sábado, 15 de junho de 2013

Por una Cabeza, três versões holywoodyanas

Três cenas de cinema com os atores holywoodianos dançando "Por una Cabeza". Qual a melhor?

Papa sugere revogação de lei sobre casamento gay na França

O papa Francisco disse nesse sábado que os parlamentares franceses não devem hesitar em “revogar” as leis contrárias a igreja católica. A declaração foi uma alusão ao texto validado no mês passado na França, que autoriza o casamento entre pessoas do mesmo sexo no país.
Papa Francisco ressaltou sua oposição ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Papa Francisco ressaltou sua oposição ao casamento entre
 pessoas do mesmo sexo. REUTERS/Tony Gentile
As declarações de sumo pontífice foram feitas durante uma reunião com uma delegação de senadores e deputados franceses no Vaticano nesse sábado. Segundo o Papa, os parlamentares não devem hesitar, se necessário, em “revogar” as leis para que elas possam proporcionar “a qualidade que eleva e enobrece o ser humano”.
“O princípio da laicidade que governa as relações entre o Estado francês e as diferentes religiões não deve se traduzir em uma hostilidade à realidade religiosa, ou a uma exclusão das religiões do campo social e dos debates”, disse ainda o papa Francisco. “A igreja deseja dar sua contribuição específica sobre as questões profundas ligadas a uma visão mais completa da pessoa e de seu destino”, completou o sumo pontífice, frisando que essa contribuição também deve estar presente no plano político e econômico.
A França realizou no mês passado o primeiro casamento entre pessoas do mesmo sexo, logo após a aprovação de uma lei que suscitou debates e manifestações gigantescas. A igreja católica sempre se mostrou contrária à decisão.
De: RFI


Caixa Cultural recebe filmes, documentários e palestras do universo trekker

spock
Grande ícone da história da ficção científica, Jornada nas Estrelas terá seus episódios para cinema e TV, além de documentários, apresentados de 11 a 23 de junho, nos cinemas 1 e 2 da Caixa Cultural do Rio de Janeiro. A retrospectiva “Jornada nas Estrelas – Brasil: A Fronteira Final” exibe 18 filmes com ingressos a R$ 4.
Além da exibição dos filmes, haverá uma mesa de debate no dia 20 de junho, às 19h15, sobre o fascínio exercido até hoje pela série sobre uma legião de fãs .
 
Jornada nas Estrelas, ficção científica para as massas
 
Ainda será dado um curso de 3 dias (11, 12 e 13 de junho) com o tema “Jornada nas Estrelas, ficção científica para as massas”, com a professora Rita Ribeiro, pesquisadora na área de culturas urbanas.
Os interessados em participar do curso devem se inscrever através do e-mail: inscricao@blgentretenimento.com.br, colocando no assunto “Inscrição curso” e, no corpo da mensagem, o nome completo, número de identidade e telefone. As vagas são limitadas e por ordem de chegada das mensagens.

As Cidades Rebeldes de David Harvey



Um grande teórico das metrópoles contemporâneas contesta hipóteses conformistas e vê nestes centros, colonizados pelo capital, laboratórios de outra sociedade
Entrevista a John Brissenden e Ed Lewis, do New Left Project | Tradução: Daniela Frabasile e Laís Bellini
Acaba de sair (por enquanto, em inglês), um livro indispensável para quem quer debater crise do capitalismo, degradação social e ambiental das cidades e busca de alternativas. Numa obra curta (206 páginas), intitulada “Cidades Rebeldes”, o geógrafo, urbanista e antropólogo David Harvey sustenta pelo menos três ideias polêmicas e indispensáveis, num tempo de crise financeira, ataque aos direitos sociais, risco de desastre ambiental e… rebeliões contra o sistema. Elas estão expostas em detalhes em entrevista que Harvey concedeu a John Brissenden e Ed Lewis, do excelente site britânico New Left Project.
A primeira provocação do geógrafo – que é também um dos grandes estudiosos contemporâneos de “O Capital”, de Karl Marx (veja a área especialmente dedicada ao tema, em seu site) – diz respeito ao papel das grandes metrópoles. Harvey discorda de dois tipos de pessimismo. Estes grandes centros para onde fluem as multidões de todo o mundo no século 21, diz ele, são bem mais que templos da desigualdade, da vida automatizada e cinzenta, da devastação da natureza.
É a elas que afluem – e lá que se articulam — as multidões às quais o capital já não oferece alternativas. Esta gente estabelece novas formas de sociabilidade, identidade e valores. É nas metrópoles que aparecem a coesão reivindicante das periferias; novos movimentos como Occupy; as fábricas recuperadas por trabalhadores em países como a Argentina; as famílias que fogem ao padrão nuclear-heterossexual-monogâmico. Nestas cidades, portanto, concentram-se tanto as energias do capital quanto as melhores possibilidades de superá-lo. Elas não são túmulos, mas arenas. Aí se dá o choque principal entre dois projetos para a humanidade.
A segunda hipótese de Harvey diz respeito à própria (re)construção de um projeto pós-capitalista. O autor de Cidades Rebeldes está empenhado em identificar e compreender formas de organização social distintas das previstas por um marxismo mais tradicional. Ele reconhece: ao menos no Ocidente, enxergar na a classe operária fabril o grande sujeito da transformação social equivale quase a um delírio. É preciso buscar sentidos rebeldes nas lutas por direitos sociais empreendidas por um leque muito mais amplo de grupos e movimentos. Não cabe nostalgia em relação às batalhas dos séculos passados: é hora de tecer redes entres os que buscam de muitas maneiras, nas cidades, construir formas de vida além dos limites do capital.
Mas esta abertura ao novo não significa, diz Harvey (e aqui está sua terceira provocação fundamental), aderir a modismos. O autor saúda o surgimento de uma cultura da horizontalidade e da desierarquização, nas lutas sociais. Mas sugere: para enfrentar um sistema altamente articulado, será preciso construir, também, visões de mundo e projetos de transformação que não podem ser formulados no chão de uma assembleia local de indignados. Harvey teme que o horizontalismo – grosso modo, a noção de que tudo deve vir das bases e ser debatido em assembleias – acabe se transformando num fetiche. Seria, ele adverte, refazer pelo avesso a obsessão dos antigos Partidos Comunistas pela autoridade e centralização. A entrevista completa vem a seguir (A.M.).
 
