Marcos Rolim escreveu um artigo com opiniões que me parecem adequadas sobre mudar em educação. Sobre um item, me permito comentar alguma coisa. O ENEM não resolve o problema da educação, que vem de longe e está na base do sistema de ensino. Porém, traz para a discussão algo importante, que é o ensino de conceitos e habilidades para produzir respostas. Compreender uma pergunta é fundamental para encontrar sua reposta. Porém, em algum momento da educação brasileira, nos perdemos. Nossos alunos nem possuem um estoque de informações, nem habilidades para buscar as informações que não possuem, em regra. Resta, recorrer aos "experts em macetes". Estuda-se não para conhecer mais, mas para passar em alguma prova e, por fim, no vestibular. Daí a revolta de alguns desses experts contra o ENEM. Para eles, o ENEM é um conjunto de pegadinhas ou charadas. O certo seria que nossos estudantes desenvovlessem técnicas de memorização e participassem dos shows em que se tornaram certas aulas preparatórias ao vestibular. Desenvolver a habilidade de raciocinar e buscar a resposta na própria pergunta, para alguns, não é necessário. Um advogado dificilmente precisará saber algo sobre cálculos diferenciais em matemática. Porém, caso seja necessário ter alguma informação sobre isso, ele deve estar habilitado a saber como encontrar, sem precisar fazer um curso de matemática, ou sem recorrer à sua prodigiosa memória. O mesmo vale para outras áreas de conhecimento. Não preciso saber onde fica cada uma das ruas da cidade, mas preciso saber olhar um mapa.
Não sei se o ENEM resolve, mas ajuda. Ao ver a indignação da categoria que passou a ser denominada de "professor de cursinho", representada por profissionais que acham bonito serem chamados de "tios", ou serem conhecidos por perfomances cênicas, desconfio que, ainda que modestamente, o governo brasileiro pode estar indo no caminho certo.
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