quarta-feira, 30 de abril de 2014

Dorival Caymmi, um gênio. Só isso

Compositor. Cantor. Violonista. 

DORIVAL CAYMMI
De Dicionário Cravo Albin
Filho de Durval Henrique Caymmi e Aurelina Cândida Caymmi, conhecida por Dona Sinhá. O pai era funcionário público e tocava violão, bandolim e piano. Sua mãe cantava muito bem. Teve três irmãos: Deraldo, Diná e Dinair. Aos seis anos de idade, começou a freqüentar a Escola de Belas Artes, no Colégio de Dona Adalgisa. Estudou depois no Colégio Batista e, em 1926, concluiu o curso primário no Colégio Olímpio Cruz. No ano seguinte, matriculou-se no curso ginasial no referido colégio, mas o abandonou no mesmo ano para trabalhar. Empregou-se no escritório do jornal "O Imparcial", da capital baiana, onde fazia diferentes serviços. Na mesma época, começou a fazer as primeiras pinturas, desenhando tabuletas para lojas comerciais. Em 1929, o jornal fechou e teve que se dedicar a outros serviços. Foi vendedor de cordões para embrulho e de bebidas nacionais. Perdeu o emprego quando, junto com alguns amigos, resolveu experimentar as amostras de bebidas. Nessa época, 1933, começou a compor marchinhas e toadas, como "No sertão", sua primeira composição. No ano seguinte, começou a tomar aulas de violão com seu pai e com seu tio Cici. 

Em 1935, passou num concurso para escrivão da coletora estadual, cargo para o qual nunca foi nomeado. No mesmo ano, começou a cantar por acaso, quando foi visitar a Rádio Clube da Bahia, na companhia do amigo Zezinho. Perguntados por um funcionário da Rádio sobre o que faziam, Zezinho respondeu que cantavam. O funcionário tanto insistiu que Caymmi acabou cantando para surpresa de Zezinho que ficou encantado com sua voz ao microfone. Ainda em 1935, prestou serviço militar no Tiro de Guerra nº 284. 

Em 1937, mudou-se para o Rio de Janeiro, viajando num Ita, um pequeno navio de passageiros, com a intenção de estudar jornalismo e trabalhar com desenho. Conseguiu, através de um parente, publicar alguns desenhos na revista "O Cruzeiro". Recebeu conselhos para seguir a carreira de cantor. Foi apresentado ao diretor da Rádio Tupi, Teófilo de Barros Filho, que se agradou de sua voz e o contratou por 30 mil réis. Em 1939, conheceu num programa de calouros na Rádio Nacional a sua futura esposa, a cantora Stella Maris, quando ela cantava "Último desejo", de Noel Rosa. 

Em 1940, casou-se com Adelaide Tostes, nome verdadeiro da cantora Stella Maris. O casal teve três filhos: Dinair (Nana, 1941), Dorival (Dori, 1943) e Danilo Cândido (1948), que se tornariam também grandes nomes da música popular brasileira. Em 1943, perdeu sua mãe. Nesse mesmo ano, passou a frequentar o curso de desenho na Escola de Belas Artes no Rio de Janeiro. Em 1953, inaugurou a Praça Dorival Caymmi em Itapoã. Dois anos mais tarde, mudou-se com a família para São Paulo, lá vivendo por cerca de um ano. Caymmi tem seis netos, Stella Teresa, Denise Maria e João Gilberto (filhos de Nana), João Vítor (filho de Dori) e Juliana e Gabriel (filhos de Danilo). 

Em 1968, ganhou do Governo da Bahia uma casa na Praia de Ondina, em reconhecimento a sua importância para a cultura brasileira. Em 1972, foi agraciado no Palácio do Itamaraty (Brasília) com a comenda da Ordem do Rio Branco, em Grau de Oficial. Foi também agraciado com a comenda da Ordem do Mérito da Bahia. 

Em 1984, recebeu, em comemoração ao 70º aniversário, inúmeras homenagens, tais como: a edição de um CD duplo e de um álbum de desenhos patrocinado pela Funarte (Rio de Janeiro); a outorga da comenda da "Ordre des arts et des lettres de France"; a outorga da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho (Brasília) e a outorga do título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal da Bahia (Salvador). Em 1985, inaugurou a Avenida Dorival Caymmi na capital baiana. Em 2001, esbanjando jovialidade em seus quase 90 anos, voltou às paradas de sucesso compondo para a televisão. Lutando contra um câncer renal desde 1999, faleceu de insuficiência renal e falência múltipla dos órgãos em sua casa no bairro carioca de Copacabana onde estava em internação domiciliar desde dezembro de 2007. Seu corpo foi velado na Câmara Municipal do Rio de Janeiro com a presença de parentes e amigos, entre os quais inúmeros músicos. Sobre ele assim falou o presidente da República Luis Inácio Lula da Silva: "Ele é um dos fundadores da música popular brasileira, patriarca de uma linhagem de músicos de talento. Suas canções praieiras e seus sambas-canção são patrimônio da cultura nacional. Brilhou e inovou como compositor, músico e cantor. Sua música é uma completa tradução da Bahia."

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