 

“Rebel Cities: from the right to the city to urban revolution”,
Verso, Londres, 206 páginas, U$ 13,95

John: Você diria que há um argumento central em “As Cidades Rebeldes: Do direito à cidade à Revolução Urbana”, ou o livro reúne diversos temas?


David Harvey: Um pouco dos dois. Se há um argumento central, ele está nos capítulos 2 (“As raízes urbanas das crises capitalistas”) e 5 (“Reivindicando a cidade para a luta anticapitalista”). O capítulo 2 é essencialmente sobre as relações entre capital e urbanização; o 5, sobre a oposição entre o capital e a urbanização. O conflito de classes está basicamente nos capítulos 2 e 5.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Tarifa zero já é praticada em cidades do Brasil

A tarifa zero já é realidade em algumas cidades do
A tarifa zero já é realidade em algumas cidades do Brasil
A tarifa zero para o transporte coletivo, uma das bandeiras levantadas pelos manifestantes que protestam contra o aumento da passagem em São Paulo, já é uma realidade em cidades do interior do Brasil. Os municípios de Ponto Real, no Rio de Janeiro, Ivaiporã, no Paraná, e Agudos, em São Paulo, oferecem à população o serviço público de transportes. Somadas, as populações das três cidades não ultrapassam os 100 mil habitantes, enquanto a capital paulista possui mais de 41 milhões de moradores, de acordo com o último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar da diferença de tamanho territorial e populacional, alguns especialistas nas áreas de Mobilidade Urbana e Administração Pública acreditam ser possível a aplicação da tarifa zero na capital. “A aplicação da tarifa zero independe do tamanho da cidade. Ela é possível, mas depende do planejamento financeiro de cada município. Numa cidade do tamanho de São Paulo, o planejamento técnico precisa ser muito maior, além de envolver também os governos estadual e federal”, explica Lúcio Gregori, que foi secretário de Transportes da cidade durante a gestão de Luiza Erundina (PT), em 1990.
Ele foi responsável pelo projeto da tarifa zero para a cidade, que acabou não sendo votada pela Câmara de Vereadores na época. Gregori afirma que a gratuidade do transporte coletivo já é uma realidade - e bem sucedida - em cidades de médio porte em outros países. “Nos Estados Unidos, há 32 cidades com média de 400 a 500 mil habitantes que adotam a tarifa zero”.
Especialistas em Mobilidade Urbana e Administração Pública da Unicamp e da Unesp também destacam a experiência em diversas cidades de médio porte da Europa, entre elas a capital da Estônia, Talinn. Sidney, na Austrália, também oferece linhas de ônibus gratuitas. No Brasil, a cidade de Paulínia, que fica a 118 km de São Paulo e tem mais de 82 mil habitantes, teve tarifa zero até 1990. Na época em que administrava a pasta, a proposta de Gregori era subsidiar as tarifas dos ônibus (de responsabilidade de Prefeitura) com a arrecadação do IPTU - que é um tributo municipal.
A ideia era realizar, um aumento proporcional ao valor do imóvel, “assim casas de luxo e imóveis comerciais teriam uma elevação maior de tributo”. Segundo o ex-secretário, o projeto não chegou nem a ser votado na Câmara por questões de disputa política e de interesse econômico das empresas que detém a concessão dos transportes. “Mas uma pesquisa feita em dezembro de 1990 revelou que 76% da população era favorável ao aumento do imposto, desde que destinado ao transporte público”.
Segundo as Secretarias de Transporte das cidades brasileiras que praticam a tarifa zero, o subsídio total é 100% pago com a arrecadação municipal, mas não exclusivamente resultante do IPTU. “ A tarifa zero é uma questão de investimento do transporte coletivo em detrimento do individual, de socialização dos recursos do transporte urbano”, resume o especialista em Administração Pública da Unesp, Álvaro Guedes.
Prós e Contras
Para quem defende a tarifa zero, o transporte coletivo gratuito traz ganhos econômicos para a cidade. “Em primeiro lugar todas as atividades econômicas só são viáveis a partir do momento em que a população consegue acessar o seu local de trabalho”, diz Gregori. Redução de veículos particulares nas ruas, diminuição do congestionamento, menos tempo perdido no trânsito e, consequentemente, maior produtividade é uma outra lógica favorável à ideia. Os especialista apontam ainda que com a diminuição do trânsito o próprio custo do transporte público por passageiro cairia significativamente.
Já o professor Diogenes Costa, especialista em Mobilidade Urbana da Unicamp, acredita que o tamanho continental do Brasil e a complexidade das vias urbanas, impedem a aplicação da tarifa zero em cidades maiores. A qualidade do transporte público já oferecido, diante de um aumento significativo da demanda pelo transporte gratuito, também preocupa o acadêmico.
Preço da Tarifa
A tarifa de transporte em São Paulo está cara. Apesar da discussão em relação à viabilidade de uma tarifa zero na cidade, essa é uma opinião unânime entre os especialista contatados pela reportagem. O subsídio existente e a recente isenção do PIS e do Cofins não seriam os únicos instrumentos para reduzir o preço das passagens, acreditam. Entre outras medidas, eles destacaram a desoneração de outros impostos, como do IPI sobre componentes dos veículos, o subsídio de combustíveis e a realocação de investimentos com foco no transporte individual. “É totalmente possível reduzir a tarifa atual”, afirmaram o ex-secretário e os professores.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Fernando Pessoa, o reacionário mais genial da língua portuguesa faria 125 anos, hoje


