Opinião, marco na música brasileira, com a participação da inesquecível nara Leão. Vale a pena ouvir integralmente.
sábado, 20 de outubro de 2012
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
A mais bela derrota da eleição gaúcha
Por Luiz Cláudio Cunha
Especial para o Sul21
Especial para o Sul21
A política regalou em 2012 mais um superlativo à coleção de máximas
de Rio Grande: a mais bela derrota das eleições municipais de 7 de
outubro.
O surpreendente revés de Fábio Branco, prefeito candidato à reeleição
pelo PMDB, traduz significados mais extraordinários e inspiradores do
que a inesperada vitória de seu concorrente, Alexandre Lindenmeyer, do
PT. Quando as urnas foram abertas, apenas 3.215 eleitores da cidade
haviam votado em branco entre os 116.644 votos válidos. Mas, somando a
votação do vitorioso aos dos outros três candidatos nanicos não eleitos,
a conta final mostra que 57% do eleitorado decidiu não votar em Branco,
o Fábio.
Somados aos 5,67% de votos não válidos (brancos e nulos), mais de
62,5% dos eleitores de Rio Grande rejeitaram o voto em Branco. É sempre
bom lembrar que, na base dessa sanção popular, pode estar um filho
ilustre e uma figura superlativa da cidade, que sobrevoa como um
fantasma a história do país e a biografia do prefeito: o general Golbery
do Couto e Silva (1911-1987).
Prefeito Fabio Branco e major lançam homenagem a Golbery | Foto: Fernanda Miki/Prefeitura de Rio Grande |
Um ano antes da eleição, o prefeito ousou usar eleitoralmente a
imagem do general que foi figura chave na queda do presidente João
Goulart e na conspiração do golpe de 1964, sem considerar a afronta que
cometia à memória dos brasileiros — aí incluídos os seus conterrâneos da
cidade e do Estado.
Era agosto de 2011, o mesmo mês em que o Rio Grande do Sul lembrava
com orgulho o cinquentenário da resistência do povo gaúcho na Campanha
da Legalidade de 1961, que garantiu a posse de Jango contra o manifesto
golpista escrito pelo coronel Golbery e lido pelos ministros militares.
Insensível à história dos gaúchos, Branco atravessou descuidado aqueles
dias de festa do povo gaúcho para plantar em praça pública um busto em
homenagem ao general Golbery que, entre outras façanhas, gerou o SNI,
criatura do regime onisciente que ele tardiamente deserdou como
“monstro”.
O exagero na terra dos superlativos sepultou precocemente as
pretensões eleitorais do prefeito, que tinha a obrigação de honrar a
memória de sua gente e de respeitar a história de sua própria cidade.
Por alguma razão, Branco desdenhou o que era e ignorou onde estava.
A cidade gaúcha de 200 mil habitantes, a 317 km de Porto Alegre, já
tem o segundo porto mais movimentado de cargas do país (atrás de Santos)
e é o centro mais rico da empobrecida Metade Sul do Estado. Sua
refinaria e o dinamismo do porto, onde escoa boa parte da produção
agropecuário da região, dão a Rio Grande o 4º maior PIB estadual, atrás
apenas da capital, de Canoas e de Caxias do Sul.
Economia em alta: em março, em Rio Grande, ocorreu a 1ª Feira do Polo Naval do RS, com produtos focados na área | Foto: Claudio Fachel/Palácio Piratini |
A situação ainda deve melhorar com a
implantação do Polo Naval, que inclui o investimento de R$ 14 bilhões na
construção de diques, estaleiros, navios e plataformas marítimas para
exploração de petróleo. Trinta empresas estão instaladas na área, sete
em construção e outras 22 em projeto, gerando cerca de 40 mil empregos
diretos e indiretos até 2017 nos setores de fertilizantes, logística,
alimentos, madeira, química e metalurgia.
Só a Petrobrás emprega ali seis mil
operários para construir três grandes plataformas — uma delas, a P-55,
considerada pela empresa como a maior plataforma semissubmersível já
construída no país. Um novo cais de 4.580 metros vai ancorar ali o maior
estaleiro naval do continente, capaz de construir quatro plataformas
simultaneamente. Tudo isso fará a população dobrar para 450 mil
habitantes em 2020 e deve quadruplicar o orçamento anual do município,
batendo em R$ 800 milhões.
