Colei do Alexandre Mesquita
sábado, 23 de julho de 2011
A liberdade(?) de imprensa do CQC
O polêmico jornalista Kajuru respondeu nas gravações 10 perguntas participando do quadro "Resta Um", como todos os outros convidados fizeram. Mas as suas críticas contra o Ricardo Teixeira, por exemplo, não foram ao ar.
“Cortaram 100% do que eu disse sobre o Teixeira, sobre a Luciana e sobre o Perillo”, protesta o jornalista.
"Acho engraçado ver um programa como o ‘CQC’, que reclama tanto em Brasília da falta de liberdade de expressão fazer exatamente isso comigo”, diz Kajuru.
Band vetou críticvas a Ricardo Teixeira em quadro do "CQC"
Convidado do “CQC” a dar entrevista para o quadro “Resta Um”, o jornalista Jorge Kajuru fez críticas duras, como de hábito, ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira, mas a Band vetou a exibição de suas palavras.
Segundo o UOL Esporte apurou, a emissora inicialmente vetou a íntegra do quadro, realizado pelo repórter Oscar Filho. Depois de alguma negociação interna, foram cortadas as menções a Teixeira, à apresentadora Luciana Gimenez e ao governador de Goiás, Marconi Perillo.
No lugar de fazer comentários sobre dez personalidades, como usualmente ocorre no “Resta Um”, Kajuru falou apenas sobre sete pessoas no quadro exibido na noite de segunda-feira (18). “Cortaram 100% do que eu disse sobre o Teixeira, sobre a Luciana e sobre o Perillo”, protesta o jornalista.
“Acho engraçado ver um programa como o ‘CQC’, que reclama tanto em Brasília da falta de liberdade de expressão fazer exatamente isso comigo”, diz Kajuru.
A Band é, já há alguns anos, parceira da Rede Globo na exibição de partidas do Campeonato Brasileiro. A emissora carioca é dona dos direitos e os sublicencia para a emissora paulistana.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Band informou apenas: “O CQC grava muitas horas por semana e nem tudo que é gravado vai para o ar.”
De: Teia Livre
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Um palpite sobre a avaliação do desempenho
João Batista Araujo e Oliveira, Presidente do IAB
Devagar com o andor, concordo. Sobretudo com os que carregam o andor do primeiro santo milagreiro que passa. Meu guru nesta área é um velho, mas também atualizado analista e crítico de sistemas de “merit pay” chamado Richard Murnane, da Universidade de Harvard. Ele tem um estudo antigo sobre o tema, e de vez em quando volta ao assunto. Nos seus trabalhos mais recentes, ele observa que nos estudos mais rigorosos sobre desempenho de professores, a variância de um mesmo professor ao longo de anos é de 50%. E começou a investigar os fatores subjacentes. De um lado ele suspeita que a maioria dos professores costuma dar o que tem – a ideia de que eles teriam algo mais a dar se houver benefício pode ser equivocada. Uma boa triagem poderia ser muito mais eficaz do que incentivos – ou, se você quiser, os incentivos deveriam ser para atrair e manter os melhores – e para isso, claro, a avaliação de desempenho dos alunos é o melhor indicador. Não confundir o uso de indicadores com o uso de sistemas de incentivos. De outro lado ele levanta algumas hipóteses para a gigantesca variância – nível de par ou ímpar – e oferece duas boas suspeitas. Uma delas são perturbações da ordem – uma classe com um ou mais alunos que perturbam além dos limites ou incidentes desse tipo que derrubam os melhores esforços por terra. A outra é que a variabilidade de métodos de ensino dentro de uma escola – o que milita a favor da consistência típica das antigas escolas confessionais e, de certa forma, dos nossos sistemas estruturados de ensino. O aluno que a cada ano aprende frações de um jeito dificilmente vai render muito –por melhor que seja o professor. Há soluções? Sim, incentivos podem ser uma delas, mas há muitas outras, mais básicas, que o Brasil ainda não fez. E sem essa, corremos o risco de colocar azeitona num pastel de vento. De: Jorge Werthein |
Merlino X Ustra: Memória de um tempo não vivido
Na próxima quarta-feira, 27 de julho, a justiça ouvirá testemunhas da tortura e assassinato do jornalista Luiz Eduardo Merlino. Na ação movida pela família de Merlino, o coronel Carlos Alberto Bilhante Ustra é responsabilizado pela morte, ocorrida em julho de 71. O senador e ex-presidente da República José Sarney está entre as testemunhas de defesa do coronel
Por Tatiana Merlino, da Pública
Sobre a cômoda, ao lado do vaso onde quase sempre há uma flor, há um porta-retrato prateado. Na foto, um jovem de perfil: cabelos negros, pele clara, olhos grandes, óculos de aro escuro. Quando eu ainda olhava o porta-retrato de baixo para cima, com uns sete anos, já sabia que ele era alguém muito importante para a família.