[NOTA BIOGRÁFICA] DE 30 DE MARÇO DE 1935Nome completo: Fernando António Nogueira Pessoa.

Idade e naturalidade: Nasceu em Lisboa, freguesia dos Mártires, no prédio n.º 4 do Largo de S. Carlos (hoje do Directório) em 13 de Junho de 1888.


Filiação: Filho legítimo de Joaquim de Seabra Pessoa e de D. Maria Madalena Pinheiro Nogueira. Neto paterno do general Joaquim António de Araújo Pessoa, combatente das campanhas liberais, e de D. Dionísia Seabra; neto materno do conselheiro Luís António Nogueira, jurisconsulto e que foi Director-Geral do Ministério do Reino, e de D. Madalena Xavier Pinheiro. Ascendência geral: misto de fidalgos e judeus.


Estado: Solteiro.


Profissão: A designação mais própria será «tradutor», a mais exacta a de «correspondente estrangeiro em casas comerciais». O ser poeta e escritor não constitui profissão, mas vocação.


Morada: Rua Coelho da Rocha, 16, 1º. Dt.º, Lisboa. (Endereço postal - Caixa Postal 147, Lisboa).


Funções sociais que tem desempenhado: Se por isso se entende cargos públicos, ou funções de destaque, nenhumas.


Obras que tem publicado: A obra está essencialmente dispersa, por enquanto, por várias revistas e publicações ocasionais. O que, de livros ou folhetos, considera como válido, é o seguinte: «35 Sonnets» (em inglês), 1918; «English Poems I-II» e «English Poems III» (em inglês também), 1922, e o livro «Mensagem», 1934, premiado pelo Secretariado de Propaganda Nacional, na categoria «Poema». O folheto «O Interregno», publicado em 1928, e constituído por uma defesa da Ditadura Militar em Portugal, deve ser considerado como não existente. Há que rever tudo isso e talvez que repudiar muito.


Educação: Em virtude de, falecido seu pai em 1893, sua mãe ter casado, em 1895, em segundas núpcias, com o Comandante João Miguel Rosa, Cônsul de Portugal em Durban, Natal, foi ali educado. Ganhou o prémio Rainha Vitória de estilo inglês na Universidade do Cabo da Boa Esperança em 1903, no exame de admissão, aos 15 anos.


Ideologia Política: Considera que o sistema monárquico seria o mais próprio para uma nação organicamente imperial como é Portugal. Considera, ao mesmo tempo, a Monarquia completamente inviável em Portugal. Por isso, a haver um plebiscito entre regimes, votaria, embora com pena, pela República. Conservador do estilo inglês, isto é, liberdade dentro do conservantismo, e absolutamente anti-reaccionário.


