quinta-feira, 21 de junho de 2012

Os ricaços e os 13 jatinhos ilegais

Por Altamiro Borges
Numa ação conjunta da Polícia Federal e da Receita Federal, realizada na madrugada desta quinta-feira (21), foram apreendidos 13 jatinhos de luxo utilizados ilegalmente por ricaços brasileiros. Batizada de Operação Pouso Forçado, ela envolveu 50 agentes da PF e 25 auditores fiscais e percorreu os aeroportos de Congonhas (SP), do Galeão (RJ) e de Jundiaí e Viracopos, no interior paulista.
Segundo os responsáveis pela operação, o esquema de importação irregular de jatos executivos causou prejuízos de pelo menos R$ 192 milhões com a sonegação de impostos. O valor total das aeronaves ultrapassa R$ 560 milhões – apenas um dos jatos custa cerca de R$ 100 milhões. Segundo relatou à Folha o superintendente-adjunto da Receita Federal, Marcos Prado Siqueira, essa foi a maior apreensão de bens do órgão em uma única operação.
Empresa de fachada em paraísos fiscais
As investigações da Operação Pouso Forçado começaram há um ano. Pelo esquema, brasileiros criavam uma empresa de fachada em paraísos fiscais, que firmava contrato com um banco estrangeiro para que o avião fosse registrado nos EUA. Com isso, os jatos voavam para o Brasil como se estivessem a serviço da empresa estrangeira e não pagavam os impostos de importação.
“Havia uma ocultação dos reais proprietários dessas aeronaves. Elas ficavam aqui, mantidas por brasileiros, que pagavam pilotos e arcavam com todos os custos de manutenção e de aluguel de hangares. E era para essas pessoas que as aeronaves voavam... Houve casos em que os jatos eram alugados para terceiros, funcionando como um táxi aéreo”, explica Marcos Prado Siqueira.
Globo vai mostrar a cara dos criminosos?
Os nomes dos ricaços envolvidos na ação criminosa não foram divulgados. Segundo a Polícia Federal, os responsáveis podem ser indiciados pelos crimes de descaminho e falsidade ideológica. Será que as emissoras de televisão, que adoram explorar as imagens de ladrões de galinha sendo presos e humilhados, irão atrás destes ricaços caloteiros. Como já adiantou Marcos Siqueira, os criminosos “são de gente com altíssimo poder aquisitivo, que tem todas as condições para recolher os impostos”.

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