, por definição mais honestos, nem os engravatados são, por princípio, ladrões. Eu sou professor. Acho inadequado comparecer às aulas de camiseta e chinelo de dedo, embora nenhuma lei me proíba.
Se tivesse a honra de representar alguém no Legislativo Municipal, iria de casaco e gravata, mas votaria contra essa regra. Faria isso mais por solidariedade do que por convicção. Mas uma coisa eu faria questão de dizer (e estou dizendo agora), a proposta pode ser conservadora, mas não é machista.
É normal que um movimento arranje argumentos para contestar uma proposta que, concretamente, atinge duas parlamentares. Porém, é de se perguntar por que as regras dos legislativos só abordam o traje masculino. Trata-se de herança de um tempo em que as mulheres não tinham representaçaõ parlamentar. Ou, melhor, sua presença era tão escassa que não valia a pena gastar tempo para discutir como elas deveriam se vestir. O machismo, no caso, está em ignorar a presença cada vez maior das mulheres nos parlamentos. O vereador que propõe o uso de trajes para mulheres parlamentares é um conservador. Pode ser machista, mas não posso julgar isso exclusivamente pela proposta que ele fez.

Camelódromo


Às vezes eu acerto. Uma das primeiras postagens deste blog foi sobre o camelódromo e meus prognósticos não eram bons. Para provar que não sou apenas um pessimista, a situação está tuim mesmo. Muitos estão inadimplentes e ameaçados de despejo. O trambolho de cimento está cercado de vendedores de tudo que é pitrataria e a freguesia não corresponde ao que foi anunciado.
Vem mais coisa por aí, mas o centro de Porto Alegre, sem as lonas amarelas que tomavam conta da Praça XV, dificilmente voltará a ser o que era para os camelôs que caíram na conversa da Prefeitura.


Um peixe chamado Walna


Não sei se é real a notícia de que Walna será transferida para Brasília e representar o Governo Estadual na capital. Em todo caso, como prevenção, é bom que ela evite passar perto da ponte. Marcelo Cavalcante não aceitou esse aviso e...

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Linguagem cifrada

"O nosso amigo vai levar a encomenda pro tio. Um pacote tem cinco e outro tem sete. Se chover, o jogo vai ser adiado para depois de amanha. De qualquer modo, a gente se encontra no lugar de sempre naquele horario. Fala pra mae que os filhos estao nervosos."
Digam-me, leitores, se alguem falasse assim com algum de voces, ou voces presenciassem alguem falando assim, iriam achar uma conversa normal? Pois o pessoal que foi gravado fala tudo assim e acha que nao tem nada de estranho. Ou estao achando que somos idiotas, ou possuem serios problemas de comunicaçao. Precisam de tratamento.
Talvez, no relatorio final da CPI, o relator proponha um curso de comunicaçao aos envolvidos.