Posição religiosa: Cristão gnóstico e portanto inteiramente oposto a todas as Igrejas organizadas, e sobretudo à Igreja de Roma. Fiel, por motivos que mais adiante estão implícitos, à Tradição Secreta do Cristianismo, que tem íntimas relações com a Tradição Secreta em Israel (a Santa Kabbalah) e com a essência oculta da Maçonaria.


Posição iniciática: Iniciado, por comunicação directa de Mestre a Discípulo, nos três graus menores da (aparentemente extinta) Ordem Templária de Portugal.


Posição patriótica: Partidário de um nacionalismo místico, de onde seja abolida toda a infiltração católico-romana, criando-se, se possível for, um sebastianismo novo, que a substitua espiritualmente, se é que no catolicismo português houve alguma vez espiritualidade. Nacionalista que se guia por este lema: «Tudo pela Humanidade; nada contra a Nação».


Posição social: Anticomunista e anti-socialista. O mais deduz-se do que vai dito acima.


Resumo de estas últimas considerações: Ter sempre na memória o mártir Jacques de Molay, Grão-Mestre dos Templários, e combater, sempre e em toda a parte, os seus três assassinos – a Ignorância, o Fanatismo e a Tirania”.


Lisboa, 30 de Março de 1935

Fernando Pessoa


In Escritos Autobiográficos, Automáticos e de Reflexão Pessoal, ed. Richard Zenith, Assírio & Alvim, 2003, pp. 203 - 206.


O RETRATO POSSÍVEL DE FERNANDO PESSOA


“Era um homem magro, com uma figura esguia e franzina, media 1,73 m de altura. Tinha o tronco meio corcovado. O tórax era pouco desenvolvido, bastante metido para dentro, apesar da ginástica sueca que praticava. As pernas eram altas, não muito musculadas e as mãos delgadas e pouco expressivas. Um andar desconjuntado e o passo rápido, embora irregular, identificavam a sua presença à distância.
“Vestia habitualmente fatos de tons escuros, cinzentos, pretos ou azuis, às vezes curtos. Usava também chapéu, vulgarmente amachucado, e um pouco tombado para o lado direito.
“O rosto era comprido e seco. Por detrás de uns pequenos óculos redondos, com lentes grossas, muitas vezes embaciadas, escondiam-se uns olhos castanhos míopes. O seu olhar quando se fixava em alguém era atento e observador, às vezes mesmo misterioso. A boca era muito pequena, de lábios finos, e quase sempre semicerrados. Usava um bigode à americana que lhe conferia um charme especial. Quando falava durante algum tempo e esforçava as cordas vocais, um dos seus pontos sensíveis, o timbre de voz alterava-se, tornando-se mais agudo e um pouco monocórdico. A modulação da passagem de um tom para o outro acabava por reduzir o seu volume vocal natural e o som então emitido ficava mais baixo e um pouco gutural, tornando-se menos audível.
“Nos últimos dez anos de vida, talvez provocado pelo fumo dos oitenta cigarros diários, adquiriu um pigarrear característico, seguido de uma tosse seca.
“Embora não muito dado ao riso, Fernando Pessoa tinha uma certa ironia e algum humor, sobretudo se estava bem disposto, o que acontecia algumas vezes quando os amigos mais próximos o desafiavam para jantares. Curiosamente libertava-se então da sua timidez e gesticulava de um modo mecânico e repetitivo, deixando escapar um riso nervoso, às vezes irritante.
“Apesar de conviver com os amigos, no fundo nunca deixou de ser um homem neurasténico, solitário e reservado, pouco dado a conversar com estranhos. No final da sua vida, a melancolia e uma exagerada angústia existencial predominavam. Daí a tendência para se isolar dos mais próximos e dos próprios familiares. O seu temperamento ansioso foi interpretado por alguns dos seus biógrafos como uma personalidade do tipo emotivo não activa. No fundo, era um tímido introvertido, dado a fortes instabilidades de sentimentos e de emoções.
“Dotado de um carácter bastante complexo, era, apesar de tudo, um homem simples com uma grande inteligência e de uma extrema sensibilidade... era reservado e não gostava falar de si nem dos seus problemas, protegendo o mais possível a sua privacidade. Terrivelmente supersticioso, tinha momentos em que se comportava de uma forma enigmática e misteriosa, a que decerto não seria alheia a sua velha atracção pelo oculto, o esotérico e a própria relação metafísica que tinha com a vida.”


[…]


“Sabe-se, também, que Pessoa tinha algumas fobias: não suportava que lhe tirassem fotografias, não gostava de falar ao telefone e tinha terror às trovoadas.”