Rio Grande, com tudo isso, não poderia ficar de fora da bíblia dos superlativos, o livro dos recordes, o Guinness Book,
que lhe conferiu a duvidosa glória de ter a mais extensa praia do
mundo: Cassino, uma ventosa franja de areia e mar aberto, frio, feio e
cinzento que se prolonga por 254 tediosos quilômetros em linha reta até
Chuí, o extremo sul do Brasil. Há quem goste.
O nome vem dos tempos feéricos em que o jogo era permitido no Brasil e
dava emprego a 40 mil pessoas nos salões de jogos de 70 cassinos
espalhados pelo país. Um dos salões estava no antigo hotel Stella Maris,
o local mais frequentado do balneário mais antigo do litoral
brasileiro, inaugurado em Rio Grande em 1890 e que deu o nome à praia do
Cassino, distante apenas 18 km do porto. A decadência do balneário
começou em 1946, quando o presidente Eurico Gaspar Dutra assinou o
decreto que proibiu as roletas e o jogo.
O marechal mandava no país, mas quem mandava nele era Carmela Teles
Leite Dutra, sua mulher. ‘Dona Santinha’, como gostava de ser chamada,
era uma rotunda e pia senhora católica, que segundo a lenda mudou a
história em 1946, impondo ao marido presidente as leis que tornaram
ilegais no país os cassinos e o Partido Comunista Brasileiro, dois
pecados mortais que sua fé extremosa não admitia.
Dona Santinha, a patroa, e o presidente Dutra. | Foto: Revista Life |
Exatamente meio século depois, surgiu no pano verde do poder em Rio
Grande um sobrenome ainda mais superlativo do que o santo apelido da
monacal patroa de Dutra: os Branco, a dinastia política mais duradoura
da história recente do Rio Grande do Sul. Nos últimos 16 anos, desde
1996, havia sempre um Branco na prefeitura da cidade, a partir da
democracia restaurada pela Constituinte de 1988. Nas duas décadas
anteriores de ditadura, sob a mão dura do poder verde-oliva do AI-5, o
povo foi banido das urnas pelas cartas marcadas dos militares, que
transformaram Rio Grande em ‘área de segurança nacional’. Prefeito
naqueles tempos, graças ao pretexto do porto superlativo, só era nomeado
pelos quartéis.
O primeiro Branco da dinastia riograndina surgiu em 1996, quando 33
mil votos levaram Wilson Mattos Branco à prefeitura. Perdeu a reeleição
em 2000, vítima de um AVC no final do mandato. Foi substituído às
pressas pelo assessor e sobrinho, um jovem de 29 anos chamado Fábio
Branco, eleito com 51 mil votos e o braço amigo de um poderoso padrinho
político, o deputado federal Eliseu Padilha. Em 2004, o bastão da
família foi repassado para Janir Branco, filho de Wilson e primo de
Fábio, eleito prefeito com 83 mil votos. Na eleição seguinte, 2008,
Fábio voltou à prefeitura, a bordo de 60 mil votos. Se tivesse sido
reeleito, agora em 2012, Fábio completaria duas décadas de Branco na
prefeitura da cidade — o tempo de poder que PSDB e PT, em épocas
distintas, sonharam viver no Palácio do Planalto.
Alexandre Lindenmeyer: uma vitória descoberta na véspera | Foto: Flickr |
O longevo projeto dos Branco foi interrompido pela inesperada vitória
do advogado Alexandre Lindenmeyer, ex-vereador e atual deputado
estadual pelo PT. Foi uma revanche pessoal, já que Alexandre tinha
perdido a prefeitura justamente para Fábio em 2000. A derrota parecia
que iria se repetir agora, já que Fábio Branco, além de liderar um
guarda-chuva de 15 legendas na sua coligação, vencia em todas as
pesquisas com boa folga. Três dias antes da eleição de 7 de outubro, o
semanário Folha Gaúcha dava oito pontos de vantagem ao candidato do PMDB contra o do PT: Branco tinha 45,8% da preferência e Lindenmeyer, 37,9%.
Na véspera da eleição, acendeu o sinal amarelo: o jornal Agora publicou
pesquisa do Instituto Studio indicando uma virada no eleitorado.
