quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Os 5 bancos mais cruéis de todos os tempos

Quando um banco toma a sua casa devido a dívidas absurdas que você acumulou, o faz de uma maneira toda formal e condescendente, sem helicópteros blindados sobrevoando a região ou raios antigravidade – o que seria muito mais legal.
No entanto, isso é fichinha para o que essas instituições podem realmente fazer. Os bancos são a coisa mais próxima que temos de uma organização vilã do mundo real. Esquadrões da morte e financiamento de terrorismo são apenas algumas das peripécias já cometidas por esses conglomerados maquiavélicos. Confira:

5. O banco australiano Nugan Hand, que financiava o tráfico e ameaçava matar sua família

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Na teoria, o banco australiano Nugan Hand era um estabelecimento de alta classe. Fundado em 1973 por um advogado e um ex-integrante das Forças Armadas Especiais dos Estados Unidos com apenas mil dólares (cerca de R$ 2 mil) em dinheiro, o negócio rapidamente se expandiu, atendendo às necessidades de militares estadunidenses de alta patente, incluindo dois generais, um almirante e um ex- diretor da CIA.
Deixar suas economias no Nugan Hand, em outras palavras, era como depositar seu salário na Sala de Justiça, se lá eles oferecessem uma tentadora taxa de juros de 16% sobre os depósitos e se o lugar sempre cheirasse a baunilha e odorizadores de ar.
16% de juros?!?!, pensou você. Caramba, como eles podem pagar isso? O que eles estão fazendo com o seu dinheiro para serem capazes de retornar uma taxa tão elevada de juros? Eles devem financiar o tráfico de drogas com o dinheiro do seu salário.
Isso é exatamente o que eles faziam. Essa taxa de juros absurdamente competitiva era, em grande parte, financiada pelo negócio altamente lucrativo de heroína que o banco mantinha. Mike Hand, o ex-integrante das Forças Armadas Especiais, ajudou a lançar o Nugan Hand para dar cobertura aos seus 25 milhões de dólares (55 milhões de reais, sem levar em conta a inflação do período) que ele recebeu de traficantes de drogas, contrabandistas de armas e (possivelmente) da CIA. A agência pode ter usado os serviços do banco para financiar operações secretas na Ásia Oriental.
Durante seus sete anos de negócio, Nugan Hand roubou pelo menos 50 milhões de dólares (110 milhões de reais, novamente sem contar quando esse dinheiro valorizou desde a década de 1970) de seus investidores. E não era como se você pudesse obter suas economias de volta apenas indo no banco e alegando ao caixa que você não concordava como a taxa de manutenção da conta, ou com seu limite do cartão de crédito.
Os donos do lugar ameaçavam esquartejar as esposas dos pobres funcionários e enviar os membros por correio em uma caixa se eles desobedecessem as ordens.
A coisa toda entrou em colapso em 1980, com o suicídio do cofundador Francis Nugan, mas se você está esperando que essa história tenha terminado com alguma justiça rápida e impiedosa, lamentamos: com exceção de Nugan (que, sejamos francos, se autoimpôs a pena de morte), praticamente todos os envolvidos saíram ilesos.
Hand foi visto pela última vez embarcando em um avião com uma barba falsa – e todos os demais altos funcionários se recusaram a depor, que é algo aparentemente permitido se você é rico o suficiente. E, sim, isso também acontece em países desenvolvidos como a Austrália. Pelo jeito, rico é rico em qualquer lugar do mundo.
Quanto aos clientes do banco, eles perderam todo o dinheiro que haviam depositado. Mas, honestamente, se você decide investir em um banco chamado Nugan Hand…