[…]


“Sabe-se que coleccionava postais e que era filatelista. Para além de gostar de ler, e a sua biblioteca comprova os muitos livros que “devorou”, apreciava música clássica: Beethoven, Chopin, Mozart, Verdi e Wagner foram seguramente alguns dos seus compositores favoritos.”

“Apesar da sua vida retirada, monástica quase, Pessoa teve amigos. Tal facto não é de estranhar porque era um homem bondoso, de uma grande nobreza de carácter, sempre disponível para ajudar os outros.”


[…]


“Para além dos “amigos estão referenciados familiares, colegas, professores, correligionários literários e outros como o seu barbeiro, uma empregada e até o dono da leitaria defronte da última casa em que habitou”.
Luís Machado refere os seguintes nomes:
“Alberto de Hutra; Alfredo Araújo Mourão; Alfredo Pedro Guizado; Almada Negreiros; Ana Luísa Nogueira de Freitas (tia Anica); António Bossa; António Botto; António Cobeira; António Ferro; António Maria Silvano; Armando Cortes Rodrigues; Armando Teixeira Rebelo; Augusto Ferreira Gomes; Augusto Santa Rita; Beatriz Osório de Albuquerque; Carlos Eugénio Moitinho de Almeida; Carlos Queirós; Castelo de Morais; Coelho de Jesus; Da Cunha Dias; Eduardo Freitas da Costa (primo); Eliezer Kamenezky; Emília Sengo (empregada que o serviu dedicadamente em algumas casas por onde passou); Félix Valadas; Fernando Lobo D’Ávila; Francisco Caetano Dias (cunhado); Francisco Camelo; Francisco Fernando Lopes; Francisco Gouveia; Gerardo Coelho de Jesus; Henrique dos Santos Rosa (irmão do padrasto); Henriqueta Madalena Nogueira Rosa (meia irmã); João Gaspar Simões; João Maria Nogueira Rosa (meio irmão); José Jaime Neves; José Pacheco; Luís Miguel Nogueira Rosa (meio irmão); Luís de Montalvor; Luís Pedro Moitinho de Almeida; Madalena Pinheiro Nogueira (mãe); Manacés (o barbeiro); Manuel António Sengo; Manuel Lobo D´Ávila; Manuel Martins da Hora; Maria da Cunha (tia); Mariano Santana; Mário Beirão; Mário Nogueira de Freitas (primo); Mário de Sá-Carneiro; Mário Saa; Ponce de Leão; Raul Leal; Ruy Vaz; Silva Tavares; Teixeira Rebelo; Trindade (dono de uma leitaria defronte da sua casa na Rua Coelho da Rocha); Vítor Silva Carvalho; Vitoriano Braga; W. H. Nicholas.”


In: À mesa com Fernando Pessoa/Luís Machado; pref. Teresa Rita Lopes.- Lisboa: Pandora, 2001.

Anistia Internacional critica repressão a protestos no Rio e em São Paulo

Mariana Tokarnia
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Anistia Internacional pediu, em nota, divulgada hoje (13) uma solução pacífica para os protestos contra o aumento das passagens do transporte público no Rio de Janeiro e em São Paulo. A organização representa mais de 3 milhões de membros e ativistas que atuam globalmente para proteger os direitos humanos.
Em São Paulo, ocorre a quarta manifestação contra o reajuste das tarifas. A primeira ocorreu na última quinta-feira (6). Os atos são contra o aumento das tarifas públicas, que passaram de R$ 3 para R$ 3,20 na semana passada. Houve confronto com a polícia e depredações do patrimônio público, de ônibus, carros e vitrines de lojas.
No Rio de Janeiro, os protestos são contra o aumento da passagem dos ônibus, de R$ 2,75 para R$ 2,95. Pontos de ônibus foram parcialmente destruídos na última segunda-feira (10) e pelo menos 34 pessoas foram detidas.
Na nota, a Anistia Internacional vê com preocupação a repressão aos protestos e o discurso das autoridades, que sinalizam uma "radicalização da repressão e a prisão de jornalistas e manifestantes, em alguns casos enquadrados no crime de formação de quadrilha".
"O transporte público acessível é de fundamental importância para que a população possa exercer seu direito de ir e vir, tão importante quanto os demais direitos como educação, saúde, moradia, de expressão". O movimento diz também que é contra a depredação do patrimônio público e atos violentos de ambos os lados.
Edição: Carolina Pimentel

terça-feira, 11 de junho de 2013

Morre aos 90 anos o historiador marxista Jacob Gorender

Brasília - Morreu nesta terça-feira em São Paulo, aos 90 anos, (11) Jacob Gorender, um dos mais importantes historiadores marxistas brasileiros.
Sua principal obra como historiador foi a tese “O Escravismo Colonial” de 1978, onde apresenta sua teoria para a compreensão da história colonial e imperial brasileira com base na apresentação do escravismo colonial, um modo de produção historicamente novo.
 