Lindenmeyer ultrapassava Branco, com 38,1% contra 36%. Um número elevado
de eleitores, 17%, mostrava indecisão na boca da urna, enquanto Branco
aparecia com a maior taxa de rejeição, 20,2%.
Devia ser, em parte, alguma vindita do eleitor contra o desdém de
Branco à opinião do cidadão comum e à historia como um todo. Negligência
que atingiu seu ápice com a desastrada homenagem a Golbery, aliás uma
ideia alheia que o jovem prefeito comprou sem reservas. Quem teve a
iniciativa foi outro riograndino ilustre, igualmente polêmico: Ronald
Levinsohn, dono no Rio de Janeiro do complexo Univercidade, com 35 mil
alunos, e hoje próspero fazendeiro no Oeste da Bahia, onde já teve 400
mil hectares. Ficou tristemente famoso em 1983, envolvido num dos mais
rumorosos escândalos financeiros do regime militar: a quebra do Grupo
Delfin, a maior empresa de poupança privada do país, que tinha três
milhões de depositantes espalhados em 83 agências país afora. Sofreu
intervenção do Banco Central apesar do braço camarada do amigo e general
Walter Pires, então ministro do Exército do Governo Figueiredo.
Levinsohn tinha outro amigo general: Golbery do Couto e Silva,
nascido em Rio Grande como ele. Em 2009, dois anos antes do centenário
de nascimento do general, Levinsohn ligou para um vereador do PMDB na
cidade, Renato Albuquerque, e disparou:
— Renato, tu não acha que tá na hora de fazer uma homenagem para uma pessoa tão importante como o Golbery?
O vereador achou, e o prefeito embarcou na onda. Entre outras
benfeitorias, lembraram que Golbery, chefe da Casa Civil de dois
presidentes da ditadura (Geisel e Figueiredo), viabilizou os recursos
para captar água do canal São Gonçalo, ajudou a federalizar a
universidade local e transferiu o 5º Distrito Naval de Florianópolis
para Rio Grande.
O chefe de gabinete do prefeito, Edes Cunha, com passagem pela ARENA,
a legenda da ditadura, justificou a homenagem: “Golbery entendia a
importância estratégica de Rio Grande para o Cone Sul. Dizia que a
cidade era a vesícula dos mares”.
A homenagem a Golbery era, também, um soco no fígado da história
nacional. O benfeitor de Rio Grande, na verdade, era um malfeitor da
democracia no Brasil, contra a qual conspirou desde os anos 1950. Depois
de lutar contra o nazifascismo em 1944, na FEB enviada ao front
italiano, o coronel Golbery virou o fio e começou sua carreira de
conspirador. Carrega na sua folha funcional o raro privilégio de ter
derrubado João Goulart duas vezes.
Em 1954, quando Jango era ministro do Trabalho de Getúlio Vargas,
Golbery redigiu o manifesto de 82 coronéis e tenentes-coronéis que
protestavam contra o aumento de 100% do salário mínimo. A conspiração
levou à queda de Jango. Dez anos depois, em 1964, quando Jango era
presidente, Golbery ajudou a montar a conspiração civil-militar que
preparou o golpe durante os três anos anteriores, sob a camuflagem do
Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais, o IPES, que ele coordenava
mobilizando 320 dos maiores empresários do país, de famílias
tradicionais a poderosas corporações estrangeiras, articulados com os
grandes grupos de mídia.
Golbery perdeu em agosto de 1961, aos 50 anos de idade, quando a
resistência do povo gaúcho na Legalidade, sob a liderança do governador
Leonel Brizola e o peso do III Exército, prevaleceu sobre o ultimato dos
ministros militares, que se opunham à posse do vice João Goulart na
vaga aberta pela renúncia inesperada do ébrio Jânio Quadros.
O autor do manifesto golpista dos ministros militares era o ubíquo
Golbery. O Rio Grande do Sul ainda festejava o cinquentenário dessa
épica vitória democrática quando o desastrado prefeito Fábio Branco
embarcou na homenagem intempestiva ao general que afrontou a vontade do
povo gaúcho e desrespeitou a Constituição.
