terça-feira, 16 de novembro de 2010

Não esperemos demais da China

Cenário Internacional

Dentro de uma década, o crescimento da China terá caído à metade da média de 10% dos últimos anos. A consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU) projeta que o país asiático vai passar por processo gradual de desaceleração e chegará a 2020 se expandindo por volta de 5%. Segundo o diretor de projeções globais da EIU, isso deveria servir de alerta para países como o Brasil, cuja dependência da China como destino de exportações de commodities tem aumentado muito. No longo prazo, as commodities sozinhas não serão a forma de garantir crescimento sustentado.
A emergência da China como único motor potente de expansão global em funcionamento, atualmente, é parte da agenda de discussão contemporânea. Trata-se dos desafios que o Brasil tem pela frente para continuar crescendo de forma sustentada. Um dos principais desafios é investir no desenvolvimento de produtos de maior valor agregado.
A esperada desaceleração da China será parcialmente compensada por crescimento ainda forte da Índia. De acordo com as projeções da EIU, a taxa de expansão do PIB (Produto Interno Bruto) da Índia deverá empatar com a da China já em 2011, e a partir daí tenderá a ficar ligeiramente acima do ritmo de crescimento chinês. A pujança indiana, combinada com crescimento menor, mas ainda forte da China, significará que a demanda por commodities se sustentará em nível alto nos próximos anos. Mas a tendência é que essa atração por produtos básicos entre em ciclo declinante à medida que as duas economias se desacelerem.
Para evitar a desindustrialização, na visão monótona ortodoxa, o governo brasileiro deveria tomar medidas para melhorar a qualidade da educação e reduzir a burocracia. O Brasil precisa complementar essa riqueza advinda das commodities com maior atenção para infraestrutura, regime tributário e qualidade da força de trabalho.
Na verdade, o risco de protecionismo aumentou por conta do choque entre a política de afrouxamento monetário dos EUA e a resistência da China em desvalorizar sua moeda mais rapidamente. Essa guerra cambial afeta todo o mundo.

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