4. O “banqueiro de Deus”, que financiou o terrorismo e uma guerra civil

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Fundado no século 19 com o apoio do Vaticano, o Banco Ambrosiano tinha como missão fornecer uma alternativa aos bancos seculares, porque todos nós sabemos que a única pessoa em quem você pode confiar mais do que um banqueiro é um funcionário de alto escalão da Igreja Católica.
Um século de depósitos sacros mais tarde, eles se tornaram o segundo maior banco privado da Itália. Na realidade, se tratava de mais do que um banco; eles eram uma instituição sagrada. Na década de 1970, o CEO Roberto Calvi era conhecido como “o banqueiro de Deus”. Certamente, com um título desse, nada poderia dar terrível e ironicamente errado.
Exceto que Calvi usava parte do seu tempo no comando do Banco Ambrosiano para a lavagem de dinheiro vindo do tráfico de drogas com a máfia – além de subornar políticos italianos e norte-americanos e vender armas para ambos os lados da Guerra Civil da Nicarágua.
No final das contas, o Banco Ambrosiano ficou grande demais para suas próprias mentiras e as coisas começaram a desmoronar. Uma investigação feita em 1982 revelou que o banco não poderia ser o responsável por cerca de 1,3 bilhões de dólares (2,86 bilhões de reais) em depósitos. Tenha em mente que, enquanto os bancos de hoje usam essa quantidade de dinheiro em champanhe para o café da manhã ou em papel higiênico de folhas de ouro, 1,3 bilhões de dólares em 1982 era basicamente todo o dinheiro que circulava no mundo.
Até mesmo a máfia se assustou com todo o fuzuê que o banco santo estava fazendo. Eles começaram a cortar laços, bem como as gargantas dos envolvidos: um banqueiro de alto escalão foi encontrado morto na Córsega, na França, pouco antes de o secretário de Calvi cometer suicídio. O próprio Roberto Calvi foi encontrado pendurado na Blackfriar Bridge, em Londres, ainda no ano de 1982 – uma morte dada como suicídio (contrariando o senso comum) até que um novo exame em 2003 descobriu que as evidência apontavam, definitivamente, para um assassinato.
Se alguma parte dessa história maluca soa familiar para você, provavelmente é porque trechos do filme “O Poderoso Chefão: Parte III” foram baseadas no escândalo. É isso mesmo: terrorismo, mortes, peculato, guerra, a máfia e o “Poderoso Chefão: Parte III”. Verdadeiramente, o Banco Ambrosiano é responsável por algumas das piores tragédias conhecidas pelo homem.

3. BCCI, o banco internacional que tinha até equipe de execução própria

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O Banco de Crédito e Comércio Internacional foi criado em 1972 e logo se tornou uma das maiores instituições financeiras privadas do mundo, com depósitos de mais de 20 bilhões de dólares (44 bilhões de reais) e clientes como o governo dos Emirados Árabes Unidos. No seu auge, o banco possuía 400 agências em 72 países ao redor do mundo. Porém, como qualquer pessoa que já brincou de subir em árvores quando era pequeno pode constatar, não é porque alguma coisa possui um monte de galhos que você pode confiar nela.
Os bancos são como vômito: eles são muito fáceis de cuidar quando estão contidos em apenas um lugar específico, mas uma vez que se espalham por uma vasta área, todo mundo finge que não está vendo a bagunça em vez de arriscar ter que limpá-la.
O fato de que o BCCI não era responsabilidade de ninguém deu ao banco liberdade para embarcar em uma farra enorme de crimes que faria qualquer jogador de Grand Theft Auto orgulhoso: lavagem de dinheiro para o ditador panamenho Manuel Noriega, intermediação ilegal de vendas de armas nucleares, venda de tecnologia ultrassecreta americana para o Iraque, além do desenvolvimento de um dos maiores esquemas de Ponzi da história. O banco ainda fazia a parte financeira do trabalho sujo de praticamente todos os principais grupos terroristas do mundo.
Eles chegaram ao ponto de montar sua própria equipe de execução chamada The Black Network (A Rede Negra) para cuidar de todos os esquemas de extorsão, sequestro e assassinato – que aparentemente são funções tão essenciais para um banco quanto rastrear a origem do dinheiro depositado na instituição. Quando órgãos reguladores suspeitos dos Estados Unidos se recusaram a lhes conceder uma licença, BCCI apenas deu de ombros e passou a usar uma porção de empresas de fachada e empréstimos fraudulentos para burlar a lei, e voltar às suas práticas do mal.
A gigantesca rede de influência do BCCI manteve o banco consistentemente à frente da lei. Foi necessário que 62 países realizassem sete investigações simultâneas para, finalmente, desmascará-los – e 13 anos para que se descobrisse onde estava o dinheiro. Até agora, ninguém entende perfeitamente todos os esquemas nos quais o BCCI estava envolvido. Porém, ficaríamos chocados se as peripécias do banco não envolvessem algum tipo de raio antigravidade e uma base lunar.

