segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A "Mensagem da Vanessa" e a submissão ao obscurantismo

A Mensagem da Vanessa (Grazziotin), candidata pcdobista à prefeitura de Manaus concorre ao prêmio de fato mais lamentável do segundo turno das eleições municipais.
Lula, Dilma e outros candidatos progressistas já recuaram diante da pressão do obscurantismo fundamentalista. Calaram-se e eliminaram itens dos programas de governo, mas nunca chegaram ao grau de submissão política e ideológica da senadora Vanessa Grazziotin. Vanessa não se contentou em expressar o respeito às posições dos fundamentalistas, assumiu o discurso deles e hipotecou não apenas sua futura gestão na Prefeitura de Manaus (que não se confirmou), mas o próprio mandato parlamentar, que continua. Por usas próprias palavras, Vanessa renegou a pauta histórica dos movimentos de mulheres e LGBT. Entre as pérolas de Vanessa encontramos: "Creio em Deus", "Creio na premissa de amar a Deus sobre todas as coisas" e "Creio na familia como a célula mater da sociedade".  E segue: "Defendo a boa convivência entre as classes sociais", "Sou contra o aborto", "Me posicionarei contra projetos que afrontem a família", "Não participei do PL 122 (criminalização da homofobia) e não voto nele se for ao senado" e por fim, "Manterei todas as conquistas da comunidade (leia-se benefícios das igrejas) Cristã e Evangélica de Manaus".
Vanessa foi uma decepção. Sua mensagem é um manifesto de rendição da política ao fundamentalismo religioso que, ainda obscurecido pelas disputas PT x PSDB, aparece como uma das mais perigosas tendências políticas para o Brasil.
No fim das contas, a "mensagem" de Vanessa não impediu sua derrota. Pior que perder a eleição é perder a dignidade.

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