quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Do mínimo ao “carnê da fome” dos juízes


Segundo o IBGE, em 2010 viviam com até um salário mínimo per capita os habitantes de 32,2 milhões de domicílios brasileiros. Na época do Censo, o salário mínimo valia R$ 510. Em 21 de dezembro, os jornais noticiaram que o habitante de favelas brasileiras (eram 11.4 milhões em 2010, segundo o IBGE) tinha rendimento médio de R$ 510, inferior ao salário mínimo em vigor naquela data (R$ 545).
Ao analisar os vencimentos recebidos por sua consultoria entre 2009 e 2011, o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, disse em dezembro que o resultado líquido equivalia na média a R$ 50 mil mensais, remuneração, segundo Pimentel, relativamente modesta para um executivo.
Em entrevista ao Estado de S. Paulo (30/12), o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Henrique Nélson Calandra, disse:
“Recebemos [atrasados] não de uma vez só, mas uma pequena fração todo mês, a gente chama carnê da fome. São 87 prestações para pagar diferenças de salários. Valor pequeno, mil e poucos reais cada parcela.”
Pimentel foi prefeito e é ministro. Calandra é juiz. Em que país eles vivem? Por que os jornais publicam declarações dessa natureza sem fazer qualquer reparo?

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