sexta-feira, 30 de abril de 2010

Cartilha de campanha do Serra

O deputado federal Brizola Neto (PDT-RJ) publicou no seu blog Tijolaço um texto sobre uma cartilha dos tucanos com orientações para o debate eleitoral, enviada aos seus correligionários pela internet.
Um trecho do documento orienta os tucanos e demos a fazer terrorismo eleitoral, colocando que os movimentos sociais do campo ameaçam a propriedade privada (além da questão da censura que nem vale comentar).
A cartilha diz o seguinte: “Tópicos a serem usados insistentemente: Dilma e o PT defendem a censura e os movimentos sociais que derrubam laranjais e ameaçam a propriedade privada.”
Brizola Neto comenta: Oh! Vivemos numa perigosa ditadura comunista! Defenda seu suco de laranja, antes que o MST derrube seu copo! Os jornais estão censurados, não podem falar nada de ruim sobre a Dilma e nada de bom sobre o Serra. Ridículo.
A cartilha pode incluir mais um ponto sobre o tema: a Constituição Federal – que determina a desapropriação dos latifúndios que não respeitam o conceito legal de função social – é uma ameaça à propriedade privada!
Será que o PSDB, que posa de democrata, e o DEM querem fazer dos movimentos sociais do campo um bode-expiatório para garantir a coesão dos setores conservadores nas eleições e assustar os setores médios?
O Serra leu com atenção a cartilha: “Você não pode invadir uma terra que não é sua. Daqui a pouco você vai invadir um apartamento”, disse o tucano nesta quinta-feira.
Lei mais no blog do Brizola Neto.


Supremo esquece a tortura, PRBS esquece a crase

"Supremo mantém perdão a tortura". Desculpem-me se estiver errado, mas neste caso não caberia o acento grave, a indicar que se está dizendo "perdão para a tortura?".
Deixo a pergunta à especialista em revisão de texto que acompanha este blog.

A tortura inocentada

O STF absolveu não apenas os torturadores, mas a tortura. Muitas violações aos direitos individuais foram realizadas no período da ditadura. A princípio, ainda que condenemos as ditaduras, podemos entender que, a superação de um regime autoritário necessite de uma pacificação.
A tortura, porém, não pode ser enquadrada como um delito comum, um excesso. NADA justifica a violação física, emocional e mental de uma pessoa. A negação da tortura é, na minha singela opinião, o principal marco civilizatório da humanidade. Pois o STF resolveu prescrever o crime de tortura.
Cezar Peluso (não vou com a cara dele) largou uma pérola. Segundo ele: "Uma sociedade que queira lutar contra seus inimigos com as mesmas armas, os mesmos sentimentos, está condenada a um fracasso histórico". Ninguém propôs torturar os torturadores, o que seria lutar com as mesmas armas. O que se deseja é que os torturadores sejam reconhecidos como tal e punidos conforme a lei. Porém, para o STF, a anistia anula a Constituição.
Ayres Britto, foi feliz no que disse: "O torturador é um monstro, é um desnaturado, é um tarado. O torturador é aquele que experimenta o mais intenso dos prazeres diante do mais intenso dos sofriementos alheios perpetrados por eles".
A coro dos que pedem a inocência dos torturadores é igual ao que pede o máximo de rigor com os criminosos de hoje. Admitem, ou até recomendam, a tortura comum nas prisões atuais.
Ao se dizer que a tortura do passado pode ser perdoada, aceita-se que a tortura contra os presos de hoje pode ser aceita. Se os presos forem culpados "bem feito", se forem inocentes "desculpe". E assim caminhamos para manter o Brasil como uma nação tolerante com a violência e os tratamentos desumanos, desde que não atinjam as nossas preciosas elites.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Tucano clona Brizola Neto e parte pra baixaria

Leia no Tijolaço.

“Civilidade” do PSDB e de Serra é uma fraude

Imagine se o PT, o PDT ou outro partido que apóia Dilma tivesse no seu site oficial um link para outro site – também registrado em nome do partido – intitulado “Gente que Mente” , dedicado exclusivamente a atacar o tucanato, o que aconteceria. Folha, Globo, Estadão, todos eles estariam caindo em cima: “Dilma monta site para atacar adversários”, não seria um título plausível para este caso?
 E se sucederiam notas e artigos protestando contra a baixaria… Alguns dirigentes gaguejariam, diriam não concordar com isso, que a campanha teria de ser de “alto nível”, com propostas, não com ataques pessoais…Logo iam pedir – e levar – a cabeça do “interneteiro” responsável, que teria seu rosto exposto nas páginas e, isolado, ia acabar dizendo, sob a incredulidade geral, que a direção do partido e a candidata não sabiam de nada. Ninguém iria acreditar, e com razão…
Leia mais no Com Texto Livre.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Temporão e o sexo

