terça-feira, 28 de junho de 2011

Lançamento do Comitê à Memória, à Verdade e à Justiça e entrevista com a ministra Maria do Rosário

O Comitê à Memória, à Verdade e à Justiça do Rio Grande do Sul, lançado nesta segunda-feira (27), na Assembleia Legislativa do RS, tem entre seus objetivos, conforme o Eixo Orientador VI o Direito à Memória e à Verdade do III Plano Nacional de Direitos Humanos, promover a apuração e o esclarecimento público das violações de direitos humanos praticadas no contexto da repressão política ocorrida no país. E também incentivar a formulação de políticas públicas com o objetivo de proporcionar aos jovens e às futuras gerações o pleno conhecimento de nossa história recente.
Estavam presentes a ministra da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, Maria do Rosário; o presidente da ALERGS, deputado Adão Villaverde; o secretário estadual adjunto de Justiça e Direitos Humanos, Miguel Velasquez; a presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, deputada Manuela D’ávila; também prestigiaram o evento ex-presos políticos, familiares de militantes e integrantes de movimentos sociais.
Villaverde destacou a importância desse projeto para a recuperação da memória e como parte de um projeto para a sociedade em que políticas de direitos humanos são fundamentais para que a democracia seja plena. A ministra Maria do Rosário enfatizou a importância dos comitês estaduais não só para que haja sustentação nos movimentos sociais, mas também para que possam apoiar a Comissão Nacional da Verdade que terá um prazo de dois anos para analisar documentos e arquivos para apurar fatos a respeito desse período.
Após o lançamento do comitê e encerramento das atividades, a ministra Maria do Rosário concedeu uma rápida entrevista, respondendo a três perguntas:

Sobre o desafio de avaliar uma grande quantidade de documentos e arquivos em apenas 2 anos.
É um tempo curto. Mas com o apoio da sociedade civil buscando informações poderemos responder ao desafio da sociedade brasileira de fortalecer a democracia, e por isso estamos fomentando a criação dos comitês em todo país.

Como o comitê pode contribuir com políticas públicas para que os jovens tenham conhecimento pleno do que aconteceu na ditadura?
No período anterior, ainda com o presidente Lula e o ministro Paulo Vanucchi foi lançado um cd-rom com material didático sobre o período da ditadura militar. Nosso objetivo é fomentar e ampliar esse material, e assegurar que os educadores de modo geral possam ter uma boa formação relacionada a esse tema não apenas na história, mas várias áreas, para conseguirmos que junto aos alunos isso possa ser veiculado.

Em relação ao conservadorismo e a atos violentos de jovens contra minorias, como isso pode ser modificado para que os jovens usem sua força e energia em causas boas para a sociedade brasileira?
A juventude tem uma grande responsabilidade de promover uma sociedade com justiça e paz, de não se deixar levar exclusivamente pelo consumo de nenhum tipo, inclusive enfrentando o consumo da sua prória condição humana como jovem. Nesse sentido, nós acreditamos que devemos estar sempre fomentando em meio a juventude valores de solidariedade, de ativismo, de compromisso social. Esse é o desafio da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República numa grande rede nacional. Não é simples trabalhar esses aspectos, está no plano da cultura e dos valores. Mas não é possível desistirmos, porque afinal esse é o nosso compromisso com o Brasil.

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