Os anos se passaram, o porta-retrato mudou de casa, mas seguiu junto com a cômoda e o vaso. O homem da foto continuava jovem, olhando insistentemente para o infinito. Outros anos se seguiram, e a dona do porta-retrato e da cômoda morreu. Hoje, o porta-retrato mudou de casa e de dona. E eu o olho de cima para baixo.
O jovem é meu tio, o jornalista Luiz Eduardo da Rocha Merlino, torturado e assassinado aos 23 anos, em São Paulo, em 19 de julho de 1971, nas dependências do DOI-Codi, centro de tortura comandado pelo coronel reformado do Exército brasileiro, Carlos Alberto Brilhante Ustra. Sua mãe, Iracema da Rocha Merlino, dona do porta-retrato, faleceu em 1995 sem que o Estado tivesse reconhecido a responsabilidade pela morte do filho.
Não poderá ver, por exemplo, que no mês em que se completam 40 anos do assassinato do jovem, ocorrerá a audiência das testemunhas de uma ação por danos morais movida contra Ustra por sua ex-companheira, Angela Mendes de Almeida, e sua irmã, Regina Maria Merlino Dias de Almeida, que dão continuidade à luta de Iracema.
Na próxima quarta-feira, 27 de julho, a Justiça de São Paulo ouvirá os testemunhos dos que presenciaram a tortura e morte de Merlino, como os ex-militantes do POC (Partido Operário Comunista), organização na qual ele militava, Otacílio Cecchini, Eleonora Menicucci de Oliveira, Laurindo Junqueira Filho, Leane de Almeida e Ricardo Prata Soares; o ex-ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo de Tarso Vanucchi; e o historiador e escritor Joel Rufino dos Santos.
Já Ustra arrolou como suas testemunhas o ex-ministro Jarbas Passarinho; um coronel e três generais da reserva, Gélio Augusto Barbosa Fregapani Paulo Chagas, Raymundo Maximiano Negrão Torres e Valter Bischoff; além do atual presidente do Senado e ex-presidente da República, José Sarney (PMDB-AP), que recentemente defendeu a manutenção do sigilo eterno de documentos oficiais ultrassecretos, com o argumento de que a divulgação desses dados pode motivar a abertura de “feridas”.
A audiência está marcada para às 14h30, no Fórum João Mendes, centro de São Paulo. Na ocasião, serão ouvidas as testemunhas de acusação. As de defesa serão ouvidas por carta precatória.
Torturador declarado
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Gasto social federal teve elevação de 140% em 15 anos
Em 2009, governo federal destinou R$ 541 bilhões para áreas como saúde, educação e previdência, entre outras
Fotos: Sidney Murrieta |
José Aparecido: “Comparar o gasto social com o PIB nos permite observar a prioridade macroeconômica da área social” |
O gasto social do governo federal teve crescimento contínuo nos últimos 15 anos e atingiu quase 16% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009. Isso significa que foram destinados a áreas como saúde, educação, previdência e assistência social, entre outras, o equivalente a R$ 541,3 bilhões. Em 1995, o volume de recursos era de R$ 219 bilhões, pouco mais de 11% daquilo que a economia brasileira produzia em um ano.
Os números e a evolução do gasto social federal (GSF) estão no Comunicado do Ipea nº 98, elaborado pela Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea (Disoc) e divulgado nesta sexta-feira, 8, durante coletiva pública na sede do Instituto, em Brasília. “Comparar o gasto social com o PIB nos permite observar a prioridade macroeconômica da área social, ter noção do esforço feito pelo governo e a sociedade, dentro das possibilidades econômicas, para estabelecer uma política pública”, afirmou José Aparecido Carlos Ribeiro, técnico de Planejamento e Pesquisa do Instituto e um dos autores do estudo, intitulado 15 anos de Gasto Social Federal - Notas sobre o período 1995-2009.
Entre 1995 e 2009, o GSF aumentou em 4,6 pontos percentuais a sua participação no PIB. No primeiro período, que vai até 2003, o crescimento foi de 1,7 ponto percentual. A partir de 2004, os gastos tiveram aceleração e incorporaram mais 2,9 pontos percentuais do Produto Interno Bruto.
“Desde os anos 1990, o Estado brasileiro tem se esforçado para montar um sistema de proteção social previsto na Constituição Federal. A assistência social, por exemplo, tornou-se um direito com a Constituição”, argumentou Jorge Abrahão de Castro, diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea.
