sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Chineses da linha de produção do Xbox ameaçam suicídio coletivo

Grupo de 300 funcionários foi ao topo da fábrica da Foxconn protestar contra más condições de trabalho
 
Cerca de 300 chineses que trabalham na Foxconn, a maior fabricante de componentes eletrônicos do mundo, anunciaram no último dia 3 que iriam cometer um suicídio coletivo caso seus salários não fossem elevados.
Os funcionários, que trabalham na linha de montagem do console Xbox, da Microsoft, teriam ameaçado jogar-se do topo do edifício depois que a companhia negou-lhes o pedido de aumento salarial. Eles permaneceram na cobertura do prédio por dois dias.
Efe
 
Funcionários caminham rumo à cobertura do edifício
Segundo o jornal britânico The Sun, a Foxconn sugeriu que os insatisfeitos pedissem demissão e recebessem o salário deste mês. A companhia, contudo, não cumpriu sua parte do acordo, o que desencadeou a revolta dos funcionários.
O suicídio só foi evitado quando o prefeito de Wuhan convenceu o grupo de operários a retornar para o interior do prédio. Em entrevista à emissora norte-americana CBS, um porta-voz da Microsoft, uma das clientes da Foxconn, disse que sua empresa “leva a sério as condições de trabalho nas fábricas de seus produtos e que está investigando o caso”.
Fábrica de suicídios
Segundo matéria publicada pelo site italiano Linkiesta e reproduzida no Brasil pela revista Samuel, em 2010, 14 funcionários da Foxconn cometeram suicídio em protesto contra as péssimas condições de trabalho e as baixas remunerações.
A companhia, então, comprometeu-se a rever o número de horas de trabalho, os salários e as horas extras de seus operários. A Sacom (Estudantes e Acadêmicos contra o mal-comportamento corporativo, na sigla em português) revelou, contudo, que a promessa não foi cumprida.

Cerca de 120 entrevistas conduzidas pela ONG provam que os trabalhadores “continuam sendo obrigados a fazer hora extra” ao mesmo tempo em que permanece “um estilo militar de gerenciamento”. Uma ironia quando leva-se em consideração a frase de boas-vindas do contrato de admissão da companhia: ”felicitações por fazer parte da família Foxconn”.
Terry Gou, o principal executivo da empresa, é, segundo os leitores da revista Time, uma das pessoas mais influentes do mundo. Ele planeja deslocar parte das operações da Foxconn para o Brasil, aonde o investimento inicial em linhas de produção equivaleria a 12 bilhões de dólares.
De: Opera Mundi

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