No dia 21 de agosto, centenário de nascimento do general, Branco
presidiu cerimônia na praça Tamandaré, no centro da cidade, lançando a
pedra fundamental de uma placa em homenagem a Golbery. O mimo foi doado
pelo amigo e conterrâneo Levinsohn. A lei proposta pelo cordato vereador
Renato Albuquerque tinha sido aprovada, sem alarde, pela minoria da
Câmara de Vereadores, no ocaso de 2009. Só seis vereadores, menos da
metade dos 13 integrantes da Câmara, votaram a favor, com dois votos
contra.
Cinco estavam ausentes, entre eles o vereador Lindenmeyer, agora
eleito prefeito. A lei nº 6.835 foi assinada na surdina dez dias depois
pelo prefeito Fábio Branco, no dia 31 de dezembro, quando a cidade e o
país, desatentos, só tinham ouvidos para o espocar das rolhas de
champanha e os fogos de artifício da madrugada do réveillon.
Cobrado pela contradição histórica eternizada na praça entre o
general de duas faces, simultaneamente benfeitor municipal e malfeitor
nacional, o prefeito erigiu um dos mais majestosos monumentos à
boçalidade política, dando uma resposta que ficará como marco pétreo à
leviandade de todas as épocas:
— Eu não quero fazer juízo sobre a ditadura de 1964. Eu nem era
nascido… — respondeu o jovem de 40 anos. Parido no ano da graça de 1971,
quando o país padecia sob o tacão de ferro e sangue do general Emílio
Garrastazú Médici, seu conterrâneo gaúcho de Bagé, o prefeito Branco
afrontava também a memória do próprio partido, o PMDB, herdeiro do MDB
velho de guerra e do PTB de Jango e Brizola, as legendas e líderes mais
perseguidos pelo regime confabulado por Golbery e seus comparsas durante
os 21 anos de arbítrio.
A heresia de Branco, confissão de um crime de lesa-memória, passou em
branco pelas lideranças políticas do partido, do Estado e do país. Só
não sobreviveu ao julgamento implacável do povo de Rio Grande. Nenhum
deputado, nenhum senador do Congresso Nacional, fechado três vezes pelos
atos de força do regime do malfeitor Golbery, se sentiu ofendido pela
explícita leviandade do prefeito bobinho de Rio Grande. Nenhum líder
histórico do velho MDB ou do novo PMDB, todos nascidos e crescidos bem
antes das malfeitorias antidemocráticas de Golbery, contestou a frase
boboca do prefeito Branco, que também não deve ter nenhum juízo sobre o
nazismo e a escravidão, detalhes escabrosos da história ocorridos muito
antes de seu nascimento.
É mais prudente ficar com a opinião de um jovem e corajoso
historiador de Rio Grande, Chico Cougo, de tenros 25 anos, nascido em
1987, 16 anos depois do prefeito sem juízo, quando o país vivia sob a
democracia adolescente da Nova República de José Sarney.
“A urna pune”, escreveu Cougo em seu blog (www.memoriasdochico.com),
com o senso histórico que o Branco prefeito de Rio Grande ainda não
conseguiu apreender em sua cachola. Foi ele que escancarou na Internet a
incrível e desmiolada travessura do prefeito de sua terra, garantindo a
ele lugar cativo na crônica política do país. Cougo observou outra
coisa muito importante: Renato Albuquerque, o vereador que comprou a
evanescente ideia de Levinsohn transformada em lei inconsequente por
Branco, não conseguiu se reeleger. Teve míseros 1.152 votos — 717 votos
menos do que as 1.869 assinaturas colhidas num manifesto na Internet
protestando contra o monumento na praça a Golbery.
O surpreendente resultado das urnas não mostra apenas que Rio Grande não votou em Branco.
A eleição guarda uma lição ainda mais superlativa.
A boçalidade em política não passa em branco pela memória do eleitor.
Luiz Cláudio Cunha, jornalista, nunca vota em branco.