Investimentos durante a criseO estudo destaca ainda que o comportamento dos gastos sociais mudou durante a crise financeira mundial de 2008/2009. Antes, quando o país enfrentava uma crise, os gastos se comportavam de maneira pró-cíclica, ou seja, sofriam queda ou desaceleração, acompanhando o resultado negativo do PIB. Em 2009, ocorreu um movimento contrário. Os investimentos sociais aceleraram e cresceram quase 12%, enquanto a economia sofria com a recessão.
“Normalmente, o gasto social acompanha os movimentos bons e ruins da economia e, no momento em que são mais necessários, para segurar a crise, eles são reduzidos”, explicou José Aparecido. “Em 2009, o aumento e antecipação do salário mínimo e o reajuste do Bolsa Família contribuíram para segurar a crise e manter a demanda do consumo”, completou Jorge Abrahão.
Nos 15 anos avaliados pelo estudo, previdência e assistência social tiveram aumentos expressivos em relação ao PIB. Passaram a representar, respectivamente, 7,28% e 1,08% daquilo que a economia brasileira produz anualmente. Saúde e educação apresentaram comportamento instável, com recuperação acelerada nos últimos três anos. A educação recebia do governo federal apenas 0,71% em 2003, depois te ter atingido 0,95 oito anos antes. Em 2009, fechou com cerca de 1% do PIB.
“Todas as áreas tiveram crescimento acima da inflação, mobilizaram recursos superiores ao do período anterior. Nem todas, no entanto, conseguiram acompanhar ou superar o ritmo de crescimento da economia brasileira. É importante ressaltar também que saúde e educação recebem outros recursos de estados e municípios, não computados no estudo”, concluiu José Aparecido.
Menina que chora sangue não tem nada de milagre
Débora Oliveira dos Santos, de 17 anos, afirma sangrar pelos olhos (Foto: Diana Viana de Oliveira) |
Equipe médica diz ter descoberto mistério da menina que chora sangue
Laudo diz que veias se dilatam e rompem com pressão sanguínea.
Médicos receitaram medicamentos bloqueadores e calmantes.
Do G1 SP, com informações da TV Tem
A Sociedade Brasileira de Clínica Médica divulgou nesta terça-feira (12) um laudo sobre o caso da menina de Meridiano, no interior de São Paulo, que chora sangue. Débora Santos ficou internada durante 13 dias em São Paulo e passou por vários exames. Nenhum problema grave foi constatado no corpo da adolescente. A conclusão é que os vasos sanguíneos próximos dos olhos se rompem com o aumento da pressão. Por isso, o sangue vaza. Débora está sendo tratada com remédios que apresentam resultados positivos.
Antonio Carlos Lopes, chefe da equipe médica que cuidou da paciente, realizou exames clínicos e também conversou longamente com ela. De acordo com o especialista, a paciente conta que os sintomas que precedem o sangramento são calor no rosto e aumento da pressão na cabeça.
A equipe médica trabalha com a hipótese de que se trata de uma disfunção neurovegetativa com alteração na vasomotricidade. Em outras palavras, as pequenas veias na região dos olhos se dilatam e têm sua permeabilidade alterada, rompendo-se com o aumento da pressão sanguínea. Há possibilidade de que essa alteração seja consequência de traumas sofridos na infância.
Os médicos ministraram à paciente um tratamento à base de medicamentos (betabloqueador e calmante leve) que se mostraram eficazes no controle do sangramento. Eles recomendam que ela também receba acompanhamento psicoterápico. Caso haja necessidade de tomar o medicamento pela vida toda, não há nenhum inconveniente, porque é uma medicação que protege o coração, estabiliza a pressão arterial e diminui as chances de infarto e arritmia.
Lopes recomenda que, para a devida eficácia do tratamento, é preciso que a paciente tome corretamente os medicamentos conforme orientação da equipe médica.
“Eu me controlo para não chorar. Não posso me exaltar bastante porque vou sangrar. Eu ainda não me acostumei. É muito chato eu não poder me expressar. Vou fazer prova, fico nervosa, choro e sai sangue. Alguns meninos e meninas ficam assustados e sentem nojo. Ficam longe de mim. Então eu fico meio que isolada dos demais. A minha sorte é que os professores são a melhor coisa da escola”, disse Débora ao G1.
