sábado, 2 de fevereiro de 2013

Datena agora faz papel de vítima de perseguição dos ateus

José Datena
"Vocês [ateus] querem que eu
 acredite em quem? No diabo?
José Luiz Datena (foto) se colocou em seu programa de ontem (1) como vítima de perseguição dos ateus, sem dizer que a TV Bandeirantes foi condenada por ele ter propagado em rede nacional preconceito contra quem “não tem Deus no coração”. “Estou sendo perseguido religiosamente”, disse no “Brasil Urgente”. “Nós voltamos ao tempo do Coliseu [porque] os ateus querem me jogar para os leões.” Sentença do juiz federal Paulo Cezar Júnior, em São Paulo, determinou que a emissora, no horário do programa de Datena, esclareça os telespectadores de que a liberdade de consciência de crença tem de ser respeitada por todos os brasileiros. Em julho de 2010, ao comentar o assassinato de um garoto, Datena disse, entre outras afirmações preconceituosas, que “um sujeito que é ateu não tem limites e é por isso que a gente vê esses crimes por aí”. “O mundo está essa porcaria. Guerra, peste, fome e tudo mais, entendeu? São os caras do mau.” O juiz Neves, em sua sentença, afirmou que se trata de uma discriminação porque não existe comprovação científica de que ser ateu significa estar atrelado automaticamente à possibilidade de cometer atrocidades, diferentemente do que o apresentador disse. No programa de ontem, Datena afirmou que quem “não acredita em alguma coisa pode ser que não tenha freios” e, por isso, cometa violência, mas acrescentou que “tem cara que acredita demais [em Deus]e comete crime”. “Eu não disse [em 2010] com essa conotação, que ele mata porque é ateu”, afirmou. “Reclamaram [os ateus] da frase ‘matou porque não tem Deus no coração’, [mas] essa frase existe desde que existe o conceito de Deus.”  
Datena fez uma crítica velada à sentença do juiz Neves ao afirmar que, “se for assim”, será preciso rasgar a Bíblia, o Corão e outros livros sagrados. Ele sugeriu que a liberdade de imprensa estava sendo desrespeitada e, ao terminar, voltou a desempenhar o papel de vítima.  “Vocês [ateus] querem que eu acredite em quem, no diabo? Sinto pena [de vocês], porque, dentro da minha convicção, ter Deus no coração é muito bom.”

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