segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

MPF entra com recurso na Justiça para impedir demolição do antigo Museu do Índio

Foto do primeiro prédio do Museu do Índio antes da construção do Maracanã
Foto do primeiro prédio do Museu do Índio antes da construção do Maracanã
Douglas Corrêa - Agência Brasil

Rio de Janeiro - O Ministério Público Federal (MPF) entrou hoje (14) com recurso junto ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), com a finalidade de impedir o governo estadual de demolir o antigo Museu do Índio, vizinho ao Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã.
No recurso, a Procuradoria Regional da República da 2ª Região (PRR2) pede que volte a vigorar a proibição da demolição, obtida pela Defensoria Pública da União (DPU) em liminares das 8ª e 12ª varas federais do Rio de Janeiro. As ordens judiciais foram suspensas em 13 de novembro passado pela presidência do TRF2, que acolheu o argumento de que haveria prejuízo à segurança e à economia públicas.
De acordo com o MPF, a suspensão das liminares que impediam a demolição é um erro, por permitir a destruição permanente e irreversível de patrimônio público singular e de valor inestimável que deveria ser protegido. Para a PRR2, independentemente da decisão final dos processos, não se pode, com uma decisão de efeito provisório, gerar a perda definitiva de um valor histórico, cultural e arquitetônico impossível de ser resgatado.
Segundo o procurador-chefe em exercício da PRR2, Newton Penna, "se o Estado agisse de acordo com o dever de proteger o interesse social, deveria considerar, na elaboração do projeto, que no entorno do Maracanã há um imóvel cuja proteção é do interesse da sociedade e que, portanto, não pode ser destruído”.
Ao pedir ao TRF2 que reconsidere a decisão, o MPF sustenta que a Federação Internacional de Futebol (Fifa), responsável pela Copa de 2014, declarou não ter exigido a demolição do imóvel e se mostrou favorável a adequações que preservem o patrimônio cultural.
O recurso informa que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) repudia a destruição e que o Conselho Regional de Engenharia (Crea-RJ) concluiu que o edifício não prejudicaria a circulação de pessoas na Copa.
 
Edição: Davi Oliveira
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