Parentes contam que Débora começou a sangrar com 14 anos, quando trabalhava como babá e foi agredida por sua patroa no Ceará. Os sangramentos eram somente nos ouvidos e nariz.
saiba mais
Segundo o laudo médico, a paciente internada no Hospital São Paulo recebeu, entre 30 de junho e 12 de julho, tratamento de uma equipe multiprofissional formada por oftalmologistas, neurologistas, especialistas em coagulação, psicólogos e psiquiatras. Também foi submetida a exames oftalmológicos, neurológicos e a uma angiorressonância, que afastaram a existência de problemas mais graves.Antonio Carlos Lopes, chefe da equipe médica que cuidou da paciente, realizou exames clínicos e também conversou longamente com ela. De acordo com o especialista, a paciente conta que os sintomas que precedem o sangramento são calor no rosto e aumento da pressão na cabeça.
A equipe médica trabalha com a hipótese de que se trata de uma disfunção neurovegetativa com alteração na vasomotricidade. Em outras palavras, as pequenas veias na região dos olhos se dilatam e têm sua permeabilidade alterada, rompendo-se com o aumento da pressão sanguínea. Há possibilidade de que essa alteração seja consequência de traumas sofridos na infância.
Os médicos ministraram à paciente um tratamento à base de medicamentos (betabloqueador e calmante leve) que se mostraram eficazes no controle do sangramento. Eles recomendam que ela também receba acompanhamento psicoterápico. Caso haja necessidade de tomar o medicamento pela vida toda, não há nenhum inconveniente, porque é uma medicação que protege o coração, estabiliza a pressão arterial e diminui as chances de infarto e arritmia.
Lopes recomenda que, para a devida eficácia do tratamento, é preciso que a paciente tome corretamente os medicamentos conforme orientação da equipe médica.
“Eu me controlo para não chorar. Não posso me exaltar bastante porque vou sangrar. Eu ainda não me acostumei. É muito chato eu não poder me expressar. Vou fazer prova, fico nervosa, choro e sai sangue. Alguns meninos e meninas ficam assustados e sentem nojo. Ficam longe de mim. Então eu fico meio que isolada dos demais. A minha sorte é que os professores são a melhor coisa da escola”, disse Débora ao G1.
Parentes contam que Débora começou a sangrar com 14 anos, quando trabalhava como babá e foi agredida por sua patroa no Ceará. Os sangramentos eram somente nos ouvidos e nariz.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
O Brasil está se desindustrializando?
Os jornalões e a grande mídia insistem que o Brasil está se desindustrializando e tornadno-se consolidando-se como economia primário-exportadora. Caso isso seja verdade, é um problema sério.
O Blog da Cidadania argumenta o contrário, mas não apresenta tantos dados. Memso assim, vale a pena ler também.
Discrição para as autoridades, espetáculo para a chinelagem
Não tenho condições de saber com exatidão se houve exageros na Operação Cartola. Só sei que, se a polícia avisar que vai fazer uma busca de documentos a qualquer investigado, a probabilidade de os documentos não aparecerem é grande.
No caso da operação feita no RS, minha principal observação é a respeito da diferença de critérios. Muitos daqueles que condenam os supostos exageros e indiscrição nas investigação das prefeituras acham maravilhosas as ações da polícia que entra nas vilas populares no meio da noite, arromba portas e coloca os supostos marginais sob os holofotes dos programas sensacionalistas.
Para os de cima: discrição, para os de baixo: Paulão.
terça-feira, 19 de julho de 2011
Dalai Lama despirocou de vez
Quem será o próximo menino dourado? |
Com todo o respeito que me merece sua santidade o Dalai Lama, o cara passou do limite. Declarou que quer influir diretamente na sua sucessão. O sucessor do Dalai Lama será, segundo a tradição, a reencarnação de um lama falecido. O "Rapto do Menino Dourado", um filme com o Eddie Murphy, aborda essa questão. Para impedir que o governo Chinês interfira na escolha do próximo Dalai Lama, o atual Dalai Lama quer decidir sua reencarnação enquanto estiver vivo. Quando o Ahmadinejad que interpretar a vontade de Alá é chamado de louco, já o Dalai Lama é um santo.
Por mais que a figura do Dalai Lama inspire paz e harmonia, o Tibet que ele deseja é um regime teocrático e o caráter político de sua luta fica evidente nas declarações que fez nos EUA.
Catálogo do pintor espanhol Goya é digitalizado
Las Viejas, Goya |
A Fundação Goya anunciou recentemente a primeira fase da digitalização do catálogo do pintor espanhol Francisco de Goya y Lucientes (1746-1828). Foram disponibilizadas 451 obras com informações históricas e artísticas.