Cunha.luizclaudio@gmail.com
Cunha.luizclaudio@gmail.com
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
Caso de adoção na Bahia pode revelar esquema de tráfico de crianças, diz ministra
Alex Rodrigues - Agência Brasil
Brasília – Após informar que a Secretaria de Direitos Humanos identificou que o juiz que autorizou que cinco crianças de uma mesma família do interior baiano
fossem retiradas do convívio com os pais e entregues para adoção a
quatro casais de São Paulo infringiu ao menos dez aspectos do Estatuto
da Criança e do Adolescente (ECA), a ministra Maria do Rosário sugeriu
que o caso pode indicar a existência de um esquema de tráfico de
crianças.
“O caso desvela a existência de uma rede organizada, de uma quadrilha
que pode estar vendendo as crianças. Por isso precisamos atuar de forma
muito rigorosa”, disse a ministra, revelando que há tempos o Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) já vinha analisando o caso de Monte Santo
(BA), com o acompanhamento de autoridades federais.Embora tenha evitado prejulgar a decisão do então juiz da comarca de Monte Santo, Vitor Xavier Bizerra (que chegou a dizer que tomou a decisão com base em um parecer técnico de uma assistente social de que os pais das crianças eram negligentes), a ministra questionou o modo e a rapidez com que as crianças foram retiradas da casa dos pais, separadas, entregues a quatro casais de São Paulo e levadas para outro estado sem que os parentes e o Ministério Público fossem ouvidos.
“Essas crianças foram retiradas de casa em tempo recorde. Em dois dias já haviam saído de seu estado de origem e viajado para outro estado. Isso demonstra não apenas um ato de má-fé, mas um ato, talvez, criminoso, envolvendo dinheiro e recursos, o que deve ser apurado nas investigações [em curso]”, disse a ministra, acrescentando que, se ficar comprovada a intenção criminosa, os responsáveis serão responsabilizados de acordo com a lei.
Segundo Maria do Rosário, as famílias que receberam as crianças também deverão ser ouvidas já que “no afã” podem ter “adotado procedimentos inadequados”, procurando “outros caminhos que não o sistema estabelecido”. De acordo com a ministra, após serem retiradas de casa, as crianças não chegaram a ser inscritas nos cadastros estadual ou nacional de adoção. O juiz, por sua vez, ao autorizar que as crianças fossem entregues às famílias paulistas, não respeitou a ordem de inscrição, dos cadastros, das famílias interessadas em adotar um filho. A secretaria ainda está apurando inclusive se as quatro famílias constam das relações de interessados na adoção de crianças.
“Devemos analisar tudo, estarmos atentos para que todas as famílias que buscam adotar uma criança tenham uma resposta em tempo razoável, mas não sejam levadas a adotar procedimentos inadequados”, concluiu a ministra.
Edição: Aécio Amado
- Direitos autorais: Creative Commons - CC BY 3.0
Plínio, quem é você que não sabe o que diz?
Plínio de Arruda Sampaio, oriundo do antigo Partido Democrata Cristão (PDC), de onde também veio Mário Covas, tranformou-se em íncone de certa esquerda. Do alto de sua polpuda e merecida aposentadoria, Plínio fez o caminho inverso do PT, passou de posições moderadas para um extremismo moralista. Adotou a ironia como método de debate e transborda ressentimento, além de adotar um ar professoral que dá a impressão de arrogância.
Não sei o que explica a declaração de Plínio sobre a necessidade de derrotar Haddad e seus elogios a Serra. Certamente não é caduquice. Porém, não se confunda a posição de Plínio com a do PSOL. Pelo que li, o PSOL adotou a posição de "nenhum voto a Serra". Rapidamente, meus companheiros petistas já foram às redes sociais, misturar alhos com bugalhos e "provar" que o PSOL é linha auxiliar dos tucanos. É um palpite tão infeliz quanto o de Plínio sobre a eleição paulistana. Um modo esperto, mas pouco inteligente de coesionar a base atacando os adversários pela esquerda.
Colunistas falam sobre o processo de "peemedebização" do PT. Sem entrar nesse debate, por enquanto, convém lembrar que, nos "tempos gloriosos" do PT, na década de 80, não foram poucas as vezes em que os petistas foram acusados de auxiliar a direita: seja por não apoiarem o PMDB (maior partido de oposição da época), seja por criticarem Brizola (que denominavao PT de "UDN de macacão"). Alguns petistas repetem esse erro, cegos diante das disputas concretas.
Por fim, numa hipotética disputa Serra x Plínio, eu não teria dúvidas: votaria no Plínio.