Assista o documentário da TV Câmara: Jacob Gorender: A esquerda Revelada
 
 
Entre seus trabalhos também se destacam "A burguesia brasileira" (1981) e "Combates nas trevas" (1987).
Gorender nasceu em Salvador em 20 de janeiro de 1923 e ingressou no Partido Comunista Brasileiro (PCB) ainda estudante, durante a II Guerra Mundial, na Itália, onde integrou a Força Expedicionária Brasileira (FEB).
Deixou o PCB na década de 60 para fundar o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR). Em 1964, após o Golpe Militar no Brasil, Gorender foi preso e passou para a clandestinidade política.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Brasil e Portugal assinam acordo para reconhecimento de diploma de engenheiros e arquitetos


Gilberto Costa
Correspondente da Agência Brasil/EBC
Lisboa – A presidenta Dilma Rousseff assinou, nesta tarde, com o presidente Cavaco Silva, acordo de cooperação entre Brasil e Portugal para agilizar o reconhecimento recíproco de títulos universitários de engenheiros e arquitetos. Também foi firmado memorando de entendimento para que pesquisadores brasileiros participem de projetos no Centro de Inovação em Biotecnologia de Cantanhede, na região portuguesa de Coimbra.
O acordo de cooperação atende a uma reclamação constante dos portugueses e vinha sendo cobrado pelo governo de Portugal, após a falta de aplicação de entendimento entre entidades universitárias dos dois países sobre o tema, assinado em agosto do ano passado. Dilma Rousseff e Cavaco Silva se reuniram no Palácio de Belém, sede da Presidência da República.
Ao final do encontro, os dois presidentes fizeram um comunicado conjunto à imprensa, no qual Dilma Rousseff agradeceu ao presidente Cavaco Silva pelo empenho de Portugal à eleição do embaixador brasileiro Roberto Carvalho de Azevêdo, de 53 anos, para a direção-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Dilma destacou ainda a cooperação dos dois países na área de educação e de ciência e tecnologia. Ela deu como exemplo, além do memorando que garante a presença de brasileiros em Cantanhede, o acordo para que pesquisadores brasileiros tenham acesso ao laboratório de nanotecnologia da cidade de Braga. “Esses dois eventos são exemplos concretos do patamar de relacionamento na área de educação”, declarou.
A presidenta ainda agradeceu a hospitalidade com que os brasileiros são tratados pelos portugueses. Segundo Dilma, em Portugal, “em cada esquina, se vê um parente, e a gente se enxerga neste país”.
Por sua vez, Cavaco Silva salientou que a cooperação entre Brasil e Portugal “pode se estender a todos os domínios”. O presidente português também fez questão de incentivar investimentos brasileiros e disse desejar que a viagem de Dilma Rousseff “contribua para alertar os empresários brasileiros para as potencialidades de Portugal”.
Mais uma vez, Cavaco Silva veio a público manifestar apoio à pretensão brasileira de ocupar vaga permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e ao estabelecimento de acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.
Dilma encontra-se neste momento em reunião a portas fechadas com o primeiro-ministro português Pedro Passos Coelho. Hoje à noite, ela ainda participa da cerimônia de entrega do Prêmio Camões ao escritor moçambicano Mia Couto e de jantar oferecido pelo presidente Cavaco Silva no Palácio Nacional de Queluz. A presidenta se despede de Portugal às 23h30 de Lisboa – 19h30 de Brasília.
Edição: Davi Oliveira

É grave a crise na mídia. E a única solução que adotam são as demissões - José Dirceu

Na Folha de S.Paulo no domingo, a ombusdman Suzana Singer criticou seu jornal por ter eliminado mais cadernos, ou tê-los encaixado em editorias que sobreviveram, e demitido dezenas de jornalistas. Mas ela reconhece que também os grupos Estado e Abril, mais o jornal Valor Econômico, seguem o mesmo caminho. É a crise e a tentativa de conciliar a mídia impressa com o avanço da internet gratuita. Suzana lembra que este caminho do enxugamento foi seguido lá fora. Assim, ela termina fazendo uma radiografia da crise vivida pela imprensa. Na verdade, em toda a imprensa, o arrocho indica que o problema é estrutural. Por enquanto nossos jornalões/mídia em geral seguem a receita burra de cortar despesas, despedir, diminuir o tamanho dos jornais e o espaço das notícias, tratando os leitores com pouco respeito. Continuam comprometidos só com seus próprios interesses e linhas editoriais.
Na Folha de S.Paulo no fim de semana (ontem), a ombusdman Suzana Singer criticou seu jornal por ter eliminado mais cadernos (agora, o Equilíbrio) ou tê-los encaixado em editorias que sobreviveram e demitido dezenas de jornalistas. Mas ela reconhece que também os grupos Estado e Abril (este iniciou as degolas na 6ª feira pp.), mais o jornal Valor Econômico, seguem o mesmo caminho. O Valor, por sinal, é uma sociedade dos grupos Folha e Globo.