O projeto pretende disponibilizar um total de 1440 itens, entre desenhos, ilustrações e outros. A pretensão é que o banco de dados seja a principal referencia sobre a obra de Goya. No portal do catálogo também é possível encontrar as obras por temática e em qual museu estão expostas. Até a conclusão do acervo, a fundação pretende disponibilizar uma mapa com essas localidades.
De: Catraca Livre
segunda-feira, 18 de julho de 2011
A seleção do Mano parece a Kayser
Sempre que a Seleção Brasileira vai mal, chovem teses sociológicas para explicar o fenômeno. Sendo assim, vou fazer a minha.
Dunga pode não ter sido uma maravilha, mas levou o time longe. Ganhou todos os torneios que disputou, mas escorregou na Copa do Mundo, quando a Seleção perdeu para a Holanda no segundo tempo de partida. No primeiro tmepo, estava ganhando e jogando bem. Não sei o que aconteceu, mas o time teve um apagão, tomou uma virada e Dunga, que teve o descaramento de desafiar a Globo, acabou sendo tirado da Seleção como se fosse um incompetente. Não era.
O primeiro convidado para substituir Dunga foi Muricy (que eu acho o melhor técnico do Brasil). Muricy, alegando não querer romper o contrato com o Fluminense, não aceitou. Aí, apareceu o Mano Menezes. Mano é um bom técnico e fez coisas importantes nos times pelos quais passou, porém, é inegável que mídia (leia-se Rede Globo), superestimou os resultados contra adversários fracos. Mano não era aquilo tudo e acabou derrapando diante de adversários com maior qualidade.
O pior, na minha sempre singela opinião, é o modo como o técnico da Seleção aparece na propaganda de cerveja. Acho acintoso atletas e técnicos divulgarem bebida alcoólica, mas Mano superou todos os anteriores, associando a cerveja ao patrocínio de campos de futebol de várzea.
Em campo, a Seleção nunca convenceu. Ganso e Neymar, tão exigidos pela mídia na seleção do Dunga, pouco fizeram para justificar a idolatria. As justificativas são as de sempre: uns muito cansados, outros sem ritmo de jogo; não houve tempo para treinar, ou ficou-se muito tempo sem jogar juntos. Enfim, isso nunca muda. O fato é que cada um dos sujeitos escalados recebe muito dinheiro para fazer algo que a maioria dos brasileiros faz por prazer e, muitas vezes, pagando. O mínimo que se exige é que cumpram a sua função. Se isso não acontece, as vaias são justificadas, pois é a única coisa que a torcida pode fazer.
Gosto muito de futebol, mas acho que a mercantilização provoca exatamente os efeitos que estamos vendo. Os jogadores não são mais admirados pelo futebol que jogam. São produtos. São celebridades e garotos-propaganda que precisam vender. Para vender, precisam ter uma imagem positiva. Ou seja, mesmo que o sujeito não esteja jogando grande coisa, cada passe certo, ou cada chute que acerte no gol (mesmo que o goleiro defenda) é narrado como um feito extraordinário. Nos acostumamos a ver o jogador pela ótica de certos narradores e da mídia, que pode construir ou destruir uma reputação em segundos. O valor que cada um acrescenta aos produtos que divulga é o que conta. Daí, é justificável que se questione se a presença de um jogador na Seleção tem a ver com as suas condições técnicas, ou com a lista de produtos que o patrocina. Não se sabe o quanto a escalação da Seleção é uma opção da equipe técnica ou da equipe de marketing.
Quando estamos diante de jogadores excepcionais (Zico, Falcão, Sócrates, Ronaldo Nazário, Ronaldinho Gaúcho, Romário...) o lado essencialmente comercial do futebol acaba sendo vencido pela técnica superior desses atletas. Porém, em uma geração de jogadores apenas mediana, a marquetagem acaba enterrando o futebol. Atualmente, o sujeito que faz mais firulas é tido como craque, embora seja apenas o que chamam de "jogador diferenciado". Corremos o risco de ver bons jogadores se perderem, pela exigência imediata de sucesso diante da plateia do show que é o futebol, e ao não corresponderem, serem execrados.
Sei lá. Dauqi a pouco a Seleção toma jeito e todo mund muda de ideia.
Por enquanto, a Seleção do Mano tá que nem a Kayser. A Kayser tem nome de cerveja, garafa de cerveja, aparência de cerveja, mas não é uma boa cerveja. A Seleção do Mano tem a camiseta da Seleção, mas não é uma boa Seleção.
Dia de Mandela
Não vou escrever muito sobre Nelson Mandela. O site da Fundação Nelson Mandela é muito útil para quem quiser saber mais.
A única coisa que tenho a dizer sobre Mandela é que ele é um super-herói de verdade.
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