O modo como a mídia passou a tratar as declarações do ministro Temporão sobre como combater a hipertensão mostra o quanto outros temas absolutamente laterais nas entrevistas de autoridades ganham uma dimensão muito além do que tiveram no conjunto das declarações e mereceriam, considerando o interesse jornalístico.
Neste caso, houve uma referência bem-humorada à prática do sexo (com segurança) como uma maneira de evitar a pressão alta. Foi tratado de maneira bem humorada, embora exagerada. Chamos a atenção para o episódio porque é muito comum que algumas falas sem importância no contexto ganhem as manchetes.

As árvores da Alfândega

Estou acompanhando a polêmica sobre o corte de árvores na Praça da Alfândega. Cortar árvores, ainda mais árvores antigas, não é muito simpático. Porém, os técnicos do IPHAN e da Prefeitura (particularmente o pessoal que cuida do Projeto Monumenta), não são um bando de loucos com a motosserra a tiracolo. Caberia, antes de se publicarem críticas, conhecer o que está sendo projetado para o local.
Na minha sempre singela opinião, as árvores exóticas foram tomando conta da praça, deixando tudo mais úmido e mais escuro. Não estamos falando de mata nativa e espaços verdes a serem preservados contra a especulação imobiliária. Trata-se de pensar qual o sentido de uma praça, no centro da cidade.
Posso estar monumentalmente enganado (com o perdão do trocadilho), mas confio no pessoal do Monumenta e penso que, no futuro, teremos uma praça melhor para se conviver no centro. Claro que só o restauro não basta. Há a necessidade de um conjunto de políticas públicas sobre o centro da cidade. Porém reorganizar o espaço contribui para reorganizar as cabeças.

Santa Maluquice

Maria da Conceição Tavares completou 80 anos no dia 24 de abril.
Gosto dela e daquele jeito maluco sem papas na língua. É uma das grandes cabeças do Brasil.
Não lembro em qual Fórum Social Mundial (acho que foi em 2002), fui assistir a um depoimento dela. Lá pelas tantas ela sai com uma frase que seria muito utilizada durante o governo Allende, no Chile: "É governo de merda, mas é o nosso governo".
Tem fundamento.

Singela contribuição a Ana Amélia

Modestamente, ofereço uma contribuição à camapanha de Ana Amélia Lemos. Trata-se de uma questão de transparência, como ela defende.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Brasil, entre o passado e o futuro

Contra a anistia aos torturadores

O Conversa Afiada publicou e-mail de Marcelo Zelic, Vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais-SP e membro da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo.
Coordenador do Projeto Armazém Memória


Caro Paulo Henrique Amorim escrevo-lhe para informar aos navegantes do Conversa Afiada.
Várias entidades, tanto do meio jurídico (a Associação dos Magistrados do Brasil, a Associação Juízes para a Democracia), como de direitos humanos (Comissão Teotônio Vilela, Centro Santo Dias, Grupos Tortura Nunca Mais e etc…), meio sindical e estudantil lançaram uma campanha de envio de cartas por email ao STF, visando sensibilizar os Ministros para que não cometam o erro de fortalecer a impunidade da tortura no Brasil. Veja campanha abaixo.
Dia 28/04 – 4ª feira o STF julgará o pleito da OAB sobre a extensão da Lei de Anistia. É o único ponto de pauta, o que mostra uma intensão de encerrar este assunto.
Veja o recente caso do motoboy assassinado sob tortura no 9º batalhão em SP, foi espancado até a morte pelos membros desta corporação; não deu nem uma semana da outra denúncia que foi publicada no Conversa Afiada. É preciso afirmar aos Ministros do STF os nexos entre a impunidade do passado e a do presente. Que os amigos navegantes participem e expressem sua opinião aos ministros.
Em tempo: Há militares sim querendo a punição dos torturadores, veja a entrevista onde “Os representantes da Associação Democrática e Nacionalista de Militares – ADNAM contam como e porque foram contra a ditadura militar de 64, o que pensam da Anistia, e que querem um Brasil livre da tortura.” em entrevista produzida pela Associação Juízes para a Democracia.
Contamos com a divulgação da campanha e a participação dos amigos navegantes do Conversa Afiada por um Brasil sem tortura.
Abraços;
Marcelo Zelic