Confira a música "Palpite Infeliz", de Noel Rosa, na voz da incrível Joyce.
Confira a música "Palpite Infeliz", de Noel Rosa, na voz da incrível Joyce.
MPF denuncia coronel Brilhante Ustra por sequestro qualificado na ditadura
O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo denunciou nesta
quarta-feira (17) à Justiça Federal o coronel reformado Carlos Alberto
Brilhante Ustra pelo crime de sequestro qualificado. Ustra foi
comandante do Destacamento de Operações Internas de São Paulo (DOI-Codi)
no período de 1970 a 1974.
Na ação, o coronel reformado é acusado, juntamente com os delegados
Alcides Singillo e Carlos Alberto Augusto, ambos da Polícia Civil, de
sequestrar Edgar de Aquino Duarte, em junho de 1971. Duarte era, segundo
o MPF, corretor de valores.
Os procuradores disseram na ação que Duarte ficou preso, ilegalmente,
nas dependências do DOI-Codi e depois no Departamento de Ordem Política e
Social (Dops) de São Paulo até meados de 1973. “O paradeiro da vítima,
após 1973, somente é conhecido pelos denunciados”.
Edgar de Aquino Duarte, nascido em 1941, no interior de Pernambuco, foi
fuzileiro naval na juventude. Em 1964, logo após o golpe militar, foi
expulso das Forças Armadas, acusado de oposição ao regime. Foi viver no
exterior, e voltou ao Brasil em 1968, quando passou a morar em São
Paulo, com o falso nome de Ivan Marques Lemos.
No final da década de 1970, dividiu apartamento com um antigo colega da
Marinha, José Anselmo dos Santos, o Cabo Anselmo, detido pela polícia
em 1971.
De acordo com o MPF, vários depoimentos mostram que, na época, Duarte
não tinha nenhum envolvimento com qualquer tipo de resistência ao regime
militar. Primeiro montou uma imobiliária e depois passou a trabalhar
como corretor da Bolsa de Valores, atividade que exerceu até ser
sequestrado. Os procuradores também encontraram documentos do 2º
Exército que atestam que Duarte não pertencia a nenhuma organização
política e que de fato atuava como corretor de valores.
“Os registros demonstram que Duarte foi citado pelo menos cinco vezes
no depoimento prestado pelo Cabo Anselmo ao Dops. Nove dias depois, a
vítima foi sequestrada pelo mesmo Carlos Alberto Augusto e mantido
ilegalmente na prisão até 1973, quando desapareceu. Há suspeitas de que
Duarte foi sequestrado apenas porque conhecia a verdadeira identidade do
Cabo Anselmo, informante do regime”, diz o MPF.
A tese do MPF de que o crime cometido contra Edgar de Aquino Duarte não
está prescrito é baseada em três decisões do Supremo Tribunal Federal
(STF), “que autorizaram a extradição de agentes acusados pelo Estado
argentino de participação em sequestros realizados há mais de 30 anos”.
O advogado do coronel Ustra, Paulo Alves Esteves, disse que ele não se
lembra de nenhum detido com o nome Edgard Aquino Duarte. Nos depoimentos
que já deu sobre sua atuação no DOI-Codi, o coronel já afirmou que
nunca efetuou prisões ilegais. Ele também disse que "jamais permitiu
torturas".
AC
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Em 1854, nascia Oscar Wilde
Oscar Wilde
Oscar Wilde nasceu em 16 de outubro de 1854 em Dublin, Irlanda. Filho de William Robert Wilde, cirurgião-oculista que servia à rainha. Sua mãe, Jane Speranza Francesca Wilde, escrevia versos irlandeses patrióticos com o pseudônimo de Speranza.
Foi educado no Trinity College, Dublin e mais tarde em Oxford. Lá ele recebe a influência de Walter Pater e da doutrina da "arte pela arte". Em 1879, vai para Londres, para estabelecer-se como líder do "movimento estético". Em 1881 é publicada uma coletânea de seus poemas. Em 1882, sem dinheiro, aceita participar de um ano de viagens entre USA e Canadá. Essa viagem lhe rendeu fama e fortuna.
