terça-feira, 15 de junho de 2010

20 paradoxos de Oscar Wilde

Do Blog Mundo de K.
Podemos definir o paradoxo como um ponto de vista contrário a uma opinião normalmente aceita como senso comum pela maioria, uma espécie de casamento da ironia com a inteligência. Em toda a história da literatura Oscar Wilde (1854 - 1900) foi provavelmente o autor mais criativo nesta matéria, tendo deixado uma coleção invejável de paradoxos, situados no espaço ambivalente da sociedade vitoriana inglesa do século XIX, mas ainda completamente atuais.
O crítico Arthur Symons, no Speaker de 4 de julho de 1891, descreveu Wilde como "brilhante demais para acreditarmos nele" (O melhor de Oscar Wilde, organização de Karl Beckson, editora Garamond, 2000, tradução de Dau Bastos), pode ser que sim, tirem a prova vocês mesmos na seleção extraída da obra de Wilde abaixo:
(01) "As pessoas deveriam estar sempre apaixonadas. É por isso que nunca deveriam se casar." - Lorde Illingworth na peça Uma mulher sem importância (1893);
(02) "A função do artista é inventar, não reproduzir a realidade." - Trecho de carta endereçada ao editor da St. James Gazette, em 26 de junho de 1890, em defesa ao romance Dorian Gray;
(03) "É sempre com as melhores intenções que se faz o pior." - Gilbert em O Crítico como Artista (1891);
(04) "Sempre passo adiante os bons conselhos. É a única coisa a ser feita. Eles nunca servem para nós mesmos." - Lorde Goring na peça Um marido ideal (1895);
(05) "A conversa deve passar por tudo e não se concentrar em nada." - Gilbert em O Crítico como Artista (1891);
(06) "Toda vez que alguém faz algo realmente estúpido, é sempre pelos motivos mais nobres." - Lorde Henry em O retrato de Dorian Gray (1890);
(07) "Experiência é simplesmente o nome que os homens dão aos seus erros." - Príncipe Maralofiski na peça Vera ou os niilistas (1880);
(08) "A felicidade de um homem casado depende das pessoas com quem não se casou." - Lorde Illingworth na peça Uma mulher sem importância (1893);
(09) "A fidelidade é para a vida emocional o mesmo que a coerência para a vida intelectual: mera admissão de fracasso." - Lorde Henry em O retrato de Dorian Gray (1890);
(10) "Só existe uma coisa no mundo pior do que falarem de nós: é não falarem." - Lorde Henry em O retrato de Dorian Gray (1890);
(11) "Só os fracos resistem à tentação." - Citado em Small, I: 1993;
(12) "Só os fúteis se conhecem a si mesmos." - Frases e Filosofias para Uso dos Jovens (1894);
(13) "Os homens se casam por cansaço. As mulheres por curiosidade. E todo mundo se desaponta." - Lorde Henry em O retrato de Dorian Gray (1890);
(14) "Nada mais glorioso do que a devoção de uma mulher casada - algo que o homem casado desconhece completamente." - Cecil Graham na peça O leque de lady Windermere (1892);
(15) "Atualmente temos tudo em comum com a América, exceto, é claro, a língua." - O fantasma de Canterville (1887);
(16) "Não tenho medo da morte. O que me aterroriza é a aproximação dela." - Lorde Henry em O retrato de Dorian Gray (1890);
(17) "A opinião pública se impõe apenas onde não há ideias." - Algumas Máximas (1894);
(18) "A poesia, como o cristal, deveria tornar a vida mais bonita e menos real." - trecho de carta endereçada ao escritor W. Graham Robertson, no início de 1888;
(19) "Prazer é o que recebemos dos outros. Obrigação, o que esperamos dos outros. E gênio, o que negamos nos outros." - citado em Small, I: 1993;
(20) "Posso resistir a tudo, menos às tentações." - Lorde Darlington na peça O leque de lady Windermere (1892).

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