quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Presunção de inocência e espírito crítico


Espírito crítico e presunção de inocência foi exatamente o que faltou à Rede Globo no caso da brasileira envolvida em problemas na Suiça. Abordou de modo sensacionalista um episódio obscuro, sem considerar a versão (aparentemente correta) da polícia suiça e sem realizar uma pequena investigação sobre um tema que poderia (poderá?) levar a um contencioso internacional com a Suiça. Ao que tudo indica, a moça tem alguma perturbação e está passando de vítima a ré.

Duvido que a Globo e a mídia brasileira tirem alguma lição disso tudo. Continuarão com coberturas parciais, preconceituosas e que, antes de as perguntas corretas serem feitas, já tem as respostas inquestionáveis.

O caso da advogada é um a ponta no iceberg descomunal de manipulação e meias informações. Muita coisa ocorre no dia-a-dia (ou será dia a dia?), que sequer ficamos sabendo.

O princípio da presunção de inocência deve abranger a todos (inclusive aos supostos neonazistas) e o espírito crítico e investigatório deve ser uma pré-condição para o exercício do jornalismo.

Ainda assim, muita gente vai continuar acreditando na Globo e na cobertura que ela faz da eleição presidencial do Brasil, do referendo da Venezuela e do caso Battistti.

Aí, quem precisa de senso crítico somos nós. os pobres mortais. Pena que não exista uma caneta para detectar notícias falsas como há para detectar dinheiro falso