Em 1884, casa-se com a bela Constance Lloyd. Com a publicação de "Retrato de Dorian Gray", sua carreira literária deslancha. Oscar e Constance tinham 2 filhos: Cyril e Vyvyan. Mas uma noite, Robert Ross, um hóspede canadense jovem, seduziu Oscar e forçou-o, finalmente, a confrontar-se com seus sentimentos homossexuais que o perseguiam desde a época em que era estudante.
Anos depois Oscar foi preso com acusações de conduta homossexual e sentenciado a 2 anos de prisão com trabalhos forçados, sendo a última parte em Reading Gaol. As condições calamitosas da prisão causaram uma série de doenças e o levou às portas da morte. Foi declarada, ainda, sua falência.
Morreu como um homem arruinado em 30 de novembro de 1900.
Foi educado no Trinity College, Dublin e mais tarde em Oxford. Lá ele recebe a influência de Walter Pater e da doutrina da "arte pela arte". Em 1879, vai para Londres, para estabelecer-se como líder do "movimento estético". Em 1881 é publicada uma coletânea de seus poemas. Em 1882, sem dinheiro, aceita participar de um ano de viagens entre USA e Canadá. Essa viagem lhe rendeu fama e fortuna.
Em 1884, casa-se com a bela Constance Lloyd. Com a publicação de "Retrato de Dorian Gray", sua carreira literária deslancha. Oscar e Constance tinham 2 filhos: Cyril e Vyvyan. Mas uma noite, Robert Ross, um hóspede canadense jovem, seduziu Oscar e forçou-o, finalmente, a confrontar-se com seus sentimentos homossexuais que o perseguiam desde a época em que era estudante.
Anos depois Oscar foi preso com acusações de conduta homossexual e sentenciado a 2 anos de prisão com trabalhos forçados, sendo a última parte em Reading Gaol. As condições calamitosas da prisão causaram uma série de doenças e o levou às portas da morte. Foi declarada, ainda, sua falência.
Morreu como um homem arruinado em 30 de novembro de 1900.
Assessor de senador tucano cria falsa página de Haddad
De: Pagina2
João Guariba, assessor do senador Aloysio Nunes Ferreira postou ontem em sua conta no twitter um site que contém propostas falsas atribuídas a Fernando Haddad. A página, desenhada de forma a se parecer com o site oficial do candidato petista afirma que lá estão as verdadeiras propostas de Hadad, como a construção de “50 escolas de lata” e a volta das taxas de lixo e iluminação públicas, criadas no governo Marta Suplicy.
Guariba é ligado a José Serra e tem usado sua conta no
twitter para atacar a campanha de Haddad e sugerir que o ex-presidente Lula
precisa de um Habeas Corpus preventivo. O assessor do senador tucano afirma que
Lula será o próximo condenado pela Justiça.
Quando a página “Propostas de Haddad 13”, é mais um exemplo
do jeito tucano de fazer campanha. Em uma das “propostas”, afirma-se que Haddad
vai criar 50 escolas de lata, mas não traz nenhum dado ou indício que aponte
neste sentido. “Esta é até óbvia. Haddad foi um Ministro da Educação que só
meteu os pés pelas mãos. E como o PT tem, historicamente, uma queda por escolas
construídas de forma porca, pode ter certeza de que essa praga vai voltar. Se
você quer seus filhos estudando um verdadeiros fornos (sic), sem conforto, sem
estrutura, é só votar no Haddad”.
Em outro texto, o autor diz que o governo federal “deve
mais de mil creches”. A conclusão é que um político que não cria creches (a
página não informa nenhuma fonte para a informação) vai acabar com o Ensino
Técnico em São Paulo. O ensino técnico é o carro chefe da proposta de Serra para
a área de educação.
Como assessor, Guariba recebe salário pago com dinheiro do
contribuinte para fazer campanha a Serra quando o correto seria ele se licenciar
do Senado para fazer parte do staff de Serra. Além disso, a página é ilegal do
ponto de vista eleitoral. Ela fere direitos, deturpas propostas falsas a um
candidato, se apropria do logotipo e da identidade visual para confundir o
eleitorado
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
TED: Camera que filma a velocidade da luz
O vídeo (legendado em português) acima não somente torna a ciência em
arte como prova mais uma vez os efeitos relativísticos de Einstein, não
obstante em sua apresentação mostra o comportamente ondulatório do
Tempo na disperção das partículas. É como se o Tempo fosse como o vento,
invísivel aos nossos olhos, mas podemos, porém, observar sua propagação
e comportamento pelas partículas que o aderem como as partículas de
fumaça ao mesmo.