É a crise e a tentativa de conciliar a mídia impressa com o avanço da internet gratuita. Suzana lembra que este caminho do enxugamento foi seguido lá fora, por jornais norte-americanos. Assim, embora fale en passant sobre Abril, Valor e mídia lá fora, ela termina fazendo uma radiografia da crise que vive a imprensa. A Secretaria de Redação da Folha justifica a Suzana as demissões com o fato de a receita publicitária estar crescendo menos que a inflação.

Na verdade, em toda a imprensa escrita - além do fracasso da maioria das publicações da Abril -, o arrocho no Estadão, Valor, Folha, emissoras de TV e rádios indica que o problema é estrutural e que não há saídas fáceis. Por enquanto nossos jornalões/mídia em geral estão seguindo a receita burra de cortar despesas, despedir, diminuir o tamanho dos jornais e o espaço das notícias, tratando os leitores com pouco respeito, comprometidos com seus próprios interesses e linhas editoriais.


Mídia continua dependente de benesses do Estado


Na prática, continuam dependentes de recursos diretos ou indiretos do Estado, ainda que digam o contrário. Mas vivem dependentes de isenções, compras governamentais de livros didáticos, privilégios, obrigatoriedade da publicidade legal dos balanços e avisos das empresas e nadam de braçada na desregulamentação do mercado, o que permite a formação de cartéis na área e dumping na publicidade, na distribuição, nos bônus de volume.

Sobrevivem graças ao papel importado barato, com desvios para o comércio em geral, e por fim com a publicidade pública e das estatais. Como no passado, quando viviam pendurados em empréstimos bancários e favores políticos para empresas coligadas, vantagens e mais vantagens na concessão de canais de rádio e TV, e por aí vai...

A questão de fundo, que são as novas mídias e a convergência, a chegada do capital estrangeiro, as mudanças para o mundo digital, a generalização da TV paga, o começo do fim hegemonia da TV como veiculo dominante, e a avassaladora generalização do uso da internet gratuita, nada disso interessa à mídia. À nossa, à tupiniquim em particular.

Fazem de tudo para manter o poder político e os monopólios

O que conta para ela é manter o poder político que o monopólio e o controle da informação lhes assegura - ou lhes assegurava no passado. Dai os barões da mídia não aceitarem a regulação nem para salvá-los das mudanças tecnológicas e do capital estrangeiro. A exceção nesse quadro, a regulação da TV a cabo, só comprova que a regulação pode e deve existir para a TV e o rádio e que os barões, na verdade, ainda resistem ao inevitável, à regulação do mercado de comunicação, para salvá-los do inevitável: a chegada do futuro.

No mais é concordar com a ombudsman da folha, Suzana Singer, quando ela, de forma quase melancólica, constata ser difícil de dar certo o caminho do enxugamento e das demissóes para estruturar um jornal menor (ainda que mais sofisticado) para fazer frente às informações gratuitas oferecidas pela internet.

Ao falar dessa travessia para uma nova fase do jornalismo impresso Suzana Singer conclui: "aos que acreditam que o jornalismo de qualidade faz bem à democracia resta torcer para que a travessia dê certo". Vamos todos torcer

Crianças e a tortura

domingo, 9 de junho de 2013

Aguenta, Sebastião Mello!

Por que Cuba tem tantos médicos?

Foto genérica de médicos (BBC)
Após a Revolução, metade dos médicos cubanos resolveram deixar o país

A notícia de que o governo brasileiro estaria estudando levar médicos cubanos ao país desatou uma imensa polêmica no mês passado. Se concretizados, tais planos incluiriam o Brasil em uma longa lista de países que já recebem médicos da ilha.
Mas como, afinal, Cuba chegou a ter tantos médicos? E por que tem tanto interesse em "exportar" seus serviços para outros países?
Em Cuba, os profissionais da área de saúde têm uma função bem mais ampla do que simplesmente atender à população local. Já há algum tempo, a exportação de serviços médicos tornou-se crucial para a economia da ilha.
Segundo informações repassadas pela chancelaria do país ao correspondente da BBC Mundo em Havana, Fernando Ravsberg, o contingente de profissionais de saúde cubanos fora da ilha incluem atualmente 15 mil médicos, 2,3 mil oftalmologistas, 5 mil técnicos de saúde e 800 prestadores de serviço trabalhando em 60 países e gerando lucros milionários ao regime - as cifras mais otimistas falam em até US$ 5 bilhões (R$ 10,6 bilhões) ao ano.
O serviço que os médicos cubanos prestam à Venezuela, por exemplo, permite que Cuba receba 100 mil barris diários de petróleo. E também há profissionais em outros países da região, cerca de 4 mil na África, mais de 500 na Ásia e na Oceania e 40 na Europa.
Segundo fontes oficiais, a Venezuela pagaria esses serviços por consulta - e a mais barata custaria US$ 8 (R$ 17) em 2008. Já a África do Sul pagaria mensalmente US$ 7 mil (R$ 14,9 mil) por cada médico da ilha.
Para muitos países em desenvolvimento, o atrativo dos médicos cubanos é que eles estão dispostos a trabalhar em lugares que os locais evitam, como bairros periféricos ou zonas rurais de difícil acesso - onde moram pessoas de baixíssimo poder aquisitivo. Além disso, em geral eles também receberiam remunerações mais baixas.

