Presidente do CNJ (Conselho Nacional da Justiça), Joaquim Barbosa acordou, abriu a Folha e leu que, no sábado, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa participou de um jantar na casa do megadvogado José Siqueira Castro.
Imediatamente o Barbosa CNJ  pegou o telefone e, com seu estilo desabrido, telefonou para o Barbosa STF, desenvolvendo-se o seguinte diálogo áspero:

Barbosa CNJ - Barbosa, você não se dá ao respeito? Como o presidente do STF comparece a um jantar  particular na casa de um advogado que tem ações no Supremo? Ficou louco?

Barbosa STF - Qual o problema, Barbosa? O Siqueira Castro é meu colega na UERJ. E é comum juízes se encontrarem com advogados.

Barbosa CNJ - Como, comum? Não leu minhas declarações sobre as relações promíscuas de magistrados e advogados? Começa assim: é um jantar aqui, um agradinho ali e na hora da sentença, a simpatia é mais amor. Você não leu a resolução que aprovei no CNJ proibindo a participação de magistrados em eventos bancados pela iniciativa privada? No caso, foi pior: um escritório de advocacia com causas no Supremo!

Barbosa STF - Deixe de preciosismo, Barbosa. O jantar foi em homenagem ao presidente do STF da França.

Barbosa CNJ - Ah, é? Se era um jantar oficial, deveria constar da agenda do presidente do STF. Você colocou?

Barbosa STF - Não achei necessário. Afinal, era um evento para poucas pessoas. E se eu não puder sequer jantar na casa de amigos, o que me resta?

Barbosa CNJ - O que lhe resta? Decoro, desconfiômetro, preocupação em não atingir a presidência do CNJ.

Barbosa STF - Não se preocupe. Já incumbi minha assessoria de telefonar para os jornais maneirarem e avisar que jamais relatei um processo patrocinado pelo Siqueira Castro.

Barbosa CNJ - E você acha que a história vai ficar nisso? Se você se considera suspeito para relatar processos do Siqueira, também é suspeito para votar nos processos. Os jornais vão cair matando, levantando todos os processos do Siqueira nos quais você votou.

Barbosa STF - Relaxe, Barbosa. Daqui a alguns dias dou uma declaração exigindo a prisão imediata dos "mensaleiros" e tudo entra nos eixos.

PS - A propósito, o autor do texto não considera transgressão ministros almoçarem com advogados.