sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Servidora da Guarda denuncia assédio moral


Denúncia de assédio moral na Central de Operações da Guarda Municipal
Foto: Leonardo Contursi

Atitudes autoritárias, privilégios para alguns em detrimento de outros, uso de agressão física e gritos para intimidação, chacotas sobre idade e tipo físico de mulheres. Essas são algumas das situações que ocorrem na Central de Operações da Guarda Municipal de Porto Alegre, conforme relato feito por Ana Maria Bombassaro, integrante da corporação há nove anos. As denúncias de assédio moral feitas pela servidora foram relatadas na Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) da Câmara Municipal da Capital na tarde desta terça-feira (8/11).
Os problemas funcionais trazidos por Ana Maria foram corroborados por quase duas dezenas de guardas municipais que acompanharam a reunião e também apresentaram seus relatos. Diversos servidores da corporação manifestaram na Cedecondh situações que incluem a falta de acompanhamento psicológico em situações de estresse no trabalho, o mau uso de recursos e equipamentos, a falta de opções para reclamações de situações no trabalho, e intrigas promovidas por chefias colocando servidores contra servidores. "O assédio moral e político nunca foi tão grande como agora", relatou a guarda municipal, que tem 18 anos de serviço.
Todos os relatos foram acompanhados por representação do Sindicato dos Servidores do Município de Porto Alegre (Simpa) e da Secretaria Municipal de Administração. Carmem Padilha, do Simpa, lembrou que a entidade já enviou várias solicitações de reuniões com o titular da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana, órgão ao qual está ligada a Guarda Municipal. "O secretário Nereu D Avila tem se negado sistematicamente a conversar", afirmou ela. A Secretaria também não enviou representante à reunião. "Nereu D"Avila, de forma covarde, mais uma vez não veio para o debate", disse ainda Carmem.
No início das discussões, a vereadora Maria Celeste (PT), presidente da Cedecondh, deu conhecimento de ofício encaminhado por Nereu D Avila e recebido no dia 4 de novembro. No texto, o secretário diz que considera a reunião uma "proposição prematura antes da tramitação de alguns procedimentos necessários para a verificação dos fatos que geraram o processo". O oficio ressalta ainda que, ao ter a conclusão, a Secretaria "dará ciência restrita aos integrantes da Cedecondh por se tratar de matéria confidencial". Contudo, ainda durante os debates, o vereador Sebastião Melo (PMDB) manteve contato com Nereu D"Avila, que se comprometeu a vir em uma próxima reunião da Cedecondh para tratar da questão.
A vereadora Fernanda Melchionna (PSOL), que acompanhou as discussões, sugeriu que o relatório da reunião, com todos os depoimentos apresentados por integrantes da Guarda Municipal na Cedecondh, seja encaminhado ao Ministério Público do Trabalho. A reunião teve ainda a presença do vereador Toni Proença (PPL), que dirigiu os trabalhos de recolhimento de depoimentos dos guardas municipais.
Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)

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