História

Em 1959, Cuba contava com apenas 6 mil médicos, sendo que a metade deles emigrou após a Revolução. A crise sanitária que se seguiu a essa debandada alertou o governo para a necessidade de formar profissionais de saúde em ritmo acelerado, como relata Ravsberg.
Meio século depois, o país tem 75 mil médicos, ou um para cada 160 habitantes - a taxa mais alta da América Latina.
Boa parte dos médicos que ficaram na ilha após a Revolução viraram professores, foram abertas faculdades de medicina em todo o país e se priorizou o acesso de estudantes ao setor. Tudo facilitado pelo fato de o ensino ser gratuito.
A primeira missão de saúde ao exterior foi organizada em 1963. Apesar da escassez de médicos, Cuba enviou alguns de seus profissionais à Argélia para apoiar os guerrilheiros que acabavam de obter a independência. Eram os primeiros de 130 mil colaboradores que, ao longo dos anos, já trabalharam em 108 países.
O tema dos profissionais de saúde cubanos no exterior é um dos muitos que dividiram Cuba e EUA - e Washington chegou a criar um programa para facilitar os vistos para médicos cubanos que estejam trabalhando em terceiros países.
Manifestação pró-governo em Cuba (AFP)
Entre os moradores da ilha, "exportações" de médicos também gera polêmica

Incentivos



No exterior, esses profissionais de saúde recebem salários muito mais altos do que os que trabalham dentro de Cuba, como explicaram a Ravsberg duas médicas, sob a condição de anonimato.
Alicia (o nome é fictício) disse ter trabalhado na Venezuela durante 7 anos e garante que, apesar de já estar aposentada, "se me pedissem para voltar, aceitaria sem pestanejar".
"O que me motivou foi a possibilidade de trabalhar com o apoio a diabéticos, porque padeço da doença. Comecei (atendendo) gente que perdia a visão por causa disso", diz, agregando que "também buscava uma melhoria econômica, porque o salário (em Cuba) não era suficiente".
"Cheguei à Venezuela ganhando 400 bolívares (R$ 135), mas foram subindo (o salário) e, antes de voltar, ganhava 1,4 mil (R$ 474)", diz. "Foi uma experiência maravilhosa, que não dá para esquecer. (Atendia) pessoas pobres e algumas delas me ligam até hoje em Cuba."

No Brasil

Juana (outro nome fictício) tem 35 anos e é médica em Cuba. Quando recém-formada, deixou marido e a filha de 4 anos na ilha para trabalhar na Venezuela, com a ideia de se desenvolver profissionalmente, conhecer o mundo e melhorar sua situação econômica.
"Não tinha absolutamente nada. Graças à missão, mobiliei toda minha casa."
Agora, ela tem a chance de voltar a viajar. "O Ministério me chamou para trabalhar no Brasil, em condições muito melhores do que na Venezuela", disse à BBC.
Segundo o projeto inicial, anunciado no início de maio, o governo brasileiro estudava contratar 6 mil médicos cubanos para trabalhar principalmente em áreas remotas do país.
O Conselho Federal de Medicina, porém, expressou "preocupação" com a possibilidade de médicos estrangeiros atuarem no Brasil sem passar por exames de avaliação, alegando que isso poderia expor a população a "situações de risco".

Nos cinco continentes

Até em Cuba a "exportação de médicos" causa alguma polêmica.
A formação de tantos profissionais de saúde permitiu que a ilha criasse a figura do Médico de Família, profissionais que atendem em todos os bairros e encaminham os pacientes para especialistas ou hospitais.
Mas esse é justamente o programa mais afetado pela saída dos médicos ao exterior.
O fechamento de algumas das casas de saúde gera insatisfação entre os cubanos, aumenta a concentração de pacientes por médico e o tempo de espera.
"Ainda assim, 60 mil médicos ficaram em Cuba, 1 para cada 200 habitantes - média melhor que a de muitos países desenvolvidos", diz Ravsberg.
"A ilha também tem uma expectativa de vida próxima aos 80 anos e programas de prevenção a Aids e HIV reconhecidos internacionalmente."
De: BBC