O vídeo tem a duração de 10 minutos, mas vale cada segundo pela
explicação em palestra de seu cientísta, Ramesh Raskar, sobre a câmera
que captura Imagens em um trilhão de quadros por segundo!
TV Brasil mostra série especial sobre Operação Condor
Da Agência Brasil e da TV Brasil
Brasília – A união de seis países – Uruguai, Paraguai, Argentina, Bolívia,
Chile e Brasil, então em regime de ditadura militar, ficou conhecida como
Operação Condor. Oficialmente criada em uma reunião no Chile, em 1975, a ação
conjunta visava a reprimir grupos de esquerda que contestavam as ditaduras do
Cone Sul.
Foi por meio dessa ação conjunta que os serviços de inteligência trocaram
informações sobre militantes políticos que moravam em outros países, fora da
nação de origem. Em um primeiro momento, houve apenas troca de informações.
Depois, foram operações conjuntas de prisão, tortura e troca de
prisioneiros.
O historiador e coordenador do curso de história da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (UFRGS), Enrique Padrós, conta: “Ela [a Operação Condor]
significa um amadurecimento de intercâmbio repressivo, de intercâmbio de
inteligência. E ocorre em um contexto em que toda a região está praticamente
marcada pela imposição das ditaduras de segurança nacional, o que potencializa
justamente esse intercâmbio.” A atuação do Brasil foi determinante. Para o
presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Jair Krischke, “o Brasil
não só criou a Operação Condor, mas também colaborou permanentemente com as
ditaduras em volta do nosso país.”
A partir de amanhã (15), a TV Brasil passa
a contar um pouco mais dessa história, ainda desconhecida de grande parte do
país. Historiadores, parentes de vítimas, pesquisadores e documentos inéditos
vão mostrar como a Operação Condor foi decisiva para a manutenção dos regimes de
exceção. Com quatro reportagens, a série será exibida, sempre às 21h, no
Repórter Brasil Noite, e reprisada às 8h no Repórter Brasil
Manhã.
A Agência Brasil também publicará matérias sobre o tema.
A Agência Brasil também publicará matérias sobre o tema.
Edição: Carolina Pimentel
domingo, 14 de outubro de 2012
Gráfica da Folha de São Paulo que vazou ENEM é condenada pela Justiça a indenizar o Governo
De: Com Texto Livre
Relembrando dezembro de 2011
Gráfica terá que pagar indenização milionária por fraude no Enem
Justiça determinou que o consórcio responsável pela prova terá que pagar R$ 73,4 milhões
Estudantes e professores não esquecem, em 2009 a prova do Enem teve que
ser anulada por causa do vazamento de questões. Agora a justiça
determina que o consórcio formado pela gráfica Plural do grupo Folha,
que edita o jornal Folha de São Paulo, terá que pagar pelos prejuízos.
R$ 73,4 milhões é o valor da indenização que será pago ao INEP
(Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), a vitória foi
conquistada na justiça federal. O ressarcimento serve para indenizar o
INEP que na época precisou contratar emergencialmente entidades para
repetir a aplicação da prova.
A justiça federal de Brasilia deu cinco dias para que o consórcio, formado pela gráfica Plural do grupo Folha, pague a multa. Se a decisão não for cumprida, o consórcio pode sofrer pena de penhora de bens para garantir que a dívida seja paga.
A justiça federal de Brasilia deu cinco dias para que o consórcio, formado pela gráfica Plural do grupo Folha, pague a multa. Se a decisão não for cumprida, o consórcio pode sofrer pena de penhora de bens para garantir que a dívida seja paga.
A prova do Enem foi retirada da gráfica Plural, que funciona em Santana
de Parnaíba na grande São Paulo. Em setembro de 2009, o circuito de
segurança da gráfica registrou o momento em que um funcionário saía do
local com exemplares do caderno dois da prova do Enem debaixo da blusa.
Depois ele tentou vender as provas para tevês e jornais.
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