2. O banco Castel & Trust, que roubou as economias do dono da Playboy, dos hotéis Hyatt e da banda Creedence Clearwater

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Castel Bank & Trust era a classe e legitimidade em forma de instituição financeira. O banco não só atraía clientes-celebridades de alto perfil – como a banda Creedence Clearwater Revival, o fundador da revista Playboy, Hugh Hefner, e a cadeia de hotéis Hyatt –, como tinha como sede principal as Bahamas. Tem como ficar mais riqueza do que isso?
No início de 1970, alguém na espécie de Receita Federal dos Estados Unidos (o Internal Revenue Service, ou IRS) percebeu que a rede Hyatt não pagava mais impostos desde que havia aberto sua conta no Castel Bank. Isto é geralmente desaprovado em uma sociedade civilizada, por isso o IRS contratou um investigador particular grisalho chamado Norman Casper para averiguar os fatos (se aprendemos alguma lição com este artigo, é que a contabilidade é muito mais emocionante do que todos nós temos sido levados a acreditar).
Ao longo dos meses seguintes, Casper distraiu seus alvos com mulheres bonitas, enquanto ele fotografava os seus arquivos secretos e reunia inteligência. No final das contas, Casper descobriu que, além de o banco ter agido constantemente como um paraíso fiscal ilegal para clientes como o ex-presidente estadunidense Richard Nixon, a instituição também estava lavando dinheiro para a máfia.
Então, do nada, a CIA interveio e interrompeu a investigação.
Acontece que a “inocente e super ética” CIA havia utilizado o Castel Bank & Trust para canalizar dinheiro para grupos anti-Fidel Castro (ou qualquer outra pessoa com ódio grande o suficiente pelos comunistas). Por fim, ninguém nunca foi processado, mas o banco entrou em colapso e todos os seus clientes perderam seus depósitos, incluindo a banda Creedence Clearwater Revival.

1. O Hong Kong e Shanghai Banking Corporation e sua impunidade crônica

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O Hong Kong e Shanghai Banking Corporation foi fundado no século 19 para dar conta dos lucros britânicos do comércio do ópio. E, tendo em vista que a China tinha vários milhões de viciados em ópio e os britânicos respondiam a todas as tentativas de banir a droga assassinando qualquer um que olhasse entranho para eles, os lucros eram consideravelmente altos. Mas, veja bem, isso é tudo história antiga, certo? Não é como se você tivesse um pequeno cartão em sua carteira agora que diz HSBC nele… Ó, espere.
Se você já conversou com alguém do serviço de clientes do banco sobre a “taxa anual” deles, não deve ser nenhuma surpresa descobrir que o HSBC se fundou em séculos de assassinatos por lucro. Em 2012, investigadores revelaram que a instituição havia ajudado a financiar o terrorismo internacional e o tráfico de drogas no México durante décadas.
Tampouco foi algo ocasional. Esta é a extensão da familiaridade do HSBC com os cartéis: em um dado momento, o banco considerou ampliar as janelas de seus caixas porque os blocos de dinheiro que o banco recebia eram grandes demais para passar através dos buracos normais (problemas de Primeiro Mundo…). Por isso, o Cartel Sinaloa, responsável por dezenas de milhares de assassinatos apenas na década passada, fez um favor aos seus velhos amigos e começou a usar caixas de dinheiro personalizadas, planejadas especificamente para caber nas janelas dos caixas do HSBC. Muita consideração por parte deles, né?
Então, se um dos maiores bancos do mundo atualmente é tão descaradamente corrupto, por que ninguém nunca prendeu os envolvidos nos crimes? A resposta é simples: eles já foram presos. Muitas e muitas vezes. Mas são ricos demais para dar a mínima.
Quando o HSBC foi pego pela terceira vez, as autoridades ficaram mais rigorosas e aplicaram uma multa impiedosa de 1,9 bilhão de dólares (4,18 bilhões de reais). Impressionante, não?
Não. Este é o lucro de cerca de cinco semanas para o HSBC.
Mais uma vez, ninguém foi preso pela lavagem de dinheiro descarada. Eles não ficaram de castigo, nem mesmo foram mandados para o seu quarto sem jantar – eles só tiveram a mesada suspensa por um mês. Isso não ensinaria uma criança mimada a não roubar, muito menos serviria de lição para uma grande instituição financeira aprender que apoiar assassinos em massa não é rentável.
Quando perguntado por que essas pessoas podem andar em total liberdade pelos Estados Unidos e sem nenhuma repercussão, um dos assistentes de procurador-geral dos EUA explicou: “Se decidíssemos apresentar acusações criminais, o HSBC quase certamente perderia sua licença bancária nos EUA, o futuro da instituição estaria ameaçado e todo o sistema bancário seria desestabilizado”.
É isso aí: vindo diretamente da boca do próprio governo dos EUA, os bancos podem fazer o que quiserem porque eles têm o nosso dinheiro. Se você está pensando em cancelar seu cartão HSBC devido a essas revelações, bem, temos certeza de que eles vão chorar até secar a água do corpo por causa disso. E talvez decidam arranjar algumas janelas maiores para que caixas extra-grandes de lencinho de